Capítulo 4 Mais segredos são revelados

Dentro das áreas comuns e de livre circulação, as que Sophia mais gostava era do jardim, com uma imensa área verde, árvores frutíferas e bancos, e da biblioteca, onde passava horas viajando , perdida em histórias.

Haviam muitos espaços para circular, dentre eles os espaços de ensino e áreas de lazer.

Sophia se dividia entre a biblioteca e o jardim, entrava nos espaços de ensino somente quando seguia seus horários de estudo e atividades, que eram bem rígidos.

Haviam poucos momentos em que ela poderia estar só com seus pensamentos.

As regras do orfanato eram bem claras e rigidas, seguidas de punição quando quebradas, Sophia no entanto se dava bem com regras, ao contrário da amiga que adorava quebra-las.

Quinze dias haviamse passado desde a chegada de Anna ao orfanato e elas pouco se viam, Sophia sentia dentro dela que não poderia contar sempre com as pessoas no futuro, pois elas nem sempre eatariam ao seu lado.

Naquela tarde, Sophia estava perdida em pensamentos e adentrava uma sala de estudos, onde havia algum tipo de conversa, sem muito prestar atenção na situação, ela se depara com uma porta nos fundos onde duas siluetas aparecem em sombra, através de um vidro embaçado.

Curiosa para saber quem poderiam ser, a menina se aproxima com cautela e medo.

Uma voz familiar vinha daquela sala isolada. Parecia ser uma discussão.

- Você precisa se lembrar o porque está aqui Anna. Você precisa me ajudar com ela. Mas você fica brincando comigo. ( A pessoa parecia alterada e bateu em algo que fez um barulho alto).

- Estou cuidando dela.

- Como? Me diga? Ela passou o dia sozinha ontem.

- Ela estava bem.

- Nao brinque comigo, você sabe muito bem do que sou capaz.

- Tá tá, estou tentando, mas ela não larga e nem fala nada sobre o livro.

- Que livro? Do que está falando? ...

Sophia acabou se assustando e fazendo barulho, era sobre ela, sobre seu livro.

Ficou claro nesse momento que ela estava em perigo.

O que haveria acontecido em seu passado que ela não conseguia se lembrar?

Será que ela precisava se proteger de todos?

Sophia sentiu seu coração apertar enquanto corria para se esconder.

- Era ela, tenho certeza, o que faremos agora?

- Por hora nada, você já fez sua parte, obrigado Anna.

A porta se abriu e apenas uma pessoa saiu lá de dentro.

Desde aquele momento nunca mais se veria Anna novamente.

Sophia correu para o quarto, e se deitou entre a parede e sua cama, parecia o lugar mais seguro para ela naquele momento.

Era horário de aula integrada com a turma 2, e ninguém apareceria.