PRESENTE DO DESTINO - ESPECIAL DIA DOS PAIS
img img PRESENTE DO DESTINO - ESPECIAL DIA DOS PAIS img Capítulo 4 4
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Capítulo 4 4

Ridge

Hoje tem acontecido um desastre atrás do outro. Em primeiro lugar, o trabalho da Avenida Sul que participamos da licitação ligou para avisar que teríamos que oferecer um preço menor. Estou cheio de trabalho, mas odeio perder. Embora, nesse trabalho em particular, eu fiz o menor preço que consegui. Não imagino como o empreiteiro vencedor vai ganhar dinheiro sem cortar gastos. Outra coisa que odeio.

Quando cheguei ao meu atual local de trabalho, descobri que os materiais entregues estavam errados. O depósito de madeira misturou os pedidos de Jefferson e Williams. Isso me custou duas horas no telefone para que trouxessem um caminhão para trocar tudo. Sua confusão custou a mim e a meus homens um dia de trabalho, deixando-nos um dia atrasados, e deixando-me a tarefa de chamar o cliente para explicar tudo. O que levou à minha situação atual. Já disse que odeio estar fora do programado?

Passei a tarde no local de trabalho de Jefferson, o último caminhão tinha acabado de deixar os suprimentos corretos. Sra. Jefferson estava preocupada que os materiais estivessem errados novamente, mas garanti a ela que estavam corretos. Em outras palavras, ela insinuou que era melhor que estivessem. Ela é um osso duro de roer e insistiu para que o trabalho esteja concluído antes de visitarem sua

irmã e cunhado na Califórnia no próximo mês. Para satisfazê-la, fiquei até o caminhão chegar, e conferi o conteúdo do pedido eu mesmo. O desafio do negócio é manter os clientes felizes.

Era para eu sair, ─se isso é realmente possível para um empresário─ às cinco, porque tenho a noite de gala com Stephanie. Várias vezes hoje, pensei em ligar para cancelar, mas dei a minha palavra, e isso é algo que levo a sério. Em vez disso, aqui estou saindo do local do Jefferson às 06:30, e para terminar este dia fodido, o céu se abre e começa a cair chuva.

Os limpadores estão deslizando em velocidade máxima pelo para-brisa. Eu diminuo a velocidade quando vejo um carro no acostamento da estrada à frente. Quando chego mais perto, vejo uma mulher chutando o que parece ser seu pneu murcho.

Merda. Não posso em sã consciência não parar e ajudá-la. Duvido que ela saiba como trocar um pneu.

Ligando meu sinal, saio para o acostamento da estrada, estacionando atrás dela. Ela está usando o que parece ser um uniforme de enfermagem e o cabelo dela está encharcado. Alcançando o porta luvas, pego duas capas que sempre tenho à mão; você nunca sabe quando a mãe natureza vai decidir abrir as comportas. Trabalhando na construção, meu suprimento tem que estar à mão mais vezes do que posso contar.

Abrindo um pacote, deslizo a capa sobre minha cabeça. Segurando a que peguei pra ela, saio da caminhonete. Ela está me olhando, braços cruzados sobre o seu peito. Vejo que as chaves do carro dela estão saindo entre os dedos, como se ela estivesse preparada para usá-las contra mim. Garota esperta.

- Oi,─ eu grito sob a chuva. ─ Parece que você precisa de ajuda─. Entrego- lhe a capa.

Ela hesita, mas a chuva aumenta e ela cede, lentamente pegando a capa.

Olho enquanto ela rapidamente desdobra a capa e a desliza pela sua cabeça.

─Eu sou Ridge.─ Aponto para minha caminhonete marcada com o logotipo da Construção Beckett. ─Acabei de deixar meu local de trabalho e vi que você parecia precisar de ajuda. Você tem um estepe?─ Pergunto.

Ela ainda parece hesitante; novamente, acho que ela está sendo inteligente.

─Eu vou pegar minha carteira no meu bolso─, eu aviso. Lentamente, chego ao meu bolso de trás e a retiro. Abro-a, puxo para fora um cartão que tem meu nome completo e informações de contato e entrego a ela.

