Acompanhante, ao seu dispor
img img Acompanhante, ao seu dispor img Capítulo 6 6. Seja minha namorada.
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Capítulo 7 7. Não me chame de meu amor. img
Capítulo 8 8. Sua vida parece um filme. img
Capítulo 9 9. Um bom marido. img
Capítulo 10 10. Ela é diferente. img
Capítulo 11 11. Nosso quarto. img
Capítulo 12 12. A estrela do lugar. img
Capítulo 13 13. Quer que eu te dê na boca img
Capítulo 14 14. Rayna Vladislav Ivanova. img
Capítulo 15 15. Eu não quero que se segure img
Capítulo 16 16. Minha pequena morte. img
Capítulo 17 17. Espere por mim. img
Capítulo 18 18. Você gostaria disso img
Capítulo 19 19. Dia do lixo. img
Capítulo 20 20. Eu sou apenas humano. img
Capítulo 21 21. Eu te escolhi. img
Capítulo 22 22. Amor e guerra. img
Capítulo 23 23. Hospedagem. img
Capítulo 24 24. Não esperava te encontrar aqui. img
Capítulo 25 25. Renegado. img
Capítulo 26 26. Fuga. img
Capítulo 27 27. Eu nunca vou me apaixonar. img
Capítulo 28 28. O que temos é pouco. img
Capítulo 29 29. Ame a si mesmo. img
Capítulo 30 30. Ninguém humilha minha esposa e sai impune. img
Capítulo 31 31. Eu mataria por você. img
Capítulo 32 32. Eu mataria por você. img
Capítulo 33 33. Radioatividade. img
Capítulo 34 Bathroom. img
Capítulo 35 Certidão de casamento. img
Capítulo 36 Caindo img
Capítulo 37 Conversa intima. img
Capítulo 38 ... img
Capítulo 39 FINAL img
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Capítulo 6 6. Seja minha namorada.

Na segunda feira, assim que entro na Agency B. para discutir o contrato (ou a quebra dele) do Sr. Peev com os superiores, sou abordada pela recepcionista a caminho do elevador. Ela é nova, então eu ainda não a conheço muito bem, tampouco sei seu nome.

– Bom dia – cumprimento.

– Bom dia. Há um cliente esperando por você na sala de reuniões, ele disse que é urgente e não pode esperar – franzo a testa.

– Cliente? Mas hoje é meu dia de folga – murmuro. – Não tenho ninguém marcado para hoje, muito menos uma reunião. Eu vim apenas relatar um furo no contrato.

– Bem, ele chegou acompanhado da chefe e ela me pediu pessoalmente para te avisar. Agora que dei o recado, com licença, a recepção não pode ficar vazia – a garota sai e eu fico ao pé do elevador, pensativa.

– Quem diabos deve ser? – questiono quando as portas se abrem e entro dentro. Se estava com a chefe, não é alguém pequeno.

Lá no meu íntimo, fico animada. Clientes ricos sempre estão dispostos a pagar bem e nunca discutem os meus preços, não importa qual o preço que eu lhes dou, eles pagam, as vezes nem mesmo querem saber quanto vai custar.

Pessoas ricas de verdade nunca perguntam o preço de algo, elas apenas pagam. Infelizmente ainda não cheguei nesse nível, mas estou quase lá. Mais alguns anos trabalhando direto e vou poder me aposentar.

Ao contrário das minhas colegas de trabalho, eu nunca pensei que a minha beleza será eterna e que vou conseguir trabalhar nisso por muito tempo. A beleza acaba, é finita e é por isso que estou dando tudo de mim agora. Uma das poucas lições boas que a minha mãe me ensinou é que vai chegar uma hora que meu rosto não vai atrair mais ninguém.

Quero estar pronta para esse momento. Não devo cometer o mesmo erro da minha mãe.

Quando o elevador se abre, eu vou direto para a sala de reuniões. Renna foi perspicaz, ela sabia que eu vinha, agora como esse cliente sabia que eu estaria aqui é um grande mistério.

Dou duas batidas na porta e entro logo após.

– Renna? – chamo pela minha chefe, mas não a vejo. Tudo que eu vejo é um homem sentado de costas para mim, ao seu lado, o mesmo homem que me autorizou a deixar o hotel onde eu estava com o Sr. Peev. – Você não é Renna.

O que ele está fazendo aqui é um mistério.

– Olá, srta. Petrova. Como vai? – ele cumprimenta-me e eu fico alerta. Se ele sabe meu nome, deve saber de mais que isso.

– Você perguntou por educação ou realmente quer saber? – digo cruzando os braços numa medida defensiva.

