Capítulo 7 Phillip McRoyt

- O que foi isso? - Saio do transe em que me encontro ao ouvir a voz de Carl.

- Merd*! - Saio em direção ao segundo andar, preciso de um banho. Entro em meu quarto e Carl entra atrás.

- Não vai me explicar? - Ele pergunta impaciente.

- Explicar o que? - Brado com ele, enquanto pego uma toalha para ir para o banho.

- Ora, o que? Está apaixonado pela filha do filho da mãe...

- Não! Quer dizer... - Passo as mãos no rosto.

Me sinto cansado e estressado. Desde a tarde que venho tentando demover Jordan da ideia de assassin*r as pessoas por dinheiro. Ele diz que concorda, mas que nesse caso é pessoal. O tal de Wellington era o responsável pelos carregamentos de arm*s que estavam tentando nos passar a perna. Não sabíamos disso até a manhã anterior. E agora ele dizia ser questão de honra. E claro que eu entendia, afinal já fizemos isso várias vezes. Até concordei nesse caso. Mas ao ouvi-lo dizer que Carl mandaria um recado para o Byrne, através de uma garota que morava com ele, gelei. Não sei explicar o que me aconteceu. Meu coração disparou, minhas mãos começaram a suar e um frio estranho passou por meu estômago. Saí correndo em direção ao meu carro e fui atrás de Carl. O encontrei prestes a executar o serviço. Falo apenas uma vez, e ele me ouve. Era estranho, mas minha ligação com Carl era muito mais forte do que com Jordan. Isso que Jordan era o meu irmão idêntico. Éramos univitelinos. Carl estava separado. Mas é com ele que me entendo sem palavras, ou com poucas...

- Eu não sei. - Finalizo me atirando de costas na cama.

- Como não sabe? - Carl solta uma risada. - Ela te deu um chá de bucet*, né...

O encaro sério. - Nem ao menos a beijei.

- Mentira!? - Ouço a voz debochada de Jordan e me ergo.

- O que você quer? - Estou indignado, Jordan se acha o dono do mundo. As suas vontades devem ser seguidas sem pestanejar. E agora estou entre a cruz e a espada e nem ao menos sei o que fazer.

- Vim lhe dizer que a facção nos deu duas semanas para fazer o serviço.

- Merd*! - Carl só me olha de canto de olho.

- Traçe a garota e a esqueça! - Jordan fala virando as costas. Mas então vira-se e me olha com aqueles olhos sem qualquer resquício de humanidade. - Se não fizer, eu mesmo o faço. Ou pior... - Ele faz uma pausa, que me irrita ao extremo, me deixando com vontade de socar aquela cara igual a minha. - Eles mesmos fazem, e você sabe que só não fizeram ainda, porque estão na mira dos federais. Mas com o ódi* que estão do homem, é capaz de gostarem de saber que ele tem uma filha.

Ergo-me e o agarro pelo colarinho. - Cala essa boca! - Meu sangue ferve. Quem ele pensa que é? Deus? Para mandar e desmandar, decidir e controlar tudo à sua volta!

- Ou o que? Vai me matar por uma garota que mal conhece? - Ele grita me empurrando. Eu o solto. Não porque não posso com ele, mas porque ele é meu irmão. E apesar de ele não saber o que é isso, eu o respeito.

- Jordan, sai do meu quarto. Eu vou fazer o serviço. - Pego minha toalha e entro em meu banheiro.

A água morna escorre sobre minha cabeça, fecho os olhos e tento me concentrar. Preciso pensar bem no que eu vou fazer. Talvez Jordan estivesse certo, e eu só precisasse levar Amélia para cama e essa fixação passaria. Respiro fundo. Amanhã mesmo começarei a cercá-la. Ela será minha! Nem que seja por uma única noite!