Eu só queria te chamar de meu
img img Eu só queria te chamar de meu img Capítulo 4 Uma ideia maravilhosa
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Capítulo 6 Um convite indesejado img
Capítulo 7 Consciência pesada img
Capítulo 8 O dia tão esperado img
Capítulo 9 Depois de um dia perfeito img
Capítulo 10 Beijo, música e cheiro de mar img
Capítulo 11 Surpresa e coração partido img
Capítulo 12 Desmoronando img
Capítulo 13 Um romance de dar náuseas img
Capítulo 14 Agora somos três img
Capítulo 15 Segredos img
Capítulo 16 Feliz aniversário, Izzie img
Capítulo 17 A verdade img
Capítulo 18 Apenas duas outra vez img
Capítulo 19 Reencontro img
Capítulo 20 Um baile clichê img
Capítulo 21 Não foi real img
Capítulo 22 Finalmente aconteceu img
Capítulo 23 O beijo certo img
Capítulo 24 Epílogo - Izzie img
Capítulo 25 Ela só queria me chamar de seu – Matteo img
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Capítulo 4 Uma ideia maravilhosa

Meus pais, que tinham passado a noite de sábado para domingo fora em atividades que eu preferia nem imaginar, chegaram na hora do almoço trazendo comida para todos nós. Larissa tinha saído com os próprios pais, mas Matteo ainda estava em casa e se sentou conosco.

Fiquei com receio de que Iago contasse sobre o que fizemos, mas acho que ele ficou com medo de acabar sendo repreendido junto comigo – afinal ele era o mais velho, e tecnicamente quem ficava no comando quando nossos pais saiam.

Por esse motivo, me senti na obrigação de ir até seu quarto agradecer. Meu irmão nunca me poupava de ficar de castigo, inclusive parecia ficar particularmente satisfeito nessas ocasiões.

- Matteo já foi?

- Já não falei para você bater na porta antes de entrar? – ele reclamou em um tom monótono enquanto usava o celular deitado na cama.

Passei para o lado de dentro e fechei a porta, levando aquilo como um "sim".

- Obrigada por ontem. – me aproximei falando baixo porque estava me sentindo um pouco boba e sentimental – E por não contar para os nossos pais o que quase aconteceu comigo.

Com um suspiro, Iago se sentou. Não havia nenhum traço de irritação ou ironia como de costume.

- Izzie... – estranhamente ele parecia quase gentil – Eu só quero que você fique bem. Segura na maior parte do tempo, ou melhor falando, em todo ele.

- Eu estou. – sentei ao seu lado.

- Eu não estarei aqui sempre ao teu lado para te socorrer. – ele parecia tão verdadeiramente preocupado que eu não soube o que dizer, nem mesmo uma piada boba para descontrair – Não sei como será o ano que vem. Vou fazer dezoito anos, descobrir o que será da minha vida e... Só quero que minha irmã fique bem.

Sorri. Era a primeira vez que Iago era tão cuidadoso comigo. Não que ele fosse ruim, só era tão implicante como só um irmão mais velho pode saber ser.

Estávamos mesmo crescendo.

- Vou ficar bem. Não frequentarei festas como aquela. – prometi e ele sorriu de volta.

Depois disso fui para o meu quarto, pensando sobre as coisas que ele havia falado. Mas, em algum ponto, foquei na parte do seu aniversário.

Iago era três meses mais novo do que Matteo. Enquanto meu amor fazia aniversário em agosto, meu irmãozinho fazia no final de novembro – o que acabava significando o final do ano letivo.

Já estávamos em outubro, então faltava muito pouco para os dezoito anos dele. A data não deveria passar em branco, afinal todo mundo espera muito por essa liberdade.

Primeiro, em minha defesa, pensei em surpreender Iago com uma super festa. Ele merecia comemorar, principalmente depois de ter sido tão fofo comigo! Mas, aos poucos, uma ideia foi tomando forma em minha mente.

- Não sei se gosto disso... – Iago reclamou na manhã seguinte, enquanto eu o seguia pela casa.

- Pense bem. Seria uma forma memorável de terminar a escola! – eu estava ansiosa, tremendo de expectativa.

Nos sentamos na mesa para o café da manhã. Mamãe colocou pratos na nossa frente.

- O que seria uma forma memorável de terminar a escola? – ela nos olhou, desconfiada.

- Izzie quer me fazer uma festa de aniversário. – Iago respondeu meio a contragosto, revirando os olhos.

- Isso é uma ótima ideia, Adélia! – papai exclamou, entrando na cozinha – Dezoito anos é um marco. – ele bagunçou nossos cabelos com as mãos - Eu também tive uma super festa.

- Eu sei, Marcos... – mamãe concordou, preocupada – Mas uma festa grande pode ser um problema. Muitos adolescentes para controlar, aluguel de algum espaço decente. Tenho certeza que você não vai querer que seja aqui em casa.

Eu me preparei para rebater, afinal tinha ensaiado mil argumentos, mas não foi necessário.

- Eles estão crescidos, querida, e vão respeitar todas regras. – papai passou os braços ao redor dela – Vão ser responsáveis e aproveitar sem problemas, não vão? – ele olhou seriamente para nós dois.

- Claro. – falamos juntos, e então eu soube que tinha vencido.

No curto período que levei para chegar até a escola, eu já tinha traçado todos os detalhes mais importantes para a comemoração que iria mudar a minha vida – e, claro, homenagear um momento importante de Iago.

Uma festa de máscaras!

Ambiente escuro, todos de máscaras cobrindo os rostos, música, dança e o meu tão sonhado beijo em Matteo. Era tão perfeito que meu estômago dava voltas.

- Máscaras? – Iago perguntou, alto demais, quando abordei o assunto no intervalo das aulas – Você deve estar de brincadeira!

- Não seja chato. – cruzei os braços na frente do peito – Vai ser diferente e marcante. Você não vai querer ser igual a todo mundo.

- Não, ele não vai. – Matteo surgiu por trás de mim. Claramente tinha escutado toda nossa conversa. - Ele adora ser diferente.

Meu coração deu saltos alegres enquanto ele se colocava ao lado do amigo, que fazia uma careta com a declaração.

- Eu gostei da ideia. – Matteo cutucou Iago com o ombro e eu sorri com a aprovação de quem mais queria – Estou à disposição do que precisar, Izzie. – ele me deu uma piscadinha e um soco no braço de Iago antes de se afastar.

Saí quase flutuando em busca de Larissa para contar a novidade. Na porta que levava ao corredor dos banheiros, onde ela passava sempre antes de ir comer, tropecei, e cairia se um par de braços não tivesse me amparado no último instante.

- Opa. – Vitor me equilibrou outra vez sobre os dois pés.

- Oi. – sorri para ele, sem graça.

- Parece que estou sempre te salvando. – ele brincou, afastando as mãos de mim – Onde vai com tanta pressa?

- Contar para Larissa sobre uma coisa. – comecei a me afastar dele – Conto para você depois! – acrescentei por cima do ombro, acelerando o passo, e sabendo que provavelmente não contaria.

            
            

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