Capítulo 5 De volta novamente

"Uau! Você realmente está parecendo muito cansada!" Jerry disse enquanto nós entramos no nosso camarim. Eu dei uma olhada para ele e coloquei a minha bolsa em cima do balcão.

"O que eu tenho que fazer hoje à noite?" Eu questionei enquanto me arrumava. Jerry virou de costas para que não visse enquanto nós trocavámos de roupa.

"Outra dança particular?" Ele disse hesitando um pouco, fazendo com que eu congelasse. O quê? Eu vesti os meus shorts e caminhei até ele.

"O que eu disse sobre danças particulares?" Eu questionei não acreditando naquilo e com muita raiva. "Noite passada foi uma exceção!" Eu disse exclamando. Ele sorriu timidamente para mim.

"É o mesmo homem da noite passada." Ele disse sorrindo. De novo? O quê?! Aquele homem que me deixou sonhando acordada na aula está aqui de novo? Aquele idiota arrogante e frio quer que eu dance para ele novamente? Ah! Isso certamente despertou o meu interesse. "E agora você está sorrindo!" Jerry apontou. Eu rapidamente parei de sorrir e olhei para ele.

"Eu não!" Eu disse enquanto colocava minha língua para fora caçoando dele.

"Então... você vai dançar?" Ele perguntou.

"Sim." Eu respondi, tentando não olhar para ele. Eu pude ver o sorriso no rosto dele quando ouviu minha resposta.

"Aquele homem deve ter te interessado bastante!" Rose pontuou, fazendo com que Jerry acenasse com a cabeça concordando.

"Cala a boca!" Eu disse enquanto andava até o espelho e naquele momento, eu notei o quão vermelha as minhas bochechas estavam. Por qual motivo ele queria que eu dançasse para ele novamente? Eu coloquei a minha máscara depois de passar maquiagem.

"Você tem alguns minutos antes de começar, então descanse um pouco!" Rose me disse enquanto ela apontava para o sofá preto de couro que ficava no canto da sala. Eu acenei com a cabeça e rapidamente corri para me deitar e deixar o meu corpo descansar um pouco. Assim que eu me acomodei, um suspiro saiu dos meus lábios e eu fechei os meus olhos.

"Eu quero tanto entrar debaixo das minhas cobertas e dormir por dias!" Eu cochichei. Quando eu senti que eu estava começando a vagar para o mundo dos sonhos, eu rapidamente abri os meus olhos e pisquei várias vezes, para que assim eu não dormisse de fato.

"Você vai dormir na sua cama logo, querida!" Rose disse com um sorriso reconfortante enquanto Jerry a chamava pois era a vez dela no palco. Eu fiquei feliz que não precisava me apresentar no palco hoje.

"Vixen! O seu cliente está aqui." Jerry anunciou. Eu respirei fundo e me levantei. "Mesma sala." Ele disse. "As câmeras estão desligadas."

"Eu quero dormir." Eu resmunguei mal humorada enquanto encarava ele. Ele riu e me empurrou na direção da porta.

"Você vai estar na sua cama em menos de uma hora." Ele disse. Eu entrei na sala com uma expressão irritada. Eu abri a porta, sem motivação alguma e nenhum pingo de determinação de agradar o cliente. O cliente gostosão. Eu estava cansada e a única coisa que eu estava motivada para fazer naquele momento era dormir. Eu levantei a minha cabeça e vi ele sentado no sofá, e no instante em que me viu, ele sorriu. Ele estava vestindo um terno cinza e uma gravata preta. O cabelo bagunçado estava fixado no lugar com gel. Ele era muito bonito, e estava sentado como se fosse o dono do lugar. Bem, com a quantidade de dinheiro que ele parecia ter, ele facilmente seria o dono do lugar caso ele quisesse.

"Não é uma surpresa?" Eu questionei enquanto levantava as sobrancelhas, tentando aparentar estar surpresa. Ele sorriu e acenou com a cabeça.

"Eu não tinha mais nada para fazer." Ele disse com uma voz forte e atraente. Eu cruzei os braços na frente do peito e zombei.

