O CEO que eu odiava Amar
img img O CEO que eu odiava Amar img Capítulo 3 O Encontro
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Capítulo 6 Desconfianças img
Capítulo 7 Melhor Família img
Capítulo 8 Coincidências img
Capítulo 9 Atrevida img
Capítulo 10 Nova amiga img
Capítulo 11 Mantendo distância img
Capítulo 12 Almoço surpreendente img
Capítulo 13 Ao ataque img
Capítulo 14 Tentando resistir img
Capítulo 15 À conquista img
Capítulo 16 Fugindo img
Capítulo 17 Fechando o cerco img
Capítulo 18 O Jogo começou img
Capítulo 19 Derrubando o inimigo img
Capítulo 20 Impossível resistir img
Capítulo 21 Uma ingrata img
Capítulo 22 Fuga constante img
Capítulo 23 Quero tudo img
Capítulo 24 Não posso querer-te img
Capítulo 25 Caso perdido img
Capítulo 26 Consciência pesada img
Capítulo 27 Ligação Inesperada img
Capítulo 28 Ressaca img
Capítulo 29 Recaindo no erro img
Capítulo 30 Setença img
Capítulo 31 Erro preferido img
Capítulo 32 Prêmio de consolação img
Capítulo 33 Fim de Jogo img
Capítulo 34 Descobertas img
Capítulo 35 Vida que segue img
Capítulo 36 Sol e Mar img
Capítulo 37 Intenções img
Capítulo 38 Sem cobranças img
Capítulo 39 Convite img
Capítulo 40 Momentos img
Capítulo 41 Intrigas img
Capítulo 42 Perdendo o controle img
Capítulo 43 Buscando respostas img
Capítulo 44 Traição img
Capítulo 45 Mal pressentimento img
Capítulo 46 Declarações img
Capítulo 47 Chega de jogos img
Capítulo 48 Ele mudou img
Capítulo 49 Um idiota img
Capítulo 50 Detalhes img
Capítulo 51 Hora da verdade img
Capítulo 52 Rendida img
Capítulo 53 Epílogo I img
Capítulo 54 Epílogo II img
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Capítulo 3 O Encontro

Danielle

Olhei para Miguel Pontes jantando com seu então melhor amigo, que também era seu advogado, me fez pensar no fato de que a audiência de conciliação para o acordo de divórcio da minha melhor amiga seria amanhã.

E enquanto ela estava em casa se sentindo infeliz por ter que encarar ao homem que ela amava e com que ela esperava construir uma família em um processo para o fim do casamento entre os dois, o seu ex-marido estava prestigiando a inauguração de um restaurante chique e conversando de maneira bastante tranquila com seus amigos ricos e poderosos.

Cheguei a bufar de raiva pelo absurdo da situação e o quanto aquilo era injusto, pois ele não parecia nenhum pouco incomodado de que estaria em sua audiência de divórcio no dia seguinte.

Apesar disso, não poderia dizer que estava de todo surpresa, pois eu não estava. Quando não se tinha nenhuma expectativa em alguém, como era o caso, não causava espanto quando as atitudes daquela pessoa eram insensíveis ou algo do tipo.

O fato é que Miguel Pontes havia se casado com a minha amiga e, menos de um ano depois, ele já a estava traindo com todas as mulheres com quem ele sentia vontade e não se deveria esperar nada de bom partindo de alguém desse tipo.

Estar ali jantando e confraternizando com os seus amigos só confirmava o quanto ele era um cafajeste da pior espécie e não seria um pedido de divórcio que o faria deixar de aproveitar as coisas boas da vida e isso era algo irrefutável.

- Algo a aborrece? - O homem à minha frente perguntou, me trazendo para o momento atual.

Eu estava agora jantando com o Carlos Brito, um dos sócios do escritório do qual eu trabalhava desde que terminei a minha especialização e que costumava me fazer convites para o acompanhar a todos os tipos de lugares, desde jantares a eventos de grande prestígio, algo que havia aceitado após muita insistência de sua parte e apenas para tentar me distrair um pouco dos pensamentos indesejáveis que estavam me atormentando nos últimos dias.

