- Nós iremos sim! - Kennia desde cedo está insistindo para eu ir com ela nessa festa
- Disse que não Kennia, estou exausta, tenho que descansar para a viagem assim como você também.
- Deixa de ser careta Ninna, precisa se divertir conhecer mais pessoas, faz tempo que não fica com ninguém preciso da minha companheira - faz bico para tentar me convencer. - Prometo que não iremos demorar, depois das três estamos de volta
A olho..
- Tá bom, antes das uma da manhã! - ela revira os olhos.
- Se tiver muita gente virei embora com ou sem você - disse séria, e ela bateu palmas toda alegre.
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A água gelada cai sobre minha cabeça. Vários pensamentos me vem, e lembranças pelas quais tenho vontade de chorar, nenhuma é boa, poucas são e quase não lembro direito pois era criança. Apesar de estar acostumada com toda essa situação as vezes me pego a chorar sem mesmo querer elas descem sem que eu consiga impedir, como agora nem sei pelo o que exatamente choro, pois a tantos motivos. Me sinto tão sozinha, vazia se não fosse por Kennia, teria tentado contra minha vida, não a coisa pior que o desprezo dos pais principalmente da mãe.
Por mim já teria ido embora, mas quando tentei me arrependi amargamente pois duro foi passar várias noites dentro daquele porão. Se eles não gostam de mim porque insistem em me manter aqui nessa casa?
- Pensei que tivesse morrido - dou um pulo quando vejo Ramon no meu quarto
Estou enrolada na toalha, meu coração parece um tambor sendo usado pois bate em disparada.
Ele começa rir, fico com medo
- Jamais tocaria em você da forma que está pensando nesse momento, apesar de tudo, é minha filha. Tocarei em você apenas para marcar, não sou um monstro - balança a cabeça como se estivesse decepcionado.
Tenho vontade de rir de seu comentário que de certa forma me deixou aliviada, mas a parte de dizer que não é um monstro é o cúmulo.
- O que o senhor quer? - quero que ele saia logo daqui.
- Como sabe amanhã partiremos , está ciente das regras. Mas, quero que mostre ser a filha mais feliz de todas. Você possui um belo sorriso quero ele sempre em seus lábios seja simpática com todos principalmente com o Sr Andriotti, quero que você se aproxime dele.
- Mas, porque, como.....
Ele levanta a mão e paro.
- Cala a boca e deixa eu terminar de falar. Ele é um homem poderoso, é muito importante não só na Itália como no mundo todo e está em busca de uma companheira precisa de um herdeiro e é aí que você entra.
Aproveito a pausa para falar.
- Ramon o que não deve faltar é mulher para ele, eu não sei como fazer isso. Ele nem me notará, em meio a tantas.
Isso é um absurdo, deveria imaginar isso
- Você é a mais bela Ninna, não precisará fazer esforço para chamar sua atenção.
- Como pode ter certeza disso?
- Eu só sei Ninna, e isso basta.
- E se eu não quiser fazer isso - sussurro.
- Se não fizer, a venderei , renderei muito com isso - estremeço. - Então o que vai querer filha? - sorri ao perguntar.
Penso o que seria pior...ser vendida com certeza pois iriam poder fazer o que quisessem comigo com ou sem meu consentimento. melhor ficar com a primeira opção conquistar o Sr Andriotti tenho certeza que não conseguirei isso, a diversos tipos de mulheres lindas no mundo, e mesmo ele sendo acredito que um velho de setenta anos, elas devem se arrastar para ser esposa dele.
- Tudo bem! - suspiro. - Farei isso o que o senhor quer.
- Ótima escolha filha! - aperta meu rosto, vai em direção a porta. - Quero que me chame de pai a partir de amanhã, lembre o quanto é amada por seus queridos pais - rir cínico. - E não chegue muito tarde não quero ter que marcar você. - se retira.
Respiro agora com tranquilidade, melhor não pensar nisso agora, não quero estragar o resto que me resta de liberdade. Resolvo dormir um pouco para noite , preciso manter a calma.
