O acordo
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Capítulo 5 O acordo

Conversa

Sinto a alegria transbordar quando chegamos em casa e vejo

Lucy parada do lado de fora vestida com uma saia azul-marinho e um blazer

na mesma cor. Seu cabelo está preso e o sorriso largo em seu rosto.

Sorrio e saio rapidamente do veículo assim que ele para. Corro na

direção da minha melhor amiga, a abraço e damos gritinhos de alegria ao nos

ver enquanto Gael apenas nos observa.

Sei que muitos achariam estranho ver uma empregada e sua patroa

agirem deste jeito, porém, nunca vi Lucy desse jeito e, às vezes, sem mamãe

saber, a ajudava no seu trabalho para termos mais tempo livre juntas.

- Estava morrendo de saudade - digo separando nossos corpos.

Lucy sorri e acaricia minha bochecha.

- Eu também, depois quero saber tudo sobre sua viagem - diz

alegre.

Gael se aproxima e minha amiga o encara.

- Senhor Brown, bem-vindo de volta ao seu lar.

- Obrigado, Lucy, não precisa de tanta formalidade, se você é

amiga da minha esposa, então se torna minha amiga também.

Lucy e eu nos olhamos e ela concorda sem graça.

- Certo, obrigada.

Meu marido sorri e logo nossas coisas são levadas para dentro da

casa, entro logo em seguida agarrada a minha amiga.

- Seu sogro está aqui, ele chegou tem pouco tempo - sussurra no

meu ouvido.

O sorriso que trazia em meu rosto se desmancha e suspiro.

- Com certeza veio ver o filho e saber como está nosso casamento.

Minha amiga assente e assim que passamos pela porta, vejo Eduardo

parado, com um copo com uísque nas mãos e um sorriso no rosto. Assim que

nos vê, seu sorriso vacila ao ver o braço de Lucy entrelaçado ao meu e fico

sem entender.

- Filho - diz com a voz grave.

- Pai - responde meu marido fazendo um movimento com a

cabeça.

- Vejo que as coisas estão diferentes aqui, mesmo que tenham

acabado de voltar - diz com o olhar fixo em Lucy e eu.

- Como assim? - questiona Gael.

- Os empregados se misturando com os de classe alta - diz

torcendo o nariz. - Mas isso não me espanta, colocou esta mulher como

madrinha de casamento.

- O que foi que disse? - pergunto dando um passo em sua direção.

Gael coloca a mão na minha frente, me impedindo.

- Não é nada pessoal, querida - diz para Lucy. - Só não estou

acostumado a ver pessoas da sua laia, misturados com os de alta sociedade.

- Papai, por favor...

- O senhor fale direito com minha amiga, por favor - peço ríspida.

Ele me encara e vejo o olhar aflito de Lucy.

- Acho que por hoje já deu, não é, pai? - diz Gael nervoso.

Eduardo nos encara e balança a cabeça em negativa, mostrando o

desapontamento.

- Estarei no seu escritório para conversarmos - diz nos encarando

uma última vez e se afastando.

Assim que some da nossa visão, Lucy soluça e começa a chorar.

- Me perdoem por isso, por favor - diz Gael sincero.

- Vá conversar com seu pai para que ele vá embora da nossa casa

logo - digo nervosa. - Agora eu sou sua esposa, fiz um juramento no altar

e irei mostrar que não sirvo só para tomar chá com outras mulheres.

- Laureen... - diz Lucy chorosa.

- Vamos para o meu quarto. - A corto, fuzilando Gael, como se ele

tivesse culpa. - Nos avise quando ele for embora, por favor.

Ele assente e acudindo minha amiga, subo a escada, seguindo para

meu quarto.

***

Gael Brown

Perco Laureen de vista e suspiro ao seguir para o escritório

cabisbaixo. Assim que entro no local, vejo meu pai sentado na minha mesa,

ainda fumando e bebendo. Seu olhar é sério, demonstra nervosismo e eu sei

bem o motivo.

- Vejo que sua esposa está muito bem, diria até mesmo que

engordou um pouco depois do casamento, aparentemente essa viagem fez

bem a ela, e a você, é claro.

- O que o senhor quer? Seja direto.

- Direto - repete levantando, se aproxima de mim.

Observo ele parar na minha frente e seu pomo de adão se mexer.

- Primeiramente quero saber de quem é sua lealdade.

- Como assim?

- Você é leal a quem, meu filho?

- Ao senhor - digo cabisbaixo.

- Se é leal a mim, por que sua esposa parece tão bem? - questiona

com fúria na voz. - Pensei que tivéssemos arquitetado um plano para

destruir os Vargas.

- E vamos, mas repensei algumas coisas e...

Não termino de falar, pois um golpe no meu rosto me impede de fazer

isso, me fazendo cair para trás, além de uma cuspida que papai dá em mim.

Me levanto devagar, sentindo a dor se alastrar pela região acertada, limpo o

cuspe e o encaro.

- Repensou algumas coisas - diz com desprezo. - Não é você

que manda nesse plano.

- Se o senhor ao menos deixar eu terminar de falar.

- Vai me dizer o quê? Que está arrependido de se casar com aquela

mulher e não quer mais vingança pela morte da sua mãe?

- É claro que eu quero! - respondo enfurecido. - Isso tudo

aconteceu porque o senhor permitiu, por que não destruiu Jorge Vargas anos

atrás?!

- Veja como fala comigo - responde andando de um lado para o

outro. - O nosso plano era simples, permitir que a vadia passasse fome e

desestabilizá-la emocionalmente, mas você não foi capaz de fazer isso!

- Sinto muito, ok? Mas não consigo mais enxergar isso como

correto, temos que atingir Jorge diretamente, não sua filha que nem era

nascida naquela época.

- Você fala de um jeito como se nutrisse sentimentos por aquela

mulher.

Percebo que suas palavras demonstram desprezo.

- Está enganado, não sinto nada por Laureen, mas não acho justo

nos vingarmos do pai dela, atingindo-a.

- Antes você achava um bom plano... Você aceitou de imediato

quando propus isso e agora está se mostrando um verdadeiro covarde.

Fico em silêncio, sabendo que ele está certo.

Havia aceitado sim o seu plano de me vingar de Jorge Vargas

atingindo Laureen, porém, poucos dias ao seu lado me desestabilizou

completamente.

A sede de vingança ainda é palpável, porém, não dessa maneira.

Inúmeras vezes tentei maltratá-la, mas simplesmente não conseguia.

"O que está acontecendo comigo, afinal?"

- Não sou covarde - respondo fechando os punhos. - Irei me

vingar da maneira correta, vou destruir diretamente Jorge Vargas.

