Sokolov volte tão cedo esta noite.
Nikolai teria saído durante a metade da madrugada? Aquilo chamou sua atenção. Se ele
não estava aqui, isso significava que muitos de seus protocolos de segurança não estariam
funcionando. Ele teria vários guardas com ele, e os sensores não seriam ligados até que ele
voltasse.
Seu pai treinou Nikolai. Se ela conseguia escapar da segurança de seu pai, ela conseguiria
escapar de Nikolai.
Uma ideia imediatamente se formou em sua cabeça. "Obrigada Danik, mas eu não preciso
de nada. Você não precisa perguntar, você sabe. Eu posso cuidar de mim mesma."
"É meu trabalho", disse ele com um pequeno sorriso.
"É seu trabalho cuidar de Nikolai", ela o corrigiu distraidamente. "Eu posso ter crescido com
criados, Danik, mas eles eram meus amigos. Quando saí para a faculdade, eu morava em um
dormitório como todo mundo. Sem segurança. Sem criados. E eu gostei disso."
Danik assentiu. "Claro. Vejo você para o café da manhã".
Ele fechou a porta atrás de si, e Alina imediatamente agarrou seu telefone e mandou uma
mensagem para a amiga. Ela poderia sair da propriedade, mas ela ainda precisaria de
transporte. Uma vez que Kat prometeu pegá-la, Alina enfiou o telefone no bolso e mordeu o lábio
inferior.
Ela não estava apenas arriscando a ira de Nikolai. Havia alguém lá fora tentando matá-la.
Eles talvez-tivessem-mandado uma bomba para ela, pelo amor de Deus. Se ela soubesse o que
era bom para ela, ela ficaria. Claro, ela provavelmente estaria de volta antes que Nikolai
soubesse que ela tinha desaparecido. E qualquer um que tentasse matá-la não esperaria que ela
saísse para tomar beber algo com uma amiga.
Tudo ficaria bem.
Você deve estar pronta para qualquer coisa, princesa. Força para se proteger. Discrição para
ficar nas sombras. Compreensão para superar todos os obstáculos. Isso é o que você vai treinar e
aprender. Eu sei que você não quer isso, mas um dia você pode precisar disso. Na escola, você pode
fofocar e brincar à vontade, mas quando estiver aqui, aprenderá a se proteger.
Ao contrário de seu pai, Nikolai não tinha uma equipe noturna. A maioria deles moravam na
casa e provavelmente era esperado que trabalhassem à noite, se necessário, mas eles estariam
dormindo em breve. Sua janela se abriu ao lado de uma sacada, mas havia sempre um guarda
colocado perto dela. Uma cuidadosa investigação da casa havia mostrado que não havia muitos
pontos fracos em sua segurança.
Havia, no entanto, uma pequena janela no porão, no alto da parede. Ela já tinha testado e
sabia que estava aberta. De lá, era apenas uma questão de passar pela cerca sem ser vista.
Depois de esperar para ter certeza de que não havia mais ninguém andando pela casa,
Alina trocou seu pijama por uma calça jeans e um suéter escuro que não era exatamente para se
esconder. Ele mostrava alguns centímetros de sua barriga e era decotado. Ela não estava tentando
parecer sexy. Ela simplesmente não tinha muita roupa escura.
Colocando seu cabelo loiro sob um lenço preto, ela deu um passo para trás e se olhou no
espelho. Deve ser suficiente para mantê-la escondida na escuridão, se ela fosse cuidadosa.
Ela não viu ninguém enquanto lentamente se afastava de seu quarto e descia as escadas na
ponta dos pés. O acesso ao porão estava do outro lado da cozinha, e ela rezou para que
ninguém estivesse lá assim tão tarde. Todo o seu plano se desvendaria se seus homens decidissem
que queriam fazer um lance no meio da noite.
Felizmente, ela estava sozinha. Abrindo a porta silenciosamente, desceu elas escadas e
passou pela academia. Por um momento, ela não pôde deixar de imaginar Nikolai vestindo quase
nada e suando enquanto malhava. A imagem foi suficiente para deixá-la molhada, e ela tentou
tirá-la de sua mente.
"Ele não é um deus grego maravilhoso", ela murmurou. "Ele é um idiota repugnante."
Um idiota repugnante que a abraçou até que seu ataque de pânico passasse e se desculpou
quando percebeu que a magoou.
"Pare com isso", ela ordenou a si mesma. Ela não podia se sentir culpada agora. Ela iria
quebrar suas regras apenas uma vez, apenas para que ela pudesse ver Kat e finalmente ser
capaz de falar com alguém, e então ela obedeceria a todas as regras que ele estabelecesse.
Arrastando uma cadeira até a janela, ela pulou e a abriu apenas um pouco. A maioria dos
homens de Nikolai fumava, então se eles estivessem por perto, ela seria capaz de cheirá-los. Todos
eles fediam a cigarro. Não sentindo nada, ela empurrou a janela para abrir o restante e se
ergueu.
Escorregando pela janela, ela cuidadosamente a fechou. Ninguém soou um alarme, e ela não
viu nada ao seu redor. Mantendo-se perto da casa, ela se arrastou para o canto e olhou ao redor.
Como ela suspeitava, ninguém estava no nível do solo. Quando Nikolai saia, ele colocava
guardas na sacada da frente, mas nunca se incomodava com a segurança no solo. Os guardas
tinham uma visão melhor do topo.
Ela estava a vinte metros da cerca. O ferro forjado tinha dois metros e meio de altura, mas
havia um canteiro no canto que a ajudaria a subir. Aquilo era tudo o que ela precisava.
