Capítulo 3 A Briga de Lilly e Lua.

Após caminharem por um pouco mais de 25 minutos até finalmente avistarem o pátio lotado da escola.

Tanto Sofia quando Lilly estão suadas e visivelmente cansadas, acontece que na metade do trajeto que percorriam, os raios solares foram ficando mais quentes de acordo com o avançar das horas, e no fim o que estava sendo uma agradável e refrescante caminhada entre amigas, acabara se tornando uma escaldante e torturante caminhada, onde sequer elas poderiam cogitar o fato de pegar o escolar, pois este, já havia passado por elas minutos antes, não tendo outra opção se não a de continuar caminhando e queimando suas pálidas peles nestes raios.

As garotas olham atentamente para os dois lados da então movimentada rua em que sua escola fica localizada e, ainda de braços dados, ambas correm de uma calçada á outra quando enfim param de avistar os carros.

- "Filha do Diabo"e a ruiva burra estão vermelhas e suadas igualzinho há dois porquinhos. – Lua, uma menina magra e de pele negra que está vestida com a minissaia verde com listras brancas e o top que faz parte do conjunto do uniforme que as líderes de torcida usam, seu cabelo está dividido no meio e preso com dois grandes coques, eu sua boca um vibrante batom vermelho, ela gargalha após gritar tais palavras como se fosse uma piada deveras engraçada. – Oinc, oinc, para a porquinha ruiva e burra! – aponta com seu dedo indicador para Lilly. – Oinc, oinc para a porquinha deformada também! – aponta para a Sofia e todos gargalham junto com a Lua.

- Parece que a única porca aqui é você! – Lilly grita chamando a atenção de todos para si, o que assusta Sofia que logo tenta puxar a amiga para longe de Lua, que está fuzilando ambas com estes olhos castanhos escuros e assustadores. - Porque que só gente porca não tira para lavar o uniforme de torcida e usa todo santo dia mesmo sem ter jogos ou treinos, como hoje. – todos os alunos que estão acompanhando a briga fazem "uou", alguns comentam "não deixava falar assim comigo se eu fosse a Lua" e outros gritam e incentivam a briga.

- Lilly, você está ficando maluca ou algo assim? – pergunta Sofia desesperada enquanto tenta puxar a Lilly para longe da confusão. – Ela vai te quebrar na porrada, e de brinde, vai acabar me batendo também! – alerta ao olhar na direção de Lua e ver que Adélia e Adelina estão segurando a menina que está se debatendo e gritando como uma verdadeira fera. – Vamos embora daqui Lilly, deixa isso para lá, esquece a Lua. – segura no rosto de Lilly com firmeza e faz com que a ruiva encare seus olhos azuis.

- Só porque você é uma medrosa, eu vou parar! – Lilly coloca sua mão em cima da de Sofia que ainda está em seu rosto, tirando a mão da outra logo em seguida. – Se eu ouvir mais alguma merda saindo da sua boca Lua, eu juro por Deus que vou acabar com a sua raça e não vai sobrar nem o seu cabelo para contar sua trágica história. – Lilly grita para que todos os barulhentos alunos que estão assistindo a briga e para que a própria Lua consiga ouvir através de seus gritos histéricos. – E isso serve de lição para todos vocês, seus idiotas que estão sempre achando que podem ficar zombando de mim e a Sofia, eu vou quebrar qualquer um de vocês. – seu rosto está vermelho e a veia de seu pescoço está saltada de tanto gritar e de tanta raiva e, para piorar tudo está acontecendo debaixo de um sol quente, ás abafadas 8:33 da manhã, mas, quando pensa em abrir a boca para cuspir mais algumas ameaças para todos os alunos que praticam bullying, Lilly é interrompida por uma voz grave e bastante familiar.

