O CEO que eu odiava Amar
img img O CEO que eu odiava Amar img Capítulo 2 Um Idiot@
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Capítulo 6 Desconfianças img
Capítulo 7 Melhor Família img
Capítulo 8 Coincidências img
Capítulo 9 Atrevida img
Capítulo 10 Nova amiga img
Capítulo 11 Mantendo distância img
Capítulo 12 Almoço surpreendente img
Capítulo 13 Ao ataque img
Capítulo 14 Tentando resistir img
Capítulo 15 À conquista img
Capítulo 16 Fugindo img
Capítulo 17 Fechando o cerco img
Capítulo 18 O Jogo começou img
Capítulo 19 Derrubando o inimigo img
Capítulo 20 Impossível resistir img
Capítulo 21 Uma ingrata img
Capítulo 22 Fuga constante img
Capítulo 23 Quero tudo img
Capítulo 24 Não posso querer-te img
Capítulo 25 Caso perdido img
Capítulo 26 Consciência pesada img
Capítulo 27 Ligação Inesperada img
Capítulo 28 Ressaca img
Capítulo 29 Recaindo no erro img
Capítulo 30 Setença img
Capítulo 31 Erro preferido img
Capítulo 32 Prêmio de consolação img
Capítulo 33 Fim de Jogo img
Capítulo 34 Descobertas img
Capítulo 35 Vida que segue img
Capítulo 36 Sol e Mar img
Capítulo 37 Intenções img
Capítulo 38 Sem cobranças img
Capítulo 39 Convite img
Capítulo 40 Momentos img
Capítulo 41 Intrigas img
Capítulo 42 Perdendo o controle img
Capítulo 43 Buscando respostas img
Capítulo 44 Traição img
Capítulo 45 Mal pressentimento img
Capítulo 46 Declarações img
Capítulo 47 Chega de jogos img
Capítulo 48 Ele mudou img
Capítulo 49 Um idiota img
Capítulo 50 Detalhes img
Capítulo 51 Hora da verdade img
Capítulo 52 Rendida img
Capítulo 53 Epílogo I img
Capítulo 54 Epílogo II img
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Capítulo 2 Um Idiot@

Miguel

Olhei pela janela do meu escritório no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro, e a sensação que eu tinha era de ter sido feito totalmente de idiota e que o único culpado por aquilo era eu mesmo e aquilo me deixava bastante irritado.

Eu não havia sido completamente enganado por uma mulher, pois dizer aquilo seria uma grande hipocrisia da minha parte, quando todos, mas todos mesmo, não apenas a minha família e os amigos também, tentaram me avisar sobre quem ela era de verdade.

Além dessas pessoas mais próximas, até mesmo alguns funcionários e parceiros de negócios insistiam que eu deveria pensar melhor sobre a ideia de casamento e que eu poderia apenas continuar como já estávamos, em um relacionamento cômodo e em que poderíamos sair a qualquer momento, sem mais problemas ou dificuldades.

Mas eu, totalmente concentrado em fazer negócios e aproveitar a boceta sempre disposta e pronta para mim, não dei ouvidos àqueles que só estavam tentando ser leais a mim, ao contrário do que aconteceu com a minha ex-esposa.

Agora, eu me encontrava em uma situação desagrádavel e com um grande problema em mãos, uma vez que não pretendia aceitar de forma alguma, que a Talita ficasse com um centavo do meu dinheiro, fora o estritamente necessário e não era exatamente pelo dinheiro em si, e sim por que ela não merecia nem mesmo a minha simpatia, quanto mais sair daquele casamento arrancando de mim alguns milhões.

Mas ela estava dificultando o divórcio exatamente por isso, é claro, pois ela era cínica o suficiente para, mesmo depois de todos os absurdos que ela cometeu com todos que me cercavam, ainda exigir dinheiro como compensação pelo que ela passou ao meu lado.

Um completo absurdo!

Ela estava fazendo exigências ridículas para assinar o acordo de divórcio e aquilo estava sendo muito desgastante e me deixando verdadeiramente estressado, pois a Talita se tornou uma pessoa que eu queria bem longe de mim, mas que precisava tolerar a sua presença constante, não mais fisicamente, como quando nós ainda não havíamos entrado com a ação para o divórcio, mas em conversas de família e, principalmente com o meu advogado, uma vez que eu não pretendia ceder nenhum milímetro da minha posição sobre aquele assunto e ela parecia tão disposta a brigar quanto eu mesmo me sentia.