A chuva continua a cair forte, e eu espero ela decidir se vai confiar em mim para que possamos acabar esse show na estrada. Eu já estou atrasado... e já posso ouvir Stephanie resmungar. Ela estuda o cartão, depois muito lentamente levanta a cabeça e sorri calorosamente. Segurando a mão para fora, ela se apresenta. ─Dawn Miller. Obrigado por parar. Não faço ideia do que estou fazendo.─

─Entendi─. Pisco para ela. Mesmo encharcada, ela é linda, com olhos azuis e longos cabelos loiros. ─Abra o porta mala e entre no carro. Não há nenhuma necessidade de ambos ficarmos aqui e se molhar.─

Ela descarta minha preocupação. ─Não vou derreter. Não posso me sentar no carro enquanto você fica aqui fora, eu me sentiria culpada. Eu realmente agradeço isso, mais do que imagina.─

Ela abre o porta-malas e eu rapidamente retiro o pneu de estepe e o macaco. Assim que pego o macaco, a chuva cessa. Eu me ocupo em rapidamente retirar o

pneu, e coloco o estepe com a versão donut3. ─ Você vai ter que cuidar disso. Espero que você não tenha que ir muito longe. Não é seguro dirigir esta coisa nestas estradas molhadas.─ Apontei para o pneu menor.

─Não está longe. Vou cuidar disso amanhã─, ela promete.

Depois de me certificar que as porcas estavam apertadas, coloco o pneu murcho e as ferramentas de volta no porta-malas. ─Está tudo pronto─, aviso a ela, fechando a tampa do porta-malas.

─Muito obrigado. Quanto devo?─

─Nada, só dirija com cuidado. Foi bom te conhecer, Dawn.─ Ofereço-lhe minha mão.

Ela desliza a dela contra a minha e as apertamos. ─Foi muito bom conhecer você, Ridge. Mais uma vez, muito obrigada.─

Com um aceno de cabeça, solto a mão dela e corro para a minha caminhonete. Vejo quando ela se senta atrás do volante e dirige para fora. Pegando o meu telefone, envio um texto rápido para Steph.

Eu: Atrasado, foi um dia infernal. Stephanie: Sério, Ridge? Você prometeu. Eu: Não pude evitar. Estarei aí em breve.

Jogo meu celular no console e volto para a estrada. A Mãe natureza decide que ela ainda não tinha terminado de me torturar hoje, então a chuva cai mais uma vez. Grandes e pesadas gotas batem no para-brisa e eu tenho que ir tão devagar

3 Pneu de tamanho menor para reduzir custo e espaço no porta malas.

quanto um verme, com visibilidade praticamente inexistente. Espero que Dawn esteja fazendo isso também.

Uma rajada de vento atinge a caminhonete e eu tenho que lutar para mantê- la na estrada. Esta tempestade surgiu do nada. Reajusto a minha posição, aperto o volante e me inclino, mantendo meus olhos colados à estrada. Meu telefone me alerta para uma nova mensagem, mas isso vai ter que esperar. Meu instinto me diz que é Stephanie querendo me dar uma bronca pelo atraso. Se fosse Stephanie ou minha irmã Reagan no acostamento da estrada, eu iria querer que um cara decente como eu parasse e as ajudasse. Há muitos pervertidos por aí, e não é seguro. Ela vai superar isso e se não... Oh bem.

Sigo com os olhos colados na estrada, certificando-me de não bater em galhos de árvores caídos, inferno, não vejo nenhum outro carro, se é que isso importa. Há destroços por todo o caminho, então vou devagar, sabendo que as curvas do The Jacksons estão logo a frente. O Velho Jackson mora bem no meio de um maldito conjunto de curvas, e eu vi tantos acidentes neste trecho de estrada que nem sei contar.

Assim que eu passo lentamente pelo primeiro conjunto, vejo luzes. Luzes que são provenientes do outro lado de um pequeno aterro. Porra! Isso não é um bom sinal. Hoje não é meu dia.

Encosto minha caminhonete ao lado da estrada. Alcançando o porta-luvas, pego uma lanterna. Ainda estou usando minha capa, não tive tempo para removê- la, sabendo que Stephanie já ia ficar brava. Não sabendo o que eu vou encontrar do outro lado do aterro, eu pego o meu telefone e o enfio no meu bolso.

Assim que eu abro a porta, o vento bate com força em mim e quase me derruba. Eu luto contra as rajadas para fechar a porta, em seguida, ligo a lanterna e verifico os dois lados antes de cruzar a estrada. É perigoso como o inferno, mas meu instinto me diz que o tempo é essencial nesta situação. Faço uma prece silenciosa para estar errado.

