Faz dois meses hoje que nos conhecemos. Nos encontramos uma vez por semana, e até agora está funcionando bem. Vejo meu bolso ficando quatrocentos dólares mais rico, muito em breve. Os caras não poderiam ter escolhido uma garota melhor; ela é tão desapegada quanto eu sou. Além disso, o sexo é bom, portanto, é um ganha-ganha.
- Você vai jogar hoje à noite?─ Pergunta Kent.
─Esta é a minha noite com a Steph─ respondo.
─Oh, sim, sua namorada. Ela tem você na coleira, irmão?─ Tyler ri.
─Foda-se. Sem coleira, nós dois estivemos ocupados esta semana. Esta é a nossa noite para nos encontrarmos.─ Preciso de algum alívio, mas não digo isso a eles. Por que alimentar o fogo?
─Traga ela com você.─ Mark sugere.
─Talvez─, eu digo, não confirmando. Estou pensando em como fazer isso funcionar. Nós precisamos jantar, passar algumas horas com os caras, e ainda encontrar tempo para emaranhar nos lençóis.
─Já faz o que... cinco, seis semanas? E ela já te pegou pelas bolas.─ Sorri Seth.
─Oito. Podem rir, rapazes, mas eu sei que minha noite estará terminando comigo tendo o meu pau molhado. Você pode dizer o mesmo?─ Sorrio.
─Ridge, vamos lá, cara. É a noite das cartas. Basta trazê-la.─ Diz Kent, exasperado.
A noite das cartas tem sido uma tradição nossa pelos últimos anos. Nós nos revezamos indo para a casa uns dos outros, levando lanches e cerveja gelada. Faltar é algo que nenhum de nós jamais fez a não ser por uma emergência familiar, e certamente não por causa de uma aposta/encontro.
─Bem, nós estaremos lá. Agora volte ao trabalho.
***
Eu paro na entrada de Stephanie as 18:00 em ponto. Corri para casa do trabalho, tomei uma rápida chuveirada e dirigi em linha direto para cá.
─Ei─, diz ela, abrindo a porta.
─Querida.─ Eu inclino-me e a beijo. ─Você está pronta?─
─Sim─. Ela pega a bolsa e as chaves e estamos fora da porta. ─Como foi sua semana?─
─Ocupada, como de costume. Terminando o trabalho de Allen amanhã, espero. Só amarrando algumas pontas soltas. E a sua?─
Ela continua a me falar sobre o seu dia, e eu escuto enquanto dirijo até a loja.
─Uh, o que estamos fazendo aqui?─
─É a noite de cartas. Eu preciso pegar uns petiscos. Eu não tinha planejado ir, mas os caras me convenceram a ir. Eu já volto─ rapidamente saio da minha caminhonete e caminho para dentro. Pego algumas batatas fritas, molho e umas bandejas de carne e biscoitos, em seguida, vou para o caixa. Em cinco minutos estou de volta na caminhonete
─Noite das cartas?─ Ela pergunta, uma vez que estamos de volta na estrada.
Seus braços estão cruzados sobre o peito, então eu posso dizer que ela não está impressionada. Eu deveria me sentir mal ou alguma coisa, certo? Então por que é que não estou? ─É algo que fazemos uma vez por mês. Fazemos isso por anos─, eu explico.
─E você escolheu esta noite de todas as noites para sairmos juntos?─
─Eu te disse, eu não ia, mas convenceram-me hoje. Qual é o problema? Vamos parar no Kent, jogar algumas mãos, comer pizza e lanches e depois ir embora─. Eu estico o braço e seguro sua mão. ─Então vamos ver o que podemos fazer para aliviar o stress de sua semana─. Eu pisco.
Ela não está impressionada.
─Ridge─, ela geme.
Que diabos? Isso é novo. Não vi esse lado dela. Claro, normalmente somos só nós dois tendo um jantar e rolando os lençóis. Eu tenho evitado sair com as amigas dela ou os meus, até agora. Essa é a primeira vez.
─Quer que eu te leve para casa─? Eu não vou lidar com essas reclamações.
Se ela quer foder, ela tem que aguentar a noite de cartas. Simples assim.
─Ugh! Tudo bem, mas eu não quero ficar muito tempo─.
Seguro o volante com força. Nunca tive uma garota me dizendo o que fazer. Claro, nunca fico tempo suficiente para que isso aconteça também. Ela está delirando se acha que só porque é a única que estou fodendo agora ela pode dizer o que eu faço.
Não vai acontecer, querida.
Parando o carro na garagem de Kent, pego o saco de lanches e espero na frente da minha caminhonete por Stephanie. Eu não sou um total idiota. Bato uma vez na porta e entro, é assim na casa de todos. Somos uma família.