- E se vai fazer isso, o que pretende com este casamento? -

pergunta me analisando.

- Continuarei casado com Laureen, ela será a maneira de me

aproximar do seu pai e arrancar a verdade dele de uma vez por todas,

quando isso acontecer, colocarei um ponto final nesta relação.

Meu pai me encara e assente a contragosto.

- Vou te dar este voto de confiança, não faça com que eu me

arrependa.

O vejo seguir até a porta e sair, me deixando sozinho com milhões de

pensamentos perturbando minha mente.

***

Laureen Vargas Brown

Entro no quarto com Lucy ainda chorando e a coloco na cama,

pegando um lenço e entregando a ela.

- Me perdoe por este constrangimento, nunca imaginei que aquele

velho faria uma coisa dessas - digo chateada.

- Não se culpe, ele está certo, sou uma empregada... Nem deveria

estar aqui no seu quarto.

- Nunca mais repita isso - digo apontando o dedo para ela. -

Você é minha melhor amiga e sempre vai ser, sua condição financeira não

tem nada a ver com sua índole. Veja, Eduardo, é rico e sem caráter!

Vou até ela e a abraço, beijando o alto da sua cabeça.

- Obrigada, amiga - diz sorrindo.

- Não tem o que agradecer, e para ficar melhor, durma comigo aqui

hoje.

- Mas e seu marido? - pergunta maliciosa.

- O que tem ele?

- Pensei que dormiriam juntos.

Reviro os olhos e dou um tapa fraco no seu braço.

- Não seja boba, nunca dormimos juntos e duvido que isso venha

acontecer.

- Então nessa viagem não aconteceu nada? - pergunta horrorizada.

- Sim..., mas nada demais! Apenas alguns beijos e...

- Conte a verdade, Laureen, eu te conheço, vocês transaram?

- Não, mas ele me chupou e me ajudou a me explorar - digo

animada.

Lucy e eu nunca tivemos problemas em conversar sobre as nossas

intimidades, ela me conhece tão bem quanto eu ela.

- E você se explorou como?

- Eu me masturbei, acho que é isso.

- Aí... Meu... Deus! - diz pausando cada palavra. - Gozou ao

menos?

- Eu não sei! Nunca senti essas coisas antes, é tudo novo para mim.

Conto detalhadamente para Lucy o que havia acontecido, com minha

amiga se divertindo com os detalhes.

- Amiga, o líquido viscoso é gozo - diz rindo. - Sério, sua mãe

nunca ter falado de sexo com você é tão século passado!

- Chega a ser ridículo - digo pensativa. - Eu nem sabia que

gozar sendo virgem é possível.

- É claro que é, atingir orgasmo não tem nada a ver com penetração.

- Suspira, com o sorriso largo, nem mesmo parecendo que passamos por

um momento tão constrangedor com Eduardo. - Agora que vocês estão mais

próximos, você acha que vai rolar?

A encaro e dou de ombros.

- Eu não sei, mas estou louca para descobrir.

No momento certo

Depois da conversa com Lucy, as horas passam rapidamente e

logo após um banho e uma xícara de chá, me deito. Não volto a ver Gael, o

que de certa forma me incomoda um pouco, sei que ele não tem nada a ver

com a ignorância do seu pai.

Quando Lucy finalmente adormece, me levanto e saio do quarto, a

sua procura. Ando pelo corredor escuro e bato na porta do seu quarto, com

ele a abrindo rapidamente.

- Laureen - sussurra me encarando. - Está tudo bem?

- Sim, vim vê-lo - digo me sentindo ridícula.

- Me ver?

- Exatamente, posso entrar?

Ele estranha e concorda me dando passagem.

Olho o quarto e vejo um ambiente bem-organizado e simples.

- Tem algo a me falar? Se não se importa em ser breve, amanhã

tenho que voltar para a empresa.

- Achei que ficaria uns dias em casa - digo torcendo as mãos. -

Quero dizer, nos casamos recentemente...

- Eu ficaria, se estivéssemos em lua de mel e fôssemos um casal de

verdade - responde me observando.

Noto que seu peitoral está de fora e ele usa apenas uma calça de

moletom, que marca seu pênis volumoso.

- Se fôssemos um casal... - repito suas palavras assentindo.

- Sim.

- Me desculpe, é melhor eu ir para o meu quarto, já que amanhã

você vai trabalhar, não quero atrapalhá-lo.

Sigo em direção a porta e ele para na minha frente, o que me faz

esbarrar em seu peito e sentir sua pele quente, me causando um arrepio na

espinha.

- Fale, se veio até aqui, deve ser algo realmente importante.

Afinal, para que mesmo eu tinha vindo até aqui?

- Só queria saber como ficaram as coisas entre seu pai. - Minto

desviando meu olhar do seu.

- Estão bem - diz se virando.

Noto uma pequena mancha em seu rosto e estranho, tendo a certeza

de que ela não estava ali antes.

- O que aconteceu com seu rosto? - pergunto me aproximando e

encostando em sua pele.

Ele geme baixo e se afasta, dando um passo para trás.

- Não foi nada demais, fique tranquila.

- Sou sua esposa, tenho o direito de saber a verdade.

- Então agora você é a minha esposa? - questiona de forma

arrogante. - Estamos casados tem mais de uma semana e até agora o que

menos você é, é ser minha esposa.

- Do que está falando?

- Que, como você mesma gosta de lembrar, nosso casamento é um

contrato. Não finja que se importa.

- Mas eu me importo... Pode parecer ridículo, mas realmente me

importo, apesar de não sermos amigos ou algo parecido. Me diga o que

aconteceu, por favor.

Ele me encara e solta um suspiro.

Observo seu peito subindo e descendo vagarosamente.

- Meu pai me deu um soco, satisfeita em saber?

- Mas por que ele faria isso? - pergunto sem entender.

- Infelizmente isso eu não posso te dizer. Por acaso você falou com

seus pais?

- Está mesmo mudando de assunto?

- Falou ou não?

- Não - admito sem entender o seu interesse. - Amanhã como

você vai trabalhar, irei visitá-los, se não se importa.

- Claro, meu motorista irá com você - diz indo até o frigobar e

pegando uma garrafa de uísque.

O vejo encher o copo e bebericá-lo.

- Certo, então acho que é melhor eu ir para o meu quarto.

- Ainda não me disse o que veio fazer aqui.

- Já respondi, vim saber como ficaram as coisas entre seu pai e

você.

- E você acredita mesmo que eu caio nessa mentira, Laureen? -

questiona levando o copo aos lábios.

Fico em silêncio e dou de ombros.

