A REDENÇÃO de Yago
img img A REDENÇÃO de Yago img Capítulo 3 Yago capítulo 3
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Capítulo 10 Yago img
Capítulo 11 Cassandra img
Capítulo 12 Yago img
Capítulo 13 Cassie e a nova vida img
Capítulo 14 Yago, janeiro 2021 img
Capítulo 15 Yago, dias atuais img
Capítulo 16 A motoqueira sem rosto img
Capítulo 17 Um encontro inesperado img
Capítulo 18 Cassandra img
Capítulo 19 CASSANDRA e ESTELA img
Capítulo 20 Yago e sua luta img
Capítulo 21 Yago e a provocadora img
Capítulo 22 Cassandra img
Capítulo 23 Bad boy abusado img
Capítulo 24 Briga outra vez img
Capítulo 25 O desabafo de Cassandra img
Capítulo 26 Yago tapado img
Capítulo 27 Cassie img
Capítulo 28 Yago ciúmes img
Capítulo 29 Cassie e a sessão de fotos img
Capítulo 30 Kumbia ritmo quente img
Capítulo 31 Yago img
Capítulo 32 Yago nervoso img
Capítulo 33 Cassie img
Capítulo 34 Yago e a chuva de verão img
Capítulo 35 Cassie perde a batalha img
Capítulo 36 Fogo img
Capítulo 37 Cassie e a Holanda img
Capítulo 38 Yago e a saudade img
Capítulo 39 Cassie e a intimidade assustadora img
Capítulo 40 Lembranças do passado img
Capítulo 41 O aniversário de Cassie img
Capítulo 42 A declaração img
Capítulo 43 O combo aniversário img
Capítulo 44 Cassie img
Capítulo 45 Cassie horas depois img
Capítulo 46 Cassie dia seguinte img
Capítulo 47 CASSANDRA img
Capítulo 48 CASSANDRA se rende img
Capítulo 49 Yago, dia seguinte img
Capítulo 50 Cassandra img
Capítulo 51 De zero a cem! img
Capítulo 52 A alegria de Yago img
Capítulo 53 Dias depois na residência dos Valente... img
Capítulo 54 CASSANDRA img
Capítulo 55 Obstetra charlatão img
Capítulo 56 O grande dia img
Capítulo 57 Cassandra, e o nervosismo da cerimônia img
Capítulo 58 Bali e a lua de mel img
Capítulo 59 Yago e os hormônios alterados img
Capítulo 60 Yago vivendo o sonho img
Capítulo 61 O retorno para a Espanha e as emoções img
Capítulo 62 9 meses de fogo img
Capítulo 63 Os bebês img
Capítulo 64 O padrinho img
Capítulo 65 Cassie e as inseguranças img
Capítulo 66 Casal img
Capítulo 67 Yago img
Capítulo 68 EPÍLOGO do felizes para sempre img
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Capítulo 3 Yago capítulo 3

Madri, agosto de 2015, residência dos Valente.

Quando os almoços de domingo acontecem aqui em casa, geralmente eu dou um jeito de estar presente. Entretanto assim que a sobremesa acaba, eu fujo rapidinho. Porque não tenho paciência para cambada de primos curiosos que eu tenho. São chatos e inconvenientes me cercando para conversar. Na realidade depois que viajei pelo Estado de motocicleta, ficou ainda pior. Eles pedem sobre tudo, desde conversar sobre lugares até chegar mulheres. Querem saber sobre detalhes que não estou disposto a dar. Ok é família, são conversas amenas, mas caramba, eu não tenho obrigação de ficar batendo papo sobre o que eles querem. E lá vem o primeiro curioso.

- Como vai a construção da sua oficina, primo?

- Uma aporrinhação pra falar a verdade, não há dinheiro que chegue.

Tento driblar desviando, mas o chato me alcança uma cerveja gelada.

- Ah, mas seu pai tem posses, não há risco.

- Não é bem assim Alessandro, pedi o adiantamento da herança exatamente pra não ficar devendo ao seu Nereu, jamais quero que alguém diga que ganhei minhas coisas do meu pai.

O engomadinho sorri torto, sei bem que ele fez exatamente ao contrário com o pai dele. Construiu o seu negócio com a peixaria, usando o dinheiro do próprio pai. Sei que houve uma rusga entre eles, bem séria que pôs em risco a união na família. Porque Alessandro pediu a herança antes do tempo, quer dizer, enquanto o pai ainda está vivo e este precisou dividir em vida com os outros irmãos. Sei que deu um trabalho tremendo e tio Bernal ficou meio maluco aquela época. Tudo por causa desse irmão mais velho que não tem paciência de esperar quando a hora chegar. Agora, fazer com as próprias mãos, não né?

