Paixão Infernal – Romance Gay
img img Paixão Infernal – Romance Gay img Capítulo 5 Problemas
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Capítulo 6 Irmão gêmeo img
Capítulo 7 A desconfiança img
Capítulo 8 O Convite img
Capítulo 9 O encontro img
Capítulo 10 As provas img
Capítulo 11 A viagem img
Capítulo 12 O Regresso img
Capítulo 13 O passado e o presente img
Capítulo 14 Ligação suspeita img
Capítulo 15 Um corpo infernal img
Capítulo 16 A verdade sobre Kennedy img
Capítulo 17 Armadilha perfeita img
Capítulo 18 O encontro de passados img
Capítulo 19 Última lembrança img
Capítulo 20 A confissão img
Capítulo 21 A proposta - Reta Final - Parte1 5 img
Capítulo 22 A flor da pele - Reta Final - Parte2 5 img
Capítulo 23 Acerto de contas - Reta Final - Parte3 5 img
Capítulo 24 Desejo da verdade - Reta Final - Parte4 5 img
Capítulo 25 Um pedido perfeito - Reta Final - Parte5 5 img
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Capítulo 5 Problemas

- Me perdoa por ter perdido o espetáculo. - disse Aaron adentrando à sala da presidência. Puxou uma cadeira e sentou-se nela. - Mas me conte: como foi?

Saymon repousou o olhar encima dele. Parecia gostar daquilo, de vê-lo rastejando em estrategias baixas e ineficazes.

- Bem. Digo, foi como tinha que ser.

Aaron estreitou o olhar.

- Não entendi! Pode ser um pouco menos implícito?

- Estou querendo dizer que à conversa fluiu. Adam é estreitamente ligado aos negócios, tudo paira sobre isso. - Saymon suspirou com um ar de frustração. - E você?

- Que tem eu? - indagou o rapaz.

- Aonde estava?

- Ah, sim. Reunido com fornecedores. - respondeu pegando à maleta e tirando alguns papéis. - Leia, ver se concorda e assina.

Mais papéis. Sua vida girava entorno da leitura, da interpretação e do ranço. Não imaginava que lidar com negócios seria à coisa mais chata do mundo. Apanhou o masso de papel e colocou encima de sua mesa. Leria mais tarde, agora haviam outros assuntos a ser tratados e com extrema urgência.

- Falou com seu amigo de faculdade? - Saymon desejou saber, mais por curiosidade do que para o profissionalismo.

Aaron balançou a cabeça em negação.

- Ainda não tive essa honra. Porém, assim que nos vermos, irei trocar uma ideia.

Ele levantou da cadeira rapidamente.

- Vai aonde assim tão depressa?

Aaron certificou o horário no relógio de pulso e viu que estava atrasado para o almoço com os japoneses.

- Em mais uma reunião. Dessa vez irei tratar de orçamento com os asiáticos. Vem comigo?

- Não, não. Mas leve a Raven, após ela me repassa.

- Tudo bem então. Até mais.

Aaron despediu-se dele, saindo às pressas da sala.

Sozinho, Saymon ocupou o tempo lendo aqueles papéis. Eram respectivos aos gastos daquele corrente mês, o quanto havia entrado e saindo de seus cofres. Tudo em ordem, sem embargo. Aaron era um excelente diretor financeiro, contava com um grupo profissional e o qual não media esforços para arrecadar milhões e economizar o máximo possível.

Almoçou na catina, e aproveitou para trocar ideia com Petrus, já que nem eram tão próximos.

- Seu sobrinho é um cara genial. Gostei da forma como ele impulsiona as pessoas a gostar daquilo que elas odeiam. - asseverou com muita paciência, pois digerir aquelas palavras falsas e venenosas cortavam a alma. - Além do mais, tem uma boa referência: você.

Petrus amava quando seu ego um tanto avançando era cogitado em assuntos como aquele. Lapidara muito bem o novo Adam; ele não parecia mais tão fraco como tantos tiveram a lisura de vê-lo frequentando lugares baixos e dando aula de incompetência absurda a meros empresários. O Adam, aquele cujo nome significava uma avalanche de conquistas, tinha se tornado não apenas o filho perfeito e que nunca tivera, mas à chave mestre afim de resolver todos os seus problemas. Sorriu. Além do mais, Adam Becker, seria o passaporte rumo à cadeira presidencial.

- Meu sobrinho é uma pessoa de muitas qualidades, Saymon. - garantiu. E o rapaz não tinha ideia do quanto isso o afetaria num futuro próximo. - Ele sempre desejou alcançar lugares maior do que tinha. A ambição, claro, é muito bem vinda ao homem. Não acha?

Saymon garfou um pedaço do frango guizado no molho de tomate e comeu. Mastigou durante alguns segundos, apenas para não ser tão apressado. Costumava medir suas falas, antes mesmo que elas fossem ditas.

