_ O que você tem? Está estranho. _ Diz ela se afastando dos braços dele, olhando para ele que parecia muito preocupado.
_ Preciso falar com você. _ Diz ele de uma vez antes que perdesse a coragem. Olhar nos olhos dela doía demais ter que dizer adeus.
_ Também preciso falar com você. _ Diz ela toda alegre recolhendo ele em seu apartamento e fechou a porta. _ Tenho uma coisa para te contar. _ Diz ela batendo palminhas, mas olhando para o André percebeu que ele estava tão distante, tão distraído. _ Acho que é melhor você dizer primeiro. O que precisa me falar? _ Perguntou, agora preocupada por vê-lo tão abatido.
André não sabia a maneira certa para dizer, então ele apenas disse.
_ Acabou tudo! Estou terminando com você. _ Diz ele encarando o chão, não tinha coragem de olhar nos olhos dela.
_ Como assim acabou tudo? _ Aline perguntou sem entender, surpresa por suas palavras.
Aquele homem ali a sua frente, não parecia o mesmo André de sempre, o homem que ama. Aqueles olhos castanhos que ela tanto ama, pareciam tão tristes. Até seu cabelo castanho, que estava sempre bem amarrado, estava revolto como se ele tivesse passado as mãos várias e várias vezes no cabelo.
_ Você ouviu bem. Acabou tudo entre a gente. Não quero mais você e, por favor, não me procure mais. _ Diz ele se virando para sair.
_ André! _ Diz ela e ele parou no lugar. _ Diz olhando para mim e vou acreditar que realmente tudo acabou. _ Pediu ela, tentando não chorar vendo ele de costas para ela.
André não conseguia olhar para ela, sabia que seria fraco e desistiria do que veio fazer. Seu coração batia por ela muito mais forte do que qualquer outra coisa, mas ele precisava deixar seu coração de lado. Era para a segurança dela.
_ Aceita isso. Eu preciso dizer adeus. Você vai ficar em segurança longe de mim. _ Diz ele incapaz de olhar nos olhos dela. Ele abriu a porta e saiu dali o mais rápido possível. Ele podia ouvi-la chorando e aquilo doía demais em seu peito.
A única coisa que o mantinha caminhando era o medo de feri-la por ser fraco em não deixá-la. Sabia que estava abrindo mão da mulher da sua vida, mas se sentia confortável, sabendo que ela ficaria viva.
♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎
SETE ANOS DEPOIS.
Aline tinha chegado a poucas horas no hospital para o plantão da noite quando ouviu a gritaria e a barulheira toda.
Sem saber ao certo o que estava acontecendo ela saiu da sala de uma paciente que tinha ido dar os remédios, quando deu de cara com homens empurrando uma maca com alguém deitado desacordado nela.
Ela sabia o que era aquela cena toda, já que aqueles homens que entravam estavam todos armados e ensanguentados.
_ Você é medica? _ Um deles perguntou apontando a arma na cara dela.
Assustada, Aline ergueu as mãos e respondeu.
_ Sou sim! _ Diz ela sem saber o que eles queriam que ela fizesse.
_ Nosso chefe foi gravemente ferido e precisa ser operado. _ O homem diz a ela nervoso, olhando para o homem na maca.
De onde a Aline estava não conseguia ver o rosto do homem que estava deitado.
_ Não é assim que funciona... _ Aline tenta explicar as regras, mas nem teve tempo.
_ Cala a boca! Não quero saber como funciona. Estou mandando você salvar a vida do nosso chefe. _ Grita o homem furioso. _ Se não vai nos ajudar, não será necessária. _ Diz ele puxando a trava da arma.
_ Tudo bem. Eu posso ajuda-lo. _ Diz ela fechando os olhos, com medo que ele disparasse a arma.
_ Pode ajudar então? _ Perguntou o homem novamente abaixando a arma.
_ Acho que sim! _ Diz ela tremendo mais que vara verde. _ O que aconteceu? _ Perguntou para ver se conseguiria ajudar o homem que eles trouxeram.
_ Fomos emboscados. Ele levou quatro tiros. _ Explica o homem. _ Um foi no ombro, dois no peito e um na cabeça. Ele ainda respira, mas não sabemos a gravidade.
Aline caminhou até o homem para ver mais de perto e quase desmaiou ao ver quem estava deitado na maca.
Ela não conseguia nem se mexer pelo choque em ver o André deitado, todo sujo de sangue. Ele estava desacordado e parecia muito fraco.
_ Pode ajudar? _ O homem perguntou trazendo-a de volta à realidade.
_ Sim. _ Falou imediatamente. _ Preciso que mande alguém atrás da minha equipe e avise que estarei na sala dois. Precisamos conter a hemorragia e ver qual foi a gravidade dos disparos, se pegou órgãos como o coração. _ Diz ela amarrando o cabelo. _ Também preciso de sangue O+, ele perdeu muito sangue e precisamos repor ou ele não vai aguentar a cirurgia.
_ Vocês ouviram a doutora. Anda logo. Alguém busca a equipe dela. _ O homem grita e um outro saiu correndo apressado atrás da equipe dela.
_ Vamos. _ Diz ela e vai correndo com os homens ao seu lado.
Aline estava apavorada, mas tentava respirar calmamente e controlar seu nervosismo. Ela já operou muitas pessoas, poucas ela perdeu na sala de cirurgia, mas agora, quem estava ali a sua frente é o grande amor da sua vida.