Mas que merda!

Nem eu mesma sabia o motivo de estar aqui, no quarto dele, apenas

de lingerie e roupão, enquanto ele só usa uma calça.

- Precisava te ver, esta é a verdade, não queria dormir sem antes...

- Sem antes o quê?

- Beijá-lo - admito sentindo meu rosto arder.

Gael coloca o copo de lado e me encara com um sorriso de lado.

- Então você quer um beijo meu?

- Sou sua esposa, não sou?

- Sim, mas desde que nos casamos, você quase não me deu nada -

diz divertido.

Reviro os olhos, ciente do que ele está falando.

- Se vai me provocar, é melhor eu ir para o meu quarto - digo

voltando para a porta.

Mais uma vez Gael é mais rápido e para na minha frente.

- Vai embora sem antes ter o que veio buscar? - questiona me

puxando para perto do seu corpo.

Solto um gemido e sinto sua mão descer pelas minhas costas,

parando próximo a minha bunda.

- Alguma vez já te falaram que você é convencido?

- Sim, já falaram, e a mulher em questão acabou na minha cama.

Reviro os olhos e devagar, coloco meus braços em volta do seu

pescoço, aproximando minha boca da sua.

- Deve ser bem chato para você não ter feito o mesmo comigo.

- É mais do que você imagina, mas sei esperar o momento certo

para isso acontecer - sussurra mordendo meu lábio inferior.

Fico sem reação.

Devagar, ainda mordendo minha boca, Gael começa a chupá-la,

causando ondas de prazer pelo meu corpo. Quando menos espero, ele

entrelaça sua língua na minha, solto um gemido, apertando-o contra mim e

retribuindo o delicioso beijo. Sinto o sabor da bebida enquanto nossas

línguas dançam uma com a outra, fazendo com que ondas de eletricidade

percorram meu corpo, enviando sinais para o meu sexo. Sinto a ponta dos

meus seios ficarem rígidas e minha calcinha umedecer, como se estivesse

molhada. Não entendo, porém, não paro o beijo e sinto Gael segurar minha

mão e levá-la devagar até o meio de suas pernas.

- Pega nele - sussurra voltando a me beijar.

Faço o que ele me pede e pela primeira vez, levo minha mão até seu

pau, o apalpando. Vejo o quanto ele está duro e mostrando-se pelo tato ser

grosso e grande.

Aperto com vontade ainda beijando-o, puxo o cós da calça e a desço

devagar. Gael tira seus lábios dos meus e começa a beijar meu pescoço,

fazendo com que mais gemidos saiam da minha boca. Assim que desço sua

calça um pouco mais, puxo o cós da boxer e enfio minha mão dentro dela,

sentindo sua pele em contato com a minha. Seu pau pulsa e me arrepio,

pegando-o com vontade. É realmente grande, grosso e quente, o que me

deixa preocupada.

E se um dia eu me entregar a este homem?

Esqueço isso e aproveito o momento, apertando com vontade,

enquanto meu marido beija meu pescoço e abre meu robe, encontrando meus

seios por debaixo da lingerie.

- Você está me deixando maluco, é melhor pararmos antes que eu

queira tê-la em minha cama.

Ouço isso e sorrio, continuando a apertar seu pau.

- Você gosta disso?

- Bastante - diz rosnando. - Droga, mulher! Você vai me fazer

gozar sem nem me tocar direito.

Rio e fecho minha mão em volta do seu pau, sentindo seu pênis

umedecido.

- Quer que eu o coloque na boca? - pergunto de maneira ousada.

- Como eu quero, mas hoje não - diz me afastando.

Fico perplexa e arregalo os olhos.

- O quê?

- É isso mesmo, estou com muito tesão e não quero que você faça

algo por conta do calor do momento - diz me encarando. Ele ajeita sua

calça e observo o volume insistente no meio de suas pernas. - Sei que você

está com tesão e não quero que perca a razão por causa disso.

- Você está certo, estou com tesão e quero isso.

- Você quer mesmo, para depois se arrepender e ficar chorando

pela casa? - pergunta estreitando os olhos. - Somos casados, se for para

acontecer, vai ser quando menos esperarmos, não apresse as coisas.

- Eu sou virgem, eu queria perder... Eu...

- Você quer perder a virgindade assim, simplesmente por tesão?

- Sim - respondo convicta.

- Droga, mulher! Você me fode desse jeito.

- Eu quero que você me foda.

- Então foi isso que você veio buscar aqui hoje, uma foda bem

dada?

- Não! - respondo confusa. - Quero dizer, não pense que só vim

aqui para isso, eu nem sei o que aconteceu comigo direito.

Ele ri e assente.

- É melhor ir para o seu quarto, eu estou louco para gozar e não

quero usá-la deste jeito.

Analiso a situação e assinto, pois ele está certo.

Mesmo eu estando louca para perder a virgindade e me sentindo

atraída por ele, não quero que seja assim.

Que vida maluca, dias atrás eu nem queria me casar e agora quero

transar!

- Tudo bem, é melhor eu ir nessa, nos vemos amanhã.

Abro a porta e Gael me puxa, colocando o dedo na minha têmpora.

- Quando você realmente estiver preparada para isso, eu estarei

aqui, não se sinta rejeitada, por favor, porque a desejo mais do que imagina,

mas quero que seja feito da maneira correta. - Beija minha cabeça.

Concordo saindo do seu quarto e sigo para o meu, completamente em

choque por conta de tudo o que acabou de acontecer.

Sangue, dor e corpos

Acordo assustada, olhando em volta para me recordar onde

estou. Vejo Lucy em pé e em seu rosto há um sorriso reconfortante, me

trazendo para a realidade.

- Bom dia, dorminhoca - brinca terminando de se arrumar.

Balbucio palavras inaudíveis, me espreguiço, levanto e vou para o

banheiro. Faço minhas necessidades e rapidamente começo a me preparar,

ansiosa para poder ver meus pais, quer dizer, mamãe, para ser mais sincera.

Penteio meu cabelo, escovo os dentes, lavo o rosto e me maquio.

Assim que termino, sigo para o quarto novamente e procuro algo confortável

para vestir. Minhas coisas estão organizadas nos cabides, o que facilita,

escolho uma calça social, sapatos de salto agulha e uma blusa de seda clara.

- Como estou? - pergunto a Lucy, que está parada, me observando.

- Linda, como sempre - diz sorrindo.

Agradeço e uma batida na porta nos tira a atenção.

Prontamente Lucy vai até a porta e abre. Vejo Gael entrar no quarto e

olhar em volta, parando com seus olhos em mim.