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Acordo com som de batidas na porta, me levanto com tudo fazendo assim me dá uma tontura, me fazendo deitar novamente, mas ainda tem alguém que insiste em bater na porta.
- Ninna! - é a voz da mamãe.
Levanto novamente dessa vez com mas calma e abro a porta
- Por céus, ainda está assim, Ninna. Não vai mais à festa? - pergunta preocupada por ainda me ver de pijama.
- Sim, irei !
- Está atrasada, Ninna, deveria estar pelo menos banhada.
- Ainda é cedo, mãe!
Espero um tapa pois a chamei de algo proibido.
- Vai logo tomar banho, irei escolher sua roupa.
Fico parada olhando surpresa.
- O que está esperando? Anda, vai logo!
Corro.....
* * *
Enquanto banhava, me assustei quando Anne apareceu vendo-me despida.
- Anne!! - digo irritada.
- Como se eu nunca tivesse te visto nua, Ninna - revira os olhos.
Ela fica parada me olhando.
- Dá pra senhora sair !! - me cubro com as mãos, esqueci de trancar a porta.
- Não. Bora logo, Ninna!
Bufo e pego o roupão sob o olhar de Anne, ninguém merece .
- Não tenho nenhuma dúvida que o Sr. Andriotti ficará louco por você - comenta quando saímos do banheiro
- Devo ficar feliz? Meu fim será ao lado de um velho babão? nossa que final feliz - digo sorrindo falso.
- Sim, deveria ficar feliz Ninna. E quem disse que é um velho?
- E não é?
Ela nada diz a respeito,fico curiosa.
- Chega desse papo agora vamos arrumar você.
E assim ela começou a me ajeitar para mim foi tão estranho, mas também foi bom ter ajuda dela mesmo em algo insignificante. Tenho que admitir que Anne é ótima no que faz.
Olho-me no espelho e fico maravilhada, estou me sentindo linda e principalmente feliz pela ajuda dela. Vejo ela através do espelho e seus olhos brilham diria que eram lágrimas se não se tratasse dela
- Fiz um ótimo trabalho! - diz orgulhosa - Agora terei que ir, seu pai está me esperando.
Antes que ela feche a porta, falo..
- Obrigada, Anne, por tudo isso, fez um grande milagre! - digo sorrindo com sinceridade.
- Na verdade só dei um retoque, porque linda você é por si só - sinto amor em suas palavras, e fico confusa. - E não agradeça, filha minha não pode andar de qualquer jeito por aí - estava demorando para cortar qualquer vestígio de amor. - Se divirta, e juízo. Aconselho a transar com alguém hoje, Sr Andriotti não quer nenhuma virgem.
Lá se foi meu pequeno momento de alegria..
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Chegamos na casa de Jean e está tudo super maneiro, luzes para todos os lados e muitas pessoas dançando, sorte que aqui é grande então não fica muito aglomerado. Estou no meu quinto drink não estou bebendo nada forte na verdade não sei o que tomo mas pedir o mas fraco acho que é uma batida de limão. Kennia já pegou uns cinco, enquanto eu só danço já dispensei uns e outros, não apareceu nenhum que me agradasse. lembro do que Anne falou e fico pensando se devo cogitar fazer isso.
- Finalmente encontrei você! - olho e vejo o irmão de Jean, o Jonas.
- Bom, achou! - acho que essa bebida está fazendo efeito. - O que deseja?
Ainda estou dançando.
- Desejo beijar a morena mais gostosa da festa - sorri sacana, referindo-se a mim.
Sorriu para ele, decidindo que seria ele . Além de ser gato, agradou-me. E tem mais, logo voltará para Espanha, e não retornarei a vê-lo.
- Então pegue as morena mas gostosa, segundo você - retruco provocando.
Rapidamente ele faz, gruda nossos lábios, um beijo lento e gostoso pra cacete. Acho que o escolhido foi você Jonas.