Capítulo 4 Uma tarde agitada

Anne não entendia o porquê de Evans lhe tratar daquele jeito, pois apenas havia falado com um de seus amigos, o que a deixava com um desconforto desconhecido em seu peito, mas resolveu esquecer, pois precisava forcar no jantar.

Ao sair de seu transe, ela percebe que Elliote se encontrava á duas ruas a frente, para alcançá-lo, jovem começa a correr.

Depois de caminhar por algumas ruas, os dois chegam no açougue de seu Manoel. Ao entrar no recinto, são recebidos por Lily com um sorriso gentil.

- Elli, Anne! O que desejam?

- Olá Senhora Lily, tudo bem? - Pergunta retribuindo o sorriso

- Sim querida, e você? Soube que está com alguns problemas para escrever, se quiser Josh pode lhe ajudar, ele acabou de terminar o curso de letras.

Era surpreendente para Elliote, como as notícias se espalhavam por Bibury.

- Senhora Thompson queríamos um quilo linguiça de porco e banha de gado, por favor- Diz interrompendo a mais velha

-Oh sim, desculpe, irei falar com Manoel - Diz saindo do caixa e caminhando até o pequeno açougue que ficava atrás da loja.

Ao perceber que estavam a sós no recinto. Anne se pronuncia:

– Por que quer me ajudar? – Repetiu novamente a pergunta anterior.

Para a escritora, não fazia sentido Elliote querer lhe ajudar, ainda mais se a trata daquele jeito.

– Já disse, minha avó pediu – Respondeu-lhe observando o local

– Isso eu sei, mas por que aceitou? – Perguntou

Naquela situação Evans se encontrava impaciente em relação a curiosidade da jovem, pois não podia ser bom com a escritora pelo menos uma vez na vida?!

Aquilo definitivamente não era um crime, desde pequeno, gostara de ajudar as pessoas, porém nunca foi fácil para si. Pois desde criança, teve que a agir como adulto, já que nascer em uma família aonde é composto somente por avós, onde seu avô é muito rígido e nada paciente, dificulta seu comportamento e comunicação com outras pessoas.

– Se estiver insatisfeita, desmarque o jantar – Responde impaciente. – Não é como se você tivesse a obrigação de nos retribuir.

– Eu não estou fazendo isso por obrigação, e sim, por que gosto dos seus avós – Retrucou-lhe olhando em seus olhos.

– Que seja – Essa foi a última frase que foi dita pelo mesmo antes de Manoel adentrar a parte da loja.

– Anne, querida, a quanto tempo – Cumprimentou-lhe dando um sorriso

– Oi Manoel – Anne retribui o sorriso para o mais velho – Digo o mesmo, faz um tempo que você não vai na cafeteria.

– Sim, com a correria que estava acontecendo por conta do curso de Josh, ele não podia me substituir. – Era perceptível que o mais velho se encontrava cansado, mas não deixava de sorrir. – Bom, o que desejam?

– Queremos uma linguiça e um quilo de banha de gado

Era impressionante como Elliote conseguia ser direto e indelicado. A escritora não entendera o por quê do homem ser tão rude desse jeito, ainda mais com conhecidos.

– Por favor – Complementou olhando na direção do acastanhado, o repreendendo e que foi ignorada pelo mesmo.

– Tudo bem, irei trazer, querida, faça os cálculos por favor.

– Claro querido – A mais velha vai até atrás do balcão, pega a pequena calculadora, que antes se encontrava no encima do mesmo e começa a fazer os cálculos – Bom, ao total dá 65€ – Pronuncia-se

Anne iria se pronunciar, mas Elliote foi mais rápido, respondendo:

– Coloca na minha conta

– Não, Lily coloca na minha, por favor

Ao ouvir Anne falar aquilo, o jovem acaba por ficar irritado com a mesma.

– Lily, por favor – Diz impaciente

Antes de começar a discutir com Elliote, Manuel aparece com o pedido dos mesmos.