- Você está linda - diz com um sorriso no rosto. - Bom dia,

esposa.

- Bom dia, marido - digo rindo do seu jeito engraçado. -

Obrigada pelo elogio, você também não está nada mal.

Vejo Lucy sair na ponta dos pés e ficamos a sós, com ele se

aproximando. Está usando um terno bem alinhado e gravata, o que dá um ar

másculo nele.

- Obrigado, vim convidá-la para tomar café comigo, antes que eu

vá para a empresa.

- Mas é claro.

Meu marido se aproxima cada vez mais e para próximo ao meu rosto,

acariciando minha pele com a ponta dos dedos.

- Como passou a noite?

Sei do que ele está falando, depois que sai do seu quarto e vim para

o meu em chamas por conta da vontade louca de prová-lo, fiquei com insônia

e com muito custo consegui descansar.

- Devo confessar que se estivéssemos juntos, teria sido mais

interessante. Lucy ronca um pouco - digo em tom divertido.

Ele ri e o acompanho.

- Não se preocupe, podemos passar a noite juntos se quiser, somos

casados, lembra-se?

Concordo, sabendo que isso não é fácil de esquecer.

- Tudo bem - digo por fim.

- Vai ver seus pais que horas?

- Estava pensando em ir vê-los depois que você fosse trabalhar...

- Não quer me acompanhar na empresa para conhecer um pouco do

seu império?

- Meu império? - Estreito os olhos.

- Somos casados, Laureen.

- Eu sei, mas não trate como se fosse um casamento convencional,

isso tudo não passa de um acordo feito para salvar minha família de uma

encrenca maior com a sua.

- Sim, mas isso não significa que não te dê direito a algumas coisas

- sussurra passando os braços em volta do meu corpo. - Por exemplo, se

você quiser, posso ser seu.

Meu rosto ruboriza e sorrio sem graça.

- Não conhecia este seu lado divertido.

- É porque não existia, você que está causando isso em mim.

- Melhor irmos tomar café, o que acha? Está ficando tarde.

Gael assente, sabendo que estou querendo mudar de assunto e me

solta, dando passagem.

Ando em direção a saída do quarto e seguimos para o andar debaixo

em silêncio.

Me sento ao seu lado na sala de jantar enquanto sou servida com café

e leite, percebo que Lucy está em pé, no canto do cômodo nos olhando.

- Junte-se a nós, Lucy - Gael diz me deixando surpresa.

- Desculpe, senhor, mas acho que é melhor não - responde

cabisbaixa.

- Eu insisto, é o mínimo que posso fazer por conta das atitudes do

meu pai ontem.

Ela me encara e sorrio.

- Por favor - sussurro.

Minha amiga se aproxima ainda mais sem graça e senta ao meu lado,

servindo-se de uma xícara de café com leite.

- Se você é amiga da minha esposa, também é minha, não pense que

só porque somos de classe social diferentes, somos melhores - diz meu

marido comendo.

- Obrigada - digo segurando sua mão.

Ele analisa o gesto e a solto ficando sem graça.

Começo a comer em silêncio e Lucy faz o mesmo. Quando Gael

finaliza, fica olhando o celular enquanto me espera. Assim que finalmente

termino de comer, me viro para minha melhor amiga e digo:

- Vou para a empresa com Gael agora na parte da manhã e quando

estiver indo para a casa dos meus pais, eu te aviso.

- Tudo bem, senhora Brown - diz piscando.

Reviro os olhos e levanto, com Gael fazendo o mesmo.

- Está pronta?

- Acho que sim.

Ele assente e Lucy levanta, me abraçando.

- Nos vemos mais tarde.

Concordo e me despeço.

Saio com Gael e já do lado de fora, entro no carro e ele faz o mesmo,

sentando ao meu lado.

- Peço que ao chegar na empresa, compreenda que as pessoas irão

chamá-la de senhora Brown, afinal, agora você é uma.

- Tudo bem - digo dando de ombros. - Eu até gosto.

- Não pareceu quando Lucy a chamou assim - diz provocante.

Rio e nego com um movimento de cabeça.

- É só para provocá-la, a maneira que me chamam não me importa,

isso não difere quem eu sou.

- É bom saber isso, senhora Brown - diz sorrindo.

- Saber o quê?

- Que está começando a se acostumar em carregar meu sobrenome,

será que também está começando a gostar da ideia de ser casada comigo?

O encaro e fico em silêncio, sabendo que quem cala, de alguma

forma, consente.

***

O prédio é enorme, com várias pessoas nos cumprimentando e

parabenizando pelo nosso casamento. Fico sem graça em como as pessoas

me tratam, até parece que sou uma rainha e eles os meus súditos, o que chega

a ser ridículo.

Percorremos o caminho até a sala do meu marido, entramos e me

surpreendo com tamanho do lugar que tem uma vista exuberante, revelando

toda a cidade pela enorme janela de vidro.

Ele senta na cadeira e aponta para uma que está a sua frente, me sento

e analiso detalhadamente o ambiente. O chão é de mármore, as paredes são

claras e no seu escritório tem um minibar.

- Só vou enviar alguns relatórios e já iremos passear pela empresa

- diz sério, analisando a tela do computador.

- Claro.

Me levanto e observo a estante que tem no ambiente, passando a

ponta dos dedos pelas lombadas, maravilhada ao ver tantas obras

interessantes.

- Realmente você é amante da literatura, é engraçado como isso me

surpreende.

- Surpreende por quê?

- Não é tão comum ver homens como você com tempo para ler,

realmente você é uma caixinha de surpresas.

- Tenho muito para surpreendê-la ainda, Laureen.

Meu nome estala na sua boca e concordo.

- Como é para você ter que trabalhar com seu pai?

- Na maioria das vezes é um pé no saco - diz me fazendo rir. -

Meu pai não é tão tranquilo quanto parece.

- Eu percebi isso - respondo me lembrando do acontecimento com

Lucy e do seu rosto machucado, que por sorte não ficou um hematoma mais

forte.

Ele me encara e volta sua atenção para o computador, já eu, continuo

observando os livros. Me sento em uma poltrona próxima da estante e cruzo

minhas pernas, notando Gael intercalar seu olhar entre o computador e eu.

Vejo que ele passa a língua nos lábios e respira profundamente, como se me

olhar deste jeito fosse uma tortura.

Decido provocá-lo, sentindo a mesma sensação do dia seguinte na

boca do meu estômago. Esfrego um pouco as mãos na calça, puxando-a e

revelando minhas pernas. Meu marido passa a mão na barba e dá um

sorrisinho de lado, fixando seus olhos na tela do computador.

Não demora e ele levanta, vindo em minha direção e parando bem na

minha frente.

