Amores Da Vida Parte 1
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Capítulo 6 6

Depois do meu segundo banho e de uma automedicação na forma de estrelas em filme pornô e um vibrador caro, eu resolvo me trocar, um jeans e uma camiseta marrom V-neck.

Lo está sentado na sala de estar, comendo pizza e mudando os canais na TV. Com um novo copo de uísque em sua perna.

-Sinto muito. Eu peço desculpas rapidamente.

Seus olhos piscam brevemente para mim antes de voltar para a televisão.

-Pelo que? Ele me olha como ele sempre faz, avaliando meu estado atual. Ele engole sua mordida de pizza. - Honestamente, eu não me importo de ir. Ele limpa os dedos em um guardanapo e pega o copo.-Melhor o seu pai do que o meu.

Eu concordo. Ele está certo.

-Então... estamos bem?

-Você está? Suas sobrancelhas sobem.

-Mmm-hmm... Murmuro e evito contato com seus olhos, agarrando uma fatia de pizza e correndo de volta para a minha cadeira mantendo uma distância segura.

-Vou levar isso como um fraco sim, considerando que você pode não ter tanta certeza, do jeito como você olha para mim agora.

-Não é você, sou eu -, eu digo com a boca cheia, lambendo molho do meu dedo.

-Mais uma vez, o que todo cara gosta de ouvir.

Eu pude sentir seus olhos passando pelo meu corpo. -Eu não estou dando em cima de você agora.

-Nem sequer comece! Advirto, levantando um dedo. - Eu juro, Lo.

-Ok, ok. Ele suspira. -Você vai para o Blue Room hoje à noite, não é?

Eu dou um passo para trás em estado de choque. -Como você sabe?

Ele olha para mim sério.

-Você raramente vai ao mesmo clube mais do que três ou quatro vezes. Por um tempo, eu pensei que íamos ter que rodar ao longo da cidade para que você encontrasse um lugar para... Ele faz uma pausa, tentando encontrar as palavras. -... Porra! Ele pisca aquele sorriso amargo.

-Muito engraçado. Eu mordo um pepperoni fora do queijo. Você precisa de um motorista sóbrio hoje à noite? Eu posso deixá-lo em algum lugar antes de sair. Eu não tenho nenhum problema com bebidas alcoólicas.

-Não, eu vou para o clube com você.

Eu fico surpresa, ele se aventura a sair comigo apenas nas noites seletivas, e ele varia muito para dar sentido a essas noites.

-Você quer ir para o The Blue Room? Você percebe que este é um clube de dança e não um bar enfumaçado com buracos nas paredes?

Ele me lança outro olhar. -Eu estou bem ciente. Ele brinca com os cubos de gelo em seu copo olhando para o líquido. -De qualquer forma, assim a gente não fica fora por tempo demais a ponto de perder o almoço de amanhã.

Ele tem um ponto.

-Você não vai se importar se eu...- Eu nem mesmo posso terminar o pensamento.

-Você vai me deixar bater no cara? Diz ele, jogando seus pés na mesa de café ao lado da pizza.

Eu abro minha boca, mas perco meus pensamentos novamente.

-Não, Lil. Diz ele. -Eu não vou ficar no caminho do que você quer.

Às vezes me pergunto sobre seus desejos. Talvez ele não quer estar comigo. Ou talvez ele ainda está fingindo.

Lembro-me do primeiro momento em que eu percebi que era diferente das outras crianças. E não tinha nada a ver com meninos ou fantasias sexuais e tudo a ver com a minha família. Na sexta serie, sentei-me no fundo da sala na aula de Inglês, puxando para baixo a minha saia xadrez, que era exigida para todas as meninas da escola. Com o professor em sua mesa, alguns meninos saíram de seus lugares e vieram para o meu, e antes que eu pudesse entender a razão, um deles sacou latas de refrigerante. Fizz Diet, Fizz Lite, Fizz Vermelho. Um monte de Fizz.

Eles tomaram tudo e depois deixaram as latas espalhadas na minha mesa. O último menino abriu a lata de Cherry Fizz e sorriu maliciosamente.

-Aqui! Disse ele, entregando-me o refrigerante. -Eu trouxe sua cereja.-

Os meninos riram e eu virei da cor do Fizz Red que manchou um anel no meu notebook.

Em retrospecto, eu deveria ter lhes agradecido pela compra de todos aqueles refrigerantes. Cada um deles comprado da máquina iriam aumentar ainda mais meus bolsos de uma forma ou de outra. Eles eram provavelmente, os filhos e filhas de magnatas do petróleo, não tão emocionante quanto se pode dizer. Meu pai criou a empresa que superou a Pepsi no ano passado. Mas eu era muito tímida e envergonhada para fazer alguma coisa, a não ser me afundar ainda mais na minha mesa e desejar ser invisível.

Lo pode se relacionar em alguns aspectos. Ele não era confrontado com a fortuna da família em outdoors e em restaurantes, mas toda mãe sabe sobre os produtos da Hale Co.Talco de bebê, óleos, fraldas, basicamente qualquer coisa para um recém-nascido é criado pela empresa. Então a fama dos produtos poderia aparecer em todo o mundo, mas pelo menos o nome Calloway não está rabiscado no rótulo deles.

Apenas no anel da minha família de socialites e investidores de negócios que temos que nos preocupar com provocações e reputações. Em qualquer outro lugar, nós somos apenas duas crianças mimadas e ricas.