Carlos era um homem tranquilo, mas eu sempre o considerei muito calado e dificilmente nós conseguimos saber sobre o quê ele estava pensando e eu não gostava de lidar com pessoas difíceis de ler.

- É impressão sua, Carlos. - Neguei qualquer desconforto, pois não diria a ele o que estava se passando. - O ambiente é bastante agradável e o cardápio excelente. - Desconversei.

- Aquele não seria Miguel Pontes, marido daquela modelo com a qual você tem se encontrado bastante nos últimos dias? Como é mesmo o nome dela... ?

- Talita Andrade. - Respondi a contra-gosto. - Ex-marido, na verdade. Eles estão em processo de divorcio agora.

Eu não costumava comentar sobre os meus casos com ninguém, mas tinha certeza que o Carlos já sabia sobre aquela informação, uma vez que estava circulando em todos os sites de fofoca e até a assessoria de imprensa do Miguel Pontes também havia liberado uma nota confirmando a separação do casal.

Eu entendia, no entanto, que tudo o que o Carlos queria era apenas ter algum assunto para conversar, uma vez que eu havia me mantido todo o tempo em um silêncio resoluto, tendo em vista a falta de assunto entre nós, desde que chegamos ao restaurante.

A verdade é que eu me arrependi bastante por ter aceitado o convite dele para jantar, pois além de não termos nada em comum além da profissão, todos assuntos que ele tentou iniciar, era sobre temas que me desagradaram e em que nós discordamos muito.

Também não tinha funcionado de forma alguma para tirar os pensamentos inoportunos da minha cabeça, pois eles continuavam aqui, me atormentando e me fazendo sentir culpa apenas por os ter.

- Não estava sabendo. - Ele estava mentindo, era óbvio, e aquilo tornou a me desagradar, pois era totalmente desnecessário de sua parte, fingir que não sabia de algo assim.

- Sério? - Perguntei em tom de ironia.

- Você parece chateada. - Ele parece ter optado por outro caminho, mas insistiu em algo que eu já havia descartado. - Não gostou do restaurante? Ou tem outro motivo.

Senti vontade de falar a verdade, que eu não estava gostando era da companhia, mas aquilo não seria nada sábio, tendo em vista que trabalhávamos juntos e ele era um dos sócios do escritório. Além de ser totalmente desnecessário e ofensivo.

- Gostei sim. Só estou cansada. - Não neguei sobre ter outro motivo.

Tentei manter minha atenção no Carlos, mas algo como um imã me levava a estar olhando durante a maior parte do tempo para a mesa ao lado e percebi que o Miguel também estava olhando em minha direção, algo que me deixou bastante desconfortável.

Diferentemente da noite em que o vi pela primeira vez, agora ele parecia ter me notado e imaginei que devido eu estar representando a Talita no processo de divórcio, pois estava bastante nítido o seu aborrecimento dirigido especificamente a mim.

Ele me olhava com uma expressão de raiva e eu o motivo daquilo era que amanhã eu estaria representando a sua esposa em uma ação que visava arrancar alguns milhões de sua conta bancária.

- Devo concordar com você de que a semana está sendo bastante cansativa. - Carlos chamou a minha atenção de volta. - Nós poderíamos dispensar a sobremesa e ir para o meu apartamento. Conversar um pouco... trocar algumas ideias.

Olhei para o Carlos tentando conter uma risada de escárnio. Eu alegava estar cansada e ele vinha com aquele papo furado de ir até o seu apartamento? Como os homens poderiam ser tão sem noção dessa forma?

- Obrigada pelo convite, mas amanhã tenho uma audiência logo pela manhã e pretendo estar bem descansada. - Falei, mas queria mesmo era mandar ele pastar, aquele grande imbecil.