- O que você pensa que está fazendo, Laureen?

- Nada, apenas estou com um pouco de calor - digo passando as

mãos pelo meu abdômen e subindo pelo seio. - Você não está?

Ele ri concordando, retira o paletó, afrouxa a gravata e desabotoa a

camisa.

- Está quente mesmo - murmura com intensidade na voz.

Gael abaixa ao meu lado e coloca sua mão na minha perna.

- Quer ajuda para se refrescar?

- Que maneira você pode me ajudar? - questiono maliciosa.

- Deixe-me mostrar - murmura levando a mão até o botão da

minha calça.

Gael a desabotoa e a puxa para baixo, deixando na altura do meu

joelho. Ele analisa minha lingerie e sorri, lambendo os lábios, então o vejo

levar os dedos até a renda fina e puxa devagar de maneira despreocupada.

Não me importo em saber que estamos em seu escritório, com

pessoas do lado de fora trabalhando. Pelo contrário, a sensação de perigo

causa ondas de eletricidade pelo meu corpo, me deixando com uma vontade

louca de acabar passando dos limites com ele. Não sei explicar o motivo de

sentir isso nos últimos dias, mas eu quero saber como é fazer sexo, e mesmo

não sendo casada de livre e espontânea vontade, desejo que isso seja com

Gael Brown.

Minha calcinha fica até a altura dos meus joelhos e ele abre minhas

pernas, analisando minha boceta.

- Eu quero tanto te comer, Laureen, e se você continuar me

provocando deste jeito, não vou conseguir manter minha promessa.

- Então ontem foi isso, uma promessa? - questiono arfando.

- Não, mas se quiser, pode ser...

- Neste momento eu só quero que você repita o que fez comigo e

chupe minha boceta - murmuro ansiosa.

Estou suando de tanto prazer e isso me assusta.

- Você quer me dar sua boceta? Quer que eu prove do seu gosto?

- Eu quero - murmuro convicta.

Ele lambe os lábios concordando, puxa meu corpo e me levanta.

Solto um gritinho de surpresa quando Gael me pega no colo, dando um tapa

de leve na minha bunda e me leva em direção a sua mesa. Vejo tudo que está

em cima dela ir direto para o chão e meu marido me colocar no lugar, me

encarando.

- Você sabe o que é gozar, Laureen?

- Acho que sim, aconteceu comigo no dia que você...

- Te chupei - completa. - Mas você realmente sabe a sensação

de uma gozada de verdade? De um homem te chupar até seu corpo enrijecer

e sua boceta responder por ele, dando ondas de orgasmos?

- Não - respondo envergonhada.

Mesmo realmente atingindo o famoso orgasmo com Gael e com meus

toques enquanto viajávamos, gozar realmente de verdade, sabendo que isso

aconteceria, nunca aconteceu.

- Então quero que você relaxe para que possamos fazer isso, ok?

Quero sua boceta relaxada para mim.

- Ok - murmuro.

Ele sorri e tira minha blusa, assim que fico apenas de lingerie, Gael

tira o terno junto com a camisa e fica com o peitoral de fora, se aproximando

de mim e levando minha mão até seu peito.

- Você gosta do que vê?

- Muito.

- E aqui embaixo? - minha mão é guiada até seu pau rígido e me

arrepio, mesmo já o pegando antes.

- Gosto sim - murmuro.

- Quer tê-lo em você?

- Sim, por favor, não faça uma promessa que não vá cumprir, vamos

até o fim.

- Você tem certeza disso? Não quero parecer um canalha... Olha

onde estamos.

- Tenho certeza. - Minha voz é firme e meu corpo todo está em

combustão.

Ele me encara segurando meu rosto com as duas mãos, se aproxima e

me beija. Sua língua me invade e retribuo o ato, passando minhas mãos em

volta do seu corpo. Gael percebe que minha calça o atrapalha e sem

desgrudar da minha boca, a puxa com brutalidade, se envolvendo no meio

das minhas pernas.

Me envolvo nele e o aperto com vontade, passando minhas mãos por

todo seu delicioso corpo, deixando meu marido ainda mais excitado.

Ele belisca meu seio direito e abre o sutiã, jogando-o para o lado.

Meus seios ficam a mostra e separando nossas bocas, Gael segue até eles,

lambendo e depois chupando. Solto um gemido, com meu marido colocando

sua mão livre na minha boca, a fim de abafar o som que emito. Me seguro ao

máximo para não fazer barulho e ele continua chupando meus seios,

intercalando entre um e outro.

Sinto meu corpo relaxar, como se isso fosse um sonífero, me

causando o melhor dos descansos. Quando vejo, ele beija minha barriga e

vai descendo, me deitando sobre a mesa e enfiando o dedo na minha boca.

Enquanto ainda me beija, chupo seu indicador, surpresa com isso, mordo

devagar, com Gael gemendo baixo.

Continuamos nesta posição por um bom tempo e ele me encara,

próximo a minha vagina.

- Repita para mim, Laureen, você quer me dar a sua boceta?

- Sim, eu quero.

- Vai deixar eu fodê-la bastante?

Penso nisso me lembrando que ainda sou virgem.

Estou mesmo pronta para perder a virgindade, ainda mais em um

escritório?

- Por favor, faça isso.

Ele sorri e concorda, abrindo sua calça devagar e a abaixando. Vejo

o volume na boxer branca e lambo os lábios, deliciada com a imagem.

"Mas que homem..."

Gael é delicioso, com um ar angelical e bem-dotado, o que me deixa

receosa.

Será que vai me machucar?

- Fique relaxada, esposa - diz como se pudesse ouvir meus

pensamentos.

O volume continua marcando sua cueca e concordo, vendo-o abaixá-

la. Seu pau pulsa e ele o segura, voltando sua atenção para a minha vagina.

- Vou chupar sua boceta até sentir que realmente está pronta para

isso, não quero machucá-la.

Assinto, feliz em saber que ele se preocupa com meu bem-estar.

Gael vai em direção ao meu sexo e coloca a língua para fora,

mergulhando nela até o ponto que consegue. Solto um gemido, levando

minhas mãos até a boca e me contorço de prazer ao senti-lo morder meu

clitóris.

A sensação que isso me causa é inexplicável, somente sentindo para

saber como realmente é. Me recuso a ficar sem isso e fecho minhas pernas

em volta do meu marido, prendendo-o a mim, enquanto ele continua

devorando minha boceta com prazer.

Sua língua a envolve por completo e Gael leva dois dedos até meu

clitóris, o esfregando com precisão. Fico sem ar ao sentir isso e continuo

segurando os gemidos, para que ninguém do lado de fora possa escutar.

