cuidadosamente no parapeito interno da janela, ela se sentou na borda e balançou os pés.
"Só estou tomando um pouco de ar fresco!", gritou alegremente.
- Não se mexa! Estou indo."
Confusa, ela observou enquanto ele correu para dentro. Por que diabos ele lhe disse para
não se mover? Ela esperava que ele gritasse com ela para voltar para dentro. Quando a porta de
seu quarto se abriu e bateu na parede com um estrondo, ela girou a cabeça, mas os braços de
Nikolai já estavam ao redor dela enquanto ele a puxava para dentro.
"O que você está fazendo?", ela rosnou. Ele a deixou cair na cama. "Você poderia
simplesmente ter me pedido para entrar."
"Eu não queria que você caísse. Eu devo te proteger. Como diabos eu vou explicar que você
se jogou de uma maldita janela?", ele chiou.
Alina revirou os olhos e saiu da cama. "Então afirmo a você que meu equilíbrio é excelente.
Se você quisesse me tocar de novo, tudo o que precisava fazer era pedir".
Seus olhos ficaram sombrios imediatamente, mas ele não mordeu a isca. "Explique esse
truque. Você está tentando me irritar?"
"Nikolai, nem tudo o que faço é por sua causa", disse ela friamente. "Como eu já disse, eu
estava tomando um pouco de ar fresco. Sua nova proibição de me manter dentro de casa me faz
querer arrancar os cabelos. Honestamente, você vai precisar me deixar sair em algum momento."
"Não é seguro."
"Eu sei disso. Você nunca me deixou esquecer. Nikolai, não é que eu queira morrer ou que eu
não aprecie o que você está fazendo por mim, mas estou enlouquecendo. Eu usaria sempre um
colete à prova de balas e carregaria um escudo se você quisesse, mas eu preciso sair desta casa.
Eu preciso sair da propriedade e me sentir como uma pessoa normal por apenas alguns minutos."
Ele abriu a boca, e ela sabia que ele diria não, mas em vez disso ele apenas suspirou e
balançou a cabeça. "Fique longe das janelas, Alina. Eu vou ver o que posso fazer sobre talvez nós
sairmos para comer hoje à noite."
Quando seu coração acelerou um pouco, seus olhos se arregalaram. "Nós? Juntos?", disse
ela, com dificuldade.
"Você não pensou que eu a deixaria sair sozinha, não é?" Ele perguntou. O brilho de
irritação em seus olhos desapareceu, e ele sorriu lentamente. "Você não sai desta casa a menos
que eu esteja do seu lado. Então, se você quiser sair esta noite, você deve esperar um jantar íntimo.
Comigo."
Incapaz de dizer qualquer coisa, ela apenas assentiu com a cabeça. De repente, sua noite
for a de asa para tomar um ar fresco parecia estar se transformando em um encontro.
Com Nikolai.
Talvez ficar dentro não fosse uma má ideia. Ela estaria mais segura. Havia um homem
querendo matá-la.
"Se você mudar de ideia, querida, me avise."
Ele fechou a porta silenciosamente atrás dele, mas ela ainda estava com a atenção voltada
para a palavra afetuosa.
Querida.
Ela estava preocupada com muita coisa, e não tinha nada a ver com o assassino de seu pai.
* * *
Poucos minutos antes de saírem para o jantar, houve uma batida em sua porta. "Alina?"
Sussurrou Iyanna. "Alina, sou eu!"
Preocupada, Alina abriu a porta e franziu a testa. "O que há de errado?"
A moça se endireitou e sorriu. "Errado? Por que você acha que algo está errado?"
"Você está sussurrando".
"Ah. Desculpa. Eu não tinha certeza se Nikolai estava por perto."
Alina abriu mais a porta e deixou a moça entrar. "Você não deveria estar aqui? Por que
importaria se Nikolai estivesse aqui?"
"Eu não queria interromper nada. Achei que vocês dois se divertiriam um pouco antes de
sair...sabe... se divertiriam um pouco.
"Iyanna!" Alina ofegou. "Você é muito jovem para pensar sobre esse tipo de coisa. Não
estamos nos divertindo. Nós não vamos nos divertir. Vou jantar fora para não acabar
enlouquecendo, e Nikolai vai se assegurar de que ninguém tente me matar. Isso não é um encontro".
A criada sorriu para ela. "Então por que você está usando uma blusa preta rendada e bem
decotada e uma saia que está abraçando todas essas curvas."
Corando, Alina caminhou até o espelho e olhou para o seu reflexo. Era verdade que ela
tinha tomado alguns cuidados extras com sua roupa. "Não tem nada a ver com Nikolai. Eu sinto que
estou prestes a ser liberada. Então não me julgue se eu quiser usar algo bonito na minha noite de
liberdade."
"Certo." Os olhos de Iyanna se iluminaram com alegria. "Nikolai é um gato, e eu vi o modo
como vocês dois se olham. Se vocês passarem a noite sem ao menos um beijo, eu vou sair e
comprar jantar para você todas as noites por uma semana."
Alina jogou a cabeça para trás e riu. "Sua mãe é uma boa cozinheira."
"Fala sério. Nikolai só a mantém por perto porque tem medo dela."
"Iyanna, você vai ter que me trazer jantares de vários lugares da cidade, porque eu não me
sinto atraída por Nikolai", Alina mentiu.
"Sei", a jovem disse, cética, uma segunda vez. "Então, se você admitir que a noite acabou
ficando quente, você tem que limpar a cozinha por uma semana."
Alina olhou para ela, e Iyanna estremeceu. "Minha mãe odeia ver uma única migalha no
chão. Você vai praticamente ter que lamber o chão para limpá-lo."
Alina pegou o brilho labial na mesa. "Mais uma razão para me manter longe dele."
"Diz a mulher que está passando gloss." Iyanna piscou para ela. "Vai ser legal ficar longe da
cozinha por uma semana."
"Sua atrevida", Alina murmurou, mas Iyanna já longe da porta e rindo. Não havia chance de
que Nikolai a tocasse. Quando ela admitiu que era virgem, ele se afastou o mais rápido que pôde.
