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O tom de voz frio e a postura arrogante de Hassan, assustou Karin e ele temeu pela amiga. Hassan parecia realmente não compreender que existiam limites e nem sempre seus desejos poderiam ser satisfeitos. Hassan concentrava novamente sua atenção no trio que jogava no andar inferior e Karin percebeu o momento em seu rosto se fechou de forma ainda mais assustadora. As sobrancelhas estavam contraídas, os lábios apertados em uma linha fina e os olhos azuis pareciam soltar faíscas.
Hassan tinha voltado novamente sua atenção para a mesa de jogo no exato momento em que Heloísa tramava sua próxima tacada. A garota estava de costas para o mesanino e no momento em que debruçou o corpo sobre a mesa, a saia curta e justa lhe moldou de forma obscena a bunda arrebitada em forma de coração. Hassan sentiu o sangue correr mais rápido em suas veias e o coração disparar. Queria interromper aquele jogo e tirar Heloísa dali, mas ainda precisava obter as informações que o irmão detinha. Ele voltou novamente o olhar para Karin, esperando que ele continua-se, mas diante do silêncio que pairou no local ele instigou o irmão.
- Diga Karin, o que aconteceu com ela?
- Eu não sei! Nenhum de nós sabe. Ela passou alguns dias longe da escola e quando retornou, não era a mesma criança extrovertida de sempre. Ela se fechou para todos e mesmo anos depois apenas, apenas eu, Youssef e Jonathan conseguimos furar o bloqueio que ela se impôs. Faz poucos anos que Heloísa começou a sair de casa, mas só o faz se nos três estivermos juntos.
- Mais alguma informação que possa me interessar?
- Hummmm...não sei se vai te interessar, mas Lôlô nunca teve um namorado!
- Está tentando me dizer que aquela garota lá embaixo, vestida como uma prostituta, é uma virgem pura?
- Estou apenas te dando uma informação. Não tenho certeza se ela é "virgem e pura" como você diz, mas tenho certeza que ela nunca namorou. Hassan, Heloísa é como se fosse uma irmãzinha para mim. Não estamos no seu Palácio e nem no seu País, então estou te avisando, não faça nada com ela, não se atreva a obriga-la a fazer nada, deixe a garota em paz. Eu não sei qual é o segredo que Lôlô carrega com ela, mas sei que ela sofreu alguma coisa quando era apenas uma criança. Que fique bem claro...se fizer algo com ela...não é mais meu irmão.
- Ora...ora...o jovem Karin está me ameaçando por causa de uma garota? Vai realmente travar uma guerra comigo Karin?
Os olhos azuis dos dois travaram uma batalha silenciosa. Hassan não temia o meio-irmão e faria o que bem entendesse apesar da ameaça do jovem. Karin mostrou que carregava sangue real em suas veias e não era um covarde, defendendo suas crenças com firmeza. Hassan estava orgulhoso do irmão e como sua intenção era levar Karin com ele, não iria afastar Karin com uma briga, ao contrário, iria ficar mais próximo do irmão, o que automaticamente colocaria Heloísa próxima também. Os lábios dele formaram algo que parecia ser um sorriso.
- Irmão, prometo não fazer nada que a garota não queira ok? Se você não tem nenhum interesse nela além da amizade, não vamos brigar por conta disso, mas se ela me quiser você não se colocará no meu caminho, combinado?
Hassan ergueu o copo de Whisky num brinde, aguardando a resposta do irmão. Karin meneou a cabeça negativamente diversas vezes, mas por fim, levantou seu copo e tocou o do irmão.
- Combinado.
- Ótimo!! Vamos descer e nos divertir um pouco com os seus amigos? A vida no Palácio as vezes é um pouco maçante e eu raramente posso desfrutar da liberdade que vocês tem aqui.
- Está livre aqui? Acha que eu não percebi que o bar está lotado de seguranças seus?
- Não posso me dar ao luxo de sofrer qualquer tipo de infortúnio Karin. Se algo me acontecer, o que será de nosso País? Este é um dos motivos que me fez vir até você. Tem que voltar comigo e assumir o seu lugar de Príncipe de Dankin. Não pode se esquivar da responsabilidade pela vida inteira irmão.
- Não sou um Príncipe irmão! Sou apenas um universitário criado pelos avós. Nasci neste País e não tenho a intenção de sair daqui definitivamente. Seu pai mandou minha mãe embora e ela morreu ao me dar a luz, longe de você e longe do marido.
- NOSSO Pai não a mandou embora! Ele a afastou por cautela, estávamos em meio uma guerra sangrenta e sua mãe grávida era o calcanhar de Aquiles de nosso Pai. Ele queria que ela desse a luz a você em segurança.
- E nunca se preocupou de vir me buscar? Vocês não vieram nem no enterro dela, os avós me contaram.