- Eu entendo a sua raiva, Miguel. – Eduardo Dornelles, meu advogado, que também era um grande amigo na vida pessoal, falou em seu tom sempre conciliatório. – Mas acredito que se você ceder em alguns pontos, todo o processo será feito de forma mais rápida.

Eduardo havia acabado de me comunicar que a Talita havia entrado com um pedido oficial de divórcio e exigido urgência, além de uma medida protetiva, pois ela alegou que se sentia ameaçada e que temia pela própria vida.

- Eu não vou concordar com nenhum dos pontos daquele acordo de divórcio ridículo que a Talita elaborou com essa advogada pedante e completamente maluca que ela conseguiu arrumar.

Meu amigo sorriu a menção da advogada e pela forma como ele fez isso, eu entendi que ele não concordava com as minhas colocações sobre a advogada e aquilo me irritou bastante.

Joguei a caneta que estava em minhas mãos para que batesse no amigo da onça que eu acreditava ser meu amigo, mas ele tinha bons reflexos, era inegável e se afastou a tempo de evitar que o objeto o acertasse, me fazendo suspirar com desagrado.

- Você não pode se referir a advogada da Talita dessa forma, Miguel.

- E qual o problema? Estou falando a realidade dos fatos. Ela é louca, se pensa que vou atender a exigência de sua cliente.

- Não conhece a profissional que Danielle Rocha é. Eu posso afirmar, com toda a convicção, que ela não é nenhum pouco boba ou “maluca", como você a denominou agora.

- Você se engana ao pensar dessa forma. Eu tenho ouvido falar sobre os feitos da excelentíssima Danielle Rocha nos tribunais, sempre exigindo compensações financeiras para os tormentos de suas clientes durante o casamento e não serei mais um caso de sucesso para ela. – Falei com desdém.

- Vejo realmente que está bem informado, Miguel. Mas, se a Danielle tem conseguido ganhar todos os casos em que coloca suas mãos, é por ser realmente muito boa no que faz e você não deve cantar vitória antes da sentença final.

Era bastante notável, pela pela forma como ele falava da tal advogada, que o Eduardo estava mesmo encantado com a mulher e eu não gostei nenhum pouco de ouvir o seu tom de admiração, uma vez que ela estava do lado oposto ao nosso e era, portanto, nossa inimiga agora.

Não me importava o fato de a advogada ser completamente linda e vibrante e se parecer com um furacão esfuziante ao passar, deixando todos caídos por ela, algo que eu pude constatar quando estive em um evento de negócios realizado há mais de um ano, por um parceiro de negócios e que, por coincidência do destino, era também sócio do escritório no qual a Danielle trabalhava.

Descobri aquilo ao me envolver em uma conversa animada com algumas amigas que também estavam presentes no evento, assim como minha prima Patrícia e sua esposa Samara.

Apesar de a conversa ter girado em torno dos feitos da advogada Danielle Rocha, eu não tinha sido derrubado por seu carisma e nem seria, com toda a certeza.

Estava acostumado a conviver com mulheres belíssimas e não seriam seus olhos da cor de mel derretido e sua boca carnuda e apetitosa, de lábios vermelhos brilhantes, que iriam conseguir fazer isso.

E estava bastante nítido que ela também não havia simpatizado comigo, pois me olhou com visível irritação durante todo o tempo em que estive no evento e, quando minha prima me pediu uma carona até a sua casa, e eu saí acompanhado pelas duas mulheres, a Patrícia e a Samara, pensei que seria fuzilado, apenas com o olhar que a Danielle me dirigiu.

- Ela está se achando a defensora das mulheres indefesas. Mas o que ela não sabe, pelo menos ainda não, é que a Talita não é nenhuma pobre coitada. Ela é uma víbora e armou para cima de mim e qualquer um que tenha convivido conosco pode confirmar isso.