Distanciando-se lentamente da casa, ela manteve os olhos na sacada até que mal podia ver
o guarda. Ele andava de um lado para o outro inquieto, provavelmente entediado demais. Quando
ele virou as costas, ela aproveitou.
Ela precisou de 30 segundos para saltar do canteiro, agarrar o portão e saltar sobre ele.
Chegando ao chão do outro lado, ela se agachou e observou.
Ninguém parecia saber de nada.
Com um sorriso satisfeito em seu rosto, ela seguiu para a área arborizada e correu em
direção à rua. Kat tinha concordado em encontrá-la a um quilômetro da estrada para que ela
estivesse fora de vista.
Desde que era criança, seu pai a treinava para se defender. Três vezes por semana durante
anos, ela malhou e treinou com seus homens. Ela tinha a sensação de que se seu pai soubesse que
estava usando esse treinamento para escapar de seus guarda-costas, ela estaria em uma grande
enrascada.
* * *
"Alina!" Os olhos de Kat se arregalaram sobre sua taça de martini e ela parecia furiosa. "Eu
ajudei você a escapar? Você me disse para buscá-la porque você não queria que os faróis
acordassem ninguém! Você está louca?"
"Shhh!" Ela sibilou enquanto olhava em volta. Elas estavam chamando um pouco de atenção
no bar, mas era principalmente por causa de Kat. Sua melhor amiga era de cair o queixo. Ela tinha
a pele morena e o cabelo atraente de sua mãe e o temperamento e habilidade de beber de seu
pai. Kat sempre chamava atenção. "Não tão alto. Está tudo bem. Se eu realmente pensasse que
estou em perigo, eu não estaria aqui. Não vou ficar muito tempo. Nikolai nunca saberá que saí, e
quem me procura não sonharia que eu sairia da propriedade desprotegida. Vai ficar tudo bem.
"Você mentiu para mim", ela acusou.
"Kat, eu não vi ninguém exceto guardas, advogados, e a polícia desde que meu pai morreu.
Alguns amigos estavam no funeral, mas não me foi permitido falar com eles. Eu realmente
precisava te ver."
Kat tomou outro gole de martini e suspirou. "Eu nunca conseguiria ficar brava com você por
muito tempo. Como você está?"
Alina correu os dedos pela haste de sua taça de vinho. "Há momentos em que sinto que nem
consigo respirar, e momentos em que sinto que vou ficar bem", admitiu. "Nós brigamos tanto.
Durante o último mês eu estava tentando alugar um apartamento para que eu pudesse me mudar,
mas minhas tentativas continuavam sendo recusadas. Eu sabia que meu pai estava fazendo isso
para que eu não me mudasse. Eu estava muito brava com ele, e então ele foi morto. Não consigo
me lembrar da última vez em que lhe disse que o amava".
Inclinando-se, Kat agarrou sua mão. "Você não tem nada que se sentir culpada. Seu pai te
amava, e ele sabia que você o amava. Nós brigamos com os nossos pais. Isso faz parte. Você não
deve pensar por um segundo que ele morreu achando que você não o amava."
Alina respirou fundo e assentiu. "Eu sei. Ele criou um fundo para meus filhos quando eu tinha
dezesseis anos. Dezesseis! Ele sempre soube que ele estava em perigo de morrer, e nunca sequer
me ocorreu. Eu era tão ingênua assim?"
"Seu pai a protegeu. Isso era parte de seu trabalho, e ele fez isso bem", disse Kat com
simpatia. "O que você vai fazer agora?"
"Quando tudo estiver resolvido, vou vender a casa e a casa de campo. Eu não preciso de
nada disso. Provavelmente vou comprar uma casa pequena e abrir uma loja".
"Você não precisa abrir uma loja", Kat apontou secamente.
"Não", admitiu Alina. "Mas eu não posso ficar sentada o dia todo sem fazer nada. Preciso
me manter ocupada. Estou enlouquecendo com o Nikolai. Não tem nada para fazer. Eu me sinto
como um animal preso. Tenho certeza de que ele mandou que a maioria dos criados não falasse
comigo, e seus guardas nem sequer olham para mim. Eu não vi Kristof ou Timur desde que me
mudei. Sinto-me abandonada".
"Eu não me importo que você se sinta abandonada, desde que você esteja fora de perigo. E
você não está falando de Nikolai Sokolov por acaso, não é?"
"Você o conhece?"
"Você está brincando?" Kat bufou. "Todas as mulheres da cidade desejam esse homem. Claro,
apenas as malucas vão atrás dele. Todo mundo sabe que ele tinha ligação com seu pai, e que isso
é perigoso. Mas isso não impede que as mulheres fantasiem. Se você tiver a chance de vê-lo quase
nu, eu exijo uma foto. Totalmente nu seria ainda melhor. Deus, aposto que ele é perfeito na cama".
"Kat!" Alina chiou. Suas bochechas coraram. "Eu não estou vendo ele nu, e eu certamente não
estou me perguntando como ele é na cama."
"Mentirosa", ela disse com uma risada. "Você ainda não consegue disfarçar nada. Você pode
desprezar o homem, mas você o deseja".
Alina pensou no beijo íntimo em seu pescoço e em como ele a deixou. "Mesmo se eu o
achasse atraente, o que eu não estou afirmando, ele não me vê assim. Eu sou apenas uma maneira
de provar que ele pode liderar a organização. Proteger a filha de seu antecessor e provar que
ele pode proteger seus homens. Não sou nada mais do que algo irritante para ele".
Houve uma gargalhada em um canto, e Alina olhou melancolicamente. Um grupo de jovens
mulheres estava conversando com dois caras, e ela podia ver como elas estavam se divertindo.
