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Levantei cedo, fiz minha meditação diária, minha toga, chamei Isaac para ir a escola, me arrumei para o trabalho e desci para fazer o café da manhã. Enquanto tomávamos o café fiz meu marketing digital, reavisei a mudança de endereço e combinei com Isaac para ele ir para o estúdio depois da aula me ajudar com a recepção dos clientes pois ele ia trabalhar meio expediente comigo exceto nas semanas de prova
Depois de deixar Isaac na escola fui para o estúdio esperar. Meus clientes e passar mais um café porque ninguém é de ferro, né? Estacionei o carro peguei minhas coisa e encarei a fachada simples mas bonita com lojas nas laterais e uma hall clean que passava boas vibrações ao passar por ele, subi os lances de escada e examinei meu andar ali havia mais duas salas depois da minha, uma barbearia e o studio do Ferit. Coloquei a chave na fechadura, suspirei em alívio e tensão sem saber como o dia seria e adentrei no meu mais novo serviço, obrigado Senhor!
Depois de arrumar a sala para atender a primeira cliente que é uma senhora que tem problemas no quadril, fiz um café e um chá de alecrim e louro, estava distraída arrumando uma bandeja com guloseimas e as garrafas térmica que não notei uma pessoa chegar atrás de mim.
- Que cheiro bom café passado na hora! - dei um sobressalto e me virei feliz por não derrubar a bandeja no chão.
- Merda! - falei com o sustos e depois me retratei com desculpa silencioso - Olá, você é quem?- falei para a mulher baixinha com cabelos acima dos ombros de cor marrom escuros e lateral direita raspada, corpo cheinho mas nada exagerado.
- Desculpa, não quis te assustar! Sou Paula e trabalho na barbearia. - esticou a mão que aceitei de bom grado - O cheiro do seu café está por todo o andar.
- Prazer Mikaela, tem café naquela térmica e xícaras no armário, sirva duas por favor. - pedi e fui para a recepção.
Entrando nela quase bato em um corpo - e que belo copo esse - moreno alto, cabelos espetados, queixo quadrado e olhar travesso e curioso se encontra parado a minha frente. Vestindo uma regata cavada e bermuda , com os braços e pernas tatuados - com certeza o peitoral ( e pela largura de seus ombros devem ser bem definido) também deve ser tatuado - piercing no queixo, .
- Também quero esse café! Prazer Ricardo. - acenou para mim e seguiu para a cozinha com sua xícara vazia.
Fiquei olhando ele passar por mim de pasma pela invasão, que merda é essa! Todos desse andar vão ficar invadindo minha sala, eles não sabem passar café ou tem alguma cafeteira na sala deles?
- Deus onde me meti? Será que vai ser todo dia assim? - Perguntei para mim mesma.
- Com toda a certeza! - respondeu uma voz grossa, sexy e profunda atrás de mim.
Me virei lentamente e puta que pariu, se eu achei Ricardo bonito esse é o deus dos homens bonitos. Parado no marco da parto estava o dono da voz que molhou minha calcinha na hora que começou a falar ( tá eu sei é um exagero) de braço cruzado vestindo uma camiseta branca justa que mostra todas as horas bem gasta na academia, uma calça jeans preta e tênis branco, maxilar quadrado com uma barba serrada, sorriso no canto da boca ( aquele sorriso que sabe bem o estrago que faz) olhos penetrantes num tom de caramelo. Minha senhora das mulheres necessitadas, que homem é esse?
-Desculpa pelos dois. - explicou ele. - Paula e Ricardo não conhecem alguns limites, comprei uma máquina de expresso para eles pararem de incomodar o antigo inquilino.
-Sou Farit, somos vizinhos de porta.- chegou mais perto e seu perfume invadiu meu olfato, que cheiro bom! - É um prazer.- esticou e pigarrou para chamar minha atenção.
-Ah, prazer Mikaela.- falei assim que despertei dos meus devaneios. - Devo estar com cara de idiota, mas não esperava por toda essa invasão. - tentei me desculpar por estar babando nele na cara dura, tenho trinta e cinco anos e homens como esse com todo esse magnetismo só nos livros que lia porque na vida real homens assim eram gays ( nada contra, sorte da categoria) ou tinham o pinto muito pequeno, o que era de duvidar por isso apostava no primeiro.
- Você quer café também ou prefere chá? - ofereci a ele.
- Chá! - levantou a caneca que nem tinha visto. - Eu sei o caminho pode fazer suas coisas, vou levar os dois embora também. - Passou por mim em direção a cozinha e eu fiquei igual uma pateta olhando aquela bunda linda. É só pode ser gay!
Amanhã passou correndo depois do episódio do café, fiz quatro clientes, limpei o consultório e organizei tudo para a tarde, fechei minha sala e saí para almoçar com Júlia e Isaac.
No restaurante cheguei primeiro que eles pedi uma água com gás e limão espremido, fui chegar às redes sociais e fazer mais divulgação do meu estúdio
- Oie! Como foi a sua manhã? - Falou Júlia ao sentar do outro lado da mesa - Você já viu o Ferit?
- Oi, foi bem interessante e sim já vi. - respondi tudo de uma vez.
- Falou de mim para ele?
- Não, mas na próxima invasão eu falo.
- Como assim invasão? Não vai me dizer que foi assaltada? - exclamou ela apavorada.
- Mamãe foi assaltada! - sentou Isaac ao meu lado me observando dos pés à cabeça para achar algum ferimento. - Fizeram alguma coisa com você? Já foi na delegacia mãe?
- Deixa de ser bobo! Pega o ônibus lotado e quer sentar logo na janela, não é o que vocês estão pensando. - disse tentando tranquilizá- los. - Depois de arrumar as coisas para atender a Dona Maria, fiz chá e café e foi aí que o estúdio foi invadido. - Expliquei o ocorrido aos dois que ficaram rindo de mim.
Depois de almoçar fomos para nossos respectivos trabalho, Júlia para o estúdio que trabalha dez minutos do meu e Isaac e eu para o nosso.
Já instalados pedi para ele fazer um café e chá novinhos para deixar na recepção, avisei para ele fazer a mais pois algo me dizia que teria vizinhos na porta com suas canecas e somando um mais um eis que apareceu quatro pessoas (mas eram três senhor eles estão se multiplicando, tenha misericórdia de mim) uma a mais que pela manhã, revirei os olhos ao pensar que será isso todo dia.
Os quatro estavam sentados na minha recepção conversando amenidades quando saí do consultório com a cliente de depilação.
-Olá pessoal, está bom o café? - Perguntei com deboche. - Você eu não conheço? - Apontei para o adolescente.
- Esse é meu filho Pedro. - apresentou Farit para mim. - Ele fica comigo alguns dias da semana no horário da tarde.
Não sei por que ele explicou, mas deduzi que era por causa de Isaac, aparentemente eles têm a mesma idade. Pera ai, se ele tem filho então não é gay ! Então tem pau pequeno! Que desperdício. Sacudi a cabeça para expulsar os pensamentos e prestar atenção na conversa.
- Mãe, Pedro estuda na mesma escola que eu e Farit mora no mesmo bairro que nós umas três ruas depois da nossa.
- Isso é interessante, como não vi te em lugar algum? - Perguntei curiosa
- Não paro muito em casa. - respondeu dando os ombros
- Ela faz depilação masculina também Farit, você não estava precisando? - Ricardo perguntou ao amigo, com um olhar divertido de alguém que sabe de alguma piada interna.