-Como você está linda e grande minha pequena Bell, como você está? -Ela diz passando a mão em meu cabelo e no meu rosto com carinho, ela sempre gostou de mim e era como uma segunda mãe pra mim. Eu a amava mais que minha própria mãe e vê-la daquela forma estava doendo meu coração.
-Eu cresci você viu? - Digo brincando fazendo pose o que faz minha mãe e ela rirem.
- Sim cresceu somente no tamanho e idade. Por que por dentro ainda parece uma criança. -Minha mãe diz rindo.
-Mãeeee. -Eu digo dando um tapinha na mesma.
-Queria ser assim também meu anjo, não se sinta ofendida. -Ela diz isso quando começa a tossir em um paninho e eu vejo que está saindo sangue na sua tosse.
-Ei a Sra. está bem? -Eu digo ficando séria.
Ela olha para minha mãe que abaixa a cabeça e aquilo geralmente não quer dizer coisa boa.
-Minha querida, venha, sente aqui comigo.-Ela diz me puxando pro canto e me fazendo sentar em uma poltrona do hospital.
-Eu estou com um tumor no cérebro, incurável e inoperável. Eu ... Tenho alguns meses de vida, descobri essa semana. -Ela diz isso apertando minha mão e eu começo a chorar sem conseguir me controlar, eu a abraço e ela retribui me abraçando forte. Aquela notícia, saber que ela iria morrer acabou comigo, o que ... Como o Will estava com essa notícia? Ele devia estar muito mal.
-Eu sinto muito. -Eu digo olhando pra mesma passando a mão em seu rosto.
-Eu vim somente para pedir um favor a sua mãe. Eu preciso de uma enfermeira pra me ajudar com medicamentos e a me banhar e não sei de ninguém melhor que você para me ajudar. -Ela disse carinhosamente.
- Será um prazer estar ao seu lado. -Eu digo de prontidão sem pensar em mais nada. Ela sorri e me abraça com gratidão.
- Amanhã vá a minha casa para conversamos sobre tudo então. Obrigado minha menina. Você vale ouro, eu sempre digo que meu filho está perdendo uma jóia rara. - Ela sorri e vai embora e eu fico sentada tentando digerir tudo que ela disse pra mim quando minha mãe me corta.
-Você não deveria fazer isso, apesar deu gostar muito dela, ela está morrendo, e você está no topo do seu emprego. Você irá perder seu prestígio se pedir um tempo agora, não faça isso filha. -Minha mãe diz se sentando ao meu lado.
-Você é um monstro sabia? Um monstro. -Eu digo me levantando saindo de perto dela lhe dando as costas.
-Bella ... Bella espera. -Ela diz vindo atrás de mim e eu ignoro andando mais rápido sumindo de vista.
No RH peço pra eles me darem as minhas férias de seis meses, foram anos trabalhando naquele hospital sem férias pra chegar onde eu cheguei foi muita luta. Mas minha segunda mãe precisava de mim e eu ia ajudá-la. Como último desejo para mim, eu vou cuidar dela. Nem que pra isso eu perca meu emprego.
Na casa dela eu chego e quem atende a porta é o Chris, o que me faz ficar com vergonha, pois ele está mais velho agora e somos adultos, fazia muito tempo que eu não o via e ele estava mais bonito que antes.
-Bella, seu nome realmente combina com você, está mais bela do que nunca. -Ele diz me dando passagem para entrar.
-Sabia que começariamos assim. Cuidado, serei enfermeira da sua mãe isso pode ser considerado assédio sexual. - Eu digo colocando a mão em seu peito o olhando sensualmente brincando, o que faz ele ficar sem fala e me faz rir.
-Sabia que entenderia. -Ele balança a cabeça bravo e fecha a porta atrás de mim me levando até sua mãe.
- Oi minha querida que bom que veio, passou bem a noite? -Ela diz sorrindo, mas dava pra ver que estava com dor, trabalhando tanto tempo em um hospital eu via quando as pessoas estavam mentindo pra família não sofrer.
-Hmmm, passei bem sim e a Sra.? -Digo me sentando e segurando sua mão.
-Passei muito nem querida.-Ela diz apertando minha mão sorrindo.
-Eu estou com tanta sede posso ir até a cozinha pegar água? - Digo me levantando torcendo pro Chris ser cavaleiro.
-Deixa que eu pego, fica com minha mãe aí. -Eu tento olhar pra ele fazendo ele entender que quero que ele demore e ele balança a cabeça e eu respiro sucegada.
Quando ele sai o sorriso do rosto dela se vai e ela da lugar a dor e tosse novamente com sangue, como se estivesse segurando a muito tempo.
-Eu não durmo a dias, eu não aguento mais essa dor, vamos fazer mais uma radioterapia hoje e não vejo a hora de tomar insulina pra essa dor.- Eu seguro sua mão e sorrio.
-Vai dar tudo certo. Eu vou estar aqui.-Difo segurando sua mão.
*DIA DA VINDA DE WILLIAN*
Foram dois meses tristes, tivemos que raspar sua cabeça e as dores aumentaram. Até que eu tive que perguntar.
-Como está o Will? -Eu digo anotando seus batimentos fingindo que aquilo não me afetava, apesar do meu coração disparar somente de perguntar por ele. Foram 8 anos, e ainda sinto algo? Seria impossível isso.
-Ele virá hoje, eu tive que pedir pra contarem, afinal eu estou morrendo e sinto falta do meu filho comigo. -Ela diz sorrindo mas com tristeza.
-Entendo. -Eu tento controlar minha voz quando escuto um carro chegando, eles chegaram e ouço as 4 portas se abrirem e uma voz feminina, eu tento me concentrar nos batimentos e continuo anotando sobre os medicamentos já feitos que nem percebo que os mesmos entraram e que há alguém do meu lado, quando levanto minha cabeça, lá está ele, Willian. Meu coração sabe que é ele então intuitivamente eu o abraço.
-Will. Que saudades. -Eu o abraço e ele retribui calorosamente.
-Bella! -Ele me abraça forte e eu o largo.
-Que bom ... Te ver. -Eu digo isso e vejo que alguém abraça seu braço, uma morena linda de olhos verdes me olha com desdém.
-Você conhece a enfermeira da sua mãe amor? - Aquela mulher chamou ele de amor?
-Desculpe, que indelicadeza, amor essa é minha amiga de infância, pelo que entendi ela vai cuidar da minha mãe sim, ela se chama Bella, Bella essa é minha noiva, Marye.
Marye estende a mão e eu a cumprimento com um aperto forte, noiva?
-Oi pode me chamar de Mary todos me chamam assim. - Ela diz sorrindo e eu sorrio de volta.
-Noiva? -Eu me perco nos meus pensamentos.