Carol arregalou os olhos. - É exatamente isso! É animador! - Continuou sorrindo até chegarem no restaurante escolhido por Rodrigo. Carol nem acreditava que ele tinha gostado tanto como ela da visita.
Rodrigo os direcionou para uma mesa mais reservada. - Aqui... - Disse ele puxando a cadeira para ela e sorrindo.
- Obrigada. - Carol estava encantada com o restaurante, era um local grande e bonito, nunca tinha ido ali. Era um local caro, de pessoas ricas.
- Vamos pedir? Estou faminto! - Rodrigo pegara o cardápio sorrindo e erguendo as sobrancelhas.
Ele era lindo, os olhos brilhavam, os cabelos bem penteados dando um ar sério, agora sentada de frente para ele, ela podia notar os bíceps bem definidos sob a camiseta fina. A respiração dele fazendo o peito subir e descer, ele era muito, mas muito sexy.
- Já escolheu? - Rodrigo perguntou encarando-a. Só nesse momento se deu conta que nem tinha olhado o cardápio ainda. Baixou os olhos rapidamente e escolheu o primeiro prato que fixou os olhos.
- Ah sim... vou querer esse. - Carol disse virando para ele o cardápio.
- Humm ótima escolha, eu amo esse prato. - Fez sinal com a mão e chamou o garçom.
Carol olhava para aquele prato a sua frente e via mais temperos do que comida. Pegou o garfo e começou a trabalhar. Colocando tudo de tempero e cebola que encontrava no canto do prato. Devido a concentração, não percebeu que Rodrigo a avaliava. Quando ergueu os olhos, encontrou-o com o cenho franzido.
- O que está fazendo ? - Ele perguntou incrédulo.
Carol deu um sorriso sem graça. - Eu não gosto de temperos...
Rodrigo engoliu seco e sorriu. - Que engraçado... eu amo. - E voltou a se concentrar em seu prato.
Carol terminou de tirar tudo e começou a comer, até que estava gostoso o prato, olhou para Rodrigo. - Muito bom, amei o prato.
Rodrigo começou a rir, mas se controlou. - Claro...
- Que tal dar um passeio no parque aqui perto ? - Propôs Rodrigo depois de comerem a sobremesa.
- Claro, será um prazer. - Carol sorriu.
Juntos foram ao caixa e Rodrigo pagou a conta. Carol gostou da segurança dele, da autoconfiança, da conversa. Ele era um cara legal. Fez bem em aceitar sair com ele.
No parque, tomaram um sorvete e conversaram um pouco sobre suas vidas.
- E então, Cá... - Ele lhe chamara pelo apelido que viu Rafael chamar-lhe, mas somente Rafael usava aquele apelido, todos a chamavam de Carol mesmo, e ao ouvir ele chamar-lhe de Cá causou-lhe um certo desconforto. - Me conte um pouco sobre você..
Carol riu. - Parece uma entrevista isso...
Rodrigo riu junto. - Desculpa, só queria te conhecer mais...
- Sim, eu entendi... - Carol sentou-se em um banco na praça, comendo a casquinha de seu sorvete. - Bem, eu me chamo Carol, tenho 23 anos, nascida no dia 13 de julho.
Rodrigo não desgrudava os olhos dela, ela percebia mas tentava se manter normal diante da situação. - E você?
- Sou Rodrigo, tenho 27 anos, nascido no dia 03 de janeiro. - Sorriu de um jeito encantador e sedutor. - Eu curso Engenharia Mecânica e tenho minha própria empresa... - Ergue a sobrancelha para ela continuar.
- Eu faço Arquitetura, sou estagiária em uma empresa de construção aqui do centro da cidade, faço voluntariado em uma clinica psiquiátrica, onde eu converso, participo das aulas de artesanato, música, e jogos com o pessoal. - Carol pensou um pouco mais. - Talvez mais pra frente eu faça psicologia também...
- Legal... porque você gosta tanto dessa coisa de ir conversar com essas pessoas... - Rodrigo pareceu pensar em suas próximas palavras. - vulneráveis?