Todos alegres por causa da bebida, relaxados, e flertando sem se importar com ela.
Ela tinha vivido toda sua vida assim. Será que ela conseguiria ficar assim tão despreocupada
outra vez? "Eu o vejo quando fecho meus olhos."
"Nikolai?"
Alina sacudiu a cabeça. "Meu pai. Eu vejo seu corpo. Havia tanto sangue. Eles disseram que
eu não testemunhei o assassinato por minutos. Minutos! Eu poderia ter impedido. Se eu ao menos
tivesse ido até lá mais cedo..."
"Você também estaria morta", disse Kat firmemente. "O que aconteceu foi horrível, mas não
foi culpa sua. Você não poderia ter impedido, Alina. Se alguém chegou perto o suficiente para
atirar em seu próprio pai na propriedade dele, você estar lá não iria impede-los de nada. Você
tem que acreditar nisso".
"Eu nem entendo porque eu sou um alvo. Eu não vi nada. Não tenho nada a ver com a
organização. Por que eles vêm atrás de mim?"
"Você mesma disse isso. Se você for morta, isso acaba com a autoridade de Nikolai. Ouvi
meu chefe falar hoje. Todos estão no limite. Todos esperavam que seu tio assumisse o controle".
"Meu pai não passaria simplesmente para o tio Vadik só porque eles são parentes. Isso seria
uma decisão horrível. Eles não são próximos, e ele não iria confiar a organização a alguém que
ele não a conhecia bem." Alina tomou um gole de seu vinho e sentiu que aqueceu sua barriga. Ela
estava em sua segunda taça. Ela tinha acabado com a primeira no momento em que elas sentaram
na mesa do canto, e ela começou a sentir os efeitos.
Relaxada. Descontraída.
Olhando para o relógio, ela fez uma careta. Ela não podia se sentir relaxada e
descontraída por muito mais tempo. Levava meia hora de carro para voltar à casa de Nikolai, e
provavelmente levaria mais vinte minutos entrar na casa.
"Eu vou ter que voltar logo", ela suspirou. "É absolutamente ridículo. Não há uma única razão
para ele não pedir para um guarda me acompanhar para que eu me encontrasse com você. É um
lugar lotado, e não foi algo programado. Se alguém me seguisse, já teria feito algo".
"Nikolai", Kat disse de repente.
Alina assentiu. "Sim, Nikolai. Ele é um maníaco por controle. Estou tentada a deixar uma
toalha no chão de seu banheiro só para ver o que ele faria, mas Danik provavelmente a pegaria
antes que Nikolai a visse. Juro que o homem está em toda parte.
"Não", disse Kat urgentemente. "Nikolai. Ele está aqui."
Aqui? Alina sentiu seu sangue gelar. Ela olhou para sua amiga por um segundo e viu o pânico
em seu rosto. Lentamente, ela virou a cabeça para a porta.
Nikolai estava no meio do bar com os braços cruzados. Seu rosto estava calmo, mas ela
podia ver a raiva em seus olhos.
"Essa não", ela sussurrou. "Acho que estou encrencada".
Capítulo Nove
Nikolai fervilhava de raiva enquanto lentamente atravessava o bar. Ele sabia que as
pessoas o estavam observando e cochichando, mas ele não se importava. Ele só tinha olhos para
Alina.
Ele tinha saído naquela noite com toda a intenção de se atirar em uma mulher e tentar
esquecer tudo sobre como era a pele sedosa de Alina com o toque de lábios. Ele mal tinha
conversado por cinco minutos com uma linda mulher quando o seu telefone tocou.
Alina havia sumido.
A voz de Danik era muito calma quando ele falava, e provavelmente era a única coisa que
impediu Nikolai de explodir. Ele sabia exatamente onde ela tinha ido, e quando ele a arrastasse de
volta, ele descobriria como ela tinha saído e a trancaria em seu maldito quarto por um ano inteiro.
Talvez até mais.
Não havia medo no rosto dela quando ele se aproximou da mesa. Apenas um ar desafiador.
"Senhoritas", ele disse com a voz grave. "Que coincidência eu encontrar vocês aqui. Alina, por que
não me apresenta para a sua amiga?"
Ele girou uma cadeira e sentou. Alina estreitou os olhos. "Como se você não soubesse".
Nikolai sorriu e estendeu a mão. "Katalina, certo? Sou o Nikolai".
Kat bufou e apertou a mão. "Como se houvesse uma só pessoa nessa cidade que não
soubesse quem você é. Eu sei que você está chateado, Sr. Sokolov, mas eu precisava ver Alina e me
certificar de que ela estava bem."
"Ela está bem", ele disse, suas palavras eram cheias de aborrecimento. Ela estava sob sua
proteção, não estava?
"Ela não está bem", Kat disse friamente. "Ela acabou de enterrar o próprio pai. Eu sei que
você está protegendo ela, mas se você acha que eu vou deixá-la ir para casa com você quando
você está com raiva, pode esquecer".
Os olhos de Nikolai se arregalaram de surpresa. "Você acha que eu a machucaria."
"Acho que é o que você faz melhor."
"Kat", Alina disse apressadamente. "Acho que você bebeu demais".
Que diabos estava acontecendo? Ela deliberadamente desobedeceu às suas ordens, e
agora ele era o cara mau? Que tipo de homem elas achavam que ele era? Ele não batia em
mulher.
"Vocês terminaram de conversar?" Ele murmurou. "Porque estamos saindo. E não. Eu não vou
machucá-la. Eu estou tentando evitar que ela se machuque, mas isso parece ser algo que ela não
entende."
