/0/2555/coverbig.jpg?v=651b2721696138f3f01d065df4a6d47c)
Fecho meus olhos por alguns instantes, tudo a minha volta está confuso, conto até três, respiro fundo. Me sento no banco do carro e saio do carro, olho ao meu redor; apenas casas grandes e luxuosas, grama bem feita e passeis limpos. O que eu esperava? Se tem dinheiro para comprar uma pessoa, nunca que iria viver de forma humilde.
- Não te trouxe para admirar nada, anda lago.
Não o respondo, não penso, apenas viro de costo e começo a correr. Não posso deixar que tenham minha vida assim, não sou um animal e nem um objeto, preciso conseguir fugir! Só falta mais alguns passos para virar a esquina, tento colocar mais forças nas minhas pernas, no entanto, sou bruscamente parada, as mãos de velho seguram com força meu braço. Isso faz eu perder o equilíbrio e caio de joelhos no asfalto, a ardência é imediata.
- Criança tola! - fala alto e me abriga a encará-lo - Acha que está brincando com quem?
- A única pessoa que vejo que acha que pode brincar com as pessoas, aqui é você, seu velho nojento...
O som estalado na sua mão no meu rosto ecoa, desgraçado, nunca apanhei na minha vida, meu pai nunca se quer levantou a mão para mim. Esse velho levantou e me bateu, não vou ficar apanhada.
- A parti de agora me chame de Don, sua vadia escrota...
Com raiva misturada com adrenalina me levanto do chão e com a mão fechada em punho acerto um soco no rosto desse velho asqueroso. Mas nem parece que bati nele, ele não move nem um músculo se quer, de seus olhos apenas destilam raiva, e eu não fico para trás, em meus olhos tem é ódio.
- Não pense que irei apanhar e não revidarei - fala o encarando nos olhos.
- Senhor - os homens de terno preto vem para cima de mim e me seguram, tento me soltar, mas eles apenas apertam ainda mais os meus braços.
- Vou sentir muito prazer em te educar, mulher escandalosa.
Fala e vira as costas, ele caminha de volta para onde estávamos e sou obrigada a segui-lo pelos seguranças.
Os portões se abrem e não me soltam em nenhum momento, me sinto encurralada, olho para trás e vejo os portões sendo fechados, meu coração aperta, para de tentar me soltar do aperto deles. Eu não quero ficar aqui, mas o que eu posso fazer? Eu estou sozinha, a merce desses miseráveis. A porta da mansão é aberta por uma mulher que fica de cabeça baixa enquanto todos entram, será que eu conseguiria a ajuda dela para fugir daqui?
Eu irei conseguir daqui?
- Podem soltá-la, voltem para seus postos - o velho manda e no mesmo instante sinto meus braços sendo livres - Venha comigo.
- Não quero - falo massageando o aperto em meus braços.
- Não me obrigue a ser violento logo no primeiro dia, aqui não é o seu mundo, a qualquer instante posso torturá-la e queimá-la viva até sua pele derreter completamente, mas não te deixarei morrer. Farei você implorar para te matar logo.
- Você não teria...
- Então experimenta, criança - engulo seco, o medo voltou ao meu ser e me sinto como um passarinho em uma gaiola - Não pense que é especial, nem nada do tipo, do mesmo jeito que comprei você, posso comprar outra.
Apenas o olho incrédula, como alguém pode falar assim? Compras pessoas, como se estivesse escolhendo algum produto na prateleira de uma loja. Quão doente é as pessoas?
- C-como pode falar assim? Pessoas não são produtos!
- No meu mundo são, as únicas que importam é a da família.
- Seu...
- Cuidado com o que fala, você aqui ainda não tem valor nenhum.
- Por que você me comprou? - questiono com a voz baixa.
- Porque ninguém te queria, espero que faça valer o dinheiro que gastei.
Eu não pedi para que ele gastasse nem um centavo comigo, se ninguém me queria, que ele me largasse lá, eu ia dá o meu jeito. Mas não ouso falar nem uma palavra, preciso pensar antes de agir, vou fingir que me conformei e assim eles vão baixar a guarda e na primeira oportunidade eu fujo!