O que quer que ele estivesse planejando para aquela noite, não tinha nada a ver com beijá-la.
Nem com fazer qualquer outra coisa com ela.
"Alina?"
Virando-se para a nova voz, Alina baixou o brilho labial. "Danik. Você me assustou", ela
disse enquanto levava a mão ao peito.
"Me desculpe", ele disse enquanto limpava a garganta. "Sua porta estava aberta. O Sr.
Sokolov está esperando por você no carro".
"Esperando por mim no carro?" Ela torceu o nariz. "Que romântico."
"Você queria que fosse romântico?"
Franzindo a testa, Alina virou e pegou sua bolsa. "Isso não tem nada a ver com romance,
Danik. Eu só quero ficar longe desta propriedade sem se preocupar se Nikolai vai me matar. Teria
sido educado se ele tivesse vindo pessoalmente, mas é culpa minha pensar que Nikolai Sokolov
poderia ser educado".
Danik bufou, mas não disse nada enquanto descia as escadas. Nikolai nem sequer teve a
decência de esperar do lado de fora do carro. Ele estava no carro e olhando para o relógio com
impaciência.
"Você vai ser desagradável a noite toda?" Ela perguntou com os dentes cerrados.
Ele só precisou de um olhar para ela para que um sorriso se espalhasse lentamente sobre
seu rosto. "Ah, eu tenho a sensação de que podemos tornar esta noite muito agradável para você."
Olhando para ele, ela deslizou para dentro do carro. "Não se preocupe em tentar me
seduzir agora. Você teve sua chance."
"O que diabos faz você pensar que eu quero te seduzir?"
"O que você quer dizer? Eu vi a forma como você estava olhando para mim."
"E como eu estava olhando para você?"
O carro começou a andar, e ela imediatamente se virou e olhou pela janela. "Eu não quero
mais falar sobre isso. Eu só quero ter um bom jantar longe de sua casa. Você poderia ter enviado
alguns de seus guardas. Ou talvez Timur e Kristof? Lembra deles? Meus amigos que você afastou?"
"Eles não são seus amigos, Alina. Eles eram homens de seu pai e agora eles são meus
homens. Quando eu precisar que eles voltem, vou fazê-los voltar. Agora aproveite sua noite for a
de casa tente aproveitá-la tranquilamente."
Isso não seria fácil com ele tão perto. Irritada, Alina se mexia, movendo-se no assento,
cruzando e descruzando as pernas continuamente. Ela tinha achado que Nikolai iria escolher um
lugar perto, mas demorou quase meia hora para chegarem ao destino.
"Cruzaks?" Ela perguntou enquanto estacionavam. Cruzaks, a nova churrascaria do lugar,
era o lugar mais comentado da cidade. "Mas esse lugar não deve abrir até a próxima semana".
"Alguém me devia um favor", disse Nikolai. "Vai ser mais fácil ficar de olho em tudo sem uma
centena de pessoas circulando pelo lugar."
Os sentimentos calorosos escaparam dela assim que ela saiu do carro. Era bom que Nikolai
estivesse tão vigilante sobre sua segurança, mas teria sido bom se ele tivesse feito algo gentil
porque achou que ela fosse gostar.
"O que foi? ", ele perguntou quando viu o rosto dela. "O que há de errado agora?"
"Nada", ela conseguiu dizer enquanto sorria para ele. "Isso é ótimo. Obrigada."
Ela manteve o queixo erguido enquanto passava por ele, mas ele estendeu a mão e pegou
na sua. "Foi um favor muito grande eu ter ligado e arranjado tudo para que você pudesse ter
acesso a isso", ele sussurrou em seu ouvido. "Então, da próxima vez que você sorrir esta noite, é
melhor que seja verdadeiro."
Incapaz de olhar em seus olhos, ela apenas concordou com a cabeça e puxou sua mão de
volta. O motorista abriu a porta do restaurante e Alina sentiu seus problemas desaparecerem. O
lugar era magnífico. Luzinhas decorativas desciam pelas paredes e pequenos lustres cintilavam do
teto. Fontes que faziam a água fluir em pequenos canais iluminados davam privacidade entre uma
mesa e outra. Toalhas brancas enfeitavam mesas redondas e velas dançavam dentro de enfeites
de vidro.
"Meu Deus", ela sussurrou quando seu queixo caiu.
"Bem-vindos!" Um homem de estatura baixa rapidamente correu até eles com os braços
abertos. "Bem-vindos ao Cruzaks! Eu sou o gerente, Gavin. Ficamos lisonjeados pela presença de
vocês para a nossa pré-estreia! De acordo com as instruções do Sr. Sokolov, não estamos
totalmente equipados, mas estou confiante de que podemos satisfazer todas as suas necessidades!
E posso dizer, minha querida, que você está encantadora".
"Não, você não pode", Nikolai o cortou. "E confio em você para manter esta noite tranquila."
"Sim, senhor. Os funcionários acham que vocês são críticos gastronômicos. De quantas mesas
você vai precisar esta noite?"
"Uma, para a senhorita e eu. Uma mesa de canto próxima aos fundos, por favor. E três
perto da porta e janelas para os meus homens".
"E eles vão comer?" Alina perguntou rapidamente.
Nikolai lhe deu um olhar divertido. "Sim, Alina. Vão comer".
Ela imediatamente relaxou. "Tenho certeza que esta noite será maravilhosa. Obrigada,
Gavin".
O gerente assentiu e os levou até a sua mesa. Alina ficou rígida quando sentiu a mão de
Nikolai na parte de trás das costas, mas ele não lhe deu nenhuma escolha enquanto a encaminhava
suavemente para a parte de trás do restaurante.
"Posso começar com uma garrafa de vinho?"
"Sem vinho", disse Nikolai rapidamente.
"Na verdade", Alina disse enquanto lançava um olhar sério para Nikolai. "Eu adoraria uma
taça de merlot."
"Sim senhorita. Será um prazer. Eu também serei o seu garçom esta noite, então voltarei em
breve. Por favor, me avisem se tiverem alguma dúvida. Eu explicaria qualquer item do meu com
prazer."