"Bem, hoje deveria ser o meu dia de folga, e tive que vir pois alguém pediu a minha presença." Eu disse enquanto o observava. A música suave começou a tocar e eu respeirei fundo. Ele se levantou e caminhou na minha direção. Ele parou e ficou me observando como se eu fosse um objeto em exibição.

"Querida." Ele se inclinou e cochichou no meu ouvido, fazendo com que eu arrepiasse o corpo inteiro. "Eu não pedi, eu exigi a sua presença!" Ele disse e se afastou de modo que ele pudesse ver qual tinha sido a minha reação.

"Depois do que aconteceu ontem, eu pensei que você nunca mais iria querer me ver de novo." Eu disse confiante.

"Depois daquele beijo, eu definitivamente queria te ver novamente." Ele disse fazendo com que eu ficasse vermelha de vergonha.

"Eu quis dizer em relação ao fato de que eu te chamei de gay." Eu disse sem pensar.

"Ou o fato de que eu te chamei de prostituta?" Ele acrescentou com um brilho de maldade nos olhos dele. Eu apertei a minha mandíbula mas mesmo assim, mantive a minha postura.

"Por qual motivo você me queria aqui?" Eu questionei com um suspiro, fechando os olhos por um breve momento. Eu estava muito cansada. Quando abri os olhos, eu vi o sofá vermelho e era como se ele estivesse me chamando. "Você se importaria se eu sentasse?" Eu perguntei.

"Não." Ele respondeu. Eu caminhei até o sofá e me sentei. Eu suspirei de alívio pois estava sentindo que as minhas pernas não aguentavam me segurar mais. Então eu voltei a minha atenção para o gostoso que se sentou no sofá, se posicionando na minha frente. "Você sabe que eu paguei por uma dança particular e não para você ficar sentada, né?" Ele disse me encarando. Eu o encarei de volta com um sorriso.

"Você disse que eu não era muito boa em dançar." Eu disse e assisti enquanto ele sorria. "Eu estou muito cansada." Eu continuei falando.

"Boa ou não, eu paguei para assistir a uma dança." Ele disse. Ao ouvir isso, eu respirei fundo e me levantei, mas antes que pudesse ficar de pé, ele fez um gesto para que eu parasse.

"Você quer que eu dance ou não?" Eu questionei sem saber o que fazer. Esse homem era confuso demais.

"Eu estou vendo que você está cansada." Ele disse.

"E desde quando você se importa?" Eu zombei. "Por qual motivo você está aqui? Eu quero dizer, eu sinceramente pensei que não tinha dado certo ontem." Eu disse com uma carranca no rosto.

"De fato, a sua dança não deu certo mesmo! Mas quando você me beijou, aí deu certo até demais!" Ele disse de forma monótona. Eu o encarei, tentando processar o que ele havia acabado de falar.

"Você está aqui por qual motivo?" Eu perguntei enquanto me sentei no sofá, tentando entender lentamente o que ele estava tentando dizer.

"Eu preciso que você durma comigo." Ele disse, ou melhor, ele exigiu. Eu arregalei os meus olhos quando finalmente entendi o que ele havia dito, e eu caí na risada.

"Por favor, me diga que você está brincando!" Eu rezei silenciosamente para que ele estivesse brincando mas ele continuou sentado na minha frente sem mover um músculo e nem demonstrar emoção alguma. "Você está falando sério?" Eu finalmente explodi. "Eu não sou a porra de uma prostitura!" Eu gritei e fui dar um tapa na cara dele mas ele simplesmente agarrou o meu pulso e me puxou para perto dele. Eu estava hiperventilando enquanto ele colocou o rosto no meu pescoço e gentilmente lambeu a minha pele, fazendo com que eu gemesse automaticamente.

"Tá vendo? O seu corpo reage ao meu toque." Ele cochichou. "Você parece estar cansada e estressada e eu preciso de alguém que me faça esquecer, então é uma situação que ninguém perde, querida!" Ele disse, se aproximando ainda mais. Naquele momento, eu pressionei a minha mandíbula e tentei soltar a minha mão, mas era praticamente impossível.