- Muito bem, mulheres caladas costumam ser sabias. Irei lhes dizer quem eu sou, me chamo Aleky Giovanni Martinelli, sou o atual Don da mafia nuestra casa.
Tento, mas não consigo esconder o choque de saber que fui comprada por um mafioso. Mesmo não sendo muito ligada a noticias, já ouvir em rádios e jornais, por cima, o nome dessa mafia sendo mencionado e que atualmente ela estava em guerra. Mano do céu, o que vai ser de mim aqui?
- Não precisa ficar se assustar, na verdade, você deve é se sentir honrada.
- Não consigo pensar em nada, apenas que estou correndo risco de vida.
- Isso você está desde o dia em que nasceu, afinal, só morre se estiver vivo.
- Você é tão engraçado - falo ironicamente.
- Me chame de senhor, ou Don, aqui o respeito vem acima de tudo.
- Está bem - ele me encara e eu entendo o recado - Senhor.
- Assim está melhor. Continuando, como Don eu tenho deveres e responsabilidades, conseguir mulheres adequadas é uma delas, e eu vou fazer você se adequar, mas se não der certo, faço você morrer de forma lenta e simplesmente compro outra para colocar em seu lugar. Vejamos, talvez seja bom eu arrumar uma ainda mais nova que você, vai ser mais fácil ensinar as coisas.
- Não pode está falando serio...
De novo, se controla Luna, se controla. Esse velho nojento ousou me bater mais uma vez, que vontade de quebrar ele na porrada! Mas esse velho se quer sentiu aquele soco que dei nele. Desgraçado!
- Eu não te dei permissão para falar, coloque-se no seu lugar, mulher - fala firme e eu apenas abaixo a cabeça, precisamos saber o momento de recuar - Você está me dando muito trabalho, acho melhor me livrar logo de você e arrumar outra.
- M-me desculpa - mesmo contra vontade, me forço a pedir isso. Não quero morrer assim.
- Não aceito pedidos falsos de desculpa, e o arrependimento eu ainda vou fazer você sentir.
- O que quer dizer com isso?
Ele não me responde, apenas ergue um sobrancelha, já entendi, velho desgraçado.
- O que o senhor quer dizer com isso, Don?
- Melhorou, irei te punir pelas coisas erradas que você fez.
Sinto meus olhos tremerem, como será essa punição? Ele mandará homens me estuprarem? Isso não, não, não, não... Não posso perder minha virgindade assim.
- Como você é nova nesse mundo, não irei pegar pesado. Venha comigo.
Ele se vira e começa a andar, minhas pernas estão moles, sinto o medo percorrer por cada parte de meu corpo, mas reúno toda as forças que ainda restam em mim e o sigo, não quero que ele pegue pesado no castigo. E sinceramente, tenho medo até desse que vai ser "leve", de acordo com ele.
Subimos uma escada coberta num tapete vermelho aveludado de mais ou menos uns trinta degraus, tento a todo instante controlar minha respiração, não quero demonstrar o quão apavorada eu estou. Seguimos por um corredor cheios de portas, e o chão todo forrado com tapete, ser rico é outra coisa. Ele finalmente para de andar, tem um porta de aço atrás dele, sinto meu coração gelar, o que tem atrás dessa porta?
- Como punição pelas inflações de - ele levanta a mão direita - Tentar fugir - vai levantando um dedo para cada coisa que fiz de errado - Ter ousado bater no rosto de seu Don, xinga o seu Don, falar sem permissão e ter duvidados varias vezes da palavra do seu Don.
A cada dele que ele levantou, uma geada percorreu por todo o meu corpo.
- Como castigo, você irá ficar aqui, sem comida e água, até segunda ordem.
Ele abre a porta e não consigo ver nada, está tudo u, breu la dentro. O velho vem até mim e agarra meu braço, por instinto eu quero resistir e não entrar lá, mas se eu fizer algo vai ser pior. As lágrimas já descem de meus olhos, ele me joga dentro da sala e fecha a porta de aço num baque.
Estou ferrada.