Capítulo 2 jantar em família

Amelia não sabia o que pensar o que pensar ou dizer, nada daquilo fazia sentindo e o medo de estar na linha de fogo era maior que qualquer coisa. Para piorar, ela não poderia simplesmente se demitir de seu novo emprego porque havia assinado um extenso contrato com várias cláusulas e entrelinhas, e não correria o risco de criar rixa com um dos maiores advogados do pais que, ainda por cima, é um mafioso.

- Me conta! - Caroline saiu do sofá e correu até ela com animação. - Conseguiu?

Amelia olhou para o chão e deixou sua bolsa de lado, então olhou para ela novamente com um sorriso.

- Consegui - respondeu com pouca animação.

Pelo menos, o salário era bom, pensou ela.

- Eu disse que o meu pai iria te ajudar...

- Não foi com o seu pai. O seu tio, Chase Albretch, sou secretária dele.

- Aí, meu Deus. - A outra franziu o cenho.

- O que foi? - Amelia arregalou os olhos.

- Nada. - Deu de ombros, indiferente. - Eu não tenho muito contato com ele, mas todas as secretárias dele saem traumatizadas.

- Você sabe o por quê?

- Não, eu não me envolvo nos negócios da família. Aliás, meu pai vai dar um jantar mais tarde para a família, você vai comigo, não é?

- Não. - Amelia se jogou no sofá com cansaço. - Essa noite eu vou assistir um filme e comer um pedaço de pizza.

- Não mesmo. O meu pai deixou claro que quer você lá e é bem melhor que ficar comendo pizza.

- Eu não tenho roupa - choramimgou.

- Eu tenho milhares de vestidos, vou escolher um para você.

Caroline correu para seu quarto animada e Amelia soltou um suspiro. Às vezes, ela só queria ser rica, bonita e sem obrigações como a amiga, tudo parecia e era tão mais fácil.

(...)

Depois que Amelia saiu do banho enrolada em uma toalha, encontrou um vestido vermelho em cima de sua cama e passou a mão pela seda macia, colocando-o em seguida. Ela não usava roupas assim, nem mesmo tinha esse tipo de roupa, então se sentia estranha e bonita ao se ver espelho. Ela também sempre estava de calça e camiseta, então se esquecia do quanto seu corpo era bonito e exibia uma cintura fina com peitos pequenos e bunda grande, diferente de Caroline que possuía peitos grandes e bunda pequena, as duas se completavam.

- Eu preciso de só um pouquinho da sua bunda - Caroline falou ao entrar no quarto.

- E eu dos seus seios. O que achou?

- Tudo fica bom em você, mas esse vestido está lindo.

- Eu acho que é muito apertado e chique para um jantar em família.

- Não mesmo. Você tem que ver como as minhas primas e tias vão, sempre tão exibidas.

- Vou confiar em você.

- Vamos, o carro está esperando.

O motorista particular de Caroline parou em frente ao prédio e esperou as duas entrarem. A amiga estava com um vestido preto decotado, que destacava seus seios redondos que, apesar de parecer silicone, eram naturais.

Em poucos minutos, eles chegaram à mansão de Jay Albretch e conseguiam ver alguns membros da família envolta do do Jardim. Eram as primas de quem Caroline falou e elas realmente estavam estavam como ela descreveu.

- Pai! - Caroline chamou com um sorriso, deixando deixando bolsa sobre a mesa de vidro.

- Carol. - Ele sorriu, deixando a taça de champanhe para abraçá-la. - Só marcando um jantar em família para poder vê-la.

- Eu estava muito ocupada. - Ela se afastou entrou apontou para a amiga. - Essa é a Amelia, a amiga com quem estou morando.

Apesar de morarem por meses juntas, Amelia nunca conheceu a família de Caroline. Ela estava nervosa por ser a primeira vez e por ter receio em encontrar Chase.

- Prazer em conhecer. - Jay estendeu a mão. - Ouvi falar muito bem de você.

- O prazer é meu. - Ela sorriu. - Espero que tenha ouvido coisas boas.

- Ela é a minha nova secretária - a voz de Chase Albretch invadiu seus ouvidos.

Amelia se virou e deu de cara com seu chefe segurando uma taça na mão e a outra no bolso, com um terno escuro. Seu coração parou por alguns segundos ao vê-lo ali.

- Ah, então estamos mesmo em família. - Jay sorriu. - Não assuste muito ela, Chase.

- Ela está se adaptando. - Chase entregou sua taça a ela. - Tivemos uma reunião hoje a tarde, ela foi bem.

Ele estava falando como se Amelia não estivesse ali, e ainda havia dado sua taça taça ela. Ela não sabia se deveria beber ou apenas segurar para ele como uma secretária pessoal, mas não estava no seu horário de trabalho. E ela também não era nenhuma empregada dele, com certeza a função de segurar taça não estava nas cláusulas do contrato.

- Como foi? - Jay questionou.

Certamente ele sabia o estilo daquelas reuniões e queria testá-la.

- Foi tranquilo - ela respondeu, tomando um gole da champanhe para disfarçar o nervosismo. - Aprendi rápido como tudo funciona.

- Que bom. - Chase ergueu as sobrancelhas com satisfação. - Espero não ter problemas futuramente.

- Não terá, eu garanto.

- Sua mãe ainda está se arrumando, acredita? - Jay falou para a filha com uma risada. - Vamos falar com ela.

- Estou morrendo de saudade. - Caroline seguiu o pai. - Eu já volto, Melie.

Ela e Chase ficaram sozinhos, escutando a música suave que tocava no ambiente, então passou a mão pelo cabelo e observou a casa para fingir estar distraída e não ter que começar uma conversa.

- Não contou nada à Caroline - ele analisou, quebrando o silêncio.

- Eu não sou mentirosa, sr. Albretch, não se preocupe. - Ela se voltou para ele.

- Eu não disse que era.

Amelia manteu o olhar nele por alguns segundos até ficar desconfortável e fitar o chão. Ela odiava não ser confiante.

- Você está com a minha taça - ele disse.

- O sr. me entregou ela. - Ela devolveu a taça a ele, com a leve marca de seu batom no cristal.

- Não precisa de formalidades aqui, meu nome é Chase.

Ele era tão frio e formal.

- Tudo bem, Chase.

Chase levou a taça aos lábios e tomou um gole, inclinando a cabeça levemente.

- Aliás, esse vestido ficou bem em você - constatou. - Deveria usar roupas assim para trabalhar.

- Você mesmo disse que roupas curtas e coladas são distrações.

- Antes de receber elogios pela nova secretária. - Ele olhou para ela. - É ridículo, eu sei, mas ajuda nos negócios.

- Não vou ser um objeto de negociação, sr. Albretch.

Ele olhou para ela e sorriu, concordando, então saiu com a taça na mão e a deixou sozinha.

            
            

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