- Que cena linda! – imediatamente a multidão que aglomerava para observar a briga das meninas dispersa como fumaça no meio de um furacão, Lilly logo abaixa sua cabeça por não querer se comprometer ainda mais e Lua para instantaneamente de se debater nos braços de Adelina e Adélia, todas estão assustadas com o aparecimento repentino do senhor Smith. – Uma briga na frente de nossa escola no dia de buscar o resultado. – o homem alto, forte e careca que está vestindo um suéter cinza e preto, calça jeans preta e sapatos social também preto, cruza os braços e percorre seus grandes olhos pretos pelo rosto das 5 meninas envolvidas na briga. – Quero as 5 na minha sala, agora! – sua voz grossa e autoritária percorre os ouvidos de Sofia que estremecesse e corre para dentro do prédio escolar, sendo acompanhada pelas outras 4 e vigiadas por todos os outros alunos e pelos olhos de águia do diretor Smith.

As 5 garotas andam uma atrás da outra em quase uma fila indiana, sobem as escadas para entrar na escola e caminham sem dificuldade pelo corredor lotado, já que os alunos encostaram na parede e permaneceram quietos até que as meninas e o diretor que vem logo atrás, passem, o ar abafado e quente agora está tendo uma mistura de tensão também. Para Lilly, esta ida á diretoria poderia queimá-la ainda mais com o diretor, para Sofia, esta curta caminhada poderia significar uma enorme mancha em seu histórico escolar e qualquer mínima chance que a mesma tem de um dia entrar para qualquer universidade pública do país e, para as gêmeas e Lua, tudo não passa de uma humilhação pública e um declínio em suas popularidades. Ao virar a esquerda e caminharem até o final deste corredor, as meninas enfim chegam na porta da diretoria e todas param e esperam que o diretor Smith abra a porta para que todas possam entrar juntas atrás dele.

- O que vocês estão esperando para entrar! – fala de forma rude e com os braços cruzados.

- Estamos esperando sua autorização! – Adélia fala baixinho mas, foi o suficiente para que o diretor Smith ouvisse.

- Por um acaso alguém me perguntou se poderia brigar ou não na frente da escola? – fala alto e mantém seu rosto assustadoramente sério. – Alguma de você veio até mim para pedir autorização para aquela cena ridícula que acabei de presenciar. – analisa os rostos da 5 meninas e nenhuma tem a coragem de respondê-lo adequadamente por medo de receber uma outra bronca. – McLaren, abra a porta, não temos a manhã toda! – grita.

Rapidamente Sofia segura a maçaneta prateada de formato redondo e gira a mesma, fazendo com que a porta se abra. Com a porta já aberta, todas entram em uma fila indiana e com suas cabeças baixas. Sofia se senta na dura e desconfortável cadeira de estofado vagabundo, que fica localizada ao lado esquerdo e Lilly, que estava bem atrás da amiga na fila indiana, se senta na desconfortável cadeira ao lado, enquanto as outras 3 ficam de pés em um canto qualquer da sala, por fim, o diretor Smith entra, fecha a porta de sua sala, se senta em sua poltrona de couro marrom e falso, e volta a cruzar seus braços.

- Alguém disposto a contar o que aconteceu? – fala seriamente.

- Eu posso! – Lua fala com um tom de voz confiante e olha atravessado para a Lilly. – A esquisita e a burra vieram me agredir gratuitamente. – abaixa o olhar e finge querer chorar. – O senhor mesmo viu que ela me ameaçou. – aponta para a Lilly que logo se levanta.

- Você sabe que é mentira! – grita enquanto encara a Lua. – Você que veio com seus apelidinhos idiotas. – coloca o dedo indicador no rosto da Lua que gritou com falso pânico.