- Karin, nosso Pai amava sua mãe. Não foi fácil para ele se casar com uma estrangeira. Nosso povo ficou dividido na época e as guerras entre os califados começaram. Quando nosso Pai entregou o poder a mim, um menino de apenas dez anos de idade, as coisas pareciam ter melhorado e a maioria dos povos até aceitaram sua mãe como a nova Rainha, afinal o poder já havia sido passado para mim, filho de uma legítima cidadã de Dankin, mas alguns continuaram tramando secretamente contra nosso Pai. Quando a guerra eclodiu nosso Pai mandou sua mãe gravida de você se esconder aqui por segurança. Ele não teria condições de lutar se ela estivesse em perigo. Infelizmente ela faleceu ao te dar a luz, a guerra estava quase vencida e a morte de sua mãe por um motivo tal estúpido fez nosso Pai quase enlouquecer.
- Ele me culpa pela morte dela?
- Não irmão...ele não te culpa...não mais.
Hassan desviou os olhos. Ele não podia mentir para o irmão. Durante muitos anos seu pai havia culpado Karin pela morte da esposa amada e nunca quis manter nenhum contato com o garoto, mas agora o Pai deles queria estar junto ao filho que ele teve com a única mulher que ele amou. Hassan era o fruto do casamento de conveniência de seu Pai e Karin era fruto do amor do antigo Sheik de Dankin pela mulher estrangeira.
- Esqueça isso Hassan. Não tenho motivos para recomeçar minha vida em um lugar estranho.
- Não é um lugar estranho. É o seu País, é o seu povo. O mesmo sangue que corre nas suas veias já foi muitas vezes derramado para manter nosso povo a salvo. Não tem como fugir do seu sangue irmão. Amanhã conversaremos mais sobre isso, agora vamos descer e nos divertir com seus amigos. Não se preocupe Irmão, tudo acontecerá como tem que ser. O destino já está traçado.
- Ok...vamos lá! Não se esqueça de não perturbar Heloísa.
- Hummmm...não posso pelo menos tentar conquistar sua amiguinha? Ela já é uma mulher, vai tentar me impedir? Prometeu se manter fora do meu caminho.
Karin deu de ombros, seu irmão era do tipo "pedaço de mau caminho" e estava sempre cercado por mulheres, era um cafajeste, mulherengo, mas se Heloísa se deixasse enfeitiçar por ele, não havia nada que pudesse fazer além de com certeza alertar a amiga sobre o tipo de homem que Hassan era e o que ela poderia esperar de um eventual romance com ele.
Hassan estava de muito bom humor, já tinha um plano para levar seu irmão com ele e de bônus levaria Heloísa para seus domínios. Ela seria dele, não havia dúvidas com relação a isso, só restava descobrir em quanto tempo a garota estaria pulando em sua cama por vontade própria.
Eles se aproximaram da mesa de jogo e imediatamente foram convocados por Jonathan e Youssef para derrubar a hegemonia de Heloísa no jogo. Hassan fixou os olhos azuis nela e após o encarar por alguns segundos Heloísa desviou o olhar abaixando a cabeça. Os olhos dele eram como um oceano profundo e ela sentia seu corpo estremecer sob o escrutínio daquele olhar. Ela já tinha bebido demais e talvez por isso sentia aquela moleza nas pernas. Hassan dobrou as mangas da camisa e olhar dela foi imediatamente atraído para os braços fortes, depois vagaram pelo peitoral e barriga definidos cobertos pela camisa branca que morria displicente numa calça jeans azul clara de caimento perfeito que deixava pouca coisa para imaginação. A maldita calça jeans modelava como uma segunda pele o quadril e as pernas longas e muito bem torneadas do homem. Devia ter muitos músculos por baixo daquela roupa. Percebendo a direção de seus pensamentos Heloísa desviou o olhar para a direção do bar e mordeu o lábio inferior. Nunca tinha olhado desta forma para um homem, imaginando como ele seria sem roupas, e também nunca tinha sentido seu corpo tremer e sua intimidade ficar úmida como estava acontecendo naquele momento. Ela estava tão distraída com seus pensamentos libidinosos que só percebeu a aproximação dele quando ouviu a voz bem próxima de seu ouvido.
- Gosta do que vê? Não me olhe desse jeito, senão terei que mandar evacuar o bar e fazer amor com você em cima desta mesa.