Carol sorriu terminando de comer sua casquinha de sorvete. - É uma longa história... mas eu gosto de estar com eles, de dar a eles confiança e atenção... às vezes é só disso que eles precisam sabe ?
Rodrigo parecia não saber, mas concordou forçando um sorriso.
- E música? Que tipo de músicas você gosta? - Ele perguntara, querendo saber mais de Carol.
- Eu gosto de tudo um pouco, mas pop é meu favorito, Lady Gaga é minha diva, mas gosto de várias outras, como Ariana Grande, Rihanna... - Carol riu animada. - Eu também amava a Amy Winehouse e amo Reggaeton, inclusive faço Zumba uma vez por semana. E você ?
Rodrigo mostrava um sorriso meio de lado. - Bem eu gosto de Rock, Heavy Metal, Metal progressivo... e é isso. - Ele sorriu, mostrando os dentes retos e incrivelmente brancos.
- Hummm.. gostos bem diferentes né..? - Carol não se importava muito com isso, música era música, o sentimento que cada um sentia pelo que o tocava na alma era o que importava.
- É... mas nada que um bom treino não mude esse seu péssimo gosto musical. - Ele gargalhou jogando o pescoço para trás, Carol, mal ouviu o que ele disse, só admirava aquele belo homem a sua frente e como ele ficara irresistível quando ria com vontade.
Ela devolveu o sorriso. - E você mora com quem ? - Carol perguntou continuando a conversa.
- Moro com meus pais na casa deles. Mas eles estão bem velhinhos, logo a casa fica só para mim. - Mais uma gargalhada, mas dessa vez Carol franziu o cenho.
- Que horror Rodrigo! Não fala isso. - Carol daria tudo para ter seus pais com ela, morando junto com ela, nunca nem brincaria com a morte deles.
- É brincadeira Cá... não fica assim... - Ele dissera se aproximando dela. Carol sentia o perfume dele invadindo suas narinas, e que cheiro bom...
Carol olhou dentro dos olhos dele, ele tinha os olhos escuros e penetrantes, prendia qualquer uma que se fixasse neles, mas Carol não conseguia ler suas emoções, Carol não conseguia perceber qual seria o próximo passo dele, e isso a assustava, mas também a excitava.
Sentiu quando ele chegou perto de seu rosto, seus lábios quase se tocando, mas sem desviar o olhar. Carol baixou os olhos, olhando a boca carnuda dele, e antes que pensasse em algo ele a beijou.
Um beijo quente, urgente, forçando a língua para dentro de sua boca, Carol entreabriu os lábios, e fechou os olhos. Ele levou as mãos até a nuca dela prendendo-a a sua boca. Carol nunca se sentira tão dominada em sua vida. Ela não queria sair do beijo, mas mesmo que quisesse não conseguiria, tamanha a força que ele lhe segurava. Quando ele se afastou os olhos estavam mais escuros, o semblante sério, mas um leve sorriso nos lábios. - Você é muito linda, e gostosa. - Ele inclinou-se para beijá-la de novo, mas Carol impediu-o colocando as mãos em seu peito duro e forte.
- Vamos com calma... - Carol tinha 23 anos, mas os poucos namorados que teve nunca passaram de beijos, mas com ele, ela sentia que beijos não seriam suficientes e Carol não sabia se estava pronta para isso, nem se era ele "o cara", na verdade ela sempre achara que "o cara" era Rafael, mas depois de tantos anos, ela devia dar a chance a outras pessoas, quem sabe até a Rodrigo mesmo, mas não desse jeito, mal se conhecendo. - Acabamos de nos conhecer... - Ela disse docemente com um sorriso nos lábios.
Rodrigo suavizou sua expressão, engoliu seco. - Claro... me desculpe. - passou as mãos nos cabelos. - Eu acho que foi paixão a primeira vista. Você é maravilhosa... - Disse ele a olhando de cima a baixo. Mesmo sentada Carol sentiu um desconforto. - Seus cabelos são lindos, você sempre os pinta de vermelho?