- Chega! - grita o diretor Smith com impaciência, jogando uma grande e grossa pasta em cima da mesa de madeira escura, o que causou um grande barulho que dispersou a briga que se formava de imediato. - Senhorita Lua, me poupe deste seu teatrinho de baixo orçamento, essas lágrimas falsas são me comovem. - olha atentamente para Lua que olha de forma indignada. - Ah, nem lágrimas você foi capaz de derramar de tão boa atriz que é! - gargalha como um maníaco, o que faz com que as meninas se entreolhem. - E peço que você sente no seu lugar, senhorita Liliana, antes que sua situação piore ainda mais. - encara Lilly que rapidamente se senta na cadeira e volta a abaixar sua cabeça. - Alguém quer me contar a verdade? - arqueia a sobrancelha e espera impacientemente por sua resposta, o que não aconteceu. - Sofia! - chama a garota que rapidamente levanta a cabeça e olha com desespero. - Conte o que aconteceu!

- Senhor Smith! - Sofia começa a choramingar e logo para quando percebe que o diretor está olhando severamente em sua direção, na tentativa de tentar acalmar a amiga, Lilly segura na mão da mesma por baixo da mesa. - Tudo bem! - respirou fundo, sorri para Lilly e fecha os olhos antes de começar a falar. - Eu e a Lilly não fizemos nada para a Lua, então o que ela falou anteriormente é uma grande mentira, porque é ela que gosta de ofender as pessoas de forma gratuita. - lança um olhar rude para a Lua que olha de boca aberta e com a mão na cintura, doida para interromper a história, mas, com medo de receber uma bronca. - Tínhamos acabado de chegar na escola, viemos andando e por isso estávamos suadas e a Lua começou a nos chamar de porquinhos, além de me chamar de "Filha do Diabo" e ruiva burra, foi quando toda a briga começou. - ela olha para Lilly que balança a cabeça positivamente para que sua amiga dê continuidade no relato. - Olha senhor Smith, a Lua e maioria das líderes de torcida assim como os jogadores de futebol americano, ficam praticando bullying conosco e com outras pessoas também, desde sempre, a Lilly já estava cansada de todas as ofensas gratuitas que estava recebendo desde que perdeu de ano pela primeira fez, foi por isso que ela ameaçou todo mundo, só não queria continuar sofrendo.

- E porque eu queria te defender também! - Lilly solta a mão de Sofia e envolve o pescoço da amiga com seu braço e beija a testa dela para demonstrar carinho.

- Hum... - Smith escreve em um caderno. - E por quê vocês nunca vieram me dizer nada sobre este bullying? - pergunta enquanto para de escrever e olha no fundo doa olhos azuis de Sofia.

- Porque elas são mentirosas! - grita Lua apontando para Sofia e Lilly. - Vocês sempre tiveram inveja da minha beleza e da minha popularidade, sempre foi assim, as pessoas bonitas não conseguem seguir suas vidas incríveis sem invejosos tentarem denegrirem sua imagem. - faz cara de nojo e cruza os braços.

- Na verdade... - Adelina começa a falar, o que atrai os olhares de todos em sua direção. - Tudo que a Sofia falou é verdade. - Lua lança um olhar raivoso para Adelina enquanto sua irmã bate no braço dela com o cotovelo afim de fazê-la parar de falar. - E eu não ligo mais para o que você ou os outros populares vão pensar de mim, eu não vou mais ver vocês tirando sarro das minhas amiga e fingir que nada está acontecendo, eu cansei disso tudo. - Adelina olha tristemente para sua irmã que está com um semblante nada contente e olha também para Lua que está com o mesmo semblante de Adélia, Adelina pacientemente puxa o colar em formato de coração que está em seu pescoço e entrega de volta para Lua. - Acho que este presente não me pertence mais, e eu nem quero que pertença, porque eu não sou igual a você ou as outras, eu bem que tentei para não virar alvo de você, mas, eu não consegui. - estica o braço com o colar, Lua raivosamente puxa o objeto violentamente de sua mão e se afasta da garota. - Você também não sente isso Adélia? - olha para a irmã docemente e apoia sua mão no ombro dela.

- Não Adelina! - responde enquanto tira a mão de Adelina de seu ombro de forma violenta. - Eu nunca vi Lua e os populares fazendo nada com as meninas, e eu não quero que você me envolve em suas mentiras, não quero ser sua cumplice nisto. - revirou os olhos e se afastou de Adelina.