Kat o estudou abertamente antes de sorrir. Nikolai não gostou nada daquele sorriso, mas
pelo menos ela se levantou. "Alina, eu ligo para você amanhã. Estou feliz por ter conseguido vê-la."
Ela se inclinou e abraçou a amiga. Ele também notou que ela deve ter sussurrado algo em seu
ouvido.
O que quer que tenha sido, Alina ficou vermelha.
"Vá para o carro", ele rosnou. "Agora."
Alina não se moveu, só para terminar o vinho. Agarrando seu braço, ele a puxou para fora
de sua cadeira, segurou-a contra ele, e seguiu rapidamente através do bar. Ele tinha um homem do
lado de fora e outro do lado de dentro, mas ele não estava prestes a arriscar que alguém atirasse
nela enquanto ela estava em público. Enquanto ancorava seu corpo ao dele, ela não pôde deixar
de notar que suas mãos estavam pressionadas contra sua pele quente. Que tipo de blusa ela
estava vestindo?
O medo de que ela levasse um tiro foi suficiente para sufocar seu desejo. Mantendo seu
corpo entre o dela e a janela, ele a puxou para fora do lugar. O carro já estava esperando, com
a porta aberta.
Ele não disse nada enquanto eles voltavam para casa. Ela se manteve encostada contra a
porta e nem olhou para ele. Ele aproveitou a oportunidade para espiar.
Sua calça jeans estava tão apertada que ele nem sequer sabia como ela tinha feito para
vesti-la, e aquela blusa não cobria quase nada. Tudo que ele tinha que fazer era estender a mão,
e ele poderia tocar sua pele novamente. Traçar seus dedos sobre ela. A gola era tão decotada
que ele podia pressionar a boca entre os seus seios. Puxar a blusa para baixo e beliscar seus
mamilos.
Ficando cada vez mais excitado, ele empurrou sua atenção para longe e olhou pela janela.
Ele tentou focar na própria raiva em vez de no corpo dela, mas o desejo era muito forte. Ele não
sabia se ele queria estrangulá-la ou comê-la.
Talvez as duas coisas.
Yuri o treinara para manter seu temperamento sob controle. Perder o controle de uma única
emoção era dar uma vantagem a seus adversários.
Alina o fazia testar essa lição.
Ela abriu a porta e saindo do carro antes que ele parasse por completo. Ela obviamente
pretendia entrar antes que ele pudesse gritar com ela, mas hoje não era o seu dia de sorte.
Sinalizando para seus homens, eles rapidamente bloquearam seu caminho. "Deixem-me
passar!" Ela rosnou.
Movendo-se atrás dela, ele a puxou e a tirou do chão com facilidade. Quando ele a jogou
sobre seu ombro, ela imediatamente gritou e começou a bater em suas costas com os punhos.
Ele tinha que admitir. Ela era forte. Ele sem dúvida teria marcas amanhã, mas ele nem sequer
fez uma pausa enquanto caminhava pela porta.
"Solte-me, seu idiota!", ela gritou. "Que diabos você acha que está fazendo?"
"Você pode continuar gritando", ele disse calmamente. "Ninguém vai se importar".
Ele pensou em levá-la até seu quarto, mas estar tão perto de sua cama parecia ser um
movimento perigoso. Em vez disso, ele a levou até a sala de estar e a soltou. Ela correu para a
porta, mas seus homens já estavam fechando tudo.
"Tudo bem", ela murmurou enquanto se virava e cruzava os braços. "Você quer gritar
comigo? Grite comigo. Eu não vou dizer que sinto muito por querer ver minha amiga."
"Eu não quero que você sinta muito por querer ver sua amiga. Eu quero que você se
desculpe por me desobedecer", ele rosnou.
"Vá se foder", ela chiou. "Se você tivesse me deixado vê-la, eu não teria tido que
desobedecê-lo. Não falei com uma única amiga desde que encontrei meu pai morto. Você tem
alguma ideia de como isso é difícil? Minha família está morta. Alguém está tentando me matar. Eu
estou presa nesta casa como uma prisioneira, e você nem tem a decência de me deixar ver minha
melhor amiga. O que diabos você estava fazendo esta noite que era tão importante que você não
podia usar duas horas para ir comigo?"
Nada que fosse de sua conta. "Eu não dou a mínima que esteja sendo difícil. Quando eu
disser que não, você não vai simplesmente agir pelas minhas costas e fazer o que quiser assim
mesmo." Sua voz estava tensa já que ele tentava desesperadamente manter a cabeça no lugar.
"Você pode controlar a máfia, mas você não me controla", ela chiou. "Eu vim aqui
voluntariamente, e vou embora quando quiser."
A mulher estava fazendo com que ele chegasse em seu limite. Ela continuava vociferando, e
ele lutou para manter a calma.
"Eu não preciso que você me proteja. Vou chamar a polícia para me proteger. É o trabalho
deles, e eles provavelmente vão fazer isso melhor."
Deus o ajude.
"Então você pode pegar suas regras e enfiá-las no..."
Ele não deu a ela a chance de terminar a frase. Ele perdeu o controle, a agarrou e a puxou
contra ele. Antes que ele pudesse sequer questionar o que estava fazendo, ele se curvou e a
beijou. Com tudo.
Ele esperava que ela lutasse e o empurrasse para trás. Ele jogaria a culpa no nervosismo
dela. Ele estava tentando calar sua boca, mas ela não o afastou. Em vez disso, ela abriu a boca
ansiosamente sob ele, e ele gemeu ao enfiar a língua dentro de sua boca.
