Estratégia Radical
img img Estratégia Radical img Capítulo 4 GRUPO FARROW
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Capítulo 6 TODO CACHORRO TEM SEU DIA img
Capítulo 7 A MORTE DE JOHN img
Capítulo 8 VENENO img
Capítulo 9 MENINO MAU img
Capítulo 10 VOU SER ABATIDA img
Capítulo 11 SHAMAIN img
Capítulo 12 FUGINDO DO INFERNO img
Capítulo 13 HEROÍNA img
Capítulo 14 ACUPUNTURA img
Capítulo 15 MORDE ELE! img
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Capítulo 4 GRUPO FARROW

Desembarcamos e Jacklyn me perguntou quantos dias tinha para se apresentar na empresa. Fiquei espantado com a mudança de postura da garota, que agora parecia mansa e macia.

"Venha quando estiver pronta, depois de organizar suas coisas", respondi também com gentileza.

Jacklyn assentiu com a cabeça. Mandei Sam, meu assistente pessoal com ela para providenciar tudo que precisasse. Também designei dois guarda costas para ficarem de olho nela, nunca se sabe.

Jacklyn foi com Sam para um hotel e eu fui direto para o Farrow Group. Muitos dias tinham se passado desde que fui ver John e tinha pilhas de trabalho atrasado, apesar de tantos funcionários, todas as decisões importantes e reuniões ainda estavam pendentes.

Quando entrei na minha sala, logo relaxei. "Querida, voltei!!!", ri para mim mesmo. "Esse é o meu lugar no mundo", disse um surfista numa entrevista na tv, aquele podia ser o lugar dele, mas era verdade que o escritório e o ambiente corporativo era o meu "habitat", agora eu estava em casa, no meu lugar no mundo.

"Olga, venha à minha sala", resmunguei. Em minutos, a secretária discorreu a agenda e me atolei na pilha na minha frente.

Já faz uma semana e não tive notícias de Jacklyn.

"Cadê o Sam?", pergunto para Olga. A secretária hesita por um momento e me informa que desde que eu designei Sam para organizar as coisas para Jacklyn, ele não tinha voltado para o escritório.

"Que???", fico passado.

Olga só levanta as sobrancelhas, franze a boca e sai de fininho.

A culpa é minha! Lógico! Coloquei Sam para ajudar a Jacklyn e agora ele virou babá da garota.

"Sam, o que você está fazendo?", interroguei com voz plana assim que a ligação foi conectada.

"Bom dia, chefe! Estou ajudando a senhorita Jacklyn como o senhor pediu", explicou Sam impaciente.

"Volte", ordenei e desliguei.

Dois segundos depois, meu telefone tocou.

"Senhor George, por que pediu para o Sam voltar? Preciso da ajuda dele!", reclamou Jackyn.

"Você ainda não se organizou? Faz uma semana desde que chegou, de quanto tempo mais precisa?", cuspi.

"Eu mudei de País e de cidade, o senhor não espera que eu more indefinidamente no hotel, não é mesmo? Estou procurando um imóvel desde que cheguei, mas ainda não achei um que seja conveniente e seguro e como não conheço a cidade estou contando com o Sam para me ajudar nessa tarefa, por isso não o liberei ainda", ela explicou.

"Acho melhor encontrar um corretor, preciso de Sam aqui, se ainda não pôde resolver isso até agora, tem que liberá-lo para voltar para a Farrow". A verdade é que tenho problema para ceder meus funcionários para quem quer que seja, quanto mais o Sam, que já sabe como eu penso e me facilita a vida.

Ouvi Jacklyn bufando do outro lado da linha. "Tudo bem, obrigada de qualquer maneira", ela disse e desligou.

Três dias depois, cheguei no escritório um pouco mais tarde do que o usual e vi as pastas em cima da mesa organizadas e com resumos.

"Olga!!!", rosnei.

Olga entrou apressada na sala, seus olhos pulando das órbitas.

"Quem mexeu na minha mesa? Você não sabe que aqui só entra com a minha permissão?", olhei ferozmente para a secretária pálida na minha frente.