– Aqui está – Diz sorrindo amarelo – Aconteceu algo por enquanto que eu estive ausente? – Pergunta sentindo a tensão entre os dois.

– Não, Manuel, está tudo bem, obrigado. – Elliote anda até o mais velho, pegando a pequena sacola de sua mão – Lily, coloque na minha conta, sem mas. – Disse a última frase se referindo a Anne. – Vamos.

[...]

Naquele momento, Anne queria esmurrar a cara de Evans, pois não podia acreditar que o mais velho havia feito aquilo. Apesar de não ter muito dinheiro, tinha o suficiente para cuidar de si e da casa, mas o que a mais irritava, era forma que ele a tratava.

Ogro, estúpido, idiota...

Vários tipos de xingamentos passavam-se em sua mente, mas apesar de tudo, tinha que reconsiderar o fato de que ele está a ajudando, por obrigação, mas estava.

Os dois se encontravam caminhando de volta para sua casa, mantendo uma distância considerável do mesmo, mas Anne acabara de ouvir um pequeno arfar de Elliote. Ao virar seu olhar para o mesmo, encontra o mesmo segurando varias sacolas, por enquanto que caminham, e foi aí que a jovem percebeu que o mais velho carregava toda compra sozinho.

Anne estava tão furiosa, que não havia percebido que o jovem carregara toda as sacolas sozinho.

– Deixa eu te ajudar – Disse se aproximando um pouco, para pegar uma das sacolas, que logo foi-se negada pelo mesmo. – Deixa de ser orgulhoso.

– Eu estou bem, sem dizer que já estamos próximos da sua casa – Diz

– Elliote, deixe-me ajudá-lo – Anne tenta pegar uma das sacolas de sua mão, o que resultará em vitória. – Pronto, morreu eu ter te ajudado?

Nada foi lhe respondido, o jovem continua a caminhar em direção a sua casa.

Criança

Pensou Anne sorrindo e voltando á caminhar.

[...]

Ao chegar em seu recinto, a escritora abre a porta e adentra no local juntamente com Elliote. Ao entrar na casa da ruiva, ele se surpreende com o lugar, era tudo muito... limpo, bonito, cheiroso e... radiante.

Por um período pequeno tempo o garoto ficou observando o local, principalmente a cozinha, aonde se entrava Anne.

Dália

Pensou Elliote, ao ver os pequenos raios de sol bater nos fios ruivos de Walker. Mas ao perceber que estava á olhando demais, o jovem volta a realidade, indo até a mesa da cozinha e deixando as sacolas encima.

– Bom, qual deles iremos preparar primeiro?

– Melhor o Bangers and Mash e Yorkshire Pudding – Diz abrindo as sacolas.

– Tudo bem, mas vamos começar a fazer o Yorkshire Pudding, já que vai no forno.

– Tudo bem, pegue uma travessa e uma colher, por favor.

Anne vai até o armário onde guardava os potes e travessas, pegando uma grande, em seguida indo até Elliote e entregando-lhe, que logo pegou a agradecendo, o que a surpreendeu.

Ao achar os ingredientes, Evans pega a farinha e coloca metade do pacote na travessa, juntamente com o de leite e os ovos, em seguida misturando com a colher.

Depois de misturar os ingredientes até virar uma massa, o mesmo pega o pano de prato, que se encontrava na bancada ao lado da mesa, e cobre a travessa, deixando a massa descansar.

– Por favor, descasque as batatas – Diz pegando as linguiças e a tirando da pequena sacola – Onde tem frigideira?

Anne caminha até o armário, ao abrir o móvel percebe que a frigideira se encontrava na estante superior e como era pequena, era impossível para mesma pegar o objeto. Mas ela não iria se render, então Walker começa a pular para tentar pegar, até que sente uma mão em sua cintura a fazendo se arrepiar.

Em um ato rápido, a jovem se vira, e se depara com o corpo de Elliote muito próximo do seu, o que a deixou com vergonha do aproximo do mesmo.

                         

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