Eu e o Fazendeiro
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Capítulo 5 Capitulo 5

- Claro. Obrigada por tudo, xerife... - Ajustei Jody em meu colo - Digo, Dallas.

Eu não poderia vê-lo apenas como Dallas. Para mim, ele teria que continuar sendo o xerife, a quem eu continuaria a admirar apenas de longe, pois, aos olhos dele eu seguia sendo apenas Mandy.

Eu nunca fui nada mais para ninguém do que a tímida e sem graça Mandy.

Capítulo 3

Dallas

Eu a vi sair apressadamente da delegacia. Jody se contorceu no colo de Mandy, colocou o queixo sobre o ombro dela e abriu um sorriso encantador para mim, enquanto abria e fechava os pequenos dedos gorduchos em despedida.

Meu atual contato com crianças, após ter ajudado a cuidar de Julienne desde que nasceu, vinha da filha de nossa irmã Paula ‒ que descobrimos há pouco tempo que era nossa irmã ‒ e Benjamin, o bebê de minha prima Penelope, quando ela chegou à fazenda, sentindo-se frágil e destruída, tentando curar seu coração ferido pelo pai de seu bebê.

Com a ajuda de meus irmãos, meu pai e

Charlote, a nossa madrasta, cuidamos dela, física e emocionalmente. Sempre vigilantes para que nunca lhe faltasse nada, principalmente amor e carinho. Movemos céus e terras para que o bebê, ainda em seu ventre, se sentisse protegido e amado. Acompanhamos grande parte da sua gestação e, ao lado de meus irmãos, a levamos para o hospital quando sua bolsa estourou antecipadamente, no meio da noite. Eu praticamente vi o menino nascer. Foi um período inicialmente conturbado e angustiante porque Ben nasceu com um grave problema de saúde. Mas a tristeza maior veio para todos nós, particularmente para Austin, o mais apegado ao bebê, foi quando presenciamos os dois partirem de volta para New York. Agora, Penelope estava feliz, havia acertado suas diferenças com Adam, casado com ele, e acabaram de ter uma menina, a pequena Amy, que só vi por vídeo e fotos, e que eu esperava conhecer pessoalmente em

breve.

- Ela é um pouco doidinha, né, Xerife?

- Derek perguntou com humor ao se colocar ao meu lado, nem tinha percebido que ele já havia retornado - Sabe, a Mandy.

Meu contato com Mandy não ia muito além das minhas visitas ao estabelecimento de Chan todos os dias, para o café da manhã e às vezes para o almoço. No passado, o pai de Mandy costumava fazer negócios com o meu. Às vezes, via Mandy pela fazenda, e em uma delas, a ajudei a escapar de um touro furioso que havia escapado do pasto.

Eu estava saindo da escola quando ela terminou o ensino primário, e nunca mais a vi durante o período que estive na faculdade. Mas eu, assim como todos no condado, conhecíamos sua história.

- Ela é uma garota incrível - disse a ele,

em um tom duro e repreensivo - Foi corajosa hoje ao enfrentar um homem daquele tamanho. E o que faz pela sobrinha diz muito sobre o caráter dela. Não quero mais ouvi-lo se referir à Mandy assim, Derek.

Sim, num pequeno condado como Peachwood, onde todos se conheciam, fofocas rolavam mais rápido que tiro de revólver. Mandy era vista como inocente, um pouco atrapalhada, e mesmo que não tivesse conhecimento, a queridinha da cidade. Todos admiravam que, mesmo sendo tão jovem, tivesse pegado para si a responsabilidade de dar um lar feliz à sobrinha, quando nem a mãe da menina havia se importado com isso.

- Certo. Você tem razão - Derek pigarreou e arrastou um dos pés no chão de madeira

- Desculpe. Não tinha intenção de fazer uma observação ofensiva.

Derek era meu assistente. Quando estou de

folga, ou preciso me ausentar da delegacia por um tempo maior, ele assume o comando em meu lugar. É um bom rapaz, teve um arranca-rabo com minha irmã Julienne, antes que ela fugisse também para New York, tentando escapar de nós, seus irmãos extremamente zelosos, e devo admitir, um pouco... Ok, talvez, muito controladores. Mas Julienne era nossa irmãzinha, era nossa obrigação protegê-la, e não importa que agora estivesse casada com Liam. Vamos sempre ficar de olho nela. Era assim que os homens da família Walker agiam. Cuidamos de nossas terras, protegemos e amamos nossas mulheres, mesmo que elas lutem contra isso.