Ela foi tão quente e convidativa. Sua língua dançou tentadoramente contra a dele, e quase o
fez cair de joelhos. Enquanto ela pressionava seu corpo contra o dele, ele a ergueu e a carregou
até o móvel mais próximo.
O piano era sólido sob ela. O que foi ótimo, já que o que ele estava planejando fazer com
ela quebraria qualquer outra coisa. Agarrou a bainha de sua blusa, ele a puxou com força sobre
sua cabeça. Ela gemeu quando ele enrolou seus punhos em seu cabelo e chupou o seu pescoço
vorazmente. Seu pênis forçou contra sua calça, e se ela não parasse de se esfregar sobre sua
ereção, ele ia gozar antes que pudesse entrar e sentir seu calor macio.
"Nikolai," ela sussurrou enquanto ela se agarrava em sua camisa e tentava trazê-lo para
mais perto. Ele a empurrou para trás com força e a segurou enquanto puxou seu sutiã para baixo.
Seus mamilos eram lindos. Rosados e implorando por sua boca. Com um gemido, ele se curvou e
seguiu em frente.
Seu suspiro era tudo o que ele precisava para continuar. Enquanto as mãos dela agarravam
seus cabelos para mantê-lo no lugar, ele passou sua língua pelo mamilo enrijecido até que ela
estava se contorcendo sob ele.
Deus, ele nunca quis tanto algo em toda a sua vida. Cada centímetro de seu corpo se
arrepiou, e se ele não se entrasse logo nela, não sentisse o calor de seu corpo, enfiasse nela até
ela gritar, ele iria morrer.
"Nikolai", ela gemeu novamente. "Eu não..."
Ele passou de um mamilo para o outro, e sua frase terminou em um pequeno grito.
Estendendo a mão, ele colocou uma mão entre as pernas dela e pressionou contra sua calça jeans.
Seu quadril se ergueu facilmente, e ele percebeu que ela estava tão ansiosa quanto ele.
"Uau, gata", ele gemeu. "Eu não tinha ideia de que você estaria assim."
"Assim como?" Ela ofegou.
"Tão pronta para mim." Ele pegou o botão de sua calça jeans e o abriu com um movimento
de sua mão. Forçando o zíper para baixo, ele deslizou a calma de sua mão sobre o tecido de sua
calcinha. Ela estava completamente encharcada.
"Eu também não", ela murmurou. "Eu nunca fiz isso."
Suas palavras foram como um balde de água fria sobre ele, e ele congelou. Seu corpo doía
para continuar, mas ele não podia ignorar o que acabara de ouvir. "O que você acabou de
dizer?"
Imediatamente, ela parou de se mover contra ele. Ela não respondeu, a incerteza estava
estampada em seu rosto. Ele deveria ter deixado ela sair, mas ele precisava ouvir isso dela.
"Alina," ele disse sombriamente", o que você nunca fez?"
"Isso", ela sussurrou. "Eu nunca fiz isso. Eu ainda sou..." Ela mordeu o lábio inferior e foi
quase o suficiente para acabar com ele novamente. Enquanto olhava para os seus lábios, ele
tentou se concentrar na conversa. A pele dela estava marcada onde ele havia esfregado a barba
por fazer, e seus lábios estavam inchados. Como uma mulher que tinha sido muito beijada.
Como uma mulher que precisava ser fodida completamente.
"Virgem", ela sussurrou.
"Droga", ele grunhiu e imediatamente afastou as mãos e deu um passo atrás. Ela não se
mexeu. Seus olhos estavam fechados, e ele balançou a cabeça com raiva.
Ele estava prestes a fodê-la sobre o piano no meio de sua sala de estar. Todo mundo
naquela maldita casa podia ouvi-la gemer.
Não estava certo. Ele não transava com virgens. Ele não queria essa responsabilidade. Ser o
primeiro de alguém. Quando ele queria que uma mulher se lembrasse dele, ele queria que fosse
porque ele tinha sido bom. Não porque tivesse feito isso primeiro.
"Vista-se", ele chiou ao jogar a blusa sobre ela. "Vá para a cama. Não saia de seu quarto
até amanhã".
Incapaz de olhá-la esticada no piano, pronta para ele, ele virou as costas e saiu
rapidamente da sala.
"Saiam", ele ordenou aos homens que fecharam a porta atrás dele. Eles rapidamente se
espalharam.
Virgem. Ele balançou a cabeça em desgosto e subiu as escadas para tomar um banho
gelado.
* * *
Ela nunca pensou que pudesse ser tão humilhada em toda a sua vida. Enquanto se afastava
lentamente do piano, ela fechou o botão de sua calça jeans e vestiu a blusa com os braços
trêmulos. Ela estava muito perto de chorar, mas não queria fazer isso.
Ele a queria. Suas ações, o olhar em seus olhos, não havia espaço para dúvidas. Ele a
queria até que percebeu que ela era inexperiente.
Ele provavelmente pensou que ela não seria capaz de fazer aquilo. Ou talvez ele pensou
que havia algo de errado com ela. Afinal, quem ainda era virgem na idade dela?
Como poderia alguém ser tão excitada e tão rejeitada em questão de segundos?
Ainda tremendo pelo toque de suas mãos e língua, ela se moveu devagar. Um pé atrás do
outro. Uma vez que ela chegou ao seu quarto, ela pôde desabar.
Seu quarto. Onde ele estaria dormindo do outro lado da parede.
Abrindo a porta, ela olhou para o corredor. Aliviada por estar vazio, ela se dirigiu para a
escada. Agarrando o corrimão, ela começou a dar um passo de cada vez.