─Ei, Ei─! Grito. Um coro de saudações nos cumprimenta enquanto caminhamos para a cozinha.
─Stephanie, certo?─ Mark pergunta.
Ela parece surpresa que ele se lembra. ─Sim.─
─Seja bem-vinda. Você joga pôquer?─ Kent cumprimenta.
Desgraçado, ele sabe que ela não joga. Eu mordo meu lábio para não rir.
─Não.─
O olhar no rosto dela não tem preço. Ela parece como se nós tivéssemos pedido para dormir com todos os cinco ou algo assim. Isso é uma coisa que eu comecei a notar sobre ela. Ela é muito formal e correta, não tem tempo para apenas relaxar, isto é, é claro, a menos que estejamos no quarto. Todas as outras vezes, ela é muito tensa. Ela precisa aprender a se soltar de vez em quando; a vida é malditamente curta para ser tão séria o tempo todo.
─Não se preocupe, querida. Podemos te ensinar.─ Seth diz, jogando o braço por cima dos ombros dela.
Ela olha para mim, para quê, não sei.
─Eu estou bem─, diz ela, afastando o braço dele.
─Fique à vontade. Tudo pronto?─ Pergunto.
─Sim─, Tyler confirma, pegando uma tigela de batatas fritas e a colocando na mesa.
─Puxe uma cadeira, ou vá para a sala de estar se você quiser assistir à TV.─ Digo a ela. A boca dela cai aberta. O que ela esperava? Eu não vou mimá-la. Ela não é minha namorada, e francamente, eu não gosto deste lado dela.
Ela rola os olhos e sai em direção a sala de estar.
─Qual é o negócio?─ Tomo o meu lugar na mesa.
─Problemas no paraíso?─ Mark pergunta.
─Paraíso? Você sabe como funciona, irmão. Negócios.─ Passamos as próximas duas horas jogando cartas, comendo e falando merda. Não é até que escuto Stephanie limpar a garganta que eu me lembro que a trouxe. Merda!
─Você está pronto?─ Ela pergunta. Seus braços estão cruzados sobre o peito e ela está batendo o pé, com uma carranca no rosto.
Tudo bem, foi idiotice esquecer que ela estava aqui, mas vamos lá. Ela quem escolheu ficar separada da gente. Olhando para a hora, vejo que já são quase nove.
─Sim. Esta é a última mão.─
Ela parece irritada que eu não tenha simplesmente levantado e saído, mas nós estamos no meio de uma mão. Que acaba muito rápido, com Seth ganhando.
─Estamos fora─, eu falo, levantando e alongando. ─Vejo vocês pela manhã.─ Olho para Stephanie. ─Pronta?─
Ela não responde, apenas se vira e sai pela porta da frente. Os caras riem e eu não posso deixar de rir com eles. Ela está sendo uma diva. Aceno por cima do meu ombro enquanto eu sigo para a minha caminhonete.
─Apenas me leve para casa, Ridge.─ Ela rosna.
Eu não me presto a responder seu chilique, apenas coloco a caminhonete na estrada e a levo para casa.
Paro o carro na sua garagem e não me incomodo em desligar o motor. Ela está chateada, e sinceramente, não me importo.
─Eu queria te perguntar uma coisa, mas você estava muito preso com os meninos para passar algum tempo comigo.─
É uma bandeira vermelha. Nós realmente não chamamos isso de 'passar tempo juntos' nós comemos e fodemos, é isso. ─Bem?─ Falo, incentivando-a a continuar.
Ela tira o cabelo do rosto e toma uma respiração profunda.
─Há um baile de gala na próxima semana. É um grande evento, mostrando meus projetos. Eu não quero ir sozinha.─
Bem, foda-se. ─Que dia?─
─Sexta.─
─Que horas?─
─Temos que sair da minha casa às sete. Começa às oito, mas eu quero chegar lá cedo.─
Eu penso sobre a aposta. Merda, é o mínimo que posso fazer. Estou na reta final, e em breve o nosso tempo vai acabar de qualquer forma.
─Sim, o que preciso usar?─ O rosto dela se ilumina.
─Um terno?─ Indaga.
─Entendi. Vejo você então.─ Ela hesita.
─Você quer sair neste fim de semana?─
Não.
─Eu tenho muita coisa acontecendo com a finalização do trabalho de Allen.
Acho que não vou ter tempo. Eu vou pegar você até às sete, na sexta-feira.─
Ela não se incomodou em responder e saiu da minha caminhonete. Eu mantive meus faróis na sua porta e esperei até que ela entrasse para ir embora.
Mais quatro semanas.