Estratégia Radical
img img Estratégia Radical img Capítulo 5 MALDITA GAROTA
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Capítulo 6 TODO CACHORRO TEM SEU DIA img
Capítulo 7 A MORTE DE JOHN img
Capítulo 8 VENENO img
Capítulo 9 MENINO MAU img
Capítulo 10 VOU SER ABATIDA img
Capítulo 11 SHAMAIN img
Capítulo 12 FUGINDO DO INFERNO img
Capítulo 13 HEROÍNA img
Capítulo 14 ACUPUNTURA img
Capítulo 15 MORDE ELE! img
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Capítulo 5 MALDITA GAROTA

"Sam venha à minha sala", ordenei pelo telefone.

Sam logo entrou e se sentou na minha frente, aguardando instruções.

"Vou te passar a bomba", eu disse com voz plana.

Sam franziu a sobrancelha sem entender.

"A Jacklyn. Você vai lidar com ela. Leve ela para a sala do secretariado, lhe dê uma mesa e lhe passe todas as pastas de negócio para resumir."

"Senhor Farrow, o senhor vai confiar nela para algo tão importante?", Sam me olhou incrédulo.

"Claro! Ela vai ser subordinada a você. Você não estava ajudando com as coisas dela? Pois então... Se ela fizer besteira a bomba vai estourar em você", eu sorri astutamente para Sam. Eu sei... eu sou um gênio. Posso contar com o trabalho duro da garota e passar sem seus truques. Eu quase dei um tapinha no meu próprio ombro. É só a raiva passar e volto a ser eu mesmo. Não é à toa que tenho uma reputação no mundo dos negócios e não vai ser uma garota que vai me fazer de bobo.

Já faz dois meses que estamos nesse acordo. Jacklyn de fato é muito capaz, muito mais do que eu supunha. Os resumos de relatórios negociais dela são impecáveis, e incluem até mesmo sugestões ou detalhes específicos de lacunas ou defeitos nas negociações. Ela tem um bom feeling também, estávamos por fechar um negócio de milhões, mas ela colocou um bilhete com uma observação jocosa: "Eu não fecharia com eles". Momentaneamente me inclinei a dispensar o comentário dela, mas resolvi mandar Sam investigar mais o assunto enquanto postergava a assinatura do contrato. Na semana seguinte meu parceiro de negócios estava nas manchetes e não era na página financeira, mas na policial por desvios e fraudes.

No final do expediente ela colocou os resumos negociais do dia na minha mesa e se virou para sair, mas eu a chamei.

"Como você sabia?", perguntei friamente. Ela ergueu as sobrancelhas e me encarou, "O quê?" "A Financial Square, como sabia?", insisti. "Pressentimento", ela franziu os lábios e riu. "Eu pareço um idiota para você?", rosnei. Ela me olhou de novo nos olhos e se aproximou passo por passo com um sorriso doce.

"Ah, garota, eu já conheço esse truque! Dessa vez não!", pensei. Me acomodei melhor na cadeira e esperei ela fazer o truque dela, hoje eu também vou fazer o meu. Ela pegou a minha gravata e puxou, mas eu não cedi e ao invés de ir para ela, a puxei para mim. Ela caiu no meu colo, assustada, o rosto vermelho. Nossos olhos se encontraram e num segundo, ela roçou os lábios no meu pescoço devagar, subindo, e me beijou na bochecha, esfregando levemente seu nariz no meu e se inclinando para me beijar. Isso é novo... No segundo em que fiquei sem ação, ela escapou rindo. Minha raiva subiu aos céus. "George, você tem tanta sorte! Você é tão bonito! Se não fosse o que seria de você? Tão bobo!", ela riu descaradamente. Imediatamente levantei para lhe mostrar o quão bobo eu posso ser, mas tive que sentar de novo. Meu corpo me traiu. "Droga! Maldita garota!".

Estava analisando os relatórios tarde da noite, ainda ruminando minha raiva, quando o telefone tocou, era Sam.

"Senhor Farrow, algo aconteceu com a senhorita Houston", Sam travou.

"Como assim alguma coisa? O que houve?", perguntei já impaciente.

"Os guarda costas que a vigiam viram quando ela chegou em casa e viram quando a pegaram e levaram em uma van para o subúrbio", relatou Sam nervoso. Foi ele quem contratou os guarda costas.

Quando as palavras assentaram na minha mente e começaram a fazer sentido, senti a raiva subir pela minha garganta. "Como assim a pegaram? Por que eles não os impediram?"

"Não sei, senhor, mas eles seguiram a van e estão aguardando ordens", disse Sam num tom baixo.

"Reúna toda a segurança, me mande o Carl e o Riggs agora aqui. Mande os idiotas ficarem de olho. Descubra quem está por trás disso e deixe a polícia de prontidão, mas não forneça os detalhes de localização, não podemos correr riscos de um tiroteio".

Droga, garota!

Em minutos Carl e Riggs estavam diante de mim e prontos para a ação. Esses caras foram das forças especiais e tenho inteira confiança em seus talentos. Nos colocamos a caminho juntos e o resto do pessoal nos seguiu de perto. Passei o relatório da situação e a localização e eles rapidamente traçaram uma estratégia de assalto e fuga com a refém e organizaram o posicionamento de todo o pessoal de segurança, para o caso de existirem muitos sequestradores.

Quando chegamos ao local, Riggs imediatamente saltou e se esgueirou para perto do armazém abandonado. Ele era especialista em rastreamento e explosivos, tão bom que algumas vezes a polícia e o departamento antissequestros me pediam o liberar para ajudá-los em seus casos mais difíceis.

Logo Riggs estava de volta. "Não são amadores", ele disse. "Na verdade, aqui é somente um ponto intermediário, tem outro veículo dentro, os pneus têm capa para enganar o rastreamento e tem dois caras mortos, que devem ser os sequestradores originais. O armamento é pesado. Devem estar aguardando instruções."

"Droga, Jacklyn! O que vou dizer para o seu pai?", respirei fundo.

Carl e Riggs rabiscaram um mapa instruindo o resto dos guarda costas.

"Chefe, não podemos ter um ataque frontal sem risco imediato para a refém. Vamos para a guerrilha. Contei dez, mas não sei quantos na van e na camionete. Então temos que pressupor até quinze. Temos que ir agora porque logo vão partir e o risco será maior ainda."

"Faça o que tiver que fazer. Me sinalize quando devo acionar a polícia."

                         

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