-Bom dia! -Sorriu Bela alegremente.
-Bom dia, Bella! -Respondeu com simpatia a empregada chefe. -Ontem não me cheguei a apresentar adequadamente, eu chamo-me Maria do Carmo e sou a empregada chefe, eu tenho como trabalho ensinar e governar as outras empregadas, aqui está o seu uniforme, tem que estar sempre limpo, passado a ferro e bem vestido. -Entregou-lhe um vestido preto que deve-lhe chegar a meio da canela, um avental branco com babados e uma fita de cabelo branca com babados. -Venha comigo, vou lhe ensinar o seu trabalho.
Maria guiou Bela até uma sala com distintos cacifos.
-Aqui é o balneário das mulheres, cada uma de nós tem o seu cacifo, também temos chuveiros para quem deseja tomar banho. Se não se importa troque de roupa para mim lhe mostrar as suas tarefas e todo o restante.
-Sim. -Bela trocou para o uniforme.
Maria aponta para um placar que se encontra na parede do balneário.
-Está a ver aquele placar ali?
-Sim. Para que serve?
-É lá que está afixado o horário mensal de cada empregada. -Finaliza Maria. -Continuemos. -Maria guia Bela até o hall de entrada. -Este é o hall da entrada principal, tudo tem que estar sempre, mas sempre limpo. -Anda mais um pouco e vai dar a um grande salão. -Aqui é o salão de baile, às vezes à festas aqui, tem que estar sempre tudo limpo. -Seguiu novamente para o hall e subiram as escadas parando no início de um corredor que dava para um corredor imenso. -Aqui há vários quartos, algumas salas de estudos, entre outras coisas, resumindo tudo aqui tem que estar sempre limpo, todas as tarefas de cada empregada individualmente tem que ser cumpridas com perfeição. E agora vou levá-la até ao Mestre, terá sempre de chamá-lo de Mestre. -Maria guiou-a até a uma porta grande que era completa por duas portas. Bateu à porta e só entrou quando ouviu uma confirmação.
-Diga Maria. O que deseja? -Falou o Jack.
-Mestre, trouxe-lhe a novata para falar consigo.
-Obrigado, podes retirar-te.
-Sim, Mestre.
Maria retirou-se da sala fechando as portas atrás de si, Bela ficou de costas para a porta fechada atrás de si, e Jack encontrava-se na outra ponta em frente, atrás de uma secretária.
-Aproxima-te.
-Sim.
Ela caminhou até ficar atrás da cadeira que se encontrava de frente para a secretária.
-Senta-te. -Apontando para a cadeira.
-Sim.
-Sabes desde ontem que fiquei curioso para saber quem és, até que investiguei um pouco e descobri que, tens 19 anos, a tua mãe morreu à 3 anos e o teu pai é um homem repleto de dívidas. -Ele saiu detrás da secretária e encostou-se à secretária à frente de Bela. -Não tens parentes. Mas o que me deixou mais curioso foi o facto de seres tão direta. -Encostou o seu rosto ao dela. -Como consegues?
-O-O q-quê? -Perguntou nervosa.
-Nunca ninguém me havia respondido daquela maneira. -Levantou-se e colocou-se atrás dela. -Fiquei intrigado, estou ansioso para que nos divirtamos um pouco. -Fala num tom provocativo.
-Não, diga isso. Não faz sentido nenhum. -Fala nervosa.
-Gostei. -Começa a falar num tom mais sério. -Já me diverti, agora vamos falar sobre trabalho, trabalhas 8 horas por dia, de início começas por um número de tarefas, à medida que as completes bem e com perfeição, aumentamos as tarefas e com elas o teu salário. Se quiseres, como és estudante e eu estou curioso, se quiseres podes morar cá na mansão. Só preciso que assines aqui.
Bela assina e Jack fala num tom provocativo.
-Agora és oficialmente a minha empregada. -Entrega-lhe um papel. -Esse é o teu horário mensal. Podes começar, pede à Maria que te ensine.
-Sim. -Confirmou Bela.
Bela saiu do escritório de Jack com o coração a mil. Olhou atentamente para o horário e começou as suas tarefas. Aos poucos e poucos todos iam metendo conversa com ela, todos falavam-lhe a maior simpatia. O dia foi passando e Bela não conseguia tirar da cabeça a imagem de Jack tão próximo dela.
Finalmente chegou a hora dela se ir embora até que a empregada chefe chegou perto de Bela e disse-lhe:
-Bela, o Mestre disse-me para comunicar-lhe que o chofer a iria levar até sua casa e iria voltar com ele em seguida com as suas coisas para a mansão.
-Sim, é verdade. Hoje o Mestre falou-me dessa possibilidade de ficar a morar na mansão. – Fala um pouco confusa.
Maria põe-lhe a mão no ombro e diz:
-Não se preocupe, eu vou ajudá-la com o que precisar. Vou estar aqui à sua espera para quando voltar.
-Muito obrigado, por tudo. Então até já. – Agradece com um sorriso de orelha a orelha.
Bela assim fez, foi com o chofer até sua casa, empacotou tudo, antes de se ir embora olhou uma última vez, para aquela que era a sua casa, atualmente vazia. Lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos, ao recordar tudo o que havia vivido naquela casa. Recordou as vezes em que esteve junto da sua mãe, a rir, a chorar, quando mais precisava dela, recordou como o seu pai era antes, quando a sua mãe ainda era viva e no que se tornou após a sua morte.
Depois de recordar todas essas lembranças entrou no carro e seguiu caminho para aquela que se tornaria a sua nova vida.