Lo era assediado durante todo o período da escola, sendo chamado de "Baby", o que não era nem um pouco cativante.

Eles até mesmo picharam seu armário do ginásio escrevendo Hale Co. Jogavam talco de bebê em suas roupas, Lo era um alvo fácil. Não porque ele era magro, baixo ou tímido como eu. Ele tinha músculos para a sua idade e até mesmo ultrapassou um jogador de futebol. Lo conseguiu passar despercebido quando ele ganhou seu novo Mustang.

Lo só tinha um amigo ao longo de sua adolescência. E sem uma comitiva do sexo masculino, ele se tornou inimigo número um para os outros caras. Um pária a ser perseguido.

Lamento a maioria de minhas ações, no ensino médio fazemos um monte de escolhas erradas e tomamos más decisões. Dormir com alguém que atormentou Lo foi uma delas. Eu não me importava quando isso aconteceu, mas depois, eu não poderia estar mais envergonhada. Eu ainda sinto, e eu uso isso como uma cicatriz grossa.

A faculdade mudou tudo para melhor. Longe da escola preparatória, eu já não preciso me preocupar com fofocas sobre meus pais e podia ir pra casa sossegada. A liberdade me oferecia mais oportunidades.

Partidos, clubes, bares que praticamente me serviu como uma segunda casa.

Hoje à noite no The Blue Room, o teto brilha com centenas de lâmpadas de vidro. Cortinas de tecido preto velado como um céu noturno. Fiel ao seu nome, tudo no clube é decorado em um tom de azul. A pista de dança pisca e os móveis no andar de cima tem chaises e cadeiras de veludo azul.

Meus shorts pretos ficam colados nas minhas coxas suadas, e minha camiseta prata mergulha baixo na parte de trás, sugando a minha pele úmida, resultado de dois corpos em um banheiro. Os assentos azuis no banheiro? Fui verificar. Eu pensei que iria estar flutuando depois de ter relações sexuais, mas ele mal saciou meus desejos. Além disso, o calor me faz sentir pesada.

Lo está no bar, sua mandíbula está contraída, porque o barman está indo de um lado para o outro, tentando dar conta dos clientes, enquanto ele espera ser servido.

Ele me parece mais irritado do que o habitual, e noto uma loira com um vestido vermelho sentada em um banquinho à sua esquerda, suas longas pernas nuas encostando-se contra sua coxa. Ele age alheio a seus avanços, mantendo seu olhar endurecido sobre as garrafas de licor que se erguem por trás do bartender.

-Vá, Lo! Eu o incentivo sob a minha respiração.

Então um cara caminha de lado e agarra minha cintura, dançando atrás de mim. Eu o ignoro, mas ele tenta mover meus quadris enquanto esfrega sua pélvis contra mim.

A loira ao lado de Lo morde o lábio e passa a mão pelo cabelo flertando. Ela se inclina e diz alguma coisa, e eu desejando estar perto o suficiente para ouvir.

As sobrancelhas de Lo se juntam e eu já vejo onde a conversa está indo. Ele se vira e responde, o rosto dela se contorcer em desprezo. Com veneno em seus olhos, ela retruca algo e sai com seu martini de mirtilo em suas mãos.

Eu amaldiçoo e me solto do meu parceiro de dança. Rapidamente eu corro para o bar e sento no lugar da loira. -O que foi isso? Pergunto.

-Vá embora. Estou ocupado e ainda tem muitos corpos aqui que você pode foder. Ele dá um grande gole em sua bebida finalizando a conversa.

Eu inalo fortemente, tentando ignorar o seu súbito mau humor. Em alguns momentos, ele pode ser sexy, em outros ele pode te esmagar com um olhar. Eu estreito meus olhos para a garrafa em sua mão que diz Berry Beer.

-Que diabos você está bebendo? Faz muito tempo desde que ele tinha ingerido qualquer coisa mais fraca do que o vinho do Porto.

-Toda bebida daqui é uma merda azul. Reclama ele. - Eu não estou bebendo uísque azul. Ou vodka blueberry.

Pelo menos eu encontrei a fonte de sua agitação. O barman se aproxima e eu balanço minha cabeça para ele, porque eu ainda pretendo ser o motorista sóbrio. Ele segue para atender outras garotas ao meu lado.

Eu inclino meus cotovelo nos balcão de frente para Lo.

-Eu tenho certeza que não está tão ruim.

-Eu lhe ofereceria um gole, mas eu não sei onde sua boca esteve.

Eu o fuzilo com os olhos. -Eu não quero a sua bebida de qualquer maneira.

-Bom.

Ele enxuga a garrafa e pede outra.

Eu dou uma olhada rápida para trás na pista de dança de um azul elétrico e meus olhos se encontram com...

Ah não. Eu giro de volta e planto meu olhar sobre as prateleiras de bebidas alcoólicas e em seguida, enterro minha cabeça em minhas mãos. Talvez ele não tenha me visto. Talvez nós não fizemos contato visual. Talvez seja tudo fruto da minha cabeça!

-Oi, eu posso comprar-lhe uma bebida?Ele toca meu ombro. Ele está tocando meu ombro. Vislumbro minha mão para roubar um olhar sobre Lo. Ele parece alheio a situação, metade de sua perna desliza para fora do banco, como se estivesse a ponto de ir me dar o espaço que ele acha que eu preciso.

            
            

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