Voltar a pensar na Talita não era uma boa ideia, tampouco. Eu ainda não tinha conseguido engolir o fato de que havia caído na lábia de uma oportunista igual a um grande otário. Aquilo era muito difícil de aceitar e eu me recusava a sair perdendo ainda mais naquela história.

- Acredito que você não pode criticá-la, tão pouco. Você mesmo caiu na personagem que a Talita mostra ao mundo, como pode criticar Danielle? .

- Não me lembre desse fato.

- Como se você conseguisse esquecer, concorda? - Meu até então advogado fez questão de salientar.

O Eduardo tinha razão e eu não revidei a sua perfeita colocação, no entanto.

Levei a mão até os meus cabelos, os assanhando, me sentindo desolado mais uma vez. A verdade é que eu estava inconformado, essa era a melhor palavra para definir como eu estava me sentindo no momento atual e aquilo só poderia mudar quando saísse a sentença do processo de divórcio, que me deixaria livre da Talita de uma vez por todas.

Claro que eu também precisava sair vitorioso, pois, caso contrário, eu teria a liberdade, mas não teria a satisfação de saber que ela não tirou nada de mim, além de tudo o que já havia tentando me prejudicar.

Lembrei de quando eu havia conhecido a Talita, quase dois anos atrás.

Ela estava trabalhando para uma campanha publicitária da Pontes, a qual estava sendo desenvolvida pelo setor de marketing da minha cadeia de lojas de departamentos e a linda modelo Talita Andrade conseguiu chamar a minha atenção de imediato com a sua beleza estonteante, o que eu não sabia ainda era que tudo aquilo não passava da superfície e por dentro ela era podre.

Nós começamos a sair juntos e apenas alguns dias depois, ela já estava praticamente instalada em meu apartamento, sem que eu nem mesmo a convidasse para tal.

O que acontece é que a Talita sempre alegava que ainda estava com sono e, como eu precisava sair para trabalhar, ela me tranquilizava dizendo que depois pegaria um táxi e iria para seu próprio apartamento.

Quando eu voltava do trabalho à noite, a Talita ainda estava lá e como ela sempre me recebia de um modo bem atrativo, com sexo, eu apenas aproveitava o fato de a ter a minha completa disposição.

Até que chegou um momento em que ela alegou que seu próprio apartamento estava passando por uma reforma e pediu para ficar apenas alguns dias comigo em minha cobertura na Barra e como era muito conveniente para mim, eu concordei sem dar muita atenção ao fato.

Sem que eu me desse conta do que realmente estava acontecendo, uma vez que eu estava em um momento de grande agitação dentro da empresa, devido a aposentadoria do meu pai e a minha consequente promoção a CEO da Pontes, a Talita estava realmente morando comigo e organizando os detalhes para o nosso casamento, mesmo sem que eu tivesse feito nenhum pedido a ela e, ainda assim, aquilo não soou como um sinal de alerta.

Eu deixei as coisas seguirem, afinal, estava tudo tão cômodo e tranquilo, a rotina era agradável e ela não fazia exigência alguma, mesmo que eu saísse todos os dias muito cedo e sempre chegasse bem depois do jantar, ela nunca reclamava das minhas ausências ou qualquer outra coisa.

A Talita que me fez de bobo era sempre bem humorada e fazia tudo para me agradar, algo que me seduziu facilmente e eu precisava admitir que fui eu que facilitei todo o processo para ser enganado por ela.

E então, eu pensei, “por que não?” Eu estava com trinta e dois anos e já estava na hora de formar uma família, como a minha mãe costumava repetir a todo o momento de maneira irritante.

Mas mesmo com a insistência em que eu deveria formar minha própria família, eu não poderia culpar a minha mãe tampouco, uma vez que Talita não foi em momento algum bem aceita por minha família e eles me alertaram que ela não era a pessoa que estava se mostrando ser para mim.

E mesmo com todos insistindo em tentar me mostrar a verdade sobre a minha então “noiva conveniente", eu não ouvi ninguém e fui em frente com aquela loucura. Aceitei que nosso casamento fosse marcado e liberei todos os recursos necessários aos gastos que ela quis fazer para tal.