Gavin se curvou e se afastou rapidamente. Alina deslizou para um lado do assento e olhou
para Nikolai, enquanto ele rapidamente sentou bem próximo dela. "O que você está fazendo?"
"Sentando".
"E por que você não está sentando do outro lado?"
"Mais fácil para eu te proteger".
Aquilo provavelmente fazia sentido. Ela engoliu seco e tentou se concentrar no menu. Sua
presença era difícil de ignorar. O calor emanava dele, e seu cheiro invadiu seus sentidos. Ela não
queria nada mais além de se apoiar contra ele e apenas relaxar.
A simples imagem disso em sua cabeça a deixou nervosa.
"O que você quer?" Ele sussurrou em seu ouvido.
"O quê?" Ela se endireitou e tentou se aproximar da parede.
"Para o jantar, Alina. O que você quer jantar?"
"Certo." Ela mordeu o lábio inferior e tentou se concentrar. Ela vestiu aquela roupa para que
pudesse passar a imagem de uma sedutora confiante, mas quanto mais perto ele chegava, mais
seu cérebro se perdia. "Não tenho certeza. Tudo parece tão bom".
"Não tenho dúvidas de que será excelente." Ele parecia falar de algo além da comida.
Céus. Ela não tinha dúvida de que seria excelente. Desejando aquela taça de vinho
desesperadamente, ela ficou aliviada quando Gavin apareceu. Murmurando sua oração de
agradecimento, ela deu um grande gole na taça e tentou ignorar o olhar direto Nikolai lhe dava.
"Então, o que eu posso oferecer a vocês esta noite?"
"Parece que vamos precisar daquela garrafa de vinho", disse Nikolai secamente. Ela estava
prestes a contestar quando ele teve a petulância de pedir por ela.
"O que diabos foi isso?" Ela soltou quando Gavin se afastou.
Ele encolheu os ombros e se inclinou para trás. "Se eu deixar você mesma fazer o pedido,
você vai levar o dia todo. Você nunca parece saber o que quer, Alina".
"O que eu queria era uma noite tranquila para me divertir", ela murmurou suavemente. Assim
que as palavras saíram de sua boca, ela sentiu uma onda de culpa. "Sinto muito, Nikolai. Tenho
certeza que organizar isso não foi fácil. Estou realmente impressionada."
"Que bom. Eu estava torcendo para que você ficasse."
"Mesmo? Você queria que eu ficasse impressionada?"
Desta vez, foi ele quem desviou o olhar. "Não fique com a impressão errada, Alina. Só quero
que você se divirta. Você é mais fácil de lidar quando está feliz".
Ela fez um som de repulsa e pegou o vinho novamente. Justo quando ela pensou que
poderia ser agradável novamente, ele teve que abrir sua boca grande e acabar com tudo. "Por
uma noite, eu queria esquecer que alguém estava tentando me matar. Isso é pedir demais?"
Ele virou a cabeça e lançou a ela um olhar penetrante. "É por isso que você tentou se jogar
pela janela?"
"Pelo amor de Deus, Nikolai, eu estava sentada na janela. Eu estava perfeitamente bem. Eu
não estava tentando me matar."
"Por que não me disse que estava inquieta?"
"Fugir no meio da noite para ver a minha melhor amiga já não foi o suficiente para você
perceber?"
"Adolescentes rebeldes fogem no meio da noite, Alina. Olha, eu sei que você está infeliz, mas
você precisa confiar em mim. Deixe-me fazer o meu trabalho, e tudo isso logo vai acabar."
"Seu trabalho? Nikolai, você é um chefe da máfia. Você não é um investigador. Você não é
um guarda-costas. Por que eu deveria confiar em você para me proteger?"
Por um momento, ela pensou ter visto um olhar de angústia em seu rosto. "Se você não sabe
a resposta, então acho que não importa o que eu lhe diga. Beba seu vinho, Alina".
"Por que você está bravo comigo?"
"Eu não estou." Ele estendeu o braço e gentilmente tocou sua coxa. "Estou bravo comigo
mesmo".
Então, sem dizer outra palavra, ele pegou sua água e se levantou para se juntar aos seus
homens. Deixada sozinha na mesa, ela não podia deixar de se sentir miserável. Ela esperava
comer sozinha naquela noite, mas aquilo era diferente. Não era apenas comer sozinha. Era
rejeição.
Eu mantenho você aqui, princesa, porque o mundo é um lugar difícil. Eu sei que isso é egoísta,
mas eu veria você viver sua vida sem nunca derramar uma lágrima ou sentir medo. Você deve manter
sua cabeça erguida. Quando os momentos difíceis vierem-e eles virão-eu sei que você vai vencê-
los. Mesmo que eu não esteja lá para te proteger.
.
Capítulo Doze
Nikolai comeu em sua mesa enquanto conferia os relatórios de seus tenentes. Até agora,
ninguém parecia estar desafiando seu título. Isso não significava que ele deveria relaxar.
Não que ele pudesse. Apesar de sua promessa de ficar longe dela, ele não conseguia tirar
Alina da cabeça. Cada vez que ele fechava os olhos, ele a via arqueando as costas, incitando-o a
lambê-la e a chupá-la. Ele ouviu os gemidos suaves quando ele a tocou. Lembrou-se do seu gosto.
De como estava molhada para ele.
Como ela tinha dito que ela era virgem.
Para sua própria sanidade, ele precisava sair e finalmente encontrar uma maldita mulher
para ajudar a liberar a tensão em seu corpo, mas isso não ia acontecer hoje à noite. Ele não tinha
conseguido mais de dez horas de sono ao todo nas últimas quatro noites. Se ele não dormisse esta
noite, era provável que caísse de exaustão. Ou cometesse um erro que faria com que ele e Alina
fossem mortos.
Depois que ele tinha certeza de que Alina tinha ido para a cama, ele finalmente saiu do
escritório. Ele se sentia quase covardemente escondido dela, mas o que ele poderia fazer?
Não ela.
O pensamento de dormir umas oito horas seguidas o alegrou um pouco conforme ele se
arrastou até as escadas. Uma boa ducha quente e, em seguida, direto para a cama.
