Capítulo 2 PRÓLOGO

MISTÉRIO

"A mais bela e profunda experiência que um homem pode ter é a sensação do mistério. É o princípio fundamental da religião, bem como o de todo o esforço sério que está na base da arte e da ciência. Parece-me que todo aquele que nunca passou por esta experiência, se não está morto, estará, pelo menos, cego. "

Albert Einstein, My Credo, 1932

O termo mistério vem do grego μυστήριον e do latim mysterium. Os dicionários atuais apresentam basicamente o significado de algo que tem causa oculta, desconhecida, incompreensível ou inexplicável. Usava-se, no passado, também para indicar práticas secretas de religiões.

Einstein mostrou claramente que o mistério está presente na base da vida humana, inclusive em seus aspectos científicos. Basta conhecer um pouco mais das teorias e descobertas da física na quântica e na teoria das cordas para observar o mistério em que vivemos.

Interessante, também, saber que o termo sacramentum (consagração, tornar sagrado) foi o termo escolhido no latim eclesiástico para traduzir a palavra mysterion, que vem da raiz muo com o sentido de ser iniciado ou ser instruído.

Assim, o termo mistério é usado para indicar o que está além da compreensão e que – como diz Einsten – é a mais bela e profunda experiência de um homem.

SOMBRIO

Nos tempos sombrios,

Se cantará também?

Também se cantará

Sobre os tempos sombrios.

Bertolt Brecht

O mundo é cheio de sombras ou trevas, podemos imaginar o menor lugar ao tão poderoso universo, quantas sombras. Tenebrosos, são pensamentos, desejos, e o universo que guarda tanto mistério. Uma noite sombria, uma caverna, um local frio e escuro, mesmo com o sol reinando no céu, tem sempre algum lugar sombrio, um lugar assustador.

Sempre tem alguém repleto de tristeza, de melancolia; triste, melancólico, taciturno, carrancudo, severo, querendo de alguma forma mostrar sua aparência sombria, se escondendo na mais suave neblina até ao fundo de uma caverna, um poço mais denso de escuridão.

Sem esperanças, alguém pode estar na escuridão, sem perspectivas, e desanimador, se deixa levar ao macabro, algo sinistro, tornando desesperador tudo à sua frente, restando aos seus olhos um futuro sombrio.

Até na luz mais forte existe escuridão, então não importa o quão sombrio você seja, sempre virá uma luz para ficar ao seu lado, seja ela boa ou ruim. (ScapularLoki)

Estão presentes nessa edição, exatamente Capítulos em Contos que mesclam desde o macabro ao suspense, ao horror à imaginação.

Na grande maioria desses contos, temos Léo Bargom explorando a Imaginação e todas as suas facetas.

Um mais sensitivo, outro mais reflexivo, mas, de uma forma ou de outra, despertam no leitor alguma forte emoção.

O livro começa com vários contos, que são bem intuitivos. Temos como problemática a história sobre as almas, segundo as lendas de vários povos, elas vivem em dois mundos, dependendo de sua punição, vagam por lados desconhecidos, mas, presenciado em histórias e visões populares de todos os cantos da terra, e esta transição é que nos traz o medo e a incerteza de sua real existência.

Em Assobios Noturnos, temos uma lenda que todo caçador conhece ou já ouviu falar, Comadre Florzinha. Se o caçador não estiver preparado e não souber lidar com sua presença tudo pode acontecer, nada caçará em noites de Assobios, tudo será confuso na floresta, animais que aparecem e desaparecem sem deixar vestígios, açoites, cães rosnando com medo em sua volta, a mata terá vida, tudo pode ficar contra o caçador, nada escapará de sua fúria.

Temos também O Ataque do Lobisomem, onde um fazendeiro espera pela chegada da fera, mas não contava com a ajuda de um caçador de mistérios o qual vai o ajudar a combater o lobisomem, Pedro Beato soube do que aconteceu em sua fazenda e com intuito de descobrir a verdade sobre esse ataque chega bem na noite que a fera irá atacar novamente.

Em O Mistério das Mortes no Poço Fundo, temos nesse conto o encontro de Pedro Beato, a Jornalista Ana Gomes e João do Jipe, que juntos vão ao Poço Fundo em busca dos mistérios das mortes que ocorrem periodicamente sem que se tenha uma explicação.

Temos aqui ainda Vultos Noturnos, em noites que não sabemos explicar pessoas podem ver coisas que não sabemos ao certo se são verdades ou mentiras, mas quem ver afirma que que é pura verdade e nestes vultos são vistas pessoas conhecidas ou familiares que voltam para trazer um recado ou apenas dizer se estão em um lugar bom ou ruim.

Estes contos são apenas o início das aventuras de Pedro Beato, Ana Gomes e João do Jeep, outras aventuras virão e muitos mistérios poderão serem resolvidos e muitos outros permaneceram ocultos, mas o caçador de mistérios não desistirá em quanto houver mistérios para desvendar.

Léo Pajeú