- Eu não consigo te reconhecer Adélia! - Adelina fala enquanto seus olhos enchem de lagrimas.

- Okay, okay. - interrompe o diretor Smith. - Já ouvi o suficiente para tomar minha decisão. - o homem separa da pilha de pastas, a pasta das 5 meninas e coloca em uma espécie de fila em cima da mesa. - Vou ligar para os responsáveis de todas vocês, quem sabe assim vocês não são capazes de entrar em um consenso e possam enfim me contar a verdade sobre o que tudo aconteceu. sorri de uma forma sínica o que gera medo em todas as meninas presentes. - Liliana, estou tão decepcionado com você, até o momento seu único defeito eram suas no6tas, você sempre foi muito gentil com todos os professores e alunos e agora demonstra um comportamento deplorável deste. - fez uma pausa para ver se garota iria ou não fazer sua defesa, o que não aconteceu. - Digo o mesmo de você Sofia, você nunca havia se metido em confusões antes, suas notas apesar de não serem muito diferente das dos demais alunos medianos, tinha uma grande chance de entrar em uma boa faculdade, agora eu já não sei mais. - o homem viu que lágrimas logo saíram dos olhos de Sofia e se arrependeu de sua frase. - Mas vocês duas podem limpar sua ficha se me prometerem nunca mais ameaçar ninguém e muito menos voltar a se meter em briga novamente! - desliza dramaticamente a pasta das duas para perto delas. - O que vocês acham de serem meus olhos, ouvidos e mãos dentro desta escola depois das férias? - o diretor propõe e pela primeira vez ela lança um sorriso para as duas amigas que estavam tremendo de nervoso e medo.

- Como assim? - Lua grita apoiando seu braço na mesa do diretor Smith. - Enquanto a mim e a Adélia, o que pudemos fazer para limpar nossas fichas? Nós duas também temos faculdades para entrar no futuro, e como minha amiga aqui mesmo disse, eu não fiz nada com elas! - grita e aproxima bem o seu rosto no rosto do diretor Smith.

- Afaste-se de mim. - Smith fala tranquilamente enquanto com o auxilio de sua mão afasta delicadamente o rosto da garota. - Para vocês 3 eu não tenho nenhuma proposta para fazer. - olha friamente para as gêmeas e Lua. - Eu tenho apenas exigências, ou vocês fazem trabalhos comunitários durante 3 meses ou, serei obrigado a proibir que vocês façam a prova de recuperação de amanhã. - cruza os braços e encosta a coluna no estofado de sua poltrona com um sorriso satisfeito nos lábios.

- Que recuperação? Eu sei que passei direto! - Lua caminha de uma lado para o outro na diretoria demonstrando sua insatisfação e revolta.

- Hum... - o diretor Smith pega uma folha de oficio e grifa algumas linhas com uma caneta vermelha de ponta fina. - Luana Johnson Miller, recuperação em Biologia e matemática com médias esdruxulas de 3,2 em Biologia e 2,5 em matemática. Adelina Brown Jones está em recuperação em matemática e Adélia Brown Jones está em recuperação em matemática e História, será que estou errado? - o homem estende o papel que acabara de rabiscar para que as três possam olhar.

- Liliana Taylor Bailey está em recuperação em matemática, geografia, redação e história, isso também vale para ela ou o favoritismo não permite? - Lua amassa o papel e joga no lixo.

- Luana Miller, você acabou de perder o direito de fazer suas recuperações, espero que consiga recuperar suas notas nas unidades seguintes, se não vai acabar perdendo de ano. - o diretor começa a escrever em um pedaço de papel e sorri debochado. - Agora saia da minha sala sem falar nada, porque mais um piu vindo de você e é expulsão na certa! - cruza os braços novamente e espera a Lua enfim sair da sala, que é o que acontece. - Vocês tem até o primeiro dia de volta as aulas para me darem as respostas das propostas que fiz á vocês, agora saiam. - gesticula com a mão e lança um olhar de indiferença.

            
            

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