Algumas gotas de água decoraram o balcão. Ele apertou sua mandíbula vendo aquilo até
que percebeu que isso significava que ela estava usando aquele banheiro. Ele não queria que ela
tivesse medo dele, e se isso significava que ele tinha que se acostumar a gotas de água no balcão,
ele poderia lidar com isso.
Tirando suas roupas, ele entrou no chuveiro e deixou a água quente escorrer sobre seu
corpo. Os jatos massageavam seus músculos, e ele fechou os olhos e tentou relaxar.
O chuveiro era grande o suficiente para dois. A banheira era grande o suficiente para dois.
Ele poderia se juntar a ela em ambos. Ele poderia sentá-la no banco e enterrar o rosto entre suas
pernas até que ela implorasse por misericórdia. Ele poderia montá-lo na banheira até que ele
tivesse derramado até a última gota de sua essência dentro dela.
"Porra", ele murmurou enquanto abria os olhos. O que diabos havia de errado com ele? Ele
não era um adolescente comandado pelos hormônios.
Desligando o chuveiro com raiva, ele pegou uma toalha e a envolveu em torno da cintura.
Depois envolveu uma menor na cabeça.
Foi quando ele ouviu.
Sentindo o seu sangue gelar, ele ficou atento até ouvir novamente. O som de uma luta. Era
suave, mas Alina estava definitivamente chorando de dor.
Antes mesmo de pensar a respeito, ele abriu a porta e entrou no quarto, prestes a espancar
um agressor. Mas Alina estava sozinha.
Presa no que deveria ser um pesadelo, ela estava enrolada em uma posição fetal no sofá e
choramingando. Seu corpo balançava lentamente para trás e para frente, e Nikolai sentiu seu
coração partir. Ele deveria tê-la deixado ali. Ele estava vestindo apenas uma toalha, e ela estava
com uma regata tão for a do lugar que seu mamilo estava exposto, mas vendo-a com medo, presa
a um pesadelo, ele sentiu a empatia crescer dentro dele, não o seu desejo.
Ele atravessou o quarto e se inclinou para baixo. "Alina", ele sussurrou. Não querendo
assustá-la, ele gentilmente tocou seu ombro. "Alina".
Ela acordou como um gato selvagem. Com um grito, ela se lançou sobre ele. Desviando, ele
escapou de um soco por pouco. "Alina! Alina!", ele gritou. Agarrando-a pela cintura, ele a jogou de
volta no sofá e segurou seus ombros. "Pare. Sou só eu."
Seus olhos se arregalaram ao reconhecê-lo. "Nikolai? O que você está fazendo?"
Agora que seu medo estava se dissipando, a tensão sexual voltou como um soco no
estômago. Seria tão fácil deslizar os dedos sob o elástico de sua calcinha de renda e acariciá-la
até que ela estremecesse em seus braços.
"Você estava tendo um pesadelo", ele disse, mais irritado do que deveria estar. Respirando
fundo, baixou a voz. "Eu ouvi você chorando, e eu pensei que você estava sendo atacada."
"Desculpe", ela disse suavemente. "Mas obrigada por ter vindo em meu socorro."
Só a sua voz, quando não estava gritando com ele, já era o suficiente para deixá-lo duro
de tanto desejo. "Alina, você tem pesadelos com frequência?"
Ela imediatamente se afastou e levantou o queixo. Ela obviamente não queria sua piedade
ou compaixão, e ele sabia que ela estava prestes a mentir para ele.
"Não", ela murmurou.
"Mentirosa", ele resmungou. "Alina, por que você está dormindo aqui? Há uma cama
perfeitamente boa ali."
O olhar dela seguiu para o chão. "Eu sei. Eu gosto mais daqui."
"Por quê?" Ela não respondeu, e ele suspirou. "Alina, eu não vou embora até que você me
responder."
"É boa demais", ela disse suavemente. "Eu não acho que me sentiria confortável nela. Não
é..." Ela respirou fundo. "Não é o tipo de cama onde eu deveria estar dormindo."
Do que diabos ela estava falando? Boa demais? Ele tinha comprado tudo especificamente
para ela porque sabia que ela estava acostumada com coisas boas. Mordendo a língua, ele
fechou os olhos e contou até cinco. Ele não iria conseguir descansar sabendo que ela estava ali.
Sem dizer uma única palavra, ele se inclinou e a ergueu, mesmo sabendo que era uma má
ideia.
"Nikolai", ela ofegou quando lançou os braços ao redor dele. "O que diabos você está
fazendo? Solte-me?"
"Você não vai dormir no maldito sofá", ele murmurou, carregando-a através do banheiro
entre os quartos. "E se você não vai dormir em sua cama, então você vai dormir na minha."
Ao contrário da dela, sua cama era o mais simples possível. Cobertura azul macia. Lençóis
baratos. Dois travesseiros. Sem frescuras. Sem seda ou dossel romântico. Antes que ela pudesse
argumentar, ele a jogou sobre ela.
O movimento desfez o nó de sua toalha, e ela deslizou para o chão. Nu e duro como uma
rocha, ele encontrou seu olhar e observou sua expressão. Seus olhos se arregalaram de forma
inocente, mas ela não desviou o olhar.
Ela olhou fixamente.
"Vá dormir", ele ordenou enquanto se afastava dela. Desligando a luz, ele abriu a gaveta e
pegou uma cueca boxer.
"Onde você vai dormir?"
Em seu escritório. No sofá. Na porra do gramado lá fora. Em qualquer lugar que não fosse
ao lado de seu corpo sexy.
"A cama é minha", ele murmurou. "E eu vou dormir nela."
Ele a ouviu suspirar na escuridão e não pôde deixar de sorrir. Não foi um suspiro de
indignação, mas cheio de desejo.
* * *
Ela não era tão inocente. Ela já tinha visto um pênis antes. Ela assistiu alguns vídeos
pornográficos por curiosidade e folheou algumas revistas que suas amigas tinham. Tinha havido
vários estudantes bêbados correndo pelados no campus da faculdade. Ela já tinha visto homens
nus antes.
Mas ela nunca tinha visto alguém parecido com Nikolai Sokolov. Seu corpo nu era magnífico.