O que eu vejo me faz correr. Uma caminhonete está pendurada no barranco. Andando pelo barranco enlameado, tropeço. Escorregando e deslizando, eu me esforço para encontrar meu equilíbrio. Finalmente chego à frente do veículo, mas os faróis estão me cegando, tornando impossível ver se alguém ainda está lá dentro. Me aproximo com cuidado para não me encostar no carro, não quero correr o risco de incliná-lo e fazer ele rolar abaixo. Está muito escuro para avaliar a situação e a chuva ainda está caindo forte. O seguro morreu de velho.

Com muito cuidado, vou até a porta do lado do motorista. Jogo a luz através da janela e posso ver uma mulher deitada de lado. Seus olhos estão fechados. Merda! Eu sei que não devia tentar movê-la. Enfio a mão no meu bolso, retiro meu telefone e disco para ajuda. Demora três tentativas, enquanto minhas mãos molhadas pela chuva estão tremendo.

- 911, qual é sua emergência?─

- Houve um acidente─, eu grito sob a chuva batendo. ─Estou na Anderson Drive, nas curvas de Jackson.─

─Senhor, está machucado?─

─Não, eu não. Vi os faróis, então parei. Há uma mulher presa. Eu sei que provavelmente não estou fazendo sentido, mas minha cabeça está muito confusa. Preciso ajudá-la.─

─Fique com ela, a ajuda está a caminho. Tenho uma equipe na rota, a menos de cinco minutos.─

─O que posso fazer?─ Pergunto a ela.

Estou apertando o telefone no meu ouvido, assim posso ouvi-la. A chuva torna isso uma tarefa quase impossível. ─Aguente firme, a ajuda está a caminho. Não tente movê-la, a menos que você sinta que ela está em grande perigo─, ela grita sobre a linha, fria como a merda de um pepino. Eu acho que é por isso que ela está nessa posição.

Depois dos cinco minutos mais longos da minha vida inteira, eu ouvi as sirenes. ─Eles estão aqui─, eu aviso à telefonista.

─Bom, por favor lembre-se de permitir que eles façam o trabalho deles.─ Que diabo? Essa garota é de verdade? ─Entendi─, eu digo e termino a

chamada. Enfio meu telefone de volta no meu bolso, aceno meus braços no ar.

─Aqui!─ Eu chamo. Os dois paramédicos cuidadosamente deslizam para baixo, carregando uma maca. Assim que eles me alcançam, um caminhão de bombeiros e um xerife encostam no lado da estrada. A cavalaria chegou.

Graças a Deus. Espero que esta mulher esteja bem.

─Senhor, está machucado?─

─Não, eu estava passando e vi os faróis. Estou aqui há pouco mais de cinco minutos. Eu não toquei no carro, só iluminei a janela com a minha lanterna. A mulher ao volante parece estar inconsciente. Pelo que vi, ela é a única passageira. Eu tive medo de movê-la ou o carro,─ eu divago sob o barulho da chuva, que ainda cai forte.

─Fez bem─, ele grita de volta. Eu saio do caminho e deixo-os ir para o trabalho. Meu celular vibra no bolso.

Stephanie.

Ela vai ter que esperar.

Eu fico parado no lugar, no acostamento, para o caso de precisarem de ajuda. Assisto quando os bombeiros se juntam e vistoriam o carro, avaliando o risco, enquanto acenam e usam sinais de mão. Eles devem achar que tudo está seguro, porque imediatamente começam a trabalhar na tentativa de abrir a porta. Os paramédicos estão perto, à espera para chegar ao paciente.

Eu não mexo um músculo; estou no meu lugar, todo molhado e espero para ver se ela está bem. Gostaria de poder ter feito mais. Eu faço uma promessa de fazer pelo menos a certificação de CPR24. O que eu realmente faria se ela estivesse acordada, ou se eu tivesse que arrastá-la para fora do carro, no caso de perigo iminente?

Meu celular vibra novamente, e eu continuo a ignorá-lo. Meus olhos estão colados à cena na minha frente. Vejo como a porta, que só abre uma fração, é cortada do carro. Os bombeiros estão trabalhando com cuidado e ainda diligentemente. Assim que a porta é removida, um dos homens a pega e joga para trás do carro. Tenho certeza que eles estão trabalhando em pura adrenalina; tentando chegar até ela o mais rápido possível.