- Claro, você está certa. - Ele concordou rapidamente, acredito que na tentativa de me agradar. - Marcamos um outro dia, então.

- Quem sabe, não é mesmo?

Mal sabia ele que não existia nenhuma possibilidade de isso vir a acontecer novamente, eu não seria tão idiota assim e eu preferi então, não me comprometer com mais uma noite como aquela

Olhei novamente para o lado e uma mulher havia chegado à mesa do Miguel, algo que me deixou extremamente chateada. Claro que a minha raiva era devido a Talita e não por qualquer outro motivo.

A mulher parecia ter acabado de chegar ao restaurante e ter parado para falar com os dois homens, mas sua atenção estava concentrada apenas em um deles, o que me fazia ferver de raiva, pois mesmo estando em processo de divórcio, a audiência marcada para amanhã, ele ainda estava aproveitando bastante a situação.

- Cretino. - Resmunguei, sem conseguir me controlar.

- Ele não está retribuindo o interesse dela. - Carlos apontou.

Me espantei com a sua colocação e olhei de imediato para o Carlos, sentindo um ardor na face, pois pelo visto ele havia ouvido o que eu falei e entendido a quem eu estava me referindo, o que era ainda pior.

- Não importa se ele não está devorando-a com os olhos como ela está fazendo com ele. - Optei então por defender meu ponto, uma vez que já tinha passado a vergonha mesmo, irei em frente com o que eu acreditava. - A fama dele o precede.

- Não concordo. Mas, sem querer bater de frente com você, ele agora é um homem solteiro e, caso deseje, pode ficar com ela ou qualquer outra mulher.

- Ele ainda não é um homem solteiro.

Disse aquilo apenas para ser chata, visto que eu concordava totalmente com o Carlos. E aquilo tanto se aplicava ao Miguel, quanto a Talita e ela deveria começar aproveitar mais a sua vida e não ficar em casa se lamentando por alguém como o seu ex-marido.

Aquele jantar já tinha absorvido todo o meu estoque de gentilezas e ver o marido da Talita ali naquele restaurante não estava ajudando em nada.

- Com licença, Carlos. Volto logo.

Levantei da mesa e sai em direção ao banheiro feminino e Carlos me olhou com desaprovação, algo que não me importei nenhum pouco.

Eu estava me sentindo bastante inquieta há dias e aquilo tinha tido início desde que a Talita havia me mostrado aquele vídeo repugnante do Miguel, com uma loira também repugnante, em uma piscina mais repugnante ainda.

Caminhei apressadamente para o corredor pelo qual eu deveria seguir e entrei no banheiro, fechando a porta com um estalo firme, mas não a bati. Apenas empurrei mais forte que o necessário, pensei comigo mesma.

Parei em frente ao espelho, analisando meu reflexo com bastante atenção.

Eu me considerava uma mulher bonita, com meu um metro e setenta de altura, cabelos pretos e lisos em um corte moderno até os ombros, olhos redondos e castanhos como o mel e um rosto afilado, com nariz que parecia estar sempre empinado, mas que na verdade era mais natural do que qualquer pessoa poderia acreditar.

Eu era morena e gostava da minha aparência. Não tinha problemas de auto estima ou qualquer coisa do tipo. Eu sabia muito bem o que tinha de melhor e quando estava interessada em um homem, eu mesma tomava a iniciativa, se aquele fosse o caso.

Contudo, faz quase dois anos que eu não conseguia me interessar por ninguém e aquilo não tinha me preocupado nenhum pouco, até hoje.

Eu não desejei estar com nenhum homem durante todo esse tempo e agora percebi que estava sentindo falta de uma noite agradável ao lado de alguém que me despertasse daquele torpor que eu havia mergulhado, sem ao menos saber como aquilo tinha acontecido.

Mas Miguel Pontes estava conseguindo mexer comigo e ele seria o último homem com quem eu poderia ter uma “noite agradável”.