Não gosto desse tipo de atitude Ele acha que sou igual a ele? Coitado está muito enganado. Eu pretendo subir na vida sim, pretendo ter a minha carreira como empresário no ramo que eu amo, mas não subindo nas costas dos outros. Principalmente que seja nas costas do meu pai e ele oferecendo ajuda para isso. Talvez se fosse uma outra circunstância, um outro patamar de vida, talvez mais dificultoso, sim eu pediria a herança, mas não é o caso. Meu pai me dá de tudo, enquanto eu e meus irmãos estamos morando com ele. Agora o resto, eu tenho que correr atrás, Isso é atitude de macho e não atitude de molenga.

- Entendo, fez bem. Vai lidar somente com motocicletas?

- É o que sei fazer, vou deixar os carros pro Liandro, teremos as oficinas mais famosa de Madri, os Valente's Mecânica.

- Fico contente por vocês e mais ainda por ter parentes que entendem das minhas máquinas.

Sorrio amarelo, para o meu primo já prevendo os choros de desconto que terei que ceder. É um pedante, puxa saco e inconveniente.

Liandro se aproxima com a cara amarrada, dizendo que nosso pai quer que o encontre na adega. Pedido estranho já que ele estava no forno a lenha cuidando do porco assado, mas se tratando de vinho não me admira a rapidez da troca de serviço.

Andando até lá, um lapso me passa na mente sobre uma piada que ele soltou quando me viu segurando o filho da prima Joana no colo. Presumo que conversa sairá desse encontro inesperado na adega. Seu Nereu não esconde que deseja netos, muitos deles. Meu pai disse

que quer a casa cheia de crianças. E adivinha para quem que ele pediu primeiro? É isso aí, acertou, eu mesmo.

Chegando ao porão onde meu pai instalou a adega, me deparo com o velho coçando a cabeça e mirando a escadinha que dá acesso às garrafas mais altas. Talvez precise de ajuda já que ainda não o vejo de posse de nenhuma.

- Fala pai.

- Yago meu filho, sobe essa escada e pega aquele Marsala pra mim, por favor, meu joelho está fraco não quero um desastre no domingo.

- Não quer outro mais suave, Marsala ao meio-dia não é forte demais?

- Seu tio Bernal pediu este, quer anunciar o nascimento do outro neto, finja surpresa hein!

Acho graça do jeitão dele com as mãos na cintura tentando não rir, pra ele tudo é motivo de riso e gosto disso nele. Seu bom humor contagia.

Desço com o vinho e alcanço na mão rechonchuda do meu pai, andamos juntos pelo chão de pedras com a outra no meu ombro.

- Está no fim a construção do seu negócio no centro, hein?

- É, quase pronta.

- Está ficando bom. Tô orgulhoso, Yago.

- Obrigado, pai.

- Vai se mudar pra lá mesmo? Tem certeza que não quer ficar aqui e ir todo dia trabalhar lá?

- Meio fora de mão, não acha, pai?

- Concordo, mas é que agora que sua irmã resolveu ir pra América, a casa ficará tão vazia, sem vocês dois. Sua mãe já anda saudosa desde agora.

- Prometo que virei todo domingo almoçar com vocês ou sempre que precisar estarei aqui, mas já tenho 30 anos não posso morar na casa do papai mais tempo.

- Entendo, falando nisso, vi você com a criança da nana mais cedo no colo, pretende ter filhos logo?

...E lá vamos

- Ah pai!

Ele ri do meu jeito, mas mesmo brincando sei que sua preocupação é séria e verdadeira.

- Yago, eu quero netos, você não pensa no seu velho pai? Tem que apresentar pra família aquela sua namorada que você visita em Salamanca toda a semana.

Engulo seco e paraliso, meu pai percebe e tenta consertar.

- Bom, presumo que é isso que você faz lá, sua mãe e eu vemos quando o portão da garagem é aberto no horário da sua chegada, às vezes passa da uma da madrugada, no meio da semana. O que há de tão urgente senão uma moça bonita, hein?

Tento organizar alguma desculpa rápida e plausível que ele acredite pelo menos.

- Não é nada sério, não temos planos para o futuro.

- Ela não é a mulher da sua vida?

Sorrio desconfortável, nem sei o que é esse tipo de sentimento que faz a gente falar dessa maneira sobre uma garota. Nenhuma nem sequer se aproximou disso. Será que existe esse negócio de amor? Ficar pensando numa pessoa o tempo inteiro? Duvido muito.

- Não é pai.

- Não me faça esperar muito, arrume uma moça direita e forme uma família, já está na hora, você é um homem independente, só falta perpetuar os Valente agora.

- Prometo me esforçar.

Com um tapinha nas costas nos dividimos, saio aturdido com essa conversa, se ele soubesse o que faço na cidade vizinha, não sei o que ele acharia do filho.

Merda! Porque fui gostar tanto desse fetiche? E o pior, virou um vício que não consigo controlar!

            
            

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