Capítulo 5 Finalizando o almoço

- Amiga, eu acho que você deveria conversar pelo menos com o Mauricio, ele é seu irmão mais velho e seu melhor amigo, ele vai saber melhor como te ajudar.

- Jaque, estou pensando seriamente nisso, mas se eu for conversar com ele terei que ter a Beta do lado, pois não sei o que ele pode fazer.

- Agora cá entre nós, pela sua cara deve ter acontecido mais alguma coisa no sábado.

Tentei disfarçar, mas não rolou, definitivamente eu não sei mentir para eles dois e acabei contando o restante dos acontecimentos de sábado e os dois me olharam como quem me repreende.

- Meu pai amado! Amiga, que confusão foi essa que você se enfiou? – Rodrigo me diz e aceno em confirmação.

- Mas pelo menos o final foi interessante, me conte mais sobre o gato que você dormiu. – Meu amigo estava muito curioso.

- Aí é que está eu não me lembro de nada, só me lembro que depois de ser assaltada fui para um bar e comecei a beber como se quisesse entrar em coma alcoólico, depois só lembro do cara da tatuagem de fênix conversando comigo e eu despejando todas as minhas lamúrias nele. Lembro que ele não queria me deixar beber mais, porém fui taxativa e disse que beberia sim quantos copos eu quisesse beber e depois disso só lembro de acordar sem roupas na cama do motel ou hotel, sei lá, eu nem vi direito, só sei que fiquei com tanta vergonha que sai correndo de lá.

- Você acordou sozinha?

- Não. O cara da tatuagem estava lá dormindo.

- E você não foi dar uma olhadinha no rosto dele?

- Lógico que não, sai de lá às pressas e andei até encontrar uma senhorinha e pedir o celular emprestado para ligar para Maumau ir me buscar.

- Você foi besta, deveria ter dado uma olhadinha no cara.

- Estava com vergonha demais pra isso. Vocês sabem que não gosto de sexo casual e outra, o que iria conversar com o homem? Dizer que não lembrei da noite ou perguntar o que tínhamos feito? Como agradecimento deixei cem reais no travesseiro.

- Você tratou o cara como se fosse um prostituto? – Minha amiga pergunta em choque e eu nem sei o que responder, será que o cara se sentiu assim? Será que ele se sentiu usado e descartado?

- Nós sabemos como você é certinha, dona Afrodite. Você está morando onde? – Rodrigo me pergunta tirando-me de meu devaneio.

- Nesse momento estou na casa do meu irmão e, minha cunhada e eles insistiram para que eu morasse com eles pelo o tempo que precisasse, mas já avisei que hoje começo a procurar um apartamento para me mudar.

- Deusa, meu apartamento é espaçoso demais para um cara só. Por que você não vem morar comigo assim rachamos as despesas e fazemos companhia um para o outro?

- Mas não quero te incomodar, porque eu sei que você adora sua vida de liberdade e eu na sua casa só te atrapalharia.

- Quem disse que você me atrapalha? Pode parar de bobeira e aceitar, eu te amo e lá vou poder ficar de olho em você.

Penso por alguns instantes e recebo olhares de "anda logo, aceita" e por fim acabo me decidindo.

- Eu só aceito se você me der certeza que não irei te atrapalhar – ele revira os olhos e pega minha mão.

- Se me fizer essa pergunta mais uma vez vou me irritar contigo, ando meio cansado dessa vida de farra e vai ser ótimo ter a companhia de alguém que realmente gosta de mim.

- Ownt! Eu amo você – abraço meu amigo que retribuiu e minha amiga limpa a garganta para nos lembrar que também estava ali.

- Eu também te amo, sua chata. – E a puxo para se juntar a nós no abraço, ficamos assim por um bom tempo até que percebo os olhares das pessoas em nós e acabamos nos sentamos. - Bom! Se você diz que não vou te atrapalhar eu aceito.

- Sabe que vou viver na casa de vocês, né?

-Já que é assim, você pode nos ajudar com a mudança da Afro hoje.

- Mais já? – pergunto incrédula.

- Claro né bonita, depois você decora do seu jeito e assim não te dá a chance de desistir.

- Obrigada, os dois, por me ouvirem e me apoiarem nessa situação difícil que será a minha vida.

- Nem precisa agradecer. Agora acho melhor irmos para não chegarmos atrasados e o "capeta-mor" nos comer vivos.

Pagamos a conta e, rindo, fomos embora. Assim que retornamos do almoço e meus amigos tomam seus postos e assim que estava indo para o meu posto meu "adorável" chefe estava em sua porta olhando para o relógio, assim que me viu ele bateu no objeto chamando a minha atenção, olhei para ele e fui para a minha sala trabalhar. O que eu fiz? Qual o problema dele comigo?