"Alina?" Uma voz perguntou suavemente. "Você está bem?"
Danik. Ela não conseguia nem se virar e olhar para o velho homem. Ele não perguntou se ela
precisava de ajuda. Ele perguntou se ela estava bem. Isso era humilhante demais. Ele tinha ideia
disso?
Engolindo seco, ela virou a cabeça e lhe deu um grande sorriso. "Estou bem, obrigada."
Agradecida por ele não ter dito nada, ela encontrou a energia para seguir o restante do
caminho até seu quarto.
Quando ela fechou a porta atrás dela e se escorou contra a madeira, seus olhos se
encheram de lágrimas.
Droga. Ela tinha se esquecido daquela cama irritante. Tropeçando até o sofá, ela nem se
incomodou em tirar a roupa. Se encolhendo sobre ele, ela fechou os olhos e desejou conseguir
dormir um pouco.
O som da água do chuveiro a envolveu, e parecia durar para sempre. Ele estava tão
enojado com o toque dela que precisava tomar um banho tão longo?
Quando o som finalmente parou, ela enterrou a cabeça no travesseiro e tentou esquecer.
Esquecer de seu toque. Esqueça do seu beijo.
Quando ela caiu no sono, a memória de seu corpo desapareceu.
E abriu espaço para os pesadelos.
Capítulo Dez
Ele passou a noite no sofá do escritório. Não havia nenhuma maneira de conseguir dormir na
cama sabendo que ela estava tão perto. Quando abriu os olhos na manhã seguinte, Danik estava
olhando para ele.
O observando, para ser mais claro.
"O quê?", ele perguntou roucamente enquanto se levantava. "O que você quer?"
"Quero saber por que Alina parecia devastada ontem à noite", exigiu. "O que você fez com
ela?"
Chocado, Nikolai só podia olhar para seu sempre fiel criado. O homem nunca o tinha
questionado antes, e ele escolheu agora para ser desafiador?
"Deixe-me em paz", ele rosnou.
"Não", Danik disse teimosamente. "Você deveria protegê-la, e você está fazendo um mau
trabalho."
"Você quer ser despedido? Ela está viva, não está? Eu diria que significa que estou fazendo
um bom trabalho. Ela não está exatamente ajudando."
"Eu estava lá quando essa criança nasceu, e eu não vou deixar você machucá-la", Danik
disse. Sua voz era firme como aço, e Nikolai estudou o homem com interesse.
"Você estava?" Ele perguntou lentamente. "É engraçado, porque Yuri disse que você veio
trabalhar para ele há vinte anos. Isso seria alguns anos depois que Alina nasceu.
Se a declaração preocupou Danik, ele não demonstrou. "Ele não mentiu", o homem disse
suavemente.
"Alina não parece conhecê-lo, o que significa que você não trabalhou em sua casa. O que
exatamente você fez para Yuri?"
"Por que Alina estava chorando?" Danik insistiu.
Ele não tinha certeza se ele queria chocar o velho ou simplesmente ser honesto com ele, mas
Nikolai decidiu dizer a verdade. "Ela me deseja."
"Sim, isso ficou muito evidente pelos sons que ouvi na noite passada", disse Danik, friamente.
"Isso geralmente não termina em choro. Ou isso é normal para você?"
Deus, o homem tinha coragem. Nikolai não tinha ideia de onde o novo Danik tinha vindo, mas
ele estava gostando dele. "Na verdade, não é. Perdi meu controle na noite passada, antes de
perceber que estava cometendo um erro. Para sua proteção, eu preciso ficar longe dela. É possível
que eu machuque seus sentimentos."
Ele não tinha certeza do motivo de ter assumido a culpa, mas ele sentiu a necessidade de
proteger o segredo de Alina. Danik relaxou visivelmente. "Entendo. Quer que eu sirva o café da
manhã agora ou você quer tomar um banho primeiro?"
"Se você quiser continuar trabalhando aqui, você vai responder à minha pergunta. O que
você era para Yuri?"
"Alguém que lhe devia um favor".
"Isso não é resposta".
"Isso é tudo o que você vai conseguir."
"Eu poderia despedi-lo".
"Poderia."
Durante um minuto inteiro, os dois homens apenas olharam um para o outro. Finalmente,
Nikolai encolheu os ombros. "Café da manhã está bem."
"Excelente." Ele franziu a testa. "Eu não aprovo que você minta para ela."
"Do que você está falando, Danik?"
"Ela acha que foi uma bomba. Ela está aterrorizada".
Nikolai resmungou. "Mulheres aterrorizadas não escapam de sua proteção e saem correndo
para beber no meio da noite."
"Ela está com medo, Nikolai. Você sabe. Eu não gosto que você tenha mentido para ela, mas
eu sei que você não teve escolha. Perguntei por aí, mas não consigo descobrir de onde veio".
Balançando a cabeça, Nikolai suspirou. "Você não vai. Quem me enviou isso foi um
profissional. Alguém invadiu minha casa e roubou o anel que Yuri me deu antes de mergulhá-lo em
seu sangue e mandá-lo para Alina. Se ela tivesse visto, teria pensado que eu o havia matado".
"Você não sabe que Alina teria reconhecido o anel, e nós não sabemos se o sangue era de
Yuri".
Nikolai franziu a testa. "O anel estava gravado, Danik. E nós dois sabemos que o sangue
era de Yuri. Alguém está tentando me incriminar, e ao fazer isso, eles vão assustá-la e fazê-la ir
embora para que eles possam matá-la. Então fique triste o quanto quiser, mas eu vou continuar
mentindo para ela se isso significar mantê-la segura."