O Sr. Peev muito provavelmente está envolvido em alguma merda e eu espero que ele não tenha me colocado junto.

O homem de costas escolhe esse momento para se virar na minha direção. Para a minha surpresa, Nikola Vladislav, o terror das mulheres, está olhando para mim com um sorriso cativante. Não me sinto bem um pouco acolhida pelo seu sorriso, ele não é um homem bonzinho, é um mafioso que mata com esse mesmo sorriso. Não há uma alma em toda a Bulgária que não o conheça.

– Devo dizer que você é muito perspicaz, senhorita – Nikolai diz e eu me aumento ainda mais a minha defesa.

– Você é o meu cliente? Isso tem algo a ver com o Sr. Peev? – vou direto ao ponto.

Nikolai se levanta e para em frente à janela, olhando para o lado de fora como se fosse muito interessante. Observando-o, tenho duas constatações:

1. Ele é alto pra caralho, beirando aos 2 metros de altura;

2. A bunda dele fica linda na calça que está usando.

Olhando assim, consigo entender porque as mulheres o querem. Ele parece o combo perfeito, mas eu tenho ciência de que ele é uma arapuca. Parece bom a primeira vista, mas se torna um castigo.

– Isso não tem nada a ver com o Sr. Pervertido e, inclusive, muito obrigada por ajudar-nos a prendê-lo. Ele tem sido uma grande dor na bunda com suas dívidas. A propósito, é por isso que estou aqui, por causa de uma dívida – como ele pode falar desse modo tranquilo e ainda assim me olhar de um jeito... que não deveria me olhar?

Acho que é a primeira vez em muito tempo que me sinto desconfortável na presença de um homem.

– Dívida? Dívida de quem? – dois segundos depois, eu sei de quem ele está falando. – Minha mãe?

– Parece que está a par das atividades recreativas da sua mãe – ele diz sorrindo e se aproxima.

– Estou a par e bem longe dela. Se ela está lhe devendo, lide com ela. Eu não vou pagar nada – esclareço. – Se é só isso que tem comigo, sinto muito, não posso ajudar. Agora, se me dá licença...

Tive uma infância difícil tendo uma mãe garota de programa viciada em drogas, eu não preciso de mais disso. Já estou indo embora quando a bomba maior cai no meu colo.

– Sua mãe te deu como pagamento. Tenho um contrato que prova isso – ele diz animadamente e eu paraliso. Ela o quê?

Acho que ele lida bem com a minha reação, já que continua a falar.

– Mas eu não sou esse tipo de pessoa, então proponho um acordo – ele diz. Viro-me, ainda um pouco letárgica.

– Que tipo de acordo? – minha voz está praticamente morta e eu não tenho certeza de como estou me sentindo. Eu sabia que a minha mãe não me amava, mas me trocar por drogas...

Em resposta, Nikolai retira uma folha de dentro do paletó junto com uma caneta e coloca em cima da mesa.

– Seja minha namorada falsa por um tempo até o meu pai se acalmar. Estou precisando de alguém exatamente como você e acho que é a oportunidade perfeita de liquidar suas dívidas comigo. Sua chefe já está a par de tudo e concorda. Das duas formas você será minha, mas se assinar esse contrato, não será permanente.

Observando-o, constato que o odeio e odeio mais ainda a minha mãe.

– Onde eu assino? – digo entredentes me aproximando dele. Não há para onde correr.

– Eu sabia que podíamos negociar – ele diz sorrindo. – Assine aqui.

Olho para onde ele está indicando e assino rapidamente. Estou tão anestesiada que nem mesmo leio o contrato, as letras embaralhadas diante dos meus olhos.

Esse é o maior choque que já tive em toda a minha vida, logo eu, que não me abalo por nada.

O segurança se aproxima, recolhe o papel e o guarda numa pasta. Nikolai poe a mão no bolso do paletó, retira uma caixa vermelha e abre na minha frente.

Olho para o par de alianças com a maior interrogação do mundo.

– Que indelicadeza a minha. Vou colocar no seu dedo – Nikolai diz puxando a minha mão e eu a recolho.

– Que acha que está fazendo?

– Colocando sua aliança. O que mais parece? – há uma ponta de aborrecimento em sua voz.

– Não preciso de uma.

– É claro que precisa. Você assinou os papéis.

– Somos namorados e nem é de verdade.

– Não achei que assinaria sem ler – ele diz com humor e aproxima seu rosto do meu. Fico tão surpresa que não me afasto. – Querida, você acaba de assinar os papéis do casamento. Somos marido e mulher.

                         

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