"Fui eu". Ouvi uma voz que vinha da minha sala de descanso. Foi Jacklyn.

"Ora, ora... finalmente resolveu aparecer?", perguntei com deboche.

Olga de repente viu a oportunidade e saiu rapidamente.

"Sim, já me estabeleci e estou assumindo meu cargo na Farrow", disse ela em tom plano.

"Só porque a cadeira está vazia, não quer dizer que é para você sentar nela", eu disse estreitando os olhos e olhando para a minha cadeira.

"Minhas sinceras desculpas senhor George, não pensei que tivesse ciúmes da sua cadeira", agora foi a vez dela debochar de mim.

"Esse é o meu escritório e não tolero ninguém aqui que não é chamado, muito menos mexendo na minha mesa", fui curto e grosso.

Jacklyn sorriu docemente como uma criança e me olhou nos olhos. Por um momento perdi a linha de raciocínio e a raiva se foi. Ela veio em minha direção, passo por passo, olho no olho. Minha mente ficou em branco. Ela estava tão perto que podia sentir o leve cheiro dela e o calor de sua respiração.

"Me desculpe senhor George, por favor", ela sussurrou para mim com uma voz doce, piscando seus lindos olhos.

Meu coração pulou uma batida. Dessa distância eu podia ver cada detalhe dela, seus longos cílios, os olhos inocentes e a boca... meu pomo de adão subiu e desceu. Os olhos dela nos meus, eu fiquei em branco de repente.

Então ela riu, riu muito, e estava rindo de mim!

O choque foi substituído por raiva num segundo. Se fosse possível eu a jogaria pela janela 26º andar sem remorso. Droga! Essa garota idiota me pegou de surpresa com essa farsa. As veias na minha testa estavam pulsando de raiva.

"George", ela disse, "posso te chamar de George não posso? Afinal, nós brincamos juntos desde criança, não é? Pare de ser rabugento e chato. O que interessa não são os negócios? A eficiência? Se você está atolado no seu trabalho no Farrow, como pode lidar com o Houston também? Não pense você que eu gosto de estar aqui, eu devia estar no Houston ao invés daquele tonto do Shane. Mas meu pai... bem... Então já que momentaneamente estamos no mesmo barco, se você não for um babaca eu vou te ajudar, até voltar para o Houston, antes que o barco lá faça água", ela falou e estreitou os olhos para mim, esperando minha resposta.

"Aqui eu sou Senhor Farrow, e sim, eu sou rabugento e chato. Aqui você não dita as regras, você segue o fluxo, não foi o que seu pai te disse?", olhei bem dentro daqueles olhos azuis. Quem ela pensa que é? Me inclinei na direção dela e falei no seu ouvido "se você mexer na minha mesa sem minha autorização, eu vou te punir, estou avisando, não me culpe".

Apesar da proximidade e da ambiguidade a garota não se moveu um centímetro, só estreitou os olhos e sorriu.

"Você é quem sabe", ela disse. Então se inclinou para mim e puxou minha gravata, meu nariz tocou o dela, o aroma da pele dela invadiu os meus sentidos, antes que eu tivesse uma reação, ela tocou os lábios quentes na minha orelha e sussurrou "não me culpe, Senhor Farrow", girou e sumiu pela porta.

Minha boca abriu e fechou várias vezes. Droga! Maldita garota! Você me deve John!

Sentei na minha mesa irritado, afrouxei a gravata e liguei para Olga me trazer um café. "Quem sabe o cheiro daquela garota suma com o café", pensei. Olhei para a pilha de pastas com os papéis pendurados com o resumo. Abri a primeira e conferi, depois o resumo. Depois da terceira pasta, já sabia que o resumo correspondia à negociação. Fui para a última, quem sabe a pegadinha esteja no final. Não, tudo correto.

"Será que essa maldita garota quer ajudar mesmo?", de repente me peguei especulando. "Não! Impossível! Ela quer voltar para o Houston e apenas não descobri o truque".

            
            

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