- Como diz o Aaron: um homem sem ambição, não é homem, mas metade daquilo que já viveu.

- E ele está correto, Stein. - desembuchou Petrus, tomando um gole do suco natural. - Adam, meu sobrinho, sempre fala que a ambição do homem, é inesgotável. Quanto mais temos, mais desejamos. É um prazer, um prazer maravilhoso.

Por mais que meia dúzia de palavras fosse o bastante, Saymon sentiu algo muito estranho naquelas. Era um homem cauteloso o qual gostava de deixar os amigos perto, e os inimigos, mais próximo ainda. E não sabia, mas tinha ideia do quão importante era manter Petrus ao seu lado, mesmo o odiando intensamente.

- Tem razão. E que tal jantar na minha casa no final de semana? - ele perguntou esperançoso, não deixaria o momento escapulir de suas mãos. - Vou adorar à sua presença, da vossa mulher e de seu adorável sobrinho.

Petrus sorriu. Concordaria, claro, pois manter relações amigáveis com Saymon Stein, estava na lista de prioridades.

- É uma ótima ideia. Assim sua mãe conhece melhor o lapidador de jóias rústicas.

O tom sarcástico não passara despercebido. Petrus usava o conhecimento reduzido de seus inimigos afim de atormentá-los, afinal de contas, era um homem provido de inteligência e sabedoria, costumava usar aquilo afim de se manter intacto. Era como uma camuflagem.

- Pedirei para minha mãe organizar tudo. - ele ajustou os detalhes. - Quero estudar o currículo do Adam, peça para ele trazer pela manhã, por favor.

A fome passou após aquele pedido. A garganta secou e Petrus pode jurar para si que estava vermelho e nervoso. Mas sorriu, pois um sorriso por mais simples que fosse, acalmava pessoas até nos piores momentos.

- Vou... me encarregar disso.

- Que bom. Meu horário estourou. - comunicou limpando os lábios e levantando-se. - Vou aguardar pelos papéis que lhe pedir há alguns dias. Já que está se afastando da empresa, é melhor ficar a par de tudo. Leve para mim o número da advogacia afiliada a Mallmann, preciso conversar com seus superiores.

A atitude não havia sido premeditada. Tentou colocar aquele equívoco para trás e adiar a entrega dos documentos, mas Saymon Stein, parecia começar a gostar dos negócios. Petrus tinha de agir depressa.

- Entregarei meus documentos breve, fique despreocupado. Quanto aos meus superiores, eu mesmo irei contestar minha saída definitiva do grupo Mallmann. - Petrus foi esperto. Era uma presa difícil de cair no primeiro bote. - Ah, terei de ir para casa agora, meu sobrinho precisa está confortável. Com sua licença.

Refeição pela metade. Saymon analisou à postura do advogado é o viu sair apressado da catina.

Às duas da tarde, como o combinado, Raven fora até à sala da presidência repassar os últimos ajustes postos na agenda diária. Sentada na poltrona à frente, contara tudo ao chefe. Saymon adorava a forma de como ela conseguia transmitir aquilo calmamente, sem haver interrupções ou gaguejos.

Raven Schumacher, era uma jovem adorável. Começara a trabalhar aos vinte anos para à empresa do pai, foi altamente paga afim de fazer o melhor trabalho. Cinco anos depois, a garota parecia ter ainda mais experiência.

- E é isso, Sr. Stein.

- Excelente, senhorita. Cada vez mais disposta a trabalhar incansavelmente pela Mallmann. - ele a elogiou.

- Faço apenas o meu trabalho, Sr. Stein. Agora se me der licença, irei terminar sua agenda prioritária de amanhã e logo trago para o senhor.

Saymon à liberou em seguida.

Ele voltou ao trabalho. Atendeu algumas ligações, fechamento de contrato com novos fornecedores e empresas pequenas, parceiras na causa Stein. Às seis da tarde, concluira tudo e estava finalmente liberado para ir descansar.

Odiava voltar a mansão de seus pais e o ar está carregado demais para respirar. Era como um castigo, uma penitência à qual estava obrigado a carregar pelos dias de sua vida.

Sem carro e com motorista particular, ele retornou a Rose Ruschel. Perdera o direito de dirigir anos atrás, quando fora pego alcoolizado no volante. Foi a maior vergonha para Herbert e Angelina, os quais pensaram bastante em internar o filho numa clínica. Amável, no entanto, Angelina foi contrária. Ele se arrependia profundamente daquele dia, quiçá, o único momento de fraqueza.

Heitor estacionou o carro próximo ao jardim da mansão Stein. Aquilo mais parecia um hotel do que uma casa, ainda que sua família fosse minoria. Morava ele, a mãe e o pai, agora apenas os dois. Saiu do carro e agradeceu ao motorista. Caminhou a passos firmes e abriu à enorme porta de madeira avermelhada, encontrando uma sala um tanto cheia para o meio da semana.

