-Dona Maria, ontem à noite o Mestre Jack veio ter comigo pessoalmente e passou-me a informação de que eu iria ocupar o seu lugar como empregada pessoal dele. Mas não faz sentido eu ser a nova empregada do Mestre Jack, se eu só comecei ontem a trabalhar.
-Tem calma, respira fundo. Na realidade o trabalho a que te candidataste era mesmo esse...
-Como assim? Eu não era para trabalhar juntamente com todas?
Maria põe-lhe a mão no ombro:
-Minha querida, deixa-me acabar de falar. Posso acabar?
Bela acalma-se e diz:
-Sim, Dona Maria.
-Bela, minha querida, o dia de ontem foi apenas um pequeno teste para pudermos observar as tuas qualidades em termos de trabalho. Eu já estou velha e a precisar de me reformar. Depois de observarmos chegámos à conclusão de que és ideal para o trabalho. Aqui tens o teu horário, não interferir com os teus estudos. Tem um bom dia. -Explica Maria.
-Muito obrigado, Dona Maria. -Agradece Bela.
Bela despede-se da empregada chefe, olha para o seu horário enquanto segue caminho até ao quarto do Mestre Jack. Já em frente à porta, Bela bate na porta até que ouve uma voz falar.
-Podes entrar, minha empregada pessoal.
Ela entra no quarto, começa a andar até à janela, abre as cortinas e dia:
-Bom dia, Mestre Jack.
-Bom dia, Bela! -Fala de maneira amigável. -Acredito que já tenhas falado com a Maria sobre as tuas tarefas.
-Falei sim, Mestre Jack. -responde de maneira educada.
-Assim que eu acabar de me aprontar podes ir para a universidade, como és minha empregada pessoal podes beneficiar de ir comigo no carro para a universidade.
-Agradeço, mas não será necessário, a universidade é relativamente perto, não é necessário que o Mestre saia da sua trajetória normal para me levar. -Bela rejeita a oferta com educação.
Jack levanta-se da cama com a blusa de pijama aberta, mostrando o corpo definido, caminha lentamente até aonde se encontra Bela, para a meio metro dela, olha-a olhos nos olhos, pega-lhe numa mexa do cabelo e diz-lhe:
-Se não queres tudo bem! Mas não te esqueças que és a minha empregada pessoal. -Jack vira-lhe as costas. -Até logo, minha querida empregada pessoal.
Jack entra na casa de banho e Bela começa então por limpar o quarto.
O coração batia tão forte como se fosse sair para fora do seu corpo, a cara ficou tão quente e vermelha que parecia estar com febre.
Bela acabou a limpeza do quarto, foi até ao seu quarto no dormitório, depois de arrumada foi para a universidade.
Jack tomou um banho de água quente, secou-se, aprontou-se e saiu do quarto em direção ao seu escritório, como sempre a empregada chefe veio até ao seu encontro.
-Bom dia, Maria! Como está hoje? -Com um sorriso de orelha a orelha.
Maria puxou a cadeira em frente à secretária e sentou-se.
-Eu estou ótimo. E você jovem mestre, o que é que já andou a aprontar?
-Eu nada. -Responde de maneira duvidosa. -Querida Maria, já nos conhecemos há tanto tempo. Você acha que eu sou rapaz de aprontar alguma coisa?
-É por nos conhecermos há tantos anos que eu sei bem que o jovem mestre anda aprontando. -Responde de maneira intuitiva.
-A Maria ganhou, estou a testar a Bela Smith a minha nova empregada pessoal. -Diz de maneira honesta.
-Eu já sabia. Não brinques com essa jovem, é uma boa menina, é esforçada e trabalha na perfeição, não se queixa de nada. Já me contaram que ontem houvesse quem fosse arrogante com ela e ela nem sequer ripostou. -Argumenta Maria.
-Não se preocupe, eu não vou brincar com ela, vou apenas testá-la. -Conta com tom de brincadeira.
-É por causa dos testes do jovem mestre nas empregadas que os outros mestres acabam por mandar muitas delas embora. -Reclama Maria.
-Maria, querida Maria, você sabe muito bem que todas as que testei e que foram mandadas embora, ou eram ladras ou tinham segundas intenções. -Defende-se Jack.
-Sim, nisso o jovem mestre tem razão. Mas com esta é diferente, não me parece que ela tenha tais intenções. -Diz Maria.
-Eu também não acredito, mas mais vale prevenir do que remediar. -Concorda Jack.
-Faça como quiser, mas não se esqueça, ela é diferente, eu sei disso. Agora se me dá licença, vou voltar ao trabalho
Maria levanta-se e sai do escritório de Jack.
Bela estava na universidade, sentada junto à janela da sala a olhar para o nada, era o intervalo da manhã, estava envolvida em pensamentos, só pensava naquele momento em que Jack lhe tinha deixado o coração a mil, aquele momento não lhe saia da cabeça.
O dia passou devagar, lentamente, até que chegou a tarde. Bela estava a sair da universidade e do nada ouviu uma buzina de um carro, ignorou e continuou a andar, segundos depois olhou e tinha o carro a andar ao seu lado lentamente, do nada o vidro de trás do carro abriu-se e viu-se o rosto de Jack a sorrir para ela.
-Minha querida empregada pessoal, não queres uma boleia? -Pergunta com audácia.
Bela continuou a andar e respondeu:
-Não obrigado.
Bela começou a andar mais depressa ignorando o carro que andava lentamente ao seu lado.