O Doce Aroma da Sedução
img img O Doce Aroma da Sedução img Capítulo 4 Um disfarce
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Capítulo 6 Um homem da lei img
Capítulo 7 A chegada surpresa do CEO img
Capítulo 8 A espiã img
Capítulo 9 O retorno da Rainha img
Capítulo 10 A acompanhante do CEO img
Capítulo 11 Um paparazzi img
Capítulo 12 Quase flagrada img
Capítulo 13 A admiradora secreta do CEO img
Capítulo 14 Encontrando com mafiosos img
Capítulo 15 48H para não morrer img
Capítulo 16 O doce aroma da Sedução img
Capítulo 17 A surpresa para o CEO img
Capítulo 18 Uma noite de prazer img
Capítulo 19 Entre dois homens img
Capítulo 20 A promessa de vingança img
Capítulo 21 Uma semana para matar img
Capítulo 22 Uma aniversariante inesperada img
Capítulo 23 A FBI img
Capítulo 24 O Night club img
Capítulo 25 O lenço perfumado img
Capítulo 26 A minha primeira vítima img
Capítulo 27 A busca pela modelo perfeita img
Capítulo 28 O Fim antes do começo img
Capítulo 29 O CEO a minha espera img
Capítulo 30 O acordo com o CEO img
Capítulo 31 O reencontro img
Capítulo 32 Um convite para morte img
Capítulo 33 A corrida mortal img
Capítulo 34 O Adeus img
Capítulo 35 A vida do CEO por um fio img
Capítulo 36 Salvatore img
Capítulo 37 O traidor img
Capítulo 38 A ameaça img
Capítulo 39 A escolha do CEO img
Capítulo 40 Entregando ao prazer img
Capítulo 41 Na mira do homem da lei img
Capítulo 42 Encurralada img
Capítulo 43 Confissões perigosas img
Capítulo 44 A chegada do meu ex-marido img
Capítulo 45 O cerco está se fechando img
Capítulo 46 Como dizer a verdade img
Capítulo 47 Os doloridos beijos img
Capítulo 48 O caro silêncio img
Capítulo 49 O chamado do azar img
Capítulo 50 Entre o dever e o coração img
Capítulo 51 Mentiras insanas img
Capítulo 52 Uma visita da América img
Capítulo 53 A mina de ouro img
Capítulo 54 A Chegada a Califórnia img
Capítulo 55 O casino img
Capítulo 56 A tenebrosa reconciliação img
Capítulo 57 Um amor em segredo img
Capítulo 58 A ilha deserta img
Capítulo 59 Ultima noite img
Capítulo 60 Ultimo capítulo: A promessa de retorno img
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Capítulo 4 Um disfarce

Paris, presente

O desfile de carros dos convidados durou quinze minutos, então pedi ao meu taxista que estacionasse num lugar discreto próximo à fachada principal e decidi caminhar até a área que eu presumi ser de serviço. Chegavam carrinhas que descarregavam mercadorias que eram entregues aos funcionários e todos, sem exceção, eram revistados e questionados sobre a sua identidade. E como se não bastasse, ainda eu teria que lidar com câmeras de segurança instaladas em pontos estratégicos, que tornariam uma invasão sem derramar uma única gota de sangue, uma opção quase impossível.

Um cenário implacável, que mesmo sem conhecer esse Jean, eu posso apostar que ele seja um homem perspicaz e desconfiado do qual eu deveria me manter bem distante.

Infelizmente, a minha estreia em Paris não poderia ter começado melhor, revirei os olhos. Entretanto, para esta noite e como todas as outras da minha vida, eu não aceitaria uma derrota.

Continuo caminhando, esperando encontrar um guarda que pudesse ser corrompido ou uma brecha nessa grande "muralha". Eu cresci cercada por uma, logo, não poderia ser tão difícil assim. Mas para a minha sorte, o destino está desejoso de brincar com as nossas vidas e fez com que um enorme baralho chamasse a minha atenção. Há uma mulher chorando nos fundos ao tempo que uma moto foge.

- Estás bem? - corri para socorrê-la.

- Estou, mas eu queria não estar! - Não foi um assalto, posso ver pelos olhos dela. Roubaram algo pior, um sonho, provavelmente.

Seria o clássico "homem foge após surgir as responsabilidades"?

- Quem sabe assim, tudo terminaria... - ela soluça e chora, borrando toda a maquiagem. - Eu não deveria estar aqui, preciso entrar para servir na festa. O meu rosto deve estar horrível!

Uma hospedeira da festa, que perfeito...

- Não vou mentir! Está sim. - de facto, não está tão ruim, mas ela não precisa saber.- Eu conheço a responsável pela festa. Se fores trabalhar assim, nunca mais arranjas emprego em lugar nenhum.

- Não, isso não! Eu preciso trabalhar. Seremos dois...- ela leva as suas mãos, a sua barriga e eu acabo lembrando sem querer da minha. Tento afastar esses pensamentos e me foco no que tem que ser feito.

- Eu posso te ajudar!

- Como? - ela pergunta confusa.

- Que tal não trabalhares esta noite? Podes me entregar o seu crachá, eu mesma falarei com a Amélia. Não terás problemas, somos muito próximas. Precisas repousar! - a minha voz encena um misto de gentileza e amabilidade.

- Merci, Madame, mas eu preciso do dinheiro...

Sempre é uma questão de dinheiro. Uma das razões que o dinheiro importa tanto quanto uma arma a um mafioso. E essa lição eu sei de cor...

- Isso não é um problema! - retiro da minha carteira um volume de notas presas umas às outras. - Isso é suficiente?