Heloísa levantou a cabeça e o encarou assustada. Ele tinha visto o olhar dela. Ele sabia o que ela estava pensando. As bochechas de Heloísa ficaram vermelhas feito um tomate e um calor absurdo subiu pelo seu pescoço fazendo seu rosto queimar de vergonha. Ela o tinha despido com o olhar, assim como ele tinha feito com ela quando foram apresentados. Hassan estava em pé só seu lado, passando giz displicentemente em um taco. Aquele homem era muito descarado, o fato dela ter olhado para ele, não lhe dava o direito de dizer aquele tipo de coisa para ela. Ou dava? Ela nem tinha coragem de rebater a fala dele, por que ele tinha razão. Olhando para mesa de snoke, Heloísa imaginou os corpos dos dois ali agarrados um ao outro, trepando. Ela ouviu a distância a voz de Jonathan e balançando a cabeça saiu daquele topor sexual.
- Vamos jogar!! Heloísa e Youssef contra Karin e Hassan. Eu serei o juiz!!
- Joguem vocês! Eu já ganhei demais por hoje! Vou ficar só olhando o quanto vocês são fracos.
Ela colocou seu taco de volta no aparador e fez um gesto para o garçon que imediatamente veio até ela e encheu novamente seu copo. Pelos pensamentos que estava tendo já havia bebido demais, mas precisava desesperadamente beber algo para apagar o calor que sentia. Hassan percebendo que ela tinha a intenção de se afastar desafiou os jovens.
- Escolham um de vocês para jogar comigo. Se o representante de vocês ganhar, cada um de vocês podem me pedir o que quiser. Se eu ganhar eu peço o que eu quiser para vocês.
Youssef foi o primeiro a se manifestar, seguido por Jonathan, ambos já embriagados e Karin que estava razoavelmente sóbrio e não perdeu nenhum olhar entre o irmão e Heloísa.
- Qualquer coisa?
- Até uma Ferrari zero km?
- Qual seria o seu prêmio Irmão?
- Saberá se eu ganhar.
Karin imaginou que o irmão não seria idiota o suficiente para reivindicar Heloísa como prêmio de um jogo de snoker. Então concordou.
- Lôlô será nossa representante
- Eu!!!??? Já falei que não quero mais jogar, idiotas!!
Os amigos não se contentaram com a resposta dela e insistiram.
- Vai Pilantra....o que custa tentar ganhar uma Ferrari para cada um de nós?
- Lôlô não me decepcione...você é nossa melhor chance.
- Você vai ganhar dele.
Olhando para os amigos, Heloísa se perguntou por que ela ainda andava com eles. Eram três idiotas sem nenhuma noção do perigo.
- Tudo bem! Eu jogo, mas se eu perder não me peçam para ajudar a pagar o prêmio. O lucro é nosso, o prejuízo é só de vocês.
Heloísa pegou o seu taco e passou giz na ponta, enquanto Jonathan ajeitava as bolas coloridas sobre a mesa. Hassan parou ao lado dela e seguia com os olhos o movimento das mãos dela no taco, suspirando profundamente. Queria desesperadamente aquelas mãos no seu corpo. Os dedos longos e finos terminando em unhas perfeitas pintadas de um tom neutro acariciavam o taco de maneira quase erótica, fazendo o volume em sua calça crescer. Aquela garotinha o estava deixando de pau duro sem sequer colocar as mãos nele, imaginou como seria quando a tivesse em seus braços. Ele se aproveitou que os três rapazes estavam distraídos combinando o prêmio que seria pedido e abaixando a cabeça sussurou no ouvido da mulher, enquanto cobria a mão dela sobre o taco com as suas mãos, parando o movimento dela.
- Está me deixando excitado com isso! Quer me matar antes mesmo do jogo começar?
Heloísa o encarou, mordendo nervosamente o lábio inferior, o que só serviu para excitar mais ainda o homem ao seu lado. Naquele momento ela gostaria de ser tão descolada com ele quanto era com seus amigos e ter algum tipo de resposta já pronta, mas seus amigos não falavam daquela forma com ela e nem a olhavam com aquele ar predatório. Ela mal conseguia raciocinar e estava quase esquecendo onde estavam. Ele soltou a mão dela e levou a mão até o lábio que ela mordia o pressionando para baixo com o polegar.
- Ahhh...essa boca!!! Heloísa...Bebê...você me excita!!
Heloísa parecia estar sob o efeito de um encanto, os olhos dela estavam fixos na boca dele e ela teve certeza que se não fizesse algo iria ser beijada ali mesmo, na frente dos seus amigos que a infernizariam pelo resto de seus dias. Ela se afastou um passo e adotando a postura mais relaxada que conseguiu respondeu a provocação com um olhar de desdém.
- Se está assim por tão pouco, deveria procurar uma mulher urgente Velhinho!
Os lábios e os olhos dele se contraíram e ele pareceu mais perigoso que antes. Quando ele falou, o tom de voz dele era baixo e sexy e a dubiedade da frase fez os cabelos da nuca dela se arrepiarem.
- Velhinho!!?? Eu não preciso procurar, já achei a mulher que pode me satisfazer! Vamos ao jogo Bebê, eu prometo que serei delicado com você!