Seus primos mais próximos por parte de mãe, estavam agasalhados nos sofás, cadeiras e poltronas. Pareciam conversar assuntos paralelos, até o notarem ali e o silêncio tomar conta do ambiente.

- Por favor, continuem. Não será por mim que irão parar de conversar. - discorreu aproximando-se do grupo familiar. - Para deixá-los mais confortáveis, irei ao meu quarto tomar uma boa ducha.

Seus olhos de um azul quase cinzento, repousaram sobre Benjamin, seu primo mais novo e este desviara o olhar para o nada.

- Por que não fica conosco, filho? - Angelina questionou. Ele olhou entorno e sua presença parecia ferir alguns egos elevado.

- Porque estou cansando e preciso tomar um banho.

Saymon tentou ser o mais cordial possível. Errara muito com aquelas pessoas mais não conseguia pedir desculpas; o passado o atormentava demais, quase diariamente se não ocupasse tanto a mente com o trabalho.

Tratou de ir para o quarto. Jogou a maleta sobre à cama e começou a tirar a roupa, deixando-as dentro de um cesto para ser lavadas no final de semana, quando Claire levava-as até a lavanderia. Apanhou a toalha e pôs envolta da cintura, entrando no banheiro e trancando o boxe.

Ligou o chuveiro e deixou que aquela água fria também lavasse sua alma e trouxesse outra menos densa. Tomado banho, encarou-se no pequeno espelho e sentiu uma leve mudança. Seu rosto havia mudado.

Balançou a cabeça e saiu do box, encarando Benjamin o esperando.

- Que susto, Ben! Quer me matar do coração? - ele perguntou.

Benjamin analisou à figura na sua frente. O tivera visto durante muitas vezes naquela forma... atraente e nada amigável.

- Desculpa. Precisava usar o banheiro.

- E por que o meu?

- O da sala estava ocupado.

- Tá, tá. Agora sai. Quero ficar sozinho. - Benjamin não moveu um músculo. - Tô falando com você, Ben.

- Só me responda uma pergunta... - o ruivo deu um passo à frente. - Aquela vez que saímos, não sentiu nada por mim?

- Aquilo foi um erro. Eu estava bêbado.

- Um erro?

Saymon assentiu.

- Agora se puder me deixar sozinho, vou agradecer. - ele apontou à saída do banheiro. Benjamin estarreceu, mal podia acreditar no que havia acabado de ouvir. - Anda garoto, suma da minha frente.

Benjamin abandonou o banheiro e posteriormente a casa de Saymon também. Ele tinha feito dezenove anos há poucos dias, mas já haviam transado uma vez, quando dormiram juntos na casa de Evelyn, irmã de Ben. O evento casualmente irresponsável, interrompeu uma linda amizade que ambos cultivaram durante anos.

Benjamin recusou-se a deixar explícito qualquer forma de sentimento, mas diferente de Saymon, este era inexperiente e fácil de ser controlado. O erro de ambos, custou mais que laços e dignidade, custou emoções e noites sem dormir.

Saymon ouviu o barulho da porta fechada com força e ódio. E suspirando fundo, passou as mãos no rosto, apressando-se em sair do banheiro. Vivia uma constante luta, à qual aos poucos se rendia. De um lado havia sua mãe, à bela e ambiciosa Angelina, do outro, seu pai, com Alzheimer e que mal lembrava-se dele e, por fim, os estorvos alimentados diariamente por seus incontáveis fracassos. Por isso adorava uma diversão, mas aquela noite resolveu priorizar a saúde mental.

Não descera para jantar e sentar junto de seus primos, preferiu continuar deitado e pensando e quanto mais pensava, mais à figura de Adam vinha na lembrança. Era um rapaz muito bonito, no entanto, misterioso. O semblante de quem costumava aprontar sempre; a fala de alguém experiente e ao mesmo tempo, preocupado e medroso. Como seria desvendar aquele terrível mistério? Não sabia. Não sabia absolutamente nada sobre Adam Becker.

Frustrado por haver pensado demais, dormiu cedo e acordou às sete da manhã com a mesma rotina miserável de sempre. Acostumou-se aquilo nos últimos cinco meses: dormir, acordar, e trabalhar. E repetia-se no dia seguinte e assim por diante. Quando terminaria? Quando iria se permitir a viver intensamente como nos últimos tempos?

De terno e gravata, ele desceu e tomou café rapidamente, mal olhou nos olhos de Claire ou de sua mãe. Tomara uma distância nos últimos dias, e seria assim até quando quisesse.

O seu motorista, aquela altura, o esperava dentro do automóvel.

- Bom dia, Sr. Stein. Como tem passado?

- Muito bem. Temos como ir embora depressa?

O homem de meia idade assentiu, sabia o quão escuro era seu patrão, à pergunta sem resposta já fazia parte do quotidiano.

Às sete da manhã, avançaram para a Mallmann Enterprise, ali próximo, uns dez minutos de Rose Ruschel.

                         

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