Pele fina sobre músculos bem definidos. Ela queria provar cada centímetro dele. Um rosto como o
dele naquele corpo deveria ser ilegal. Mas aquele pau era demais.
Duro. Para ela. Ela queria se derreter nos lençóis. Ela queria implorar para que ele a
tocasse novamente. Ela queria sentar sobre ele até que ele a fizesse sentir todo o prazer que seu
corpo fosse capaz de sentir.
Em vez disso, Alina só podia esperar em um silêncio tenso enquanto ele se arrastava para a
cama ao lado dela. Ela esperava que ele a tocasse, mas ele ficou do seu lado da cama e não
disse uma palavra. Decepcionada, ela se encolheu de costas para ele e tentou adormecer.
A cama era quente e confortável, mas o cheiro dele estava por tudo. Ela não podia respirar
sem que ele a invadisse, zombando dela, lembrando-a de que ela poderia estender o braço e
tocá-lo, mas que ela não poderia tê-lo.
Finalmente, quando sua respiração se equilibrou e ela tinha certeza de que ele estava
dormindo, ela cuidadosamente se ergueu e o observou sob a luz da lua.
Ele estava deitado de costas, e seu peito subia e descia com cada respiração. Os lençóis
estavam enrolados em torno de sua cintura, mas deixando seu belo torso exposto. Alina teve uma
vontade de se inclinar e beijá-lo no mamilo. O que ele faria?
Talvez ele nem acordasse.
Hesitante, ela estendeu uma mão trêmula. Se ela pudesse simplesmente tocá-lo, acariciar sua
pele, talvez fosse suficiente para satisfazê-la para que pudesse dormir.
O braço dele foi mais rápido do que ela, e ele agarrou seu pulso. "O que você acha que
está fazendo?", ele perguntou com a voz rouca.
Alina ofegou, mas ela não se afastou. "Eu não queria acordar você", ela sussurrou.
"Eu não estava dormindo. O que você estava tentando fazer?"
"Tocar em você", ela admitiu. "Eu pensei que talvez se eu beijasse você onde você me beijou,
você poderia gostar."
Um grunhido baixo ressoou em seu peito, mas ele não a soltou. "E o que você acha que iria
acontecer se eu gostasse?"
"Pensei que você estivesse dormindo. Eu não pensei que você notaria."
"Então, como você saberia se eu gostasse?"
Droga. Franzindo a testa, Alina mordeu os lábios. Ela não tinha pensado nisso.
"Se você está curiosa, você poderia simplesmente perguntar", ele disse finalmente.
Ela sabia que era uma conversa perigosa, mas não conseguiu evitar. "Onde você gosta de
ser tocado?"
Nikolai imediatamente soltou seu pulso. "Você deveria ir dormir, Alina", ele advertiu.
De repente, Alina percebeu que ela tinha poder sobre ele. Isso a deixou ainda mais ousada,
e ela se aproximou um pouco mais dele.
"Onde você gosta de ser beijado?" Ela perguntou novamente.
Inclinando-se sobre ele, ela deu um pequeno beijo no lóbulo de sua orelha. Seus cabelos
caíram ao redor dele, e ela ouviu enquanto ele suspirou bruscamente. "Eu gostei quando você me
beijou aqui", ela sussurrou. Ele não a impediu, então ela se moveu para baixo e beijou o pescoço.
"Eu realmente gostei quando você me beijou aqui."
Seu corpo inteiro estava tão imóvel que ela não sabia se ele ainda estava acordado, exceto
que estava segurando o fôlego. Respirando fundo, ela desceu ainda mais por seu corpo. "Eu gostei
demais quando você me lambeu aqui." Sua língua percorreu o seu mamilo, e ele explodiu em ação.
Rolando-a para o lado, ele deitou sobre ela e afastou suas pernas com os joelhos. Apoiando contra
sua vagina latejante, ele se moveu lentamente para cima e para baixo. Ela podia sentir sua ereção
forçando contra ela, e ela gemeu.
"Você é provocantemente quente", ele sussurrou roucamente. "Eu quero tanto te foder que
nem consigo pensar direito."
Inclinando-se, ele uniu sua boca à dela e ela o recebeu ansiosamente. Seus beijos a levaram
a lugares que ela achava que não eram possíveis, e enquanto suas cabeças se moviam, ela
envolveu suas pernas ao redor dele e se esfregou com mais força contra ele. Seu corpo estava
pegando fogo, e ela sabia que só ele poderia apagá-lo.
"Nossa", ele gemeu. Agarrando o quadril dela, ele o pressionou contra a cama. "Você não
tem ideia de como você está me atormentando, mas eu não posso. Sua primeira vez deve ser
especial. Você merece isso, e se você não parar de esfregar seu corpo contra o meu, eu vou
perder o controle."
Ele não podia parar agora. Arfando, ela lutou para que ele deixasse ela voltar a se mover.
"Por favor", ela implorou. "Por favor, não aguento mais".
Inclinando-se, ele apoiou sua testa contra a dela. "Alina, você já teve um orgasmo? Já
provocou um em si mesma?"
Sem dizer nada, ela sacudiu a cabeça. Ela brincava consigo mesma de vez em quando, mas
não conseguia ir até o fim. Era uma sensação estranha, e ela tinha medo do que poderia acontecer
se ela continuasse.
Ele a soltou e ela resmungou e se agarrou a ele. "Eu não vou a lugar nenhum", ele sussurrou.
"Eu estou bem aqui. Apenas fique parada".
Fazendo o que ele ordenou, ela mordeu o lábio inferior e esperou. Ele a segurou pela
lateral do seu corpo e se inclinou para beijá-la novamente. Dessa vez, ele foi mais lento, mais
quente, e muito mais perigoso. Sua mão segurou seu seio, e ele esfregou lentamente o polegar
sobre o tecido que cobria seu mamilo. O desejo pulsou nela com um círculo cada vez mais lento e
leve que ele fez, e tudo o que ela conseguiu fazer foi gemer. Seu corpo pertencia a ele. O calor
entre suas pernas ficava cada vez maior, e ela retorceu o quadril, inquieta. Seu corpo se esfregou
contra seu pênis, e ele gemeu.