Você vê isso em filmes, ouve sobre isso no noticiário, mas estar aqui e presenciar a dedicação que esses homens e mulheres têm é inspirador.

4 Certificação para realizar a técnica de primeiros socorro s e ressuscitação cardiopulmonar.

Os paramédicos se aproximam e verificam a motorista. Agora vejo que um deles está no banco do passageiro. Acho que também abriram aquela porta. Todos trabalham juntos, avaliando a situação. Quando eles gritam pela maca, meu batimento cardíaco acelera. Ela vai ficar bem? Eles podem levá-la? É preciso operá-la? Um milhão de perguntas estão passando pela minha cabeça, mas eu ainda mantenho meus olhos colados ao carro. Para ela. Eu preciso ver se ela está bem.

Minutos, horas, já perdi noção do tempo. E fico assim até vê-los lenta e delicadamente levantá-la do carro e colocá-la na maca, quando então tomo uma respiração profunda. O meu peito dói, era como se fosse a primeira vez em muito tempo.

Os paramédicos prenderam-na com cintas na maca. Um bombeiro lança um cobertor grande sobre seu corpo, seguido pelo que parece ser uma lona, uma tentativa de mantê-la seca nesta chuva torrencial. Esta noite, a mãe natureza está implacável. Lágrimas do céu, como minha mãe sempre diz.

Quatro deles cercavam cada canto da maca e começaram a caminhada lenta e escorregadia até a ambulância. No escuro da noite, eu perco a visão deles até que eles liguem as luzes do farol.

─Ei, cara, você está bem? Você se machucou?─ Um dos caras encosta uma mão hesitante no meu ombro.

Eu balanço a cabeça. ─Não, eu só parei para ajudar─, tento explicar.

Ele acena, deixando-me saber que ele ouviu. A chuva dificulta muito ter uma conversa normal.

Virando, ele vai em direção ao carro. Chegando lá dentro, ele puxa para fora de uma sacola.

A bolsa dela.

E se ela acordar no hospital sozinha? Quanto tempo vai demorar para sua família chegar até aqui? Ela vai ficar com medo. É esse pensamento que me toma ao subir a colina. Eu vou para o hospital certificar-me que ela está bem, que ela não está sozinha. Eu vou esperar até que a família dela chegue. Talvez eu possa responder qualquer dúvida que ela possa ter. Posso pelo menos esclarecer as coisas do ponto que a encontrei no carro dela.

No topo da colina, eles já a têm carregada na ambulância. Eu vou para lá quando o xerife me impede.

─Desculpe-me, senhor, conhece a vítima?─ Ele questiona.

─Não. Eu estava passando e vi os faróis ao longo do barranco─, eu explico.

Ele concorda. ─Eu vou fazer algumas perguntas─. Ele olha para a chuva que ainda cai do céu.

─Pode vir até a delegacia?─

─Não. Estou seguindo-os para o hospital.─

Inclinando a cabeça para o lado, ele me estuda. ─Eu pensei que você não conhecia ela?─

─Eu não conheço. No entanto, eu sei o que aconteceu aqui esta noite, depois que eu a encontrei, pelo menos. Não quero que ela acorde sozinha. Eu vou ficar até a família dela chegar.─ Dei a ele os detalhes do que acabei de decidir.

Compreensão atravessou seu rosto. ─Vou encontrá-lo lá.─

Eu lhe dou um rápido aceno e me apresso ao cruzar a estrada para o carro. Ligo o aquecedor, puxo o meu celular. Várias chamadas perdidas e um texto de Stephanie.

Stephanie: não acredito que você me deu um bolo.

Sério ela não me conhece melhor que isso?

Eu: Passei por um acidente. Parei para ajudar. Estou indo para o hospital agora. Eu vou compensar você por isso.

Depois que eu apertei 'enviar', coloquei o telefone no console e afivelei meu cinto de segurança, fixando-o firmemente. Eu espero a ambulância sair, porque vou seguir eles, não sabendo ao certo para onde vão levá-la. Não tenho que esperar muito tempo antes da sirene tocar e eles estão se movendo. O xerife vai atrás deles, e põe a mão para fora da janela para eu seguir.

Grato pela escolta, coloco a caminhonete em movimento e sigo de perto por trás. No caminho, eu rezo para que ela esteja bem. Eu não sou realmente um homem de oração; já fiz isso, mas não tenho esse hábito. Mas algo dentro de mim precisa saber que ela está bem.

            
            

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