Capítulo 3 Tragédia

Isabella

Fui para casa depois do Thomas ir para a empresa, arrumei as minhas coisas e preparei as malas para a viagem. Fui acordar os miúdos para irem para a escola e despedi-me deles antes de a Mia os levar ao colégio.

Já no aeroporto, fiz o check-in e embarquei. A viagem ainda é longa. Aproveitei as horas dentro do avião para colocar as ideias em ordem e para tentar achar a melhor maneira de resolver o meu problema sem magoar os meus filhos.

A seguir à aterragem fui diretamente para o hotel, tomei um bom banho e fui descansar. Amanhã vai ser um dia em grande.

(...)

- Mia! – Disse.

- Mãe, como estão as coisas por ai? – Perguntou-me.

- Estão boas, vou sair agora do hotel para ir ver o espaço da sessão – contei – e como estão os manos?

- Estão ótimos, acabei de deixar a Lily e a Leah no colégio e o Ethan na faculdade.

- Ainda bem que tudo está bem, diz-lhes que eu mando muitos beijinhos – pedi – depois da sessão vou fazer uma viagem de avioneta por cima da ilha para tirar umas fotografias – avisei.

- Adorava ter ido – falou.

- Vai haver mais oportunidades – disse – agora tenho que desligar. Beijinhos.

- Beijinhos – disse e eu desliguei.

- Bom dia – cumprimentei o fotógrafo.

- Seja bem-vinda – disse e começou com a sessão.

Correu tudo bem, o sítio era lindo, as modelos eram lindas, a sessão demorou algumas horas, mas ficou tudo perfeito.

- Ficou perfeito, obrigada – elogiei.

- Obrigado pela ajuda – agradeceu-me – quando tudo estiver pronto eu envio-as para Lisboa – informou.

- Ficarei á espera – disse e fui para o aeródromo.

- Isabella Williams? – Um senhor perguntou-me.

- Sim, sou eu – disse.

- Vou ser o seu piloto – avisou-me – venha por aqui – guiou-me até á avioneta e explicou-me tudo – Pronta? – Perguntou e eu assenti.

Entrei para a avioneta e preparei a camara fotográfica. O piloto entrou e pôs-nos no ar.

Começamos a sobrevoar a ilha e eu tirei varias fotografias. A ilha é deslumbrante.

De repente e vindo da parte exterior do avião soa um barulho estranho.

- O que se passa? – Perguntei depois de ver a cara de preocupado do piloto.

- Estamos com um problema – disse e começou a mexer nos botões do painel, pegou no radio – estamos com problemas no motor, repito, estamos com problemas no motor – fez a descrição da avioneta e comunicou o nosso problema – vamos tentar uma aterragem de emergia – avisou.

- Aterragem? – Perguntei desesperada. Mal acabei de falar o motor incendiou-se causado uma grande explosão.

- Perdemos o motor! – Falou o piloto para o radio enquanto tentava controlar a avioneta – vamos cair! – Berrou e rapidamente estávamos em queda livre para o meio do oceano.

Mia

Aproveitei o dia de hoje para estar com alguns amigos que não vejo com muita frequência. Estive com os meus amigos, passei o dia com eles e quando fui buscar os meus irmãos a minha tia ligou-me.

- Olá tia! – Saudei-a enquanto conduzia.

- Mia, onde estas?

- Vou agora buscar os meus irmãos, porquê?

- Preciso que venhas imediatamente para casa – ordenou.

- Aconteceu alguma coisa? – Questionei preocupada.

- Não me faças mais perguntas, apenas faz o que pedi – pediu.

- Ok tia, é só o tempo de apanhar os manos e já vou – avisei e desliguei.

Passei primeiro pela faculdade do Ethan e depois fui para o colégio.

- Podíamos ir até á baixa – sugeriu a Leah.

- Lamento, mas a Tia Amy ligou e quer que vamos o mais depressa possível para casa – informei-os.

- Ok, falas-te com a mãe? – Perguntou a Lily.

- Sim, ela mandou beijinhos para todos e disse que ligava mais tarde – avisei-os – ia dirigir a sessão e depois ia fazer um passeio de avioneta pela ilha para fotografar – comentei.

- Que fixe – exclamou o Ethan – quero isso nas próximas férias em família – disse.

Estacionei o carro e entramos em casa. A nossa avó, assim como o Tio Edward e a Tia Amy estavam lá, acompanhados dos filhos e do nosso pai.

- O que aconteceu? – Interrogou o Ethan enquanto pousava a mochila.

- Meninos, o que vós tenho para dizer não é fácil – a Tia Amy começou – vocês tem que ser muito fortes e muito unidos – avisou – a avioneta onde a vossa mãe seguia despenhou-se – lançou a bomba. A Lily abraçou-se a mim a chorar – e não foram encontrados os corpos – concluiu.

- A mãe não pode estar morta! – Disse a Leah enquanto se abraçava a mim e ao Ethan.

- Não pode ser verdade – disse o Ethan – não pode.

- Tia, tem que haver algum engano – falei – a avioneta que caiu pode não ser a avioneta onde a minha mãe seguia – supus.

- Querida, eu gostava de poder concordar contigo, mas infelizmente a tua mãe seguia a bordo.

- Não, não pode ser, eu não acredito – neste momento os meus irmãos estavam abraçados a mim a chorar – só acredito quando vir.

- Mia, eles podem não conseguir encontrar os corpos – avisou-me.

- Não! – Gritei – a minha mãe está viva!

A minha meia tia, Layla entrou em minha casa e começou a fazer um teatrinho.

- O que está aqui a fazer? – Perguntei-lhe fria.

- Minha querida – veio abraçar-me mas eu desviei-me.

- A minha mãe não gostava de si e você também não gostava dela, por isso não está a fazer nada aqui.

- Eu vim apoiar os meus sobrinhos, e ela continua a ser minha irmã – defendeu-se.

- Não é bem-vinda – atirei.

- Mia, não sejas mal-educada – repreendeu-me o meu pai.

- Nem venha defender a sua amante – acusei – aqui, para além de si ninguém gosta dela, está casa é da minha mãe, por isso ela que saia – ordenei.

- Amante? – Perguntou o Afonso chocado.

- A mãe não queria que vocês soubessem assim, mas é verdade – contei e ficaram todos chocados.

- Mia, não é hora nem altura para discutir isso, eu e a tua mãe tínhamos arranjado um acordo para tudo ficar bem – disse o meu pai.

- Sim, agora tem que estar mais unidos que nunca para ultrapassarem esta dor – aconselhou a Tia Amy. A Lily saiu a corre para a área da piscina e eu, o Ethan e a Leah fomos atras dela.

- Lily! – Abracei-a.

- Mana, como vai ser a partir de agora? – Questionou a chorar.

- Lily, nos vamos estar sempre juntos, sempre, meu amor – prometi.

- Sim, vamos estar sempre juntos, como sempre estiveram – o Ethan realçou a promessa.

- Eu não quero que a tia Layla venha viver connosco – revelou a Lily – eu não gosto dela, ela é má.

- Pequenina, isso não vai acontecer, ninguém vai substituir a mãe e ninguém te vai fazer mal, a mana não deixa – tranquilizei-a e abracei-a.

            
            

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