Carol passou as mão nos cabelos. - Sim, desde a adolescência, mas acho que vou ter que voltar a cor natural por um tempo... - Sorriu de lado.
- Porque ? - Ele interrompeu-a.
- Eu usei um shampoo que acabou com meu cabelo, precisarei fazer uma reconstrução, nutrição, hidratação, e para melhor efeito, o ideal seria voltar a cor natural. - Carol ficara chateada inicialmente, mas agora estava curiosa com a ideia de voltar a cor natural dos cabelos.
- Hummm. Que pena... amei esse vermelho, combina com você. - Rodrigo dissera com os olhos brilhantes.
O resto da tarde fora ameno, com conversas triviais e sem mais beijos.
***
Rafael passara a tarde andando de um lado para o outro dentro do quarto. Dissera a seus pais que tinha trabalho da faculdade, mas a verdade era que não queria explicar sua ansiedade para eles. Já passava das 5 horas da tarde e nada de Carol. Pensara em ligar, mas achou melhor esperar mais um pouco.
Ouviu a campainha e correu para a janela. Era ela. Com os cabelos molhados, mostrando que tomara banho recentemente, um short jeans até o meio da coxa e uma camiseta rosa com um cachorrinho estampado. Rafael nem chegara perto dela ainda, mas podia antecipar o cheiro que emanava dela. Ela tinha o cheiro mais suave e gostoso que ele já tinha sentido na vida, quando ela saía do banho nunca passava perfume, deixava somente o cheiro de sabonete, shampoo e creme corporal, que já faziam-na como um jardim perfumado.
- Ooi Cá... - Disse ele dando-lhe um beijo na bochecha como de costume. E com isso ele só confirmou o que já antecipava, ela embriagaria qualquer um com seu suave aroma. - Como foi o dia ? - Perguntara com um sorriso animado no rosto.
Rodrigo deixara Carol em casa, que aproveitou para tomar um banho e trocar de roupa antes de ir na casa de Rafael. Ao chegar lá, notou que o amigo estava animado e simpático como sempre. Talvez tivesse passado o que era que estava o deixando estranho.
- Oi Rafa. - Carol beijou-o quase no pescoço, visto que era mais baixa que ele e ele se abaixou um pouco para beijar-lhe a bochecha. O perfume dele era sem comparação. Com certeza era o melhor desse universo todinho. O cheiro de Rodrigo era forte e marcante, mas Rafael tinha cheiro de "casa" de aconchego, de segurança. - Ah tenho tantas coisas para te contar. - Carol dera uns pulinhos animada para contar tudo a ele.
Rafael pegou duas cadeiras de praia e levou para os fundos de casa. - Vamos sentar lá atrás?
- Vamos! - Respondeu Carol, seguindo-o.
- Quer chá gelado? - Ele perguntou já abrindo a geladeira.
- Ah quero sim, você lê meus pensamentos. - Disse ela abraçando-o pelas costas, na altura da barriga. Um abraço rápido e fofo.
Rafael sentiu suas pernas fraquejarem quando Carol colou seus seios nas costas dele. Ela sempre fazia isso, de o abraçar pelas costas, desde crianças. Ele sempre jogava a bunda pra trás brincando, mas hoje tudo que ele conseguiu fazer foi se controlar para manter a respiração regular.
Quando percebeu que Carol já estava saindo para os fundos da casa se virou e saiu atrás dela, sentando-se e colocando a camiseta em cima de sua ereção. "Mas que merda! Dei de ficar duro pela minha melhor amiga agora também?!" Rafael virou-se e sorriu ao vê-la distraída mexendo no celular.
- E aí, me conta como foram as coisas? - Rafael sabia que ela tinha saído com Rodrigo e esperava que o colega tivesse sido péssimo, assim talvez conseguisse ter coragem de conversar sobre o que sentia com Carol.
- Rafa do céu, ele foi muito legal, foi no Lar comigo, almoçamos e depois fomos na praça. E ele me beijou!