Passado Obscuro
img img Passado Obscuro img Capítulo 4 Suspeito
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Capítulo 6 Passado img
Capítulo 7 Lembranças img
Capítulo 8 Desconfiança img
Capítulo 9 Novo Vizinho img
Capítulo 10 Segredos img
Capítulo 11 Decepção img
Capítulo 12 Perseguição img
Capítulo 13 Acordo img
Capítulo 14 Evidências img
Capítulo 15 Descobertas img
Capítulo 16 Desejo img
Capítulo 17 Dúvidas img
Capítulo 18 Novas Provas img
Capítulo 19 Acompanhada img
Capítulo 20 Psicóloga img
Capítulo 21 Verdades Escondidas img
Capítulo 22 Alucinações img
Capítulo 23 Invasão img
Capítulo 24 Sequestro img
Capítulo 25 Confrontando img
Capítulo 26 Novas Descobertas img
Capítulo 27 Passado img
Capítulo 28 O Inesperado img
Capítulo 29 Evidências img
Capítulo 30 Destino img
Capítulo 31 Epílogo img
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Capítulo 4 Suspeito

Jack Narrando

Desde que essa mulher adentrou o departamento de polícia, eu senti, sabia ter algo errado, percebi que daria muita merda trabalharmos juntos, mas é claro que eu não podia desacatar a ordem do meu chefe. Porém, isso não quer dizer que eu precisava estar colado nela para desvendar esse mistério.

Decidi então deixá-la sozinha para fazer seu trabalho e fui ligar para um amigo próximo, ele é um racker e pode ir a fundo sobre a morte de Lisa. Mas, infelizmente, ainda não tivemos sucesso.

Escutei passos atrás de mim e suspeitei que pudesse ser a tal mulher, só não imaginava o que viria a seguir.

Viro, despedindo-me do meu amigo e já estava até mais calmo com relação a estar perto dela, contudo, o jogo virou completamente. Ela estava com a arma apontada para mim, me acusando de matar minha própria esposa, a mulher com quem passei anos ao lado, a que mais amei nessa vida.

- Calma, senhorita Baker. - levanto as duas mãos e em um movimento curto, para não arriscar ser baleado, coloco o celular no bolso.

- Nem um passo a mais, senhor Carter... Ou eu atiro! - ela está séria e não treme a mão no gatilho.

- Você está se precipitando. - respondo ainda com as mãos para o alto.

Ouço o som de viatura se aproximando, o que me faz arregalar os olhos, tendo a certeza de que isso não é brincadeira.

- Prendam-no! - Emma ordena a quem quer que esteja atrás de mim.

Quando iria virar para ver quem é, já estavam me algemando e me puxando bruscamente, como se eu fosse um criminoso para fora da minha casa.

Os vizinhos curiosos, obviamente estavam do lado de fora, alguns chegaram bem perto do gramado de minha casa, tentando saber do que se tratava.

Colocaram-me dentro da viatura e minha vergonha foi tamanha, que nem reparei em mais nada ao meu redor.

**

- O que tem a dizer em sua defesa, senhor Carter? - Emma está em pé, com o tronco inclinado e as mãos na mesa, segurando um papel.

Sim, estamos na sala de interrogatório.

- Eu não matei Lisa. - mantendo firmeza no olhar, é tudo que posso dizer.

- E como explica a peça de roupa que ela estava usando, estar jogada na lixeira, se ela foi supostamente encontrada por você em casa e estava totalmente ensanguentada? Só havia uma única mancha de sangue na roupa quando encontrei hoje em seu quarto... Você lavou? Ou melhor, tentou lavar?

- Não, eu nunca toquei nisso! - altero um pouco meu tom de voz, já ficando nervoso - Lisa foi levada ao hospital do jeito que encontrei, como eu poderia ter feito isso? - trinco o maxilar e dou um tapa na mesa.

- Me explique você, já que é suspeito do crime. - gesticula, apontando para mim.

- Adoraria, mas eu não matei Lisa! Ela era minha esposa, droga! - reverbero e sinto meu peito subir e descer freneticamente, pois, não sei como me livrar disso.

- Senhor Carter, nos ajude a te ajudar - ela respira fundo, apertando o osso nasal entre os olhos, com os dedos, provavelmente tentando se acalmar - Você tem alguma prova de que não é o assassino? Porque só assim poderemos te liberar.

Solto um longo suspiro.

- Por favor, por tudo que é mais sagrado, acredita em mim... Eu sou inocente, estão culpando o cara errado. - abaixo a cabeça, perdendo a esperança.

Batem na porta e Emma vai até lá.

