Ele Escolheu a Amante em Vez da Rainha
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Capítulo 2

PDV Elena

Dormir era um luxo que eu não podia me permitir.

Passei a noite encarando o teto, sentindo a lealdade em meu sangue murchar e morrer como folhas secas.

Quando o sol nasceu, eu era uma pessoa diferente.

Escolhi um vestido preto.

Era a cor do luto, mas eu não o estava usando para lamentar. Eu o estava usando para a guerra.

Com a cabeça erguida, entrei na Sala de Guerra.

O ar estava denso com fumaça de charuto e agressão estagnada.

Don Salvatore estava sentado na cabeceira da mesa.

Ele era o avô de Dante, o Consigliere. Parecia um velho benevolente, mas seus olhos eram frios e sem piscar, como um réptil esperando para atacar.

Dante estava lá.

Ele ergueu os olhos quando entrei, a irritação transparecendo em suas feições.

"Elena", disse ele, seu tom desdenhoso. "Estamos em uma reunião. Saia."

Eu não vacilei.

Caminhei até a mesa e bati um arquivo grosso na superfície de mogno.

O som ecoou como um tiro no silêncio súbito.

"O noivado acabou", eu disse.

Minha voz estava firme, não traindo nenhum dos tremores internos.

O silêncio desceu sobre a sala.

Don Salvatore riu, um som seco e áspero.

"Minha querida", disse ele, sua voz escorrendo condescendência. "Uma união da Máfia é um pacto de sangue. Você não pode simplesmente cancelá-la como uma assinatura de revista."

"É um contrato de negócios", corrigi-o, encarando o velho. "E seu neto violou os termos."

Dante se levantou.

Ele se agigantou sobre mim, lançando uma longa sombra sobre a mesa.

"Do que você está falando?", ele rosnou.

Apontei para o arquivo.

"Meu pai controla sessenta por cento dos contêineres que vocês usam para suas rotas de contrabando no norte", eu disse.

Os olhos de Dante se estreitaram.

"Eu congelei seu acesso", continuei, saboreando as palavras. "A partir desta manhã, a família Moretti está bloqueada nos portos."

A cor sumiu do rosto de Dante.

"Você não ousaria", ele sussurrou.

"Eu acabei de fazer", eu disse. "Quero uma anulação. Quero passagem segura para fora desta cidade. Ou vou sufocar sua fonte de receita até que você esteja implorando na rua."

Don Salvatore olhou para o arquivo, abrindo-o para ver as ordens de embargo.

Ele percebeu a gravidade da ameaça.

"Precisamos consultar a Comissão", Salvatore disse rapidamente, sua postura mudando de arrogante para cautelosa. "Elena, seja razoável."

"Eu estou sendo razoável", eu disse. "Estou indo embora."

Virei-me e saí.

Meu coração batia contra minhas costelas, um tambor frenético de adrenalina.

Eu acabara de ameaçar os homens mais perigosos da cidade.

E, pela primeira vez em anos, me senti viva.

Caminhei pelo corredor em direção à saída.

A porta do quarto de Dante se abriu.

Livia saiu.

Ela usava um roupão de seda que era grande demais para ela - era de Dante.

Ela cheirava a sexo e ao perfume dele, uma mistura enjoativa que revirava meu estômago.

Ela me viu e sorriu.

Era um sorriso doce e venenoso.

"Saindo tão cedo?", ela perguntou.

"Saia do meu caminho, Livia", eu disse.

"Dante me manteve acordada a noite toda", ela se gabou, encostando-se na parede com um cansaço performático. "Tivemos tantos... assuntos de família para discutir."

Ela riu.

Eu perdi a paciência.

Tentei passar por ela, mas ela se colocou na minha frente.

Afastei seu braço.

Foi um empurrão suave, apenas o suficiente para tirá-la do meu espaço pessoal.

Mas Livia aproveitou a oportunidade. Ela se jogou para trás.

Ela atingiu o chão com um baque surdo.

"Ai!", ela gritou. "Elena! Pare!"

Ela se encolheu em uma bola, fingindo soluçar.

"Por que você me empurrou?", ela lamentou.

Passos pesados ecoaram pelo corredor.

Dante apareceu.

Ele viu Livia no chão.

Ele me viu de pé sobre ela.

Ele não perguntou o que aconteceu. Ele não olhou para mim.

Ele correu para Livia, ajoelhando-se ao lado dela.

"Você está machucada?", ele perguntou, sua voz terna.

"Ela me empurrou", Livia soluçou em seu peito. "Eu só disse bom dia."

Dante olhou para mim.

Seus olhos estavam cheios de ódio.

"Qual é o seu problema?", ele gritou.

Ele usou sua Voz de Don - um tom aprimorado para comandar submissão absoluta.

Normalmente, isso fazia meus joelhos fraquejarem.

Hoje, apenas me deixou com raiva.

"Ela se jogou no chão", eu disse. "Ela está mentindo."

"Livia é frágil", Dante cuspiu. "Ela está sob minha proteção. Você está a intimidando porque está com ciúmes."

"Ciúmes de uma prostituta?", perguntei, minha voz escorrendo desdém.

Dante se levantou.

Ele ficou cara a cara comigo, invadindo meu espaço com intenção ameaçadora.

"Peça desculpas", ele ordenou.

"Não", eu disse.

"Peça desculpas a ela, Elena", ele sibilou. "Ou você vai se arrepender."

Ele estava me humilhando.

Ele estava escolhendo sua amante em vez de sua noiva, em vez de sua parceira de negócios, em vez da verdade.

Olhei para Livia.

Ela estava espiando por trás das mãos.

Ela estava sorrindo de escárnio.

Olhei de volta para Dante.

"Você é um tolo", eu disse.

Dante agarrou meu braço.

Seu aperto era doloroso.

"Saia da minha frente", disse ele. "Vá para o seu quarto. Lidaremos com sua atitude mais tarde."

Ele me empurrou para longe.

Ele se virou para Livia, levantando-a em seus braços como se ela fosse um pássaro quebrado.

Ele a carregou para longe.

Fiquei sozinha no corredor.

Meu braço latejava onde ele me agarrou.

Toquei o local, sentindo o calor do hematoma se formando.

"Você vai se arrepender disso, Dante", sussurrei para o ar vazio.

"Hoje você a escolheu. Amanhã, você perde tudo."

            
            

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