A Indomável
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Capítulo 5 Capitulo 5

Respirei fundo, vencida.

Se esse maldito fosse me foder, eu faria de tudo para que ele saísse sem o

pau.

* * *

Quando abri a porta do banheiro, vi Louis sentado de costas para mim,

tamborilando os dedos na mesa, demonstrando impaciência. Grande merda. Eu me sentei de forma grosseira na cadeira à sua frente e o encarei de volta.

- Por que diabos me trouxe aqui? - perguntei, irritada.

- Eu gostaria de te chamar para jantar - ele respondeu com muita

calma.

- Não seria muito mais educado e menos doloroso - indiquei minha

boca e bochecha machucadas - fazer isso pessoalmente ou por telefone e esperar uma resposta?

- O que você me responderia? - ele apoiou os cotovelos na mesa, me desafiando.

- Que não. Nunca. Jamais! - cuspi cada uma das palavras.

- Por isso mesmo eu encurtei o caminho e te trouxe logo para cá - ele sorriu, e novamente eu vi que seu sorriso não chegou aos olhos.

- Minha mãe vai mandar a polícia atrás de mim.

E a polícia ia me achar como? Ele não precisava saber que eu tinha certeza de que seria mais um corpo achado por aí sem identificação. Bendita mania de andar sem documentos.

- Não, não vai. Você vai ligar agora para ela e dizer que resolveu ficar na casa de uma amiga, diga que amanhã estará em casa a tempo do café da manhã com seu pai - ele me estendeu seu celular, e eu peguei. Pude ver pelo visor que já passava da meia-noite. Respirei fundo, encarando a tela, e disquei o número de casa.

- Mãe? Sou eu. Não, está tudo bem... Eu estava com as meninas e acabei levando um tombo, nada sério. Ralei os joelhos e machuquei o rosto. Não, não precisa mesmo me buscar. Vou ficar aqui na casa da Isa até os ônibus voltarem a passar. - Minha mãe confiava muito em mim para pensar que estava mentindo. - Mãe? Eu te amo, ok? Sempre - desliguei e joguei o celular no homem à minha frente. Encarei Louis em silêncio, analisando o maldito.

Ele era maravilhoso, mas diziam que o diabo nunca se apresentava em uma má aparência.

- Pronto. E agora? - questionei.

- Agora nós vamos jantar, e você vai me contar um pouco sobre a sua vida - o homem empurrou uma pasta na minha direção, e eu a peguei, puxando as folhas de dentro.

Fotos minhas na infância, e as raras da adolescência, um belo resumo da

minha vida. Páginas de redes sociais, uma breve descrição da minha família... Fechei os olhos, largando os papéis em cima da mesa. Minha cabeça girou, não acreditando no que estava acontecendo.

- Sério isso? Você é doente! Ele apenas riu da minha reação.

- Você é estranhamente interessante, Elizabeth...

- O que você espera com isso?

Assustei-me com um barulho atrás de nós e vi que eram garçons. Olhei sem entender nada quando colocaram em cima da mesa uma barca cheia de comida japonesa.

- Li que é sua favorita. Você foi em quatro restaurantes de comida japonesa nos últimos três anos, e tem um favorito, onde você já colocou o pé trinta e quatro vezes só no último ano. Essa comida é de lá - ele disse com calma enquanto abria seus hashis. Eu nunca mais faria check-in no Facebook. Nunca.

- Não vou comer. Você bateu em mim para me trazer aqui e espera que eu coma com você numa boa?

- Bater em você estava extremamente longe do que eu mandei meus homens fazerem, e eu te peço desculpas por isso. Nenhum deles vai te machucar nunca mais. Dou minha palavra - Louis me encarava, sério; os olhos castanhos chegavam a ficar avermelhados sob a luz das velas. - E o jantar é apenas uma bela desculpa. Não existe nenhum problema com a comida, caso haja alguma dúvida sobre isso, eu não estragaria a noite, não sou fã de necrofilia - ele sorriu e enfiou um pedaço de peixe cru na boca.

- Sua palavra não vale nada para mim. Eu quero ir embora.

- Você vai, Elizabeth, mas antes eu tenho uma proposta...

A curiosidade estampada no meu rosto o fez sorrir. Dessa vez, pela primeira vez, o sorriso chegou aos olhos.

- Então fale logo e me deixe ir - foi tudo o que eu respondi.

- Primeiro, coma - era uma ordem. - Então me escute e logo depois você será levada para casa. Eu mesmo farei isso.

- Tenho outra opção? - provoquei.

