Minha obsessão.
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Capítulo 51 ⋘ CAPÍTULO QUARENTA E SETE⋙ img
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Capítulo 3 ⋘ CAPÍTULO DOIS ⋙

Sophia Rodrigues.

13:00 ― Mercado negro ― Itália.

Faz um dia que eu me encontro nesse lugar horrível, eu não entendo muito o idiomas deles, mas parece que eu estou na Itália. Não sei quantas vezes eu já chorei desesperada pelo o que aconteceu comigo, esse lugar é um horror, as mulheres são vendidas como objetos. ― Quando eu cheguei ontem aqui, fiz amizade com uma mulher chamada Christina, o bom é que eu sei falar um pouco inglês, então conversamos. Mas, a mesma foi vendida.

Tem uma mulher aqui chamada Sônia, parece que ela é a mulher que cuida das novas garotas sequestradas nesse lugar. A mesma me maltrata muito por eu ser gorda, os seguranças também tiram muita onda com a minha cara por eu ser uma mulher fora dos padrões. ― Eu fui agredida por ela por não ter acordado na hora que todo mundo acordou, eu não aguento mais isso, eu só quero ir embora daqui.

Sou tirada dos meus pensamentos ao sentir um tapa em meu rosto, olho chocada para a dona Sônia que me encara com ódio.

― Você por acaso é surda? Eu estou lhe chamando faz um bom tempo, sua gorda inútil!!

E mais uma vez a mesma me deu outro tapa, isso me fez cair no chão.

― Levanta!!! Quero que você vá limpar o salão principal, porque hoje a noite você vai ser vendida. ― Diz e logo riu. ― Se alguém ainda quiser você. Porque se não, você vai pro saco.

Meu corpo todo treme de medo ao ouvir isso.

― Anda!!! ― Tomo um susto e me levanto. ― Vá limpar!!!

Corro para longe dela e me aproximo da Vanessa que é outra pessoa ruim.

― Aqui sua gorda! ― Ela me entregou a vassoura. ― Pode começar a limpar o salão, e eu quero isso um brilho, entendeu?

Acenei com a cabeça sem conseguir dizer uma palavra, esse lugar só tem pessoas ruins, sem amor ao próximo.

― Então some daqui! ― Ela me empurrou e quase que eu caia no chão.

Vou caminhando para o salão e sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Respira Sophia, respira.

Converso mentalmente comigo mesma.

Começo a varrer o local com bastante cuidado para não quebrar alguma coisa e depois eu apanhar por isso.

Meu sonho era ser modelo, agora virou tudo um grande pesadelo. Porque isso só acontece comigo? O que eu fiz para merecer algo tão terrível?

Desde pequena o meu maior sonho era ser modelo, assistia os vídeos das modelos plus e me apaixonei. Desde então eu comecei a me esforçar, conseguir aprender um pouco inglês, não sou tão fluente, mas consigo desenrolar. Mas, tudo foi em vão, meus esforços, o suor que derramei para chegar em São Paulo, tudo foi um grande desperdício, agora vejam onde eu estou.

Assim que termino de varrer o chão sinto uma presença atrás de mim, assim que me viro dou de cara com o dono do lugar.

― Já terminou? ― Perguntou no tom ríspido.

― S-Sim. ― Respondo em um sussurro bem baixo.

― Cai fora daqui antes que eu te mate, garota! ― Rosnou ele muito irritado. ― Nem era para trazer uma gorda feia igual a você.

Engulo o choro e passo por ele de cabeça baixa, querendo ou não isso acaba comigo, eu já tenho problema com autoestima, aí ele junto com as outras mulheres daqui me colocam para baixo, não aguento mais.

Por favor, eu só quero ir embora daqui.

Assim que me aproximo da Vanessa para devolver a vassoura, a dona Sônia se aproximou de mim.

― Venha comigo! ― Pegou em meu pulso e foi me puxando com muita força.

― Dói. ― Digo e a mesma só aumentou a força da sua mão em meu pulso.

― Calada!!

Mantenho a minha boca fechada e oro mentalmente para que eu não seja morta.

― Aqui! ― Ela me empurrou para dentro de uma porta. ― Quero essa sala limpa.

Vejo que a sala está muito suja, tem roupas jogadas pelo chão e bastante poeira.

― Você só vai comer assim que terminar isso! ― Ela fechou a porta comigo dentro do quarto.

Solto um suspiro triste, não adianta eu ficar chorando porque nada vai mudar.

Começo a apanhar as roupas do chão e colocá-las em cima da pequena mesa, pego a vassoura e mais uma vez começo a varrer o chão.

****

18:00 ― Mercado negro ― Itália.

Eu passei cinco horas para terminar de limpar esse quarto, tinha muita sujeira e confesso que eu parei muitas vezes para descansar, não bebi água até agora e muito menos comi. Sinto que a qualquer momento eu vou desmaiar. A porta foi aberta pela Emma, eu gosto dela, porque a mesma é muito gentil comigo.

― Oi, dona Sônia mandou lhe trazer de volta para o quarto, vamos começar a se arrumar para.... ― Ela calou a boca e eu entendi o que ela quis dizer.

― Para começar a venda. ― Digo e ela acenou com a cabeça.

― Sim, vamos, não quero que ela venha aqui e bata em você.

Deixei a vassoura atrás da porta e saio de dentro desse horrível quarto.

― Eu sinto muito pelo o que estão fazendo com você, Sophia. Você não merece isso. ― Podia sentir a sinceridade em suas palavras.

Sorrio fraco para ela.

― Tudo bem, Emma. Nenhum de nós merecemos passar por isso, não somos objetos, mas eles nos trata assim. ― A mesma concordou comigo.

― Mas mesmo assim, eu sinto muito pelo o que acontece com você. Eles pegam mais no seu pé por você ser...

― Gorda. ― Falei que ela não tinha coragem de falar.

― Você não é gorda e sim gostosa. ― Acabo rindo fraco com isso.

― Bem que eu queria pensar assim de mim. ― Ela põem a mão em meu ombro tentando me confortar.

― Anda logo!!!! ― Tomamos um grande susto ao escutar o grito da dona Sônia. ― Vocês precisam se arrumar!!

Nos aproximamos dela e vejo que as outras mulheres estão usando um biquíni muito vulgar.

― Aqui sua gorda! ― Vanessa chegou com um conjunto de biquíni preto.

― Vá se arrumar, daqui a pouco os clientes chegam. ― Dona Sônia me empurrou para dentro do quarto. ― Quero todas prontas em meia hora! ― Diz e saí do quarto com a Vanessa.

Observo as outras mulheres que estão com semblante triste.

Ninguém merece passar por algo tão terrível assim, eles são uns monstros ao sequestrar mulheres e as vendê-las como se não fossem nada.

            
            

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