- Eu estou precisando de sexo, esta é a verdade. - Falei para o meu reflexo e caí em uma gargalhada. - Já estou até falando sozinha, então, o meu estado é grave. A que ponto eu cheguei.

Balancei a cabeça em descrédito de mim mesma, por estar falando sozinha enquanto estava parada em frente a um espelho do banheiro de um restaurante e quando qualquer pessoa poderia chegar e me presenciar fazer aquilo e acreditar que eu tinha algum tipo de distúrbio psicológico.

Levei a mão à boca para conter a risada e entrei em um dos reservados, pois além de falar sozinha, o assunto era ainda mais constrangedor.

Após fazer o que precisava, saí logo em seguida do banheiro e quando me virava para fechar a porta atrás de mim, acabei esbarrando em alguém que parecia ter vindo ao meu encontro.

Estava prestes a pedir desculpas para a pessoa, quando percebi que se tratava de Miguel Pontes e senti um estranho arrepio de excitação em meu corpo, algo que me fez ficar ainda mais chateada comigo mesma. Aquilo estava passando do limite, já.

- Você! - Falamos os dois em uníssono.

Nos olhamos como dois adversários em um ringue e eu estava prestes a sair sem dar-lhe o prazer de ouvir qualquer coisa vinda de mim, quando senti sua mão tocar em meu braço.

- Você pode soltar o meu braço?

Meu tom foi rude, descontando em Miguel toda a minha frustração. Nada mais justo, pois ele era o principal culpado por ela.

- Qual o seu problema? - Ele perguntou sem atender ao meu comando. - Quero apenas conversar com você.

- Estou mandando você tirar suas mãos de cima de mim, agora. - Repeti entredentes.

- O que eu fiz para você me olhar com tanta raiva? - Ele questionou, enquanto soltava o meu braço lentamente e com visível descontentamento. - Nós nem ao menos nos conhecemos!

- Fale por você, senhor Pontes. - Eu disse e virei as costas para ele, voltando a caminhar sem me importar em esclarecer.

- Eu quero apenas entender! - Ele falou abrindo os braços em um gesto de impotência.

Voltei para a mesa onde o Carlos já me aguardava de pé e juntos caminhamos para fora do elegante restaurante.

- Percebi que o Pontes foi na mesma direção que você e estava prestes a ir a sua procura. Imaginei que ele pretendia te abordar.

- Ele tentou. Mas não dei atenção.

- Espero que ele não se torne inconveniente. - Ele falou enquanto andávamos em direção aos nossos respectivos carros. - Mas caso aconteça, pode contar comigo. Ele não pode usar de intimidação para ter seus interesses atendidos.

Olhei admirada para o Carlos, pois pela primeira vez naquela noite, ele falou algo realmente correto, e ao que parecia, ele não era tão bobo como cheguei a imaginar.

- Eu agradeço por sua oferta, Carlos. É muito gentil de sua parte.

- Gostaria de poder oferecer mais que isso. Porém, sei reconhecer quando tudo o que posso conseguir é uma boa amizade.

Sorri pela sua honestidade e por ele ter finalmente entendido que nós dois não combinamos realmente. No fim das contas, ele não era tão ruim assim.

Mas não pensei no Carlos por mais nenhum minuto depois que recebi as chaves do meu carro das mãos do manobrista do restaurante e nem durante todo o percurso até o meu apartamento. Eram outros olhos e um sorriso bem mais sacana que não saia da minha mente e que estava começando a afetar os meus hormônios.

Não queria reconhecer, nem para mim mesma, que aquele homem arrogante e safado tinha me afetado desde que o vi pela primeira vez, mas a verdade estava muito clara e mentir para si proprio era algo muito idiota para se fazer.

E mesmo com o tempo estando bem agradável naquela noite, eu fui direto para o banheiro, tomar uma ducha fria e tentar não pensar no homem moreno e alto, com uma covinha no queixo que me fazia suspirar, mesmo contra a minha vontade.

            
            

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