"Existe uma coisa chamada prostituta." Eu disse rispidamente e novamente tentei me soltar, mas sem sucesso. Ele era muito forte.

"Prostitutas não me deixam duro!" Ele disse descaradamente. "Eu nem sei por qual motivo, mas você consegue me excitar sem esforço!" Ele simplesmente disse isso como se fosse algo normal em uma conversa casual.

"Você por acaso percebe o quão insano é isso?" Eu perguntei, tentando ficar calma pois a única coisa que eu queria fazer era gritar.

"Na verdade não. De novo, essa seria uma situação que nós dois só iríamos a ganhar." Ele repetiu. "Você está estressada e precisando de dinheiro, enquanto eu preciso de uma relação sexual." Ele disse.

"Para esquecer a sua ex-namorada?" Eu questionei o desafiando. Ele olhou para mim e se inclinou de modo que a testa dele estava tocando a minha.

"Exatamente! Eu só preciso de uma vadia que me deixe liberar toda a minha frustração." Ele disse enquanto me encarava, olhando dentro dos meus olhos.

"E o que te fez pensar que eu quero dormir com você por dinheiro?" Eu questionei, tentando evitar que eu explodisse de raiva.

"Você mesma disse, você está desamparada e odeia esse emprego." Ele sussurrou enquanto colocava o rosto no meu pescoço novamente, e chupava a minha pele. Eu estava sentada no colo dele, e cada uma das minhas pernas estava encostada ao redor dele. Eu conseguia sentir ele ficando mais excitado no meio das minhas pernas. Eu nem sequer fiz merda nenhuma e ele já estava duro. Mas em uma coisa ele tinha razão. Eu odiava esse trabalho. Eu fechei os olhos quando ele começou a lamber, morder, chupar e beijar o meu pescoço. Quando ele percebeu que eu estava muito perdida nas sensações, ele lentamente soltou o meu pulso e puxou o meu rosto para perto do dele. Ele me encarou, olhando dentro dos meus olhos e eu conseguia ver o desejo fervendo nos olhos cinza dele.

Ele pressionou os lábios contra os meus, fazendo com que eu gemesse. Naquele instante, eu comecei a mover o meu quadril sem perceber, me pressionando contra a ereção dele. Ele gemeu e segurou a minha cintura com força. Logo após, mordeu os meus lábios, fazendo com que eu abrisse a boca. Ele aproveitou a oportunidade para enfiar a língua na minha boca. Droga. Ele sabia exatamente o que ele estava fazendo. Eu conseguia sentir a mão dele saindo da minha cintura até o meu short. Eu gemi quando senti ele me acariciando pelo lado de fora do meu short. Ele se afastou e descansou a testa contra a minha.

"E você também gosta disso." Ele disse com o seu sorriso de sempre. Eu estava respirando de forma ofegante, tentando processar tudo o que havia acontecido. Então eu rapidamente saí do colo dele e o encarei.

"Você me faz me sentir como se eu fosse uma puta." Eu disse antes de respirar fundo. Os lábios dele eram como drogas e enquanto eu o encarava, eu percebi que queria beijá-lo de novo.

"Você dorme com outros caras?" Ele questionou enquanto se levantava. Eu balancei a minha cabeça, indicando que não e olhei para ele.

"Então você não é uma prostituta." Ele concluiu.

"Você é confuso para caralho." Eu exclamei enquanto caminhava até a porta. Ele segurou o meu pulso, me impedindo de sair.

"Pense nisso, um relacionamento puramente sexual, sem nenhum sentimento envolvido." Ele disse. "Vai ser bom para nós dois. Eu preciso de uma resposta amanhã." Ele disse.

"Eu vou pensar a respeito." Eu disse e pareceu que ele ficou satisfeito com a resposta, pois ele sorriu. Após dizer isso, eu saí da sala e suspirei. Parecia tentador demais. Não era como se eu fosse virgem. Eu perdi a minha virgindade quando tinha dezesseis anos. Eu não vou dizer que foi um erro pois eu amava o cara e ele me amava também. Nós apenas paramos de gostar um do outro.

Será que eu devo aceitar ou não?