Sinto meu sexo molhado e Gael se afasta.

- Sua boceta está pronta para mim - murmura.

O medo toma conta do meu corpo e o desprendo de mim, abrindo

minhas pernas e vendo Gael se ajeitar.

- Você tem certeza de que quer fazer isso aqui, agora?

- Tenho - murmuro.

- Está certa disso? Não quero que se arrependa depois, Laureen.

- Não vou, Gael - murmuro seu nome como um cântico.

Ele concorda se posicionando próximo a minha entrada.

Meu marido puxa meu corpo para a beira da mesa e segura seu pênis,

o masturbando.

- Não temos preservativos, esposa.

- Tudo bem, vamos sem desta vez.

- Você confia em mim a este ponto?

- Eu não deveria confiar? - Vejo seu olhar inexpressivo.

Ele concorda se dando por vencido.

- Vou devagar, se estiver machucando, quero que me avise,

entendeu?

Assinto.

Gael se posiciona no meio das minhas pernas e leva seu pau até a

minha vagina, sinto-o encostar na minha pele e um arrepio percorre todo meu

corpo, causando uma onda de prazer. Devagar, como um mantra, ele vai se

aprofundando em mim e sinto uma dor misturada com um desconforto, o que

me faz soltar um gemido baixo, fazendo-o, sem querer, se afastar.

- Não! - Envolvo minhas pernas nele e o trago de volta para perto

de mim. - Não pare!

Ele assente e volta a enfiar seu pau em mim, causando novamente o

desconforto. Decido relaxar, sabendo que estou fazendo isso por livre e

espontânea vontade, como combinamos desde o começo. Ouço um estalo,

como se algo dentro de mim houvesse rompido, causando um alívio no meu

sexo. O pau de Gael desliza devagar pela minha boceta e volto as mãos para

a boca, segurando o gemido.

- Não se impeça de demonstrar o que sente, Laureen - diz tirando

as mãos da minha boca. - Permita-se.

- Pensei que não pudesse, já que estamos no seu escritório...

- Eu sei, mas sou o chefe, lembra? - Me corta.

Concordo e ele volta a se aprofundar em mim, comigo soltando um

gemido baixo.

A sensação até que é gostosa, mas um pouco desconfortável, o que

me causa arrepios por todo meu corpo.

- Quer que eu tire?

- Não, só vá devagar - peço e ele faz isso, movimentando seu

quadril de maneira lenta e dolorosa.

O vejo rebolar e solto mais um gemido, mordendo meu lábio até

sentir o gosto de sangue.

Gael continua lentamente, colocando apenas metade do seu pau

dentro de mim. Me sinto cada vez mais relaxada, me entregando ao prazer e

desejo de tê-lo. Aos poucos, as movimentações aumentam e o puxo para mim

com as pernas, o envolvendo e soltando um grito de prazer.

Gael trava me encarando sem entender e nego com a cabeça.

- Não pare!

Ele faz o que peço e volta a se movimentar. Agora quase todo seu

pau está dentro de mim. Devagar, levo minha mão até os lábios da minha

boceta e começo a acariciar meu clitóris, sentindo seu pênis entrar e sair em

um ritmo frenético, causando um frenesi em mim. Começo a esfregar com

agilidade, me lembrando do dia em que ele me ensinou a fazer isso e meu

marido continua com as estocadas dolorosas e deliciosas.

Sinto medo, prazer e desejo, tudo em uma mistura de suor, dor e os

nossos corpos, que me causam uma confusão.

Como isso poderia ser tão desconfortável e ao mesmo tempo

delicioso?

Ele continua investindo em mim e me encara, com o suor cobrindo

seu rosto.

- Estou quase lá, meu amor, não vou conseguir fazê-la atingir seu

orgasmo enquanto te fodo.

Ouço ele me chamar de amor e arregalo os olhos, continuando a

esfregar meu clitóris.

- Não para.

- Tudo bem.

Os movimentos continuam cada vez mais rápidos e esfrego com

agilidade meu clitóris. Uma sensação na boca do estômago me envolve e

solto um grito, sentindo o líquido viscoso envolver minha mão e o pau de

Gael. Rapidamente ele retira seu pênis da minha boceta e vejo a cabeça

manchada de vermelho, então meu marido solta um gemido e goza em cima

da mesa, me encarando com um sorrisinho no rosto.

- Você é deliciosa, esposa.

- Você também - murmuro sem graça.

Ele vai até o banheiro, enquanto me mantenho na mesa, pega uma

toalha e volta na minha direção.

- Vou cuidar de você - diz e limpa minha boceta.

Vejo a toalha manchada de sangue e levo a mão até meu sexo,

sentindo o líquido ainda escorrer um pouco.

- O que foi isso? - Aponto para a toalha de maneira inocente.

- Você sangrou, Laureen, é normal isso acontecer com mulheres

virgens, mas não se preocupe, é só desta vez que acontecerá.

Concordo me sentindo uma idiota, por não saber as coisas sobre meu

corpo.

Como o ensinamento faz falta!

Saio dos pensamentos e vejo Gael limpar seu pênis, arrumando a

boxer e se vestindo. Decido fazer o mesmo, ainda surpresa com o que vem

acontecendo.

Estou no escritório do meu marido e acabo de perder a virgindade

com ele.

É como se uma avalanche caísse sobre mim, me trazendo para a

realidade.

É real, estou mesma casada com um homem que quase não conheço e

acabo de entregar minha virgindade a ele.

E isso não é o pior...

Estou começando a olhá-lo com outros olhos.

Acho que estou apaixonada.

Pedido de ajuda

Assim que termino de me ajeitar, Gael se aproxima e segura

meu rosto com as duas mãos, beijando o alto da minha testa.

- Espero que eu não a tenha machucado.

- Não machucou - garanto sorrindo sem graça.

- Você gostou?

- Sim, apesar de ainda ser tudo novo para mim - digo sentindo

meu rosto ruborizar.

- Não precisa sentir vergonha, somos casados, e é natural você

sentir prazer, sexo faz parte da vida das pessoas.

Concordo, sabendo que ele tem razão.

- Que horas são? Estou perdida no tempo.

- Quase hora do almoço, quer sair para comer alguma coisa? -

pergunta sorrindo.

Concordo meio sem jeito ao me recordar que ele me chamou de

amor.

O que foi isso?

Tesão por conta do sexo?

Com certeza, não é todo dia que um homem tira a virgindade de uma

mulher.

Mas e se não fosse só isso?

E se realmente Gael me chamou de amor por gostar de mim de

verdade?