- Obrigada. - apenas escuto sua voz, não levanto a cabeça para ver.

Ela retorna até mim, estalando os dedos repetidamente, chamando minha atenção.

- Bem, senhor Carter... Tenho aqui em minhas mãos a prova final que dirá se você é ou não o nosso assassino. - divido meu olhar entre ela e o papel, engolindo em seco.

A verdade é que mesmo tentando não demonstrar meu desespero, por dentro estou morrendo de medo, apesar de ter convicção que sou inocente.

Emma abre o papel e começa a ler o que está contido nele, abrindo cada vez mais os olhos à medida que lê, isso só me dá a certeza do meu destino.

Ao concluir a leitura, olha para mim, mas não consigo decifrar o que há em suas íris azuladas.

- Eu já estava começando a acreditar em você, mas você não passa de um pilantra que teve coragem de matar a própria mulher. Como pôde, Jack?

- Mas eu não... - não me deixa concluir.

- Já chega! - bate na mesa com ambas as mãos - As provas não mentem e você está preso pelo assassinato de Lisa Carter. - vem até mim, puxando meu corpo bruscamente, fazendo menção para eu levantar.

Como estou algemado, se torna mais difícil, então sou levado para fora da sala, sentindo todos os olhares sobre mim.

Alguns colegas meus balançam a cabeça em negação com a situação.

- Tenho direito a uma ligação. - tento retrucar enquanto sou posto na cela antes de ser levado para a prisão definitiva.

- Você tem o direito de permanecer calado! - Emma diz irritadiça.

- Ele tem razão, detetive Baker. - um dos meus colegas de trabalho concorda, me fazendo sorrir sem mostrar os dentes.

- Obrigado. - comprimo os lábios.

- Não me agradeça ainda. - ele abre a cela, me algemando novamente e me leva até o telefone.

A única pessoa que penso nesse momento é meu advogado, só ele poderia me salvar agora. Pois, não tenho mais ninguém, além de Lisa, quando estava viva.

**

Dois anos atrás...

Lisa Narrando

Em um dia comum, eu estava de mudança, peguei a estrada a caminho da nova cidade que pretendia morar. Estava bastante contente, era somente eu, meu conversível vermelho e a brisa leve do vento em meus cabelos, até a gasolina do carro acabar e me deixar na mão, sem ter combustível extra, nem um posto por perto.

Tentei novamente dar partida, mas a porcaria não funcionava de jeito nenhum. Bufei em frustração. Estava em uma cidade pacata, onde eu não conhecia ninguém, nem mesmo fazia ideia de onde poderia encontrar um lugar para pousar.

Olhei ao redor e tudo que via era mato, não havia nada, além de mato e uma ovelha pastando.

Larguei a chave na ignição, já exausta de tentar e não conseguir. Encostei a cabeça no banco e fechei os olhos, porque o teto estava abaixado e o sol pegando fogo.

Alguém bateu no capô do veículo, me forçando a abrir um dos olhos, pois, o sol estava muito quente e bem em cima de mim. Tudo que vi foi a belíssima imagem de um homem, vestido de policial. Ele era alto, musculoso, tinha os cabelos castanho-escuros e os olhos castanho-esverdeados, não me julguem em tê-lo analisado dessa forma.

Sempre tive uma queda por homens fardados.

- Em que posso ajudá-lo? - perguntei gentilmente, sorrindo.

- Algum problema? Precisa de ajuda? - parou ao lado do carro, tendo um olhar de preocupação sobre mim.

- Ah, não se preocupe, foi só meu carro que me deixou no meio do nada, mas farei algumas ligações e logo tudo estará resolvido. - informei-lhe, tentando convencê-lo.

Ele riu, me encantando com seu sorriso.

- A menos que a senhorita conheça alguém aqui por perto, sinto informá-la que ficará o resto do dia exatamente onde está - arqueou as sobrancelhas - Não há como se comunicar com qualquer ser humano nesse fim de mundo, não pega sinal - mexeu no bolso de sua calça, retirando o celular - Olha. - apontou para a tela.

Encolhi-me completamente sem graças, porque menti, mas realmente não queria incomodá-lo.

- Tenho um ideia, posso te levar para onde quiser e no caminho ligamos para buscarem seu carro. Que tal? - fiquei um tempo parada, vidrada no sorriso dele - Então...? - sua pergunta me tirou do transe.

- Claro, eu aceito. - não prestei atenção em sua pergunta, mas seja lá o que fosse, tinha que ser algo bom.

- Vamos. - meneou a cabeça, me chamando.

