Capítulo 4 Senhor You está ficando ocioso

Depois de pensar por muito tempo, Lucas decidiu que iria procurar por seu pai.

Fazia muito tempo que ele não visitava a vila da família, ele preferia o silêncio de seu apartamento para ter maior concentração.

Seu trabalho exigia muito estudo e dedicação e seu pai estava sempre disposto a chamar a atenção de todos, em todos os lugares.

Sua mãe foi uma renomada cirurgiã cardíaca, mas interrompeu a sua profissão devido a vida tumultuada de seu pai. Ela não tinha mais tempo para dedicar-se ao trabalho.

Lucas, desde pequeno sonhou em atuar na área médica e começou a admirar o trabalho de seu pai, mas nos últimos tempos, ele vinha descobrindo cada vez mais coisas sobre a família You, e, acabou por deixar de admirar seu pai.

Ainda que respeitasse a figura paterna, preferia estar distante de seus familiares e ficar recluso no seu canto.

Ainda faltava muito para que ele obtivesse sucesso por seus projetos mais recentes; seus investimentos no desenvolvimento de tratamentos para doenças cerebrais consideradas graves ainda estava em fase experimental, ele precisava acalmar seu pai, até que tudo estivesse concluído e a fase de produção iniciasse.

Depois de adiar por alguns dias a visita, ele foi novamente abordado em sua sala. Dessa vez a abordagem foi a gota que derramou o copo.

Quando Lucas abriu a porta da sala presidencial do hospital teve uma péssima surpresa. Uma das novas obstetras, estava completamente despida, fazendo uma pose sexy, ou tentando fazê-la, em cima da mesma do presidente.

"O que significa isso?" Ele perguntou vermelho de raiva, e com um pouco de vergonha pela situação vexatória.

"Oi, Senhor presidente!" A mulher tentou parecer sedutora enquanto falava... mas a impressão que Lucas teve é a de que parecia uma gata no cio.

"Recomponha-se e deixe imediatamente a minha sala. Não sei o que pensou que estava fazendo, mas isso é o cúmulo do ridículo... SAIA!" A última palavra ele gritou.

"Sei que poderemos nos divertir..." Ela falou, passando a ponta dos dedos em seus mamilos rijos.

"F.O.R.A D.A.Q.U.I" Lucas falou por entre os dentes.

"Mas....." A médica não queria dar-se por satisfeita. Ela sabia que tinha uma figura curvilínea. Era difícil aceitar que estava sendo rejeitada pela primeira vez na vida.

"Apenas dê o fora daqui..." Quando a médica começou a chorar, parte pela rejeição, parte pela vergonha, Lucas lembrou de mais uma coisa. "Lembre-se, eu nunca precisei ser seduzido. Eu gosto de ser o caçador, nunca a caça. Vá ao RH e peça demissão. Ficaria menos feio para o seu currículo."

Ele não quis saber quem era aquela pessoa. Estava extremamente enfurecido.

Quando ficou sozinho na sala chamou sua secretária.

"Clara! Troque todos os móveis desta sala por novos. Nunca mais permita que alguém entre sem a minha autorização... Ninguém, entendeu?"

"Sim, Senhor!"

"Outra coisa. Qualquer doutora desse hospital que queira falar comigo, com exceção de Sandra, está expressamente proibida." Ele parou por alguns segundos e depois concluiu sua fala. "Se eu entrar em minha sala e alguma mulher estiver aqui dentro, não importa o motivo, você sofrerá todas as consequências."

Sem dizer mais nenhuma palavra ele saiu pisando duro.

Não poderia mais adiar a visita aos seus pais. Seu pai, Fernando, estava ficando completamente doido.

....

Ele dirigiu por todo o caminho muito irritado. Quanto mais perto da mansão You ele chegava, mais bravo ele ficava.

A raiva era tanta que ele quase atropelou um menino quando estava próximo de seu destino.

"Dorga!" praguejando ele estacionou o carro do lado de fora da mansão.

considerando que não pretendia demorar ele achou melhor deixar seu carro ali mesmo.

Quando ele entrou foi saudado por alguns funcionários da mansão que ficaram muito felizes em vê-lo, mas ele não foi capaz de retribuir as saudações de maneira alegre. Apenas respondeu rapidamente e foi direto para o jardim, onde imaginou que seu pai estaria naquela hora da manhã.

"Ora, ora, ora... se não é meu filho preferido que chega para visitar seu velho pai."

"Corte a linha. Vamos direto ao assunto... Quem lhe deu autoridade para decidir sobre a minha vida?"

"Decidir? Mas eu não fiz nada!" Fernando deu de ombros, como se realmente não soubesse do que seu filho estava falando.

"Você..." Lucas falou por entre os dentes. Ele não era capaz de acreditar que seu pai fosse uma pessoa tão baixa, a ponto de se fazer de vítima para evitar sua ira.

"Filho! Sente-se, vamos tomar um chá e conversar, estou com saudades de você."

"Chega! Eu sei de tudo. Que você está me oferecendo em casamento como se estivesse vendendo uma mercadoria na feira."

"Como?!" Fernando olhou espantado para seu filho. Quem observasse de fora acharia que Lucas estava sendo desrespeitoso com seu pai. Agindo como um completo ingrato.

"Isso mesmo que você ouviu, não adianta pagar de vítima... eu tenho como provar o que estou falando." Depois de dizer essas palavras, ele virou as costas e estava pronto para sair, mas achou que estava deixando alguma ponta solta. "Ah! Eu já tenho alguém para me casa. Apenas cuide da sua vida. Eu sei quem eu quero. Fique longe de mim!"

Depois que Lucas saiu, a expressão de Fernando mudou completamente. Ele estava com muita raiva de seu filho. Como poderia ser tão idiota...

É claro que não ficaria por isso mesmo. Ele queria que seu filho se casasse com alguém que fosse escolhida por ele. Assim, seria muito mais fácil manipular a fortuna de seu filho.

...

Lucas já estava quase na porta da mansão quando sua mãe alcançou-o.

"Querido! Eu estava com tanta saudade..." Ela falou, dando-lhe um abraço apertado.

"Mãe... eu já estava de saída. Estarei esperando pela senhora em meu apartamento ou no hospital... mas, por favor, apenas a senhora."

"Filho... Fernando é seu pai."

"Não, mãe, ele apenas é um doador de esperma."

Lucas jamais aceitaria alguém de caráter tão duvidoso como seu pai.