"Não seja ridícula, você é burra, mas não tanto, este casamento

não envolve amor e ele mesmo deixou claro que não nasceu para isso.

Esqueça que está supostamente apaixonada por ele ou vai piorar tudo!"

Fico quieta, sabendo que meus pensamentos estão certos.

Este casamento nunca terá amor, é apenas um contrato, um pedaço de

papel que não tem significado algum.

Ter transado com Gael só faz parte disto, ele não ficaria com uma

mulher para o resto de sua vida sem ter relações sexuais. Esta é a realidade,

sou um objetivo e nada além disso.

- Está pronta?

Sou tirada dos meus pensamentos e o encaro, notando que ele

também se sente incomodado com alguma coisa, porém, não consigo saber o

que é.

"Talvez ele tenha percebido que fez besteira em me chamar de

amor."

Me sinto chateada com o meu pensamento.

- Estou sim - respondo deixando meus pensamentos de lado.

- Então vamos - diz forçando um sorriso.

***

Meus pensamentos dão uma trégua quando chegamos em um

restaurante próximo da empresa e sinto a fome bater. Assim que somos

direcionados para uma das mesas, olho o cardápio e acabo escolhendo

temaki, sushi e hot roll.

Gael fica surpreso em ver tanta coisa e acaba escolhendo o mesmo

que eu.

- Não sabia que você gostava de comida japonesa - diz bebendo

água.

- Como você disse, existem muitas coisas que você não sabe de

mim. - Pisco.

Ele sorri sabendo que isso é verdade.

- O bom de termos uma vida inteira um ao lado do outro é isso.

- O que quer dizer?

- Que assim poderei conhecê-la - diz lambendo os lábios.

- Por favor, não faça isso.

- Isso o quê?

- Lamber seus lábios desta maneira, me causam sensações...

As palavras se perdem no ar e ele solta uma risada debochada.

- Você lembra das vezes que chupei sua boceta, é isso?

- Gael! - repreendo olhando em volta para me certificar que

ninguém está olhando.

- O que foi? Tenho certeza de que a maioria dessas pessoas já

transaram alguma vez na vida.

Continuo olhando em volta, analisando sobre o que ele diz e

pensando se existe ao menos uma pessoa neste lugar que seja virgem.

- Melhor mudarmos de assunto.

- E sobre o que você quer falar?

- Eu não sei, qualquer coisa menos isso.

Ele me encara e estreita os olhos.

- Estou curioso com uma coisa.

- O quê?

- Você aceitou vir ao escritório comigo só para me provocar?

- Na verdade, não, aquilo foi só um acaso. - Dou de ombros e ele

concorda, rindo.

- Se você está dizendo...

Ficamos em silêncio e nossos pedidos são colocados sobre a mesa,

provo do sushi assim que o mergulho no molho shoyo. O gosto delicioso

invade minha boca e sem querer, solto um gemido baixo, com meu marido

me encarando.

- Você é boa em gemer.

Acabo tossindo e cuspindo o sushi que estava comendo.

- Gael Brown! - repreendo vendo-o se divertir com isso. - Isso

é coisa para se dizer?

- E, não é?

- Claro que não, ainda mais quando estamos em um restaurante com

pessoas à nossa volta - digo notando alguns olhares sobre nós.

- Não me importo com as pessoas, se querem nos olhar, fiquem à

vontade.

- Você está acostumado com a mídia, eu não.

- Realmente você não está familiarizada com isso, você sequer me

reconheceu quando nos esbarramos naquele acidente de trânsito.

O acidente, parece tão distante que nem me lembrava direito dele.

Como as coisas se esvaem de nossa mente com rapidez!

- Não te conhecer, não significa não estar na mídia, para falar a

verdade, não procurei saber como era por opção, como já te disse.

- O medo de encontrar um homem tão feio te incomodava? -

brinca rindo.

- Só estava com medo de vê-lo e perceber que isso é real.

- E agora estando casada comigo, você sente medo?

- Não - admito. - E você?

- Nem eu.

***

Ligo para Lucy e ela vem com um motorista me buscar na empresa de

Gael, me despeço dele com um abraço desajeitado. Quando entro no carro, o

veículo começa a se movimentar e Gael se transforma em um simples

borrão, causando um aperto no meu coração.

- Precisamos conversar - digo a Lucy que me observa na hora.

Percebo que ela está com o olhar sério, mas curioso.

- Estou ouvindo.

Encaro o motorista a frente e aponto para ele, mostrando a ela que

agora não dá, mesmo precisando desabafar urgentemente.

- Quer parar para tomar um café? - diz entendendo o recado.

- Claro.

Ordeno ao motorista que pare na cafeteria mais próxima e assim que

ele o faz, saio do carro e sigo para dentro, procurando uma mesa mais

reservada.

Uma jovem se aproxima com o sorriso no rosto e pega um bloquinho

com lápis.

- Boa tarde, o que desejam?

- Quero dois expressos, por favor - diz Lucy sorrindo.

A moça concorda se afastando e minha amiga e confidente me encara.

- Agora você já pode dizer o que está escondendo.

- Aconteceu - disparo assim que ela para de falar.

- Você está me dizendo sobre aquilo lá? - pergunta eufórica.

- Sim, aconteceu no escritório, mais cedo.

Lucy arregala os olhos e bate palminhas, feliz.

- Eu não acredito, Laureen! Você é uma safadinha. - Aponta o

dedo para mim e ri. - Como você se sentiu?

- Eu gostei, teve alguns momentos de desconforto, dor, mas no final

foi excelente!

Ela ri, divertida e a acompanho, passando a próxima meia hora

contando cada detalhe do sexo entre Gael e eu.

- E ele, como agiu?

- Bem, Gael me chamou de amor enquanto fazíamos, mas não sei o

que significa, com certeza isso só aconteceu porque ele tirou a minha

virgindade - sussurro para que ninguém possa nos ouvir.

- Será que é isso ou ele gosta verdadeiramente de você? - Estreita

os olhos pensativa, colocando o dedo na têmpora.

- Prefiro não pensar sobre isso, nos casamos por causa de um

contrato, com certeza não passa disso.

- Você não pode ter certeza sobre as pessoas, apenas sobre si

mesma - comenta bebendo o café que nos é servido. - Para saber se ele

realmente gosta de você, terá que perguntar ou deixar as coisas acontecerem.

- Prefiro a segunda opção, seria constrangedor perguntar isso a ele.

Lucy segura minha mão e a acaricia com a ponta dos dedos.

- Quero conversar algo com você.

- Estou ouvindo.

- É sobre minha mãe, ela precisa de ajuda - diz de maneira tímida.