"Está gostoso, querida?" Ele sussurrou enquanto levantava a cabeça.
Sem dizer nada, ela assentiu. Nunca tinha sentido nada melhor.
"Então você vai amar isso".
Seus lábios tomaram os dela de novo, e seus dedos roçaram levemente sua vagina. O
contato era suave, mas a enlouqueceu. Erguendo o quadril, ela tentou desesperadamente fazê-lo
tocá-la com mais força, mas ele se afastou e continuou com suas provocações.
"Nikolai", ela gritou. "Por favor."
"Paciência, Alina", disse ele com um sorriso. "Seu corpo foi feito para o prazer. Deixe-me
desfrutar disso. Eu quero que você goteje de suor e desejo antes de eu fazer você gozar."
A esse ritmo, não demoraria muito. Ele se inclinou e passou a língua sobre seu mamilo,
chupando o tecido em sua boca e passando os dentes sobre ela. Agarrando-se ao lençol, ela se
moveu inquieta sob ele. Aquilo estava uma tortura. Se ele não a aliviasse logo, ela ia enlouquecer.
"Da próxima vez, eu vou fazer isso em sua boceta", ele prometeu. Ele deslizou a mão por
baixo da calcinha e passou um dedo pela abertura. "Em vez de meus dedos, será a minha língua.
Vou lambê-la bem aqui até que você esteja implorando por mais, e então vou enfiar minha língua
dentro de você. "Enquanto falava, seu dedo penetrou ligeiramente nela e se moveu para frente e
para trás. Com cada gemido que ela soltava, ele afundava seu dedo mais fundo dentro dela. "Vou
te foder com minha língua até que você não aguente mais, e então..."
Ele tirou o dedo e olhou para ela na escuridão. Ela estremeceu ao lado dele e esperou.
"Nikolai", ela sussurrou quando ele não se moveu. "Nikolai, por favor. Não aguento mais. Eu juro.
Estou te implorando".
"Eu vou circular minha língua sobre você assim", ele murmurou roucamente ao pressionar seu
dedo contra seu clitóris. "E eu deslizarei meus dentes sobre você até você explodir."
Não demorou muito. Ouvindo-o, imaginando-o entre suas pernas, sentindo seus dedos
deslizarem sobre sua nuca sensível, ela chegou ao limite. Ele a esfregou com força e velocidade,
mesmo quando seu corpo arqueou sobre a cama, e ela gritou enquanto chegava lá.
"Não se esqueça", ele disse impetuosamente. "Não esqueça que isso é o que eu posso fazer
com você. Só eu."
Mal deu tempo de ouvir aquelas palavras. Ela estremeceu e tremeu quando as ondas de
prazer intenso caíram sobre ela. Finalmente, ela chegou ao seu limite. Ela afundou contra a cama,
exausta. Ele moveu sua mão gentilmente e a estendeu para tocar seus lábios.
Bêbada de êxtase, ela deixou sua língua sair para sentir o gosto. O próprio gosto.
"Nossa, Alina", ele gemeu. "Você acaba comigo."
Ele retirou a mão e se sentou ao lado dela. Seu pau ainda pulsava contra ela, mas ele não
fez nada a respeito. "E você?" Ela sussurrou no escuro.
"Vá dormir, Alina", ele murmurou.
Sentindo-se saciada e segura em seus braços, ela apagou.
Naquela noite, não houve pesadelos.
Capítulo Treze
Alina abriu os olhos e suspirou. Ela se sentia bem. Não se lembrava da última vez em que
dormiu mais do que algumas horas seguidas, e ali estava ela, já sob a luz do dia.
Alongando-se, ela se sentou na cama e bocejou. Olhando para baixo, ela percebeu que
tinha um lençol enrolado no corpo. Percebendo que estava no quarto de Nikolai, as lembranças
voltaram a inundá-la e ela ofegou.
"Meu Deus", ela sussurrou. O que ela fez? Quem era aquela mulher implorando na cama na
noite anterior?
Saindo da cama lentamente, ela olhou para o banheiro e viu que a porta estava aberta.
Nikolai não estava à vista. Parte dela estava aliviada por não ter que vê-lo, e parte dela se
perguntou por que ele não ficou perto dela nem a acordou.
Inundada de ansiedade, ela atravessou o banheiro e foi para o seu quarto, batendo a porta
atrás dela. Só havia uma coisa a se fazer agora.
Enfrentar aquilo como uma mulher.
Recolhendo suas roupas, ela voltou para o banheiro e ligou o chuveiro. O banheiro do
corredor era muito menor. Ela se sentiu engolida quando ela pisou debaixo da ducha. O lugar era
grande o suficiente para três pessoas tomarem banho.
Tentando não pensar em Nikolai tomando banho com outra pessoa, ela se limpou
rapidamente. Toda vez que a esponja de banho tocava seu corpo, ela se lembrou de Nikolai a
tocando. Frenética, ela terminou em tempo recorde e rapidamente se secou. Levando um pente ao
seu cabelo, ela o enrolou, ainda molhado, e o prendeu em um coque desorganizado. Quanto mais
cedo ela saísse do banheiro, melhor.
Vestindo uma calça jeans e a camiseta mais larga que conseguiu encontrar, ela respirou
fundo e correu rapidamente para o andar de baixo. Para a sua surpresa, Nikolai estava na mesa
do café da manhã. Ele olhou sua roupa com uma sobrancelha levantada, mas não comentou nada
a respeito.
"Eu ouvi o chuveiro", ele explicou. "Eu pensei que você gostaria de tomar café da manhã.
Iyanna manteve alguns ovos quentes para você".
"Obrigada. Eu não pensei que você estaria aqui". As palavras saíram de sua boca antes
que ela pudesse detê-las, e ela imediatamente franziu a testa.
"Eu moro aqui", brincou ele. "Sente-se, Alina. Coma. Acho que você não fez uma refeição
completa desde que chegou aqui, e minha proteção não servirá de nada se você morrer de fome".
Seu estômago roncou, e ela percebeu que estava com fome. Acomodando-se na cadeira, ela
pegou um garfo e começou.
