Capítulo 10 Vincent Geoffrey

"Não há nenhuma câmera de vigilância numa villa tão luxuosa como essa?", Maria perguntou num tom arrogante, como se estivesse zombando da estupidez deles. Na sua opinião, esse assunto poderia ser facilmente resolvido, bastava que eles verificassem as imagens das câmeras de vigilância, ou simplesmente chamassem a polícia para lidar com tudo. Por que estavam perdendo tanto tempo fazendo perguntas idiotas?

Maria chegou a conhecer todos os membros da família Jenkins que moravam na cidadezinha onde ela cresceu e, embora Bill fosse o mais rico entre eles, obviamente não era o mais inteligente.

Ao ouvir as palavras da garota, os olhos do homem se iluminaram. "Sim! Temos câmeras de vigilância na nossa casa!"

O coração de Lily acelerou enquanto ela tentava controlar o nervosismo. Sem que ninguém percebesse, ela deu alguns passos para trás e gritou de repente: "Vejam! O que é isso debaixo do sofá?" Enquanto falava, ela empurrou o sofá um pouco para o lado para que todos pudessem ver o objeto.

"Minha Jadee!", Vivian gritou animadamente antes de saltar para pegar a peça.

Num piscar de olhos, Bill pegou uma lupa para verificar o número de série na parte inferior da pequena joia. "O número de série é Y0088. É Jadee!", ele confirmou com um sorriso aliviado. "Não precisamos mais checar os vídeos das câmeras de segurança. Talvez o pingente tenha caído debaixo do sofá por acidente, Vivian."

Foi só quando ouviu que os Jenkins não iriam mais checar as imagens das câmeras de vigilância que Lily conseguiu se acalmar. Vivian, por sua vez, estava tão distraída pelo prazer de reencontrar seu tesouro que nem prestou atenção nas outras pessoas. Ela pegou um lenço de papel umedecido e cuidadosamente limpou a poeira da peça de jade.

Uma vez que Jadee foi encontrada, todos se aglomeraram para apreciá-la, de forma que ignoraram Maria como se ela fosse invisível.

"Se não houver mais nada, vou voltar para o meu quarto agora", ela anunciou de forma direta. Ninguém no recinto prestou atenção nas suas palavras.

Com os lábios franzidos de aborrecimento, Maria se virou e foi para o seu quarto. Assim que fechou a porta atrás dela, a garota pegou seu celular e mandou uma mensagem para um amigo que atendia pelo nome de V.

"Vincent, não posso acreditar! Por que você plagiou meu desenho da escultura de jade?"

Apenas alguns segundos depois, seu amigo respondeu. "Estou apenas refazendo o design da minha discípula para praticar. Como você pode chamar isso de plágio? Recentemente, fui convidado para um leilão de caridade. Os organizadores queriam que eu mostrasse alguns trabalhos novos, mas como eu poderia projetar algo novo em tão pouco tempo? Foi por isso que eu usei o seu design!"

A pessoa com quem Maria estava falando era ninguém menos que o internacionalmente conhecido Mestre Vincent Geoffrey. No entanto, a garota não pareceu satisfeita com essa explicação.

"É mesmo?", ela perguntou, sucinta e advertidamente.

Logo, Vincent voltou a enviar mensagens: "De qualquer forma, fiz isso por caridade! Não faça tanta questão por uma besteira. Mestre e discípula é como pai e filha. Lembre-se, eu apenas peguei seu projeto emprestado. Depois que eu morrer, todas as riquezas da Geoffrey Jade Carving School serão suas!"

Se as palavras de Vincent vazassem para o público, isso causaria um grande alvoroço na mídia e na indústria de esculturas, uma das maiores e proeminentes do país. Todas as pessoas acreditavam que Vincent não tinha discípulos, mas parecia que o senso comum estava muito longe da verdade. O artista não só tinha uma discípula e sucessora como já até havia redigido um testamento. Se Maria herdasse todas as riquezas do homem, ela se tornaria uma das cem maiores bilionárias do país em um piscar de olhos.

"Que discípula? Não se lembra que recusei esse posto pela nonagésima nona vez no mês passado? Não sou e nem quero ser sua discípula", Maria disse tranquilamente.

"Mas eu te dei vários conselhos sobre como esculpir. Como você pode não me aceitar como seu mestre?", ele perguntou.

Mesmo que alguém espalhasse essa notícia, ninguém conseguiria acreditar que Vincent Geoffrey, um mestre internacionalmente reconhecido em esculturas de jade e um famoso especialista na indústria, adorava usar emojis em conversas online. Como forma de protestar contra a recusa de Maria em aceitar ser sua discípula, ele enviou três emojis irritados diferentes.

"Conselhos? Estávamos apenas discutindo sobre a arte de esculpir, não estávamos?", Maria retrucou. "Você era apenas um velho ferido que encontrei jogado numa vala perto das montanhas. Naquela época, fui gentil a ponto de deixá-lo ficar na minha casa até se recuperar, mas você não foi embora mesmo depois que sua lesão foi curada e ainda passou vários meses comigo. Falando nisso, quando você vai me pagar por todas as despesas médicas e alimentícias?"

Vincent ficou um pouco envergonhado, mas não se deixou abalar. "É porque você cozinha muito bem!", ele respondeu.

Maria revirou os olhos. "Então, você está insinuando que a culpa é minha?"