- Humm, Xerife? - Derek me interpelou alguns segundos antes de me dirigir à minha sala - Cora ligou antes dessa confusão toda acontecer, pediu que fosse até a casa dela.

Cora DeVine, a mulher com quem venho saindo há alguns meses. Cabelos castanhos

acobreados, quadris avantajados e um belo par de seios me mantiveram ao lado dela por um tempo maior do que o habitual, mas assim como a maioria dos casos que tive durante toda a minha vida, começava a me fazer perder o interesse. Não era que eu apenas pegasse as mulheres, as levasse para a minha caminhonete ou cama, as fodesse até nossos corpos suarem e partisse para a próxima. Bem, durante minha adolescência e tempo na faculdade havia sido dessa forma mesmo. Contudo, já fazia algum tempo, desde a passagem de Penelope pela fazenda, que eu pensava no"algo mais."

- Ela disse o que queria?

Derek coçou a cabeça e voltou apressadamente até sua mesa, procurando algo na bagunça de papéis. Ele não era o melhor assistente que um xerife poderia sonhar, mas não havia muitas opções ou pessoas se candidatando ao

cargo.

- Ah, sim! - Ele ergueu uma folha onde

tinha rascunhado alguma coisa que, provavelmente, só ele mesmo conseguiria entender - Algo sobre uma torneira?

O encanamento de Cora vivia dando problema, foi dessa forma que nosso caso começou, quando dei um jeito no grande vazamento que havia acontecido em sua cozinha. Em vez de ligar para o único encanador da cidade, ela tinha pedido socorro na delegacia, avisando que precisava de ajuda, urgente. Dei um jeito em sua torneira, e como agradecimento, acabamos nus em sua cama. Às vezes, acho que usa o encanamento ruim, que já avisei que deveria trocar, como outros detalhes em sua casa que precisavam de reparos, como desculpa para me atrair. A estratégia havia dado certo no começo, ambos achávamos divertido, mas eu começava a ansiar por mais, e não tinha nada a ver

com sexo. Como se eu tivesse carrapatos agarrados em meu traseiro, me fazendo pular no lugar. Eu só não conseguia encontrar ainda o que eu tanto procurava.

- Vou vê-la quando sair daqui - disse a ele, antes de fechar a porta da minha sala - Agora, vou finalizar a transferência de Klein.

Fechei a porta, e em vez de seguir para a minha mesa, fui até a janela, onde puxei a persiana. Do outro lado da rua, estava o Café da Chan. Vi algumas pessoas entrando e outras saindo, parecia mais movimentado que o habitual.

O dia agitado de hoje veio à minha cabeça. Em Chan entrando, gritando, dizendo que seu café estava sendo atacado. No choro de Jody, que ouvi assim que abri a porta e, por fim, Mandy com uma pesada frigideira na mão, me encarando com o olhar horrorizado.

Consegui ser rápido o suficiente para

impedir que ela desabasse no chão quando desmaiou, e com ela em meus braços, dei ordens para que Derek algemasse o agressor inconsciente e bêbado, antes de levá-lo ao hospital para cuidarem do ferimento em sua cabeça. Ordenei que a escrevente auxiliasse a mulher e as crianças assustadas do infeliz e que a Sra. Chan pegasse Jody, levando-a para a delegacia. Não era um ambiente para um bebê, mas as celas estavam vazias e eu sabia que Mandy iria querer ver a sobrinha quando acordasse.

Após isso, levei Mandy para o único lugar que achei que poderia ficar razoavelmente confortável, até que o médico pudesse vir atendê- la: uma cama dentro da cela, enquanto interrogava a Sra. Klein.

Puxei a ficha do marido dela e descobri que o homem teve outras denúncias de agressões. Inclusive tinha acabado de sair em liberdade, há

poucos dias, após pagar fiança. Infelizmente, existiam muitos casos como o dela, mulheres vivendo violência doméstica e temerosas em denunciar o marido. Contudo, consegui convencê- la de que, dessa vez, e por todo histórico do marido dela, dificilmente Klein sairia da cadeia tão cedo. E mesmo que ela tivesse medo de acusá-lo, o que ele fez no café já agravava bastante o caso dele. No fim, ela fez um relato de cinco páginas à escrivã, que garantiria a Klein belos anos na cadeia. Sua esposa, que logo seria ex, poderia recomeçar em paz a vida com seus filhos.

                         

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