"Certo. Eu vou preparar uma bandeja de café da manhã para que você possa levá-la até
Alina."
"O que? Levar para Alina? Por quê?"
"Para que você possa pedir desculpas a ela".
* * *
Ela tinha acabado de se vestir quando ouviu uma batida na porta. Supondo que fosse Danik
ou Iyanna, Alina se apressou e abriu. Quando ela viu Nikolai em pé com uma bandeja de comida
em sua mão, ela congelou.
"O quê?" Ela disse com a voz falha. Droga. Agora sua voz não conseguia sequer trabalhar
quando ela estava perto daquele homem. Sua situação poderia ficar mais humilhante? Limpando a
voz, ela tentou novamente. "O que você está fazendo?"
Não. Não era isso que ela queria perguntar. Ela ia perguntar a ele o que ele precisava. Isso
teria sido mais educado e calmo. Ela realmente precisava parecer calma perto dele.
Seus olhos a varreram, identificando seus cabelos molhados. "Você acabou de tomar
banho?"
"Isso é contra as regras também?" Ela provocou. Raiva. Raiva era bom. Ela se agarrou a isso.
Um sorriso lento se espalhou pelo seu rosto. "De modo nenhum. Eu simplesmente não ouvi a
água."
"Eu tenho usado o banheiro no final do corredor. Por que você está me trazendo o café da
manhã?"
Seu sorriso desapareceu. "Por que você está usando aquele chuveiro?"
"Porque é mais fácil", disse ela, impaciente. "Por que você está me trazendo o café da
manhã?"
"É mais fácil andar pelo corredor com todas as suas coisas do que abrir a porta que está
conectada ao seu banheiro?"
"Sim. Agora, por que você está me trazendo o café da manhã? Há algo de errado com
Iyanna? Ela está doente?"
"Você precisa parar de usar aquele chuveiro", ele disse suavemente ao entrar no quarto.
"Iyanna não está doente. Eu sou capaz subir as escadas com uma bandeja de comida."
Ela imediatamente deu um passo atrás para lhe dar acesso e se arrependeu do movimento.
Agora ele estava em seu quarto, e era exatamente onde ela não queria que ele estivesse.
E ao mesmo tempo, queria que ele estivesse.
"Por quê?"
"Por que sou capaz de andar carregando comida? Eu imagino que tem algo a ver com
quatro membros em bom funcionamento. Duas pernas para caminhar e dois braços para o
transporte."
Revirando os olhos, ela tirou a bandeja de sua mão e a colocou sobre o móvel ao lado do
sofá. "Por que não posso usar aquele chuveiro?"
Ele ignorou a pergunta. "Eu preciso me desculpar por ontem à noite. Bem, não preciso
exatamente. Quero pedir desculpas pela noite passada. Bem, eu não quero fazer isso também, mas
é provavelmente necessário. Você vai ficar aqui por algum tempo, e eu não preciso de você
agindo como um animal ferido pela casa".
"Essa é sua ideia de pedir desculpas?", ela disparou. Porque você pode parar com isso."
"Por que você não me disse?" Ele perguntou de repente.
Bufando, ela balançou a cabeça. "Eu sinto muito. Eu geralmente me apresento a todos como
Alina, a virgem. Devo ter esquecido de fazer isso com você".
"Não foi isso que eu quis dizer", disse Nikolai. "Pelo amor de Deus, Alina, eu ia tê-la em um
piano no meio da sala de estar. Eu tinha homens à espera na porta. E você ia me deixar. Por quê?"
O pensamento de seus homens escutando corou suas bochechas. "Eu não me guardei por
nenhuma razão especial. Sinceramente, não penso muito nisso".
Nikolai parecia que ia engasgar. "Você não pensa em sua virgindade?"
"Meu pai era um chefe da máfia. Os garotos não batiam na minha porta. Essa reputação
também me seguiu na faculdade, mas isso realmente não importava. Eu não estava focada nisso. A
faculdade era minha primeira experiência de liberdade, e eu quis fazê-la. Conseguir um diploma.
Arrumar um emprego. Sair da cidade e começar do zero".
"Longe da máfia", ele disse suavemente. "Isso não aconteceu."
"Eu nem sei o que aconteceu", ela murmurou enquanto se sentava no sofá e pegava a fruta
que ele havia trazido. Ela tinha uma ligeira ressaca da noite anterior, e isso não ajudava seu
apetite. "Antes de me formar, recebi uma oferta de emprego em Moscou. Eu estava muito animada
quando liguei para o papai. No final da semana, a oferta de trabalho foi rescindida. Eles me
disseram que a empresa não podia mais bancar o meu salário. Eu lhes disse que eu não teria
problema em trabalhar por um salário reduzido, mas isso não fez diferença. Nenhuma outra oferta
de emprego apareceu e eu voltei para casa depois da formatura. Eu tinha algum dinheiro
guardado, então eu comecei a buscar um apartamento. Somente quando cada uma das minhas
tentativas fracassou que eu percebi o que ele estava fazendo."
"Mantendo você em casa."
Alina se levantou e começou a andar. Envolvendo seus braços ao redor de si mesma, ela quis
chorar novamente. "Poucos dias antes de ele morrer, tivemos uma briga enorme sobre isso. Eu disse
as piores coisas, e ele ficou lá só ouvindo. Depois, ele só me disse que, embora eu estivesse
chateada, pelo menos ele teve esse tempo para passar comigo."