Peguei meus pertences, retirei a chave da ignição, indo até o porta malas. Quando viu o tanto de coisa que eu tinha, arregalou os olhos, abismado.

- Você não é daqui, acertei? - dei uma risada nasal, enquanto caminhávamos até o carro dele.

- Não, vim de uma cidade vizinha, não muito longe, porém, bem pequena.

- Ok! - abriu o bagageiro do veículo e põe minhas malas - Seja bem-vinda a Illinois, senhorita...? - fez menção para que eu dissesse meu nome.

- Anderson, Lisa Anderson. - estendi a mão para ele, esperando que retribuísse meu gesto.

Assim ele o fez.

- Bem-vinda, senhorita Anderson. Sou Jack Carter. - sorrimos um para o outro.

Até eu pigarrear e ele dar conta que precisávamos seguir caminho.

Ele me deixou em casa e eu fiquei o observando atrás da cortina, escondida, para não ser vista, sorrindo. Quando ele iria saindo, olhou rapidamente em direção a janela e sorriu. Em um ímpeto, saí, só parei de me esconder quando tive a certeza que ele havia ido embora.

Depois fiquei um tempo encostada na janela como uma boba, mordendo o lábio inferior, claramente sonhando acordada com alguém que nem me notou.

Dias depois nos esbarramos numa cafeteria.

- Olá, senhorita...? - crispou os olhos, tentando lembrar meu nome.

Eu ri.

- Lisa. Pode me chamar assim, é mais fácil.

- Concordo. Posso te pagar um café? - observou minhas mãos vazias, constatando que eu ainda não havia comprado um.

- Não quero incomodar... - entreabri os lábios.

- Não é incômodo algum. Na verdade, estará me fazendo um grande favor, costumo ser bem solitário. Então, aceita? - tinha expectativa no olhar.

Passei a língua nos lábios e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Tudo bem. - meneei a cabeça em afirmação.

Sentamos numa mesa e logo estávamos conversando e rindo bastante, sempre que possível ele me encarava com os olhos brilhando. Fazia tempo que eu não me sentia tão bem com alguém.

Quando nos despedimos, ele me deu um cartão de visita com o número dele e disse que eu guardasse para usar sempre que necessário.

onfesso que nunca tive coragem de ligar, ele poderia até mesmo pensar que eu era uma mulher atirada ou coisa do tipo.

Até que numa noite, decidi ir a uma balada com uma amiga e enquanto dançávamos, percebi olhares atentos sobre mim, como não sabia quem era, nem me dei ao trabalho de tentar reconhecer o rosto.

Porém, os olharem permaneceram sobre mim e minha amiga cochichou algo em meu ouvido que me fez olhar na direção de quem quer que fosse, fazendo com que nossos olhos se encontrassem. E para minha surpresa, lá estava ele, o policial gato, por quem eu me encantei.

Ele tinha um sorriso de lado e um olhar bem penetrante, que me fazia suspirar e sentir arrepios por toda minha pele.

Não suportando mais essa tensão entre nós, pedi licença a minha amiga e fui até o banheiro do lugar. Após fazer xixi, fui até a pia lavar as mãos e aproveitei para passar um pouco de água no pescoço, quando sinto uma parede de músculos atrás de mim. Em seguida, ouço o ranger da porta, indicando que estava sendo fechada.

Aspiro o aroma no ar e pude sentir perfeitamente o cheiro dele.

- Acho que errou de banheiro... - comento sem olhar para trás.

- Estou exatamente onde deveria estar - sua voz soa rouca - Porque não me ligou? Esperei ansioso por ouvir sua voz outra vez. - ele vai se aproximando de mim e meu corpo se já se acende completamente.

- É... - ele põe a mão quente em meu pescoço. Sua pele está em brasa.

- Você está magnífica... - cheira meus cabelos e seus lábios roçam em minha pele e já não respondo mais por mim, porque o desejo tanto quanto ele me deseja.

Ele me virou bruscamente de frente para si, prendendo meu corpo contra a pia e tomou meus lábios para si urgentemente, como se precisasse daquilo para viver. Em seguida, abaixou minha calcinha e ergueu meu corpo, sentando-me na pia, abriu a calça, expondo seu membro e me penetrou com força, o som dos nossos gemidos se abafaram e duvido que qualquer pessoa do lado de fora tenha escutado, já que havia muito barulho no local. Aquela sensação foi surreal e nunca tinha feito uma loucura como essa antes.

**

Após esse dia, tudo ia bem, iniciamos uma relação e decidimos morar juntos, estávamos felizes, ou pelo menos achei que estivéssemos...

            
            

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