Capítulo 6 Dependentes um do outro

Caldwell cerrou os dentes e um lampejo de fúria cruzou o seu olhar.

Na sala de estar, Rosina estava de pijama, sentada no sofá, quando Sabina passou e a viu. Com um sorriso, ela cumprimentou calorosamente: "Bom dia, senhora. Dormiu bem noite passada?"

Na noite anterior, quando ouviu o motor do carro lá fora, ela saiu da cama para verificar. Vendo que Caldwell havia retornardo, sentiu uma imensa alegria.

Esse casamento havia sido arranjado pela mãe de Caldwell, então Sabina achava que Rosina devia ser perfeita.

Como resultado, a chegada da nova senhora Walsh a deixou bastante entusiasmada.

Rosina forçou um sorriso, parecendo um pouco tensa, e disse timidamente: "Não foi ruim."

"Que bom. Vá se preparar, por favor. O café da manhã está pronto", Sabina disse, dirigindo-se para a sala de jantar.

Rosina soltou um bocejo, esfregando os olhos sonolentos.

Ela imaginou que Caldwell já devia ter se vestido.

Na ponta dos pés, foi até o quarto e bateu na porta, mas não houve resposta.

Ela então abriu a porta, pensando que o homem já tivesse saído do quarto, mas se deparou com um olhar tão gelado que lhe causou arrepios na espinha.

Caldwell segurava com força um papel na sua mão.

Quando Rosina viu suas coisas espalhadas pelo chão, seu coração deu um salto, parecendo querer saltar pela garganta.

Procurando manter a calma, ela respirou fundo e perguntou incisivamente: "Por que você está mexendo nas minhas coisas? Saiba que isso é invasão de privacidade!"

"Privacidade?", Caldwell zombou, com uma expressão de incredulidade.

Ele ficou de pé e atirou o papel em Rosina. "Você teve a audácia de se casar comigo levando um bastardo na barriga. Agora tem a cara de pau de falar em privacidade?"

"Eu..." O rosto de Rosina ficou lívido.

Caminhando até ela, Caldwell agarrou seu queixo com força. "Me diga logo. Qual foi o seu verdadeiro motivo para ter se casado comigo?"

Ela achava que ele iria assumir aquele filho ilegítimo? Queria que aquele bastardo fosse o seu primogênito? O acordo proposto por ela servia apenas para o seu próprio interesse?

A expressão de Caldwell se tornou sombria.

O coração de Rosina quase parou dentro do seu peito, mas ela manteve a expressão serena. "Não tive a intenção de esconder de você. Mas nosso casamento não passa de um acordo, e como iremos nos divorciar em um mês, não achei que isso importasse. Não há segundas intenções nisso."

"É isso mesmo?" Caldwell apertou o queixo dela ainda mais.

Rosina estremeceu de dor. "Estou dizendo a verdade. Sei que cruzei a linha com você, e sei que você possui meios para me apagar da face da terra."

Os olhos de Caldwell pousaram na barriga dela, e sua expressão imediatamente endureceu. "É melhor que você esteja me dizendo a verdade, ou não irei te poupar."

Assentindo, Rosina tocou inconscientemente a própria barriga, como se quisesse proteger a criança.

Apesar de ter sido uma gravidez inesperada, ela planejava ficar com o bebê. Era sangue do seu sangue, afinal.

Esse era um segredo apenas seu, não havia contado nem mesmo para sua mãe. Ela mantinha os exames de gravidez consigo todo o tempo para evitar ser descoberta.

Inesperadamente, Cadwell tomou conhecimento disso no segundo dia de casamento.

Com uma expressão de mau humor, ele a alertou mais uma vez. "Se eu descobrir que você está aprontando alguma coisa pelas minhas costas..."

"Prometo a você que irei me comportar. Se eu sair da linha, estarei à sua disposição para que faça o que achar melhor", Rosina o tranquilizou, antes mesmo que ele pudesse terminar de falar.

Mesmo que ela não fosse capaz de conquistar completamente a sua confiança, não podia deixá-lo duvidar das suas intenções.

Com esse casamento, ela pretendia retomar a propriedade de sua mãe das mãos de Perry.

Caldwell a olhou profundamente nos olhos, como se buscasse a verdade neles.

Subitamente, alguém bateu na porta.

"Senhor Caldwell, senhora Rosina, o café da manhã está na mesa", Sabina avisou em um tom alegre.

Caldwell retirou a mão que a segurava e conteve momentaneamente suas emoções. "Arrume essa bagunça."

Ele então se virou e saiu.

Assim que Caldwell saiu, Rosina se encostou na parede atrás dela, sentindo o coração palpitar loucamente. Foi preciso um bom tempo até que se acalmasse.

Ela se agachou e recolheu seus pertences espalhados pelo chão. Quando viu os exames da gestação, sentiu as lágrimas rolarem livremente pelo seu rosto.

Fungando, ela enxugou as lágrimas com as costas da mão. Então, guardou os papéis do médico, trocou de roupa e saiu.

Na sala de jantar, ela viu sobre a mesa uma xícara de café vazia e vestígios de que alguém já havia comido. Caldwell não estava à vista.

Notando isso, Rosina soltou um longo e profundo suspiro de alívio.

Depois de tomar café da manhã, ela voltou para seu apartamento.

Ao vê-la entrar, Josie se levantou do sofá e se aproximou dela. "Que tal o senhor Caldwell?"

Rosina dirigiu um sorriso tranquilizador para sua mãe. "Ele é um bom homem, mãe. Não precisa se preocupar comigo."

Lágrimas brotaram nos olhos de Josie. "Me desculpe por não poder proteger você."

Rosina a abraçou, dando tapinhas nas suas costas. "Eu já disse, não precisa se preocupar. Estou feliz por ter você do meu lado."

Quando Josie percebeu que sua filha não parecia muito bem, preparou carinhosamente a sopa de peixe favorito dela para o almoço.

Quando Rosina estava prestes a dar a primeira colherada, o cheiro de peixe invadiu suas narinas.

Uma violenta náusea a invadiu e ela teve que correr para o banheiro para vomitar.

"Rosina?"

Preocupada, Josie a seguiu até o banheiro. Ao ver a filha junto ao vaso sanitário, vomitando, Josie sentiu um aperto no coração.

Com a voz trêmula, ela perguntou: "O que foi, filha?"

Sentindo o corpo congelar subitamente, Rosina cerrou os punhos com força.

Reunindo toda a coragem que pôde, ela se virou para a mãe e a olhou nos olhos.

"Estou grávida, mãe."