As suas pupilas cresceram e se fosse um desenho animado, brilhariam.

- É mais que eu ganharia nesta noite, senhora.

- Usa o restante para pagares um táxi. Onde moras?

- Num lugar que nunca uma dama como a senhora iria. Mas é só pedir para ser levada para o bairro onde ninguém quer ser encontrado.

- Um pouco misterioso...- brinquei, colocando o dinheiro numa das suas mãos e pegando o crachá na sua outra mão.

- Quem sabe um dia eu vá!

- A senhora é muito gentil. Um anjo!

O Lúcifer também era, então faz algum sentido.

- Agradeço. Fazer o bem sem ver a quem! - recito uma frase que eu li pela manhã num blog qualquer, sem remorso, todas saíram a ganhar. - Agora tenho que ir, não posso perder o melhor da festa...

Despedi-me, mas aguardei que ela fosse embora primeiro, me precavendo das chances dela esbarrar com algum outro funcionário da festa. Então, regresso ao lugar onde eu deixei o carro.

- Madame, depois de todo esse tempo, essa corrida lhe custará um preço salgado.

- Deixe de gracinhas, Luigi! - arranco a sua peruca com as mãos, permitindo que as suas mechas ruivas fiquem à mostra, proporcionando um ar Jovial ao rosto de um homem de trinta anos e musculado.

- Ei! Não se desmascara um homem assim. - Ele protesta, arrebatando novamente a peruca das minhas mãos. - Achas que a Amélia me reconheceu?

- Não, ela não nota os que estão numa posição social inferior a dela. Esteja tranquilo!

- Não estou com medo! - ele afirma. - Eu fui secretamente o homem de confiança do seu pai, quando ele morreu, eu soube que deveria ser o seu. O Anthony nunca conquistou a minha lealdade.

- Agradeço! Mas eu preciso de ti lá, com ele, para eu saber dos seus passos. Ele não pode desconfiar de nada.

Ele consente e entrega para mim a mochila com uma dúzia de roupas e sapatos para as diferentes situações que eu previ enfrentar nessa noite. Preparo-me para trocar e imediatamente ele vire o rosto para frente. Eu sei que ele fará uma pergunta a seguir, os seus dedos estão ansiosos batendo contra o volante.

- Se essa Amélia estiver mentindo, o que pretendes fazer?

É uma pergunta séria, porém, não posso me dar o luxo de dedicar toda a atenção merecida. Bancos de carro não são o melhor lugar para se trocar.

- Eu não pensei sobre isso. Só sei que se ela brincar com a única coisa que importa para mim, que é recuperar a minha filha, eu irei tirar tudo o que ela mais deseja. Eu preciso descobrir todos os seus pontos fracos, então eu estarei em condições de enfrentá-la. Por agora, estou em suas mãos...

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- Identificação, s'il vous plaît!

Hoje à noite, nem Francisca, nem Chloé. Suzy é a minha identidade neste momento e eu estou torçendo para que eu não me perder em tantos papéis. Dou o crachá para o segurança e ele confirma o carimbo e a assinatura da Amélia. A entrada é liberada e mal coloco os pés numa pequena sala para as refeições e as fofocas habituais dos funcionários, é me entregue um uniforme preto e branco.

- Apressa-te, menina! A patroa não está para brincadeiras.

Minutos atrás confundida com uma madame agora com uma garota. Esse é o poder de usar umas calças jeans, tênis e t-shirt, diferente do uniforme que inevitavelmente me levará de volta à formalidade.

- Ela está assim porque o Jean lhe disse que o seu homem não virá à festa. Vocês viram aquele vestido? Se arrumou para nada - comenta uma senhora e outra caiu em gargalhadas.

Ambas são duas senhoras de meia-idade que trabalham na casa a tempo inteiro.

Eu não me importo de trocar na frente delas, não quando o assunto é mais do que meu interesse.

- Pelo que eu ouvi, ele viajou em trabalho, acompanhado de modelos belíssimas.

Então é verdade! Ela tem um caso com um homem ligado à moda. No entanto, não parece estar indo de vento em popa. E esse Jean deve ser um amigo bem próximo, para ela mandar e desmandar na criadagem como bem entender.

- Estou pronta! - falo após passar a mão nos últimos vínculos da blusa.

- Leve esses copos à cozinha principal. Só ir em frente e virar-se à direita.

- Sim, senhora!

Ela coloca sobre as minhas mãos uma bandeja recheada de copos do mais puro cristal. Sinto-me um malabarista com uma plateia invisível que torce para eu me desequilibrar. Porém, as aulas de etiqueta sobre postura não serviram só para andar de salto e ser elegante, são úteis nestes instantes.

Ao chegar na cozinha, coloco a bandeja sobre o balcão e é impossível não reparar nos detalhes, desde aos móveis em tons de laranjeira, todos os eletrodomésticos importados, luzes que se acendem com sensores de movimento. Esse Jean é tão rico quando eu suponho que o amante da Amélia seja e talvez mais apaziguado. Se o outro não passa de um caso incerto como cochichado pelas criadas, qual seria o motivo dela o preferir?

- Garota! Os empregados de mesa estão esperando pelas taças, vem!

É a voz da Amélia, que não me reconheceu de costas e encará-la se torna uma revelação tremenda.

- Francisca? - ela engole em seco, piscando os olhos algumas vezes.

- Surpresa em me ver, querida Amélia? - ofereço o mesmo sarcasmo que ela me decepcionou quando eu cheguei na festa. E sinto que, enquanto a minha diversão acaba de começar, a sua está prestes a terminar...

            
            

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