Nikolai ergueu a cabeça e olhou para ela. Seus olhos verdes estavam escurecidos pela
intensidade, e ela se contorceu sob seu olhar. "Olha, eu sei. Eu era uma pirralha mimada e
temperamental até demais. Eu só não gosto de me sentir controlada. De qualquer maneira, o fato é
que eu não conheci ninguém que me fez pensar em perder minha virgindade." Ela imediatamente
percebeu o que isso implicava e se apressou para salvar a si mesma. "Não que você faça. Eu
estava irritada e chateada na noite passada."
"Entendo."
Aquilo realmente não estava indo bem. "Você não precisa se desculpar. Eu lhe agradeço por
não ter se aproveitado".
"Pelo amor de Deus", resmungou ele. "Isso não acontecer novamente. Siga as regras. Vou
tentar ser mais atencioso quanto aos seus desejos, e vamos fazer isso funcionar."
Alina assentiu com a cabeça. Eles olharam um para o outro, e o olhar dele fez o corpo dela
inteiro se aquecer. Se ele continuasse a olhar para ela daquele jeito, seria impossível para ela
esquecer da noite anterior.
"Onde você dormiu ontem à noite?" Ele perguntou de repente.
Confusa com a arrogância de sua voz, ela olhou com culpa para a cama. "O quê? O que
você quer dizer? Eu dormi aqui."
"Aqui?"
O homem estava surdo? "Sim. Aqui. Algum problema?"
"Tome seu café da manhã", ele resmungou. "Depois, você vai mostrar ao Danik como você
conseguiu escapar dos meus homens na noite passada. Eu não gosto de saber que minha
segurança é tão fraca que você conseguiu fugir."
Ela quase botou a língua para fora. "Não seja tão duro com eles. Tenho planejado fugas
desde que eu tinha dez anos".
Nikolai olhou para ela antes de seguir até a porta. Só quando ele estava no meio do
corredor que ele percebeu que não tinha respondido a sua pergunta. "Nikolai?", ela gritou
enquanto ia até a porta. "Por que não posso usar o chuveiro no corredor?"
"Mofo."
Mofo? Ela não tinha visto mofo algum. Resmungando sobre homens teimosos, ela se sentou e
tentou engolir um pouco do seu café da manhã.
* * *
Nikolai se agachou diante da janela do porão e olhou para Danik. "Você está dizendo que
ela pulou uma janela que está a dois metros do chão, pulou uma cerca de dois metros e meio e
correu por quase dois quilômetros entre as árvores sem ser pega?"
Danik assentiu. Havia um pequeno sorriso em seu rosto. "Sim, senhor."
Ficou claro que o velho estava orgulhoso. Nikolai não estava. "Danik. Só um profissional
poderia fazer isso."
"Quando Alina tinha oito anos, ela se envolveu em uma briga na escola. Aparentemente, as
crianças estavam dizendo coisas horríveis sobre seu pai. Quando ela voltou para casa com o nariz
quebrado e um olho roxo, Yuri percebeu o tipo de perigo que seu trabalho lhe colocava. Não só
com os valentões da escola, mas em todos os lugares que ela ia. Então ele começou a treiná-la."
"Treiná-la?" Nikolai perguntou, incrédulo. "Ela tinha oito anos."
"Não era nada extenuante no começo. Apenas alguns movimentos para se defender, um
pouco de ginástica. Já adolescente, ela começou a treinar com alguns dos homens. Yuri queria
saber sem sombra de dúvida que ela poderia cuidar de si mesma no momento em que ela foi para
a faculdade. Aquela mulher poderia superar pelo menos metade de seus homens no combate
corpo a corpo."
"E com uma arma?", perguntou Nikolai.
"Alina não atirou em seu pai", disse Danik friamente. "Ela nunca faria isso. Além disso, ela
nunca treinava com armas. Yuri as odiava. Mal as tolerava em sua casa e nunca a deixaria chegar
perto de uma. Ela é muito habilidosa com uma faca".
Alguém realmente colocou uma lâmina nas mãos daquela mulher? Nikolai ficou pálido ao
pensar. "E como você sabe de tudo isso?", ele perguntou.
"Quer que alguém guarde esta janela agora?" Danik inocentemente ignorou a pergunta, e
Nikolai tentou não franzir a testa.
"Não é realmente um problema alguém tentar entrar", disse ele com um suspiro. "A janela só
abre pelo lado de dentro. Eu não sei como ela planejou voltar, mas ela não teria feito isso por
aqui. Infelizmente, eu não duvido por um único segundo que ela tentaria novamente se eu lhe desse
motivo suficiente. Então sim, vamos vedar a janela."
O porão ficaria menos arejado, mas ele não poderia correr o risco de que ela fugisse
novamente. Em pé, ele ajeitou sua calça e olhou para o guarda na sacada. O homem sabia o
suficiente para não encontrar o olhar de Nikolai. Não importava. Ele tinha gritado bastante
naquela manhã, mas ele não podia culpá-los".
"Provavelmente é hora de chamar Kristof e Timur", disse ele com um tom de preocupação.
Danik pareceu assustado. "Você tem certeza? Acho que eles não descobriram nada".
"Eu não acho que eles vão", Nikolai murmurou sombriamente. "Mas eles fazem ela se sentir
mais segura. Isso é importante."
"Sim, Sr. Sokolov".
Não parecia certo para Danik chamá-lo assim, mas Nikolai não se incomodava em corrigi-lo.
Ele deveria demitir o homem imediatamente por guardar segredos, mas ele tinha a sensação de
que era importante que ele o mantivesse por perto.
Afinal, ele estava na casa antes de ela o pertencer. Yuri o queria ali por alguma razão.
Olhando de relance para a janela de novo, ele não conseguiu evitar de balançar a cabeça.
Alina Petrov era cheia de surpresas.