- Você sabe que não - Louis continuava comendo, então suspirei e me rendi. Não havia nada que eu pudesse fazer.

- Você já ouviu falar sobre máfia? - Louis me perguntou logo que enfiei de uma vez meu hot roll favorito na boca. Fiz que não com a cabeça. - Nunca assistiu nenhum filme sobre isso? - neguei novamente. - Por quê? - ele questionou.

- Não acho interessante - fui clara.

- Nada? Nem mesmo O Poderoso Chefão te chamou atenção? - ele parecia se divertir.

- Eu até gosto de filmes de ação, mas máfia? Sério? Não gosto, nunca vi nenhum em toda minha vida. - Não tinha qualquer outra opção, e já que estava ali, por que não encher o cu da minha comida favorita e ir embora para nunca mais olhar na cara daquele merda?

- Sua conta da Netflix realmente mostra isso... - ele parecia decepcionado. - Mas, Jane Austen? Monstros S.A.? É disso que você gosta, não é?

Parei o hashi no meio do caminho até a boca, sentindo minha cabeça esquentar. Respirei fundo e o encarei.

- Eu não acredito que até na minha conta da Netflix você conseguiu fuçar. Aliás, quem é você? Como conseguiu tudo isso de informação sobre mim?

Ele apenas sorriu e voltou a comer. Eu esperei, encarando o homem.

- Digamos que eu sou alguém que tem uma boa quantidade de dinheiro e poder de informação. Sou um Don. Você devia ter assistido O Poderoso Chefão, assim poderia entender um pouco o que eu posso fazer...

O cara estava se vangloriando demais.

- Grande bosta - revirei os olhos e o ouvi gargalhar, até a risada do desgraçado era bonita. Ele precisava de mais defeitos, como esse caráter lixo ou os pés feios. - O que foi? - eu disse de boca cheia.

- Se fosse qualquer outra pessoa aqui na minha frente, em um dia de mal humor, eu simplesmente estouraria os miolos, mas tudo o que eu quero é foder você.

Aquilo me pegou desprevenida, e eu engoli minha comida com mais força do que devia, machucando a garganta.

- Me foder? Fora de questão. Procura uma das garotas que estavam comigo na boate, mande flores e um belo cartão, a calcinha da escolhida vai estar no chão no primeiro estalar de dedos. Se era essa a sua proposta, a resposta é não. Obrigada pelo jantar. - Levantei-me sem cerimônias, deixando claro que minhas palavras eram sérias.

- Sente agora, eu não terminei - a voz dele estava cheia de uma ameaça velada.

Eu me sentei, com medo, enquanto sustentava o olhar do homem.

- Termine, então.

- Vi que a situação da sua conta bancária não está das melhores... - O homem mexia seu copo de uísque e viu que seu comentário surtiu efeito em mim. - E sua tão adorada faculdade está com vários pagamentos atrasados...

- Meus olhos encheram d'água, por raiva, constrangimento, tristeza e mais um

monte de coisas. Aquilo me chocou ainda mais, como esse filho da puta sabia? Mas para quem tinha até fotos minhas da infância, o que eu estava esperando?

- Eu poderia ajudar. Já pensou? Todos os problemas resolvidos apenas por passar uma noite comigo...

Aquilo fez meu coração apertar de uma forma brutal.

Eu não era idiota, era uma oportunidade de ouro, mas meu orgulho engoliu qualquer outro sentimento e me fez ver em vermelho. Aquele cara estava se aproveitando dos meus pontos fracos para me pressionar e isso eu não ia tolerar calada.

Decidida, levantei-me da mesa, andei até ele, que estava acompanhando meus passos com um sorriso vitorioso no rosto, e dei o tapa mais forte que eu podia.

- Você tá achando que eu sou o quê? - berrei, com os olhos em fúria. Tinha certeza de que estava parecendo uma louca e já que era assim, continuei.

- Uma puta? Você não pode me comprar! - Gritei mais alto a última frase, antes do homem me surpreender.

Ele cresceu sobre mim, pegando em meus pulsos com força e me sacudindo. Eu paralisei, assustada, e ele se aproveitou da minha falta de ação para enfiar a língua dentro da minha boca.

Foi o beijo mais agressivo da minha vida.

Louis me beijava como se pudesse apagar todo o fogo da fúria que eu sentia, como se pudesse me ganhar, e eu, idiota, correspondi por um belo minuto, até que percebi a merda que estava fazendo e mordi seu lábio inferior com força suficiente para fazer sangrar. O homem me empurrou, e seu olhar poderia me fuzilar.

                         

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