"Deve estar um belo dia lá fora. Fui informado de que você gosta de aproveitar o sol, então
se você quer deitar lá fora um pouco, meus homens são instruídos a ficar de olho em você".
"De roupa de banho?" Ela perguntou com uma carta.
"Não", ele disparou. Alina franziu a testa, e ele imediatamente balançou a cabeça.
"Desculpa. Nada de roupa de banho. Shorts, e um top, se você quiser. Mas por favor esteja vestida
estiver na frente dos guardas."
Aquilo era ciúme? "Você vai ficar aqui o dia todo?"
"Não. Eu preciso sair um pouco, mas eu deveria estar de volta para o jantar. Alina..." Ele
hesitou. "O que aconteceu na noite passada não pode acontecer novamente."
De repente, a comida tinha gosto de papelão. Ela pegou o café e tentou engolir. Ele a
observou, e fez o possível para manter a compostura.
"Claro que não", ela disse finalmente.
Nikolai não ofereceu uma explicação, tampouco ela. O silêncio ficou um pouco estranho, e
ele finalmente se levantou. "Aproveite o dia", ele disse finalmente. "Ah, e mais uma coisa."
Ele parou de falar, e ela levantou a cabeça e olhou para ele. Seu olhar se moveu para além
dela, e ela se virou para encontrar Timur e Kristof de pé ali. Soltando um grito, ela saltou da
cadeira e rapidamente foi abraçá-los.
"Onde diabos vocês dois estiveram?", ela perguntou. "Ninguém fala comigo aqui! É horrível."
"Nossa, obrigado", Nikolai disse secamente. "Estou saindo. Não se esqueça que eles têm
trabalho a fazer, por isso não os segure por muito tempo."
Seu rosto estava quase bravo quando ele passou por eles, e ela deu de ombros. Nikolai era
um homem difícil de entender.
"Onde vocês estavam?" Ela perguntou novamente.
"Senhorita?" Kristof brincou com um sorriso.
"Não", ela bufou. "Sim. Nikolai é rigoroso".
Timur franziu a testa. "É para a sua própria proteção, Alina. Não pense que não ouvimos
falar sobre o que você fez. Nós ouvimos muito de Nikolai sobre o seu comportamento. No que você
estava pensando?"
"Eu não preciso de um sermão de vocês também", ela disse com um suspiro ao dar um passo
para trás. "Vocês estavam procurando o assassino do papai?"
Os dois homens trocaram olhares, e ela teve a resposta.
"Encontraram ele?"
"Não", Kristof disse com uma careta. "Não encontramos nada útil. Nem as autoridades. Não
que eles sirvam para alguma coisa".
"Então por que vocês ainda não estão procurando?" Ela exigiu. "Eu sei que eu os queria
aqui, mas eu prefiro sair daqui o quanto antes, e eu não posso fazer isso a menos que quem fez
isso esteja morto ou atrás das grades."
"Morto?" Kristof perguntou com uma sobrancelha erguida.
A palavra saiu sem que ela pensasse nisso, e ela apertou os lábios. Ela não era uma pessoa
violenta, mas não tinha certeza de que ficaria tão chateada se o assassino de seu pai estivesse
morto.
"Que a justiça seja feita", ela finalmente disse. "Sério, eu sei que Nikolai só pediu que vocês
voltassem porque eu me queixei."
"Nikolai não faz nada porque as pessoas se queixam", Timur disse ironicamente. "Se estamos
de volta, então estamos de volta por uma razão."
Timur provavelmente estava certo. Era ridículo pensar que Nikolai faria qualquer coisa só
por ela.
Bem, exceto na noite passada. Aquilo parecia ter sido só por ela.
"Alina? Você está bem?"
Ela percebeu que seu corpo inteiro estava corado e assentiu. "Estou bem. Vou me deitar ao
sol um pouco".
Ela lhes deu um sorriso grato e foi limpar o prato.
A mãe de Iyanna olhou feio para ela enquanto lavava os pratos, mas ela não se importou.
Se ela não fizesse algo para manter as mãos ocupadas, ela teria mais problemas.
Foi tão bom passar algumas horas sob o sol que ela esqueceu do almoço completamente.
Quando decidiu que era hora de entrar, já eram duas horas da tarde. Aliviada por ter escolhido
um lugar que tinha ficado com mais sombra conforme o sol se movia através do céu, ela correu
para dentro.
Quando a hora do jantar chegou, ela estava praticamente dançando de alegria. Ela não
podia acreditar no quão animada ela estava para ver Nikolai.
Mesmo ele tendo deixado claro que não a tocaria novamente. Ela precisava se concentrar
nisso e não agir como uma adolescente apaixonada feliz só porque ele sorriu para ela.
Trocando sua camiseta por uma blusa que abraçava suas curvas, ela desceu com grandes
expectativas.
Iyanna era a única sentada à mesa. "Oi", ela disse com empolgação. "Há dias que não a
vejo, e estou morrendo de vontade de lhe perguntar por que Nikolai lhe trouxe café da manhã no
outro dia!"
"Onde ele está?" Ela perguntou enquanto se sentava em sua cadeira. "Ele disse que estaria
aqui para o jantar".
"Ele disse?" Iyanna sacudiu a cabeça. "Ele estava aqui cerca de uma hora atrás, mas então
saiu novamente. Eu perguntei sobre o jantar, e ele disse que se tivesse sorte, ele só chegaria em
casa bem tarde."
Tivesse sorte? Alina sentiu seu coração apertar. Claro. Ela não esperava que ele fosse um
santo só porque ele não podia estar com ela. Havia muitas mulheres mais experientes que não o
fazem se sentir culpado.
"Alina?" Iyanna perguntou, preocupada. "Você está bem?"
"Eu não me sinto muito bem", ela murmurou. "Eu acho que vou pular o jantar e ir para a
cama."
"Mas você também perdeu o almoço. Quer que eu telefone para o Danik? Podemos chamar
um médico".