- Ajuda? Você está precisando de dinheiro? Tenho algumas

economias, posso te dar...

- Não é isso - diz aflita.

Percebo neste momento o seu rosto perder a cor.

- Tem uns dias que estou ensaiando para te contar isso...

- Lucy, você está me assustando - digo temerosa. - O que houve?

- Minha mãe está presa, descobriram que ela está na Alemanha

ilegalmente e ela acabou tentando fugir, porém, foi pega e levada para um

consulado do país, onde está detida até ser deportada.

- E o que podemos fazer para ajudá-la? - pergunto sem entender

do assunto.

- Ela precisa de um advogado, mas não temos condições de pagar...

- Não se preocupe com isso, posso ver com Gael para ele ajudar,

tenho certeza de que não irá se opor.

- Você faria isso por mim? - diz com lágrimas nos olhos.

Dou a volta na mesa e me sento do seu lado.

- Mas é claro, você sabe o quanto é importante para mim, não

deixaremos sua mãe nesta situação, está na hora dela voltar para perto de

você.

Lucy funga, chorosa e agradece, me abraçando novamente.

- Obrigada, Laureen, serei grata para sempre, se não fosse você, eu

já teria desistido de tudo.

- Não pense nisso, vamos para casa, outro dia vejo meus pais, não

podemos perder mais nenhum minuto.

Ela volta a chorar e assente.

Nos levantamos, pagamos o café e voltamos para o carro.

- Nos leve para a casa, por favor, vou pedir para Gael ir embora.

- Por favor, não quero atrapalhá-lo - balbucia Lucy.

- Não vai, sei que ele fará isso - digo firme, torcendo para que

realmente Gael possa nos ajudar.

Envio uma mensagem para ele, pedindo para que vá para casa por

ser importante e quando vejo já estamos próximos da residência. Assim que

desço do carro com Lucy, vejo meu marido chegar em outro veículo com o

olhar aflito.

- Está tudo bem? Sua mensagem parecia urgente - diz nos

encarando. - Você não foi para casa dos seus pais?

- Não, por favor, vamos entrar, temos muito o que conversar.

Ele concorda sem hesitar e seguimos para dentro da casa, indo até a

sala de estar. Peço para nos servir chá e meu marido se recusa, pedindo uma

dose de uísque. Assim que estamos os três sentados um de frente para o

outro, torço as mãos e o observo.

- Fale, estou ouvindo.

- É a mãe da Lucy... Ela precisa de ajuda, está na Alemanha e foi

presa.

- Como assim? - questiona sem entender.

Rapidamente explico a situação da mãe de Lucy para Gael, enquanto

minha amiga está ao meu lado chorando copiosamente. Ele ouve tudo em

silêncio, compreendendo a gravidade da situação, pois não sabemos o que

pode acontecer com a mãe da minha amiga.

- Qual o nome da sua mãe?

- Odete - diz minha amiga cabisbaixa. - Por favor, se não fosse

realmente importante, não pediria a ajuda de Laureen e a sua.

- Não se preocupe com isso, preciso que me explique a situação

dela. Como sua mãe parou ilegalmente na Alemanha?

Lucy o encara com os olhos inchados e suspira.

- Eu era apenas um feto quando ela foi para lá, me contou que fugiu

daqui por causa do meu pai, que era um homem agressivo. Ela não tem

ninguém além de mim e foi o senhor Vargas que nos ajudou durante esses

anos.

Gael estreita os olhos, me encarando.

- Como assim?

- Lucy está conosco desde nova. Papai sempre ajudou pessoas com

baixo recurso, foi quando Lucy veio morar conosco e desde então, trabalha

para mandar dinheiro para a mãe.

- E vocês conversaram com seu pai a respeito disso?

- Não, viemos direto para cá, pensei que seria melhor conversar

com você, já que é meu marido... -Deixo as palavras se perderem e ele

concorda.

- Claro, vocês fizeram o certo, preciso saber exatamente onde sua

mãe está que mandarei um advogado até lá para cuidar de tudo.

- Você vai fazer isso mesmo pela mãe de Lucy? - pergunto

emocionada.

- Sim, não vejo problemas, eu tenho os recursos, posso ajudá-la,

fique tranquila que sua mãe estará com você em breve, entrarei agora mesmo

em contato com meu advogado para ele viajar o quanto antes.

Fico emocionada com suas palavras, me levanto indo em sua direção

e o abraço no impulso. Beijo seus lábios demoradamente e ele retribui, me

apertando contra ele.

- Laureen, não estamos sozinhos - diz apontando para a minha

amiga.

Dou risada entre as lágrimas e me separo dele.

- Tudo bem, senhor Brown - diz minha amiga sem graça.

- Me chame de Gael, como disse antes, se você é amiga da minha

esposa, é minha amiga.

Ela concorda ainda chorando e voltando em sua direção, a abraço.

- Viu, eu disse que daríamos um jeito, vai dar tudo certo, tenha

certeza disso.

Ela assente.

Vejo meu marido fazendo uma ligação para o advogado, conversar

algumas coisas com o mesmo que não entendo e depois pedir algumas

informações para Lucy, que esclarece tudo que sabe. Sinto meu coração mais

calmo com isso, com o pensamento de que tudo irá se encaixar e sorrio para

Gael, que finaliza a ligação se aproximando.

- Falei com meu advogado, passei tudo que Lucy me disse e ele me

garantiu que a situação é fácil de resolver.

- Isso é maravilhoso - digo animada.

Minha amiga me abraça e sorrio.

- E quando tudo será tratado?

- Ele viaja amanhã mesmo para protestar sobre a prisão de Odete,

assim que tiver novidades, me avisará, mas acredito que em dois, no máximo

três dias, você vai ter sua mãe do seu lado, Lucy.

Minha amiga fica ainda mais emocionada e a aperto contra mim.

- Viu como a vida é uma caixinha de surpresa? - brinco. - Temos

que preparar um quarto para ela ficar.

- Pode ser no mesmo andar que o nosso - diz Gael. - Vou pedir

para alguém cuidar disso, é melhor descansarem por enquanto.

Assinto e sorrio agradecida.

- Obrigada por nos ajudar.

- Tudo que estiver ao meu alcance para fazer por você, eu farei,

Laureen.

Sinto meu rosto ficar vermelho com isso e Lucy sai, nos deixando

sozinhos.

- Quando você disse que eu não te conhecia, não esperava que

encontraria um homem bondoso deste jeito, mesmo tendo um humor e tanto

às vezes.

Ele se aproxima e sorri lambendo os lábios.

- Você ainda vai se surpreender muito comigo, Laureen, acredite.

                         

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