Capítulo 6 Talvez esteja tudo perdido

Ela só conseguia pensar que todo o seu esforço estava perdido. Toda a tentativa de ser uma pessoa mais social foi em vão. Ela não só achava que Rayanne e Guto a haviam usado, mas que todos da turma tinham fingido ser seus amigos.

No quarto se jogou na cama e chorou. Chorou porque pela primeira vez ela achou que tinha amigos, mas era tudo mentira. Existia detalhes simples que já provava isso, mas ela não havia percebido. Todas as meninas seguiam e se espelhavam em Rayanne. Se Rayanne gostasse de alguém, ou fingisse gostar, todas faziam a mesma coisa, e se ela odiasse, o que acontecia naquele momento, então provavelmente todas a odeiam.

Já Guto era uma incógnita. Ele nunca havia mostrado afeto por Rayanne, pouco falava com ela e essa poucas vezes eram por necessidade escolar. Sempre era ela quem o abordava. Mas Virgínia não os olhava como um suposto casal. Talvez tenha sido por isso que ela se decepcionou tanto com ele. Ela se sentia burra por não ter sido capaz de enxergar nada, de ser um fantoche para eles, um brinquedo. Lembrava de todos aqueles momentos que passou com ele e nem se quer havia contado a ela que tinha algo com Rayanne.

Então as várias vezes que naquela tarde e noite Guto bateu em sua porta, a procurando e mandou mensagens pelo WhatsApp, ela não respondeu.

- Filha, o Guto teve várias vezes te procurando aqui. Porque não falou com ele? - sua mãe perguntava no jantar. Ela não tinha reparado na cara de deprê da Virgínia, porque se tivesse não perguntaria isso.

- Não quero falar com ele. - encheu a boca de comida, mostrando a pouca importância que dava ao que a mãe tinha falado.

- Mas vocês não são amigos? - sua mãe estranhava olhando para ela e para seu pai.

- Não sei, mãe. Pergunta a ele. - disse fria.

            
            

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