A única coisa com a qual eu não pude concordar de forma alguma, foi com o seu desejo de um casamento na igreja Para o meu total alívio, eu não fui tão longe na burrice. Mas sobre as outras coisas, fui um completo idiota e agora estava sofrendo as consequências dos meus atos.

- Sobre a advogada da sua esposa, eu mesmo já a presenciei no tribunal algumas vezes e ela faz valer os honorários que cobra. Então, já te aviso que seria mais fácil para nós que você resolvesse ceder um pouco em sua determinação de não colaborar com o processo.

- Ex- esposa. Salientei, me sentindo irado por ter que passar por todo aquele trâmite. - Para quando será a audiência de conciliação?

- Amanhã, às nove.

- Vou precisar desmarcar um compromisso importantíssimo por causa daquela...

- Olha o linguajar, amigo. Você não pode deixar que as emoções o dominem, principalmente amanhã durante a audiência com o juiz.

- Você está certo, é claro. Preciso me controlar, ou amanhã posso falar algo que complique a minha situação nesse processo rídiculo. Seria tão mais simples se apenas assinarmos logo esse divórcio!

Levantei da minha confortável cadeira de CEO do grupo Pontes e fiquei andando por minha sala ricamente decorada em tons de ocre e bege, com as mãos em punho.

Aquela havia sido a sala do meu pai por anos, enquanto ele foi o homem por trás do Grupo Pontes, ou GA, como os funcionários costumavam chamar.

- Cuidado com suas ações, Miguel. – Eduardo alertou mais uma vez. – Por mais que a Talita tenha aprontado com você, foi você que a deixou entrar em sua vida.

- Preciso de um drinque. – Falei ao parar próximo a porta da sala. – Vamos ao clube? Tenho saudades do nosso lugar preferido.

Estava brincando na verdade, apenas na tentativa de descontrair um pouco o clima, uma vez que me sentia muito tenso e o clube Season Hot sempre foi um lugar que o Eduardo e eu frequentamos, mas que, desde que comecei a me relacionar com a Talita, me abstive de ir.

Aquela era só mais uma coisa que me privei, para me ver ainda ser taxado de traidor por aquela mulher fútil e mentirosa.

- Você acha uma boa ideia beber às vésperas da audiência?

- Não. Não é. - Concordei, após uma breve análise.

Olhei ao redor e novamente para a vista da janela, pensando em como eu pude me enganar tanto com uma pessoa.

- Podemos sair para jantar e alinhar algumas informações. – Ele sugeriu. – E eu vou permitir que tome um drinque. Um único drinque. O que acha?

- É melhor do que nada. Vamos!

Peguei a maleta com alguns documentos que havia deixado em cima da mesa e o Eduardo fez o mesmo com a sua pasta que estava na cadeira ao lado, e juntos fomos para o estacionamento no subsolo.

- Vamos ao restaurante que Antônio Garcia está inaugurando hoje. – Eduardo sugeriu, enquanto nós caminhávamos a passos largos pelos corredores da empresa. – O que você acha?

- Não estou no clima para inaugurações.

- Vamos, será interessante. – Insistiu. – Eu tenho dois convites.

- E por que não convidou uma de suas “amigas"? Eu não sou a melhor companhia hoje.

- Sou seu amigo, cara. E advogado. Preciso te preservar de problemas e você hoje parece um homem a procura exatamente disto. E caso você arrume mais confusão, eu também irei ganhar mais trabalho.

O Eduardo tinha um pouco de razão.

Eu realmente não estava no melhor humor para socializar com outras pessoas e talvez, caso fosse para o meu apartamento, acabaria por decidir sair e terminasse por arrumar ainda mais problemas.

Chegamos ao subsolo, onde cada um pegou seu respectivo veículo e seguimos para o endereço do restaurante que ele indicou, que para o meu agrado, ficava bem próximo ao prédio de escritórios da Pontes.

- Mesa para dois, por favor. – Eduardo orientou a Hostess.

- Venham comigo, senhores.

Nós a seguimos e assim que já estávamos instalados, os nossos cardápios em mãos, Eduardo logo comentou sobre a beleza da mulher.

- Eu não prestei atenção. – Falei ranzinza. – Na verdade, pretendo não perceber a beleza de mulher alguma por bastante tempo ainda.

