Para um menino, sua expressão era assustadora. Como se não bastasse, de repente ele começou a puxar o ar, um beicinho se formou e um berreiro atingiu meus ouvidos.
- Não, não. Para vai! - Eu já havia me desesperado.
Mas pior do quê o choro extremamente agudo do garoto, foi a bronca e olhar furioso da Srta. Carson ao acordar de cara com o bebê chorando, ela me olhava como se eu tivesse toda a culpa.
- O quê pensa quê está fazendo? - Ela grita comigo, nunca há vi assim antes, mas me assusta.
- Eu não fiz nada, só tentei impedi-lo de estragar sua pulseira. - Disse me livrando e entregando o acessório.
Trabalhávamos juntos a alguns meses, me dei conta de quê naquele momento, os cabelos desarrumados de minha secretária e o olhar de fúria, a deixavam estranhamente linda aos meus olhos.
- Ei! - Ela chama minha atenção e noto que estava no mundo da lua.
- O quê?
- Nada. - Ela bufa e revira os olhos como se eu fosse inútil demais.
Deixou-me de lado e esticou os braços para que o garoto viesse com ela.
- Mamãe! - Ele gritou em meio ao choro.
Em seguida se levantou e quando ela o pegou no colo, sua cabeça se deitou no ombro da secretária.
Eu tinha mesmo escutado aquilo? Ele a havia chamado de mãe?
- O quê significa isto? - Chamei a atenção dela.
- Eu não sei, ele está me chamando assim desde ontem a noite. Talvez eu me pareça com a mãe dele. - Ela disse o acalmando balançando de um lado a outro. - Você tem que parar de fazê-lo chorar. - Seu olhar foi de um aviso.
- Mas eu não fiz nada pra ele. - Respondo.
- Exatamente. Você não fez nada! - Ela já aumentava o tom de voz. - Viu ele chorar e não tentou entender, não tentou acalmá-lo. Se for o pai dele, vai ter que aprender Sr. Heughan.
Ela saiu do quarto, me deixando com a angústia e aquela palavra perambulando minha mente. Quase como uma tortura.
Si eu fosse o pai, se aquele moleque fosse meu, estaria então perdido.
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Pov's Samuel Heughan
Depois de tomar uma ducha quente, escovar os dentes e vestir-me, saí do quarto para a cozinha, encontrando um dos guardas entregando algumas sacolas para a Srta. Carson.
- Obrigada Molder. - Ela disse agradecida ao segurança.
- Não tem de quê senhora. - Ele lhe deu um sorriso gentil e saiu.
De verdade me deixava louco o modo como ela conseguia se socializar com tanta rapidez, mas deixando aquilo de lado, minha atenção se voltou para o garoto quê armava um alboroto na sala.
- Que bagunça é essa? - Digo ao ver toda a minha decoração espalhada pelo piso e meus móveis danificados por algo que depois descobri ser tinta.
Eu queria matar o menino, pendurar a secretária e amaldiçoei quem teve a ideia de girino de deixá-lo em minha porta.
- Senta, vamos tomar o café da manhã e discutimos o que vai fazer. - Ela disse tirando algumas caixinhas transparentes e uma garrafa de suco de laranja.
- O quê tem aí? - Perguntei chegando mais perto do balcão.
- Pão na chapa, têm também iogurte natural com frutas. - Ela separou no lado direito do balcão. - Suco de laranja e leite. - Ela terminou.
- Mamãe! - O garoto estava agarrado a sua perna, lançando um sorriso para ela com poucos dentes.
Por um momento cogitei que realmente fosse seu filho, que ela fosse algum tipo de louca e quis me dar alguma lição e por isso deixou a criança na minha porta.
Mas lembrei então de quê já havia estado em sua casa algumas vezes e nunca encontrei nenhuma criança por lá, nem brinquedos.
- Tenho uma teoria.
Ela olhou-me e sentou-se com o menino para dar de comê-lo.
- Ahn?
- Acho que isto aí é ... - Apontei para o garoto se lambuzando com o iogurte. - É seu.
- O quê?! - Ela arregalou os olhos, como se eu a tivesse ofendido.
- Provavelmente sabem que sou seu chefe, por isso deixaram aqui quando não te encontraram em casa.
- Não diga besteira. Eu nunca estive com ninguém. - Ela ri nervosa e eu me pego me intrometendo onde não sou chamado.
- Você é virgem?
- Sou, mas isso não está em discussão. - Ela disse ruborizando.
- Perfeito, estaca zero de novo.
Já começava a arrancar os cabelos, não conseguia mais vê-lo a minha frente.
- O quê eu vou fazer? - Perguntei-a na esperança de uma solução.
- Um teste de paternidade. - Ela respondeu, logo em seguida abocanhando o pão e depois de um tempo um gole do suco.
- Está brincando?
- Não, é o mais lógico não acha?
- Se eu fizer isso, toda a capital ira saber, estará em todos os jornais.
- Vai fazer isso, e vai ainda hoje.
Era praticamente uma ordem vindo dela, antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela desceu do banco e dirigiu-se ao meu quarto.
Eu não conseguia racionar direito, então a segui para descobrir o quê iria fazer.
Há vi dá-lo banho, trocá-lo e por fim penteá-lo e receber sorrisos e beijos do menor. Como ela tinha o controle dele, era algo que não conseguia entender.
Mas por alguns instantes enquanto acompanhava a cena, senti inveja. Nunca tive alguém que me cuidasse daquela forma, nunca fui apegado a minha mãe e odiava profundamente meu pai.
De toda a minha família, apenas Victor, meu primo, era próximo de mim.
A nostalgia pelas memórias e emoções que voltam a minha mente, tomam-me e sem pensar um comentário sai de minha boca.
- Você é daria uma ótima mãe.
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