"Isso não é necessário." Ela deu um rápido sorriso para a amiga. "Acho que passei muito
tempo ao sol. Tenho certeza que vou ficar bem de manhã. Obrigada pela companhia. Ah, e sobre
o café da manhã. Ele só queria me lembrar por que estou aqui."
"O que você quer dizer?"
"Para ser protegida", disse Alina suavemente. "O que significa não fugir mais à noite."
"É, aquilo não foi legal. Eu o ouvi gritar ao telefone quando Danik o ligou. Nunca vi o Sr.
Sokolov perder a paciência daquele jeito".
Claramente, Iyanna precisava estar com ela e Nikolai com mais frequência, já que ela o
fazia reagir daquele jeito. Depois de pensar melhor, ela agarrou a garrafa de vinho e sua taça
da mesa e subiu as escadas.
Ela era fraca para essas coisas. Depois de meia garrafa, ela ficou sonolenta. Fechando a
garrafa, ela a colocou sobre a mesa lateral e voltou para o seu sofá. O álcool não a ajudou a
esquecer que Nikolai teria outra pessoa em seus braços naquela noite, mas a ajudou a dormir.
Só que não afastou os pesadelos.
* * *
Nikolai deixou o clube e entrou no carro, cansado. Ele foi pego de surpresa quando dois dos
outros chefões da máfia quiseram falar com ele. Foi sua primeira reunião oficial, e ele percebeu
que ele deveria ter convocado uma reunião logo após Yuri morrer. Em vez disso, ele tinha estado
ocupado atrás do assassino.
Mas a sorte estava ao seu lado. Eles não pareciam terrivelmente chateados. Em vez de
terminar o encontro cedo e com raiva, eles jogaram baralho até bem depois da meia-noite. Nikolai
não era bobo. Ele teve a chance de vencer algumas vezes, mas deixou pra lá. A paz entre as três
famílias era importante, e ele não queria perturbar o equilíbrio. Eles falaram sobre território e
dinheiro. Foi uma noite tranquila, mas ele não pôde deixar de sentir uma tensão estranha no ar. Foi
só quando eles lhe deram um tapinha nas costas e comentaram sobre sua crueldade que ele
entendeu.
Eles achavam que ele matou Yuri.
Seu motorista ligou o carro, e Nikolai ficou surpreso ao descobrir que seu guarda-costas
habitual tinha desaparecido. Em vez disso, Timur estava sentado no banco de trás.
"O que está acontecendo?" Nikolai resmungou.
"Eu me senti um pouco inquieto. Pensei que deveria esticar minhas pernas. Espero que você
não se importe com a troca", Timur disse com tranquilidade.
Nikolai olhou para o homem, mas não pediu mais informações. Se havia uma coisa que ele
sabia sobre Timur, era que o homem não dizia nada até estar pronto. Timur e Kristof nasceram
dentro da máfia. Os pais e avôs de ambos tinham servido. No momento em que Nikolai entrou, os
dois homens foram colados ao lado de Alina.
"Você já se perguntou se Yuri cometeu um erro?" Nikolai perguntou curioso. "E que talvez ele
devesse ter escolhido outra pessoa?"
"Se você está perguntando se eu estou com ciúmes, a resposta é não", Timur disse, com
calma. "Eu não quero a responsabilidade que está sob os seus ombros nem por todo o dinheiro do
mundo. Quase todos os homens sentem o mesmo. Confiávamos em Yuri Petrov, e confiamos na sua
decisão de nomeá-lo."
"Eu aprecio o gesto. Ainda assim, se eu não consigo controlar uma mulher, como conseguir
controlar um território? "Ele murmurou sombriamente. Alina nunca saía de seus pensamentos.
"É muito injusto comparar um território inteiro com Alina Petrov", disse Timur com um sorriso.
"Ela já nos desafiava quando tinha dois anos de idade. Ela era um furação naquela época, e ela é
um furação hoje."
"Às vezes", concordou Nikolai. "E às vezes ela parece tão mal."
"Ela não tem família".
Nikolai virou bruscamente a cabeça. "Ela tem um tio".
"De sangue, talvez, mas aquele homem não é sua família", exclamou Timur.
"Bem, se ele não é sua família, mesmo que de sangue, então você provavelmente deve
considerar você e Kristof sua família, embora não tenham o mesmo sangue."
Timur não disse nada, e Nikolai não pôde deixar de pensar que isso dizia muito sobre o que
ele estaria pensando. Mas ele simplesmente não sabia o que era.
"Quem você acha que matou Yuri?" Nikolai perguntou de repente. "Você estava lá naquele
dia. Certamente você tem suas suspeitas".
"Estamos seguindo algumas pistas. Todos apontam para uma única pessoa", disse Timur
suavemente.
"E quem é?"
"Você."
Nikolai imediatamente congelou. Sua mão avançou para a arma escondida no lado da
porta, e Timur bufou. "Se eu pensasse que você matou Yuri, Alina não estaria sob seu teto. Calma,
Sokolov".
Nikolai relaxou e esperou que Timur continuasse, mas o guarda não disse mais nada.
Qualquer que fosse a razão de Timur estar no carro com ele, não era para falar.
No momento em que o carro chegou na casa, ele estava quase caindo de sono. Afrouxando
os botões de sua camisa, ele subiu as escadas de dois em dois degraus até o seu quarto. Abrindo
a porta quietamente, ele manteve as luzes apagadas para que ele não a perturbasse.
Quando ele se arrastou para a cama, percebeu que Alina não estava lá.
Irritado, ele contemplou deixar isso pra lá, mas ele sabia que ela provavelmente estava
naquele maldito sofá desconfortável novamente. Com um rosnado, ele se afastou da cama e abriu
a porta do quarto dela.
Ela estava no sofá. E no meio de um pesadelo.
Recolhendo-a cuidadosamente em seus braços, ele a levou até sua cama. Quando ela deitou
em seu colchão, seus gritos pararam, e ela se acalmou. Ele pensou em despi-la para que ela se
sentisse mais confortável, mas ele não queria acordá-la.
Deslizando na cama atrás dela, ele a abraçou e beijou suavemente sua bochecha. Ao deitar
para dormir, ele não pôde deixar de pensar sobre a garrafa de vinho que estava sobre a mesa.