- Seria ideal que isso acontecesse, mas eu realmente não acredito nessa possibilidade.

- Pois pode confiar em minha palavra. Estou de saco cheio de mulheres bonitas e que se mostram boas moças, quando na verdade tudo o que elas querem é o que guardamos em nossas contas bancárias.

Naquele momento o garçom chegou para anotar os nossos pedidos e somente após a saída dele, nós voltamos aquele assunto.

- Não seja tão cínico, Miguel. – Eduardo falou com um enorme sorriso, o qual ele manteve por todo o tempo em que estava fazendo o seu pedido. – Não é por que você teve uma experiência ruim, que todas serão desta mesma forma.

- E que experiência, meu amigo! -Ironizei.

Eduardo apenas sorriu em concordância e eu olhei em torno de nossa mesa, pelo espaço do restaurante, analisando a beleza discreta do ambiente e só então percebi que estava com todas as suas mesas preenchidas.

O lugar era bem espaçoso e era perceptível o bom gosto na decoração e lembrei que o Antonio Garcia era casado com um decoradora de interiores e estava bem explicado o quando o ambiente agradava aos olhos.

Algo me chamou a atenção naquele instante e olhei então com mais atenção para uma mesa bem próxima a nossa, sem conseguir acreditar realmente na coincidência que acabara de acontecer.

Constatei que a mulher sentada de maneira ereta, parecendo estar torcendo o nariz ao olhar em volta do ambiente, o que era no mínimo ridículo, tendo em vista que tudo estava bonito e elegante, não era nada mais, nada menos, que a tal advogada sugadora de fortunas, a Danielle Rocha.

- Algum problema, Miguel? Parece que algo está te desagradando. Não gostou do restaurante?

Antes que eu pudesse responder, um casal se aproximou de nossa mesa e o Eduardo se levantou de imediato para os cumprimentar, e eu tive que imitar o seu gesto, ao observar que se tratava do proprietário do restaurante e sua jovem esposa.

Depois que nós cumprimentamos o casal Marília e Antonio García, fiquei olhando na direção da mesa ao lado, tentando manter o maior grau de discrição possível.

- Espero que esteja gostando do nosso restaurante. - Antônio sondou de maneira efusiva.

- Acabamos de chegar, mas até o momento só elogios ao atendimento e também ao local. É tudo muito agradável. - Eduardo comentou com entusiasmo.

- Fico feliz em ouvir isso. E você, Pontes, o que achou até o momento? Sei que é conhecido no meio empresarial por sua sinceridade.

- Como disse o nosso amigo Eduardo, tudo muito agradável. - Respondi de maneira mais honesta possível, mas toda a minha atenção estava voltada para a belíssima mulher que era cúmplice da minha ex.

- Acredito que agradável não é exatamente a discrição que eu esperava do meu novo restaurante, mas imagino que depois que provarem dos nossos pratos, com certeza os adjetivos serão bem melhores.

Apesar das palavras, Antonio García sorria como se tivesse acabado de ouvir uma piada muito engraçada e acabou chamando a atenção de algumas das pessoas que estavam ao nosso redor, inclusive da advogada, que nos olhou de maneira atenta e acabou por me encarar sem pestanejar, provavelmente só agora percebendo que eu era um dos presentes naquele círculo.

Eu tampouco desviei o olhar e a encarei sem medo e nós dois ficamos assim por alguns momentos, até que o Eduardo me deu uma cotovelada discreta, trazendo a minha atenção de volta para a conversa.

- Tenho certeza de que tudo estará divinamente saboroso, não é mesmo, Miguel? - Eduardo falou de maneira extravagante.

- Claro. - Concordei, pois o Eduardo me olhava de uma maneira quase assassina e eu pensei que deveria parabenizar a decoração e a pessoa responsável por esta, mas estava muito entretido em olhar para Danielle.

- Fico feliz, então. Muito feliz. Não é mesmo, querida? - Antônio falou encarando a sua jovem esposa e recebendo dela apenas um balançar de cabeça como concordância.

Eles se despediram de nós e fiquei extremamente satisfeito por poder voltar a sentar em nossa mesa e ainda mais por poder então falar com o Eduardo sobre o que acabara de acontecer.

            
            

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