/0/5851/coverbig.jpg?v=454d4d0121002c65864b5f5864ed4e5f)
P.O.V Katherine.
Olho para todos os lados perdida, eu estive poucas vezes na cede da máfia meu pai nunca gostou que eu fosse la e todas as vezes que vim fiquei exclusivamente na sala dele que agora é do meu irmão.
- Senhorita Petrov? - Me viro e sorrio vendo Grace.
- Olá. - Sorrio a abraçando.
Grace foi a secretaria do meu pai por anos e hoje já com os seus cinquenta anos ela cuida de todas as mulheres que trabalham aqui, que não são muitas na verdade.
- O capo me informou que você vai ajuda-lo por um tempo. - Ela diz sorrindo.
- Sim, ele disse que precisava de uma secretária mas eu não sei onde é a sala dele. - Digo meia sem jeito.
- Tudo bem querida venha comigo. - Ela diz docemente e me encaminha.
Sorrio agradecida e o sigo até o corredor onde os escritórios mais importantes ficavam, ela abre a porta que tinha o nome de Stefan e da passagem para que eu entre na frente.
A anti-sala era muito bonita com um sofá e poltronas de espera, plantas e uma mesa de carvalho no canto esquerdo.
- Essa vai ser sua mesa, quer que eu o avise que chegou? - Ela pergunta.
- Acho que posso fazer isso, obrigado. - Agradeço e ela assente se despedindo.
Olho para a porta da sala de Stefan e respiro fundo indo até la dando duas batidas. Ouço um entre e giro a maçaneta adentrando o local.
Fecho a porta atrás de mim ajeitando o blazer que estava por cima do vestido cinza social. Vejo ele me olhar dos pés a cabeça parando no meu rosto.
- Esta linda. - É a primeira coisa que diz.
- Obrigado... Eu ia vir de calça jeans mas sua mãe insistiu para eu vir com isso. - Aponto para mim mesma.
- Minha mãe sempre toma boas decisões. Se aproxime. - Ele diz notando que eu ainda estou perto da porta.
O observo que vejo que ele esta sentando na cadeira estofada atrás da sua grande mesa, ele esta sem o palitó deixando o colete cinza a mostra por cima da camisa social branca que mostra seus músculos.
Daqui ele parece tão poderoso, como se pudesse ter o mundo nas mãos... Nunca o tinha percebido dessa forma.
Ando até ele em silêncio ouvindo apenas o barulho dos meus saltos contra o piso, me sento na cadeira a sua frente e o encaro.
- Preciso que análise os balanços financeiros das boates e as transações bancárias. - Ele diz passando uma pilha de pastas para o meu lado.
- Tudo bem, eu levo para a mesa que me deram la fora mais alguma coisa? - Pergunto.
- Não, vai fazer isso aqui...
- Na sua sala? Junto com você?
- Esta vendo mais alguém aqui? - Ele pergunta olhando em volta.
- Não. - Bufo pela sua grosseria.
Pego a primeira pasta e começo a olhar as tabelas em silêncio, me sinto desconfortável sob o olhar atento dele mas não posso deixar de ficar empolgada por me familiarizar com os números.
Começo a fazer as anotações no tablet que veio junto com os balanços totalmente concentrada e até me esqueço onde estou.
Isso não dura muito pois Stefan quebra o silêncio.
- Vai almoça comigo hoje. - Ele informa.
- Meu irmão vai junto?
- Não tem porque ele ir...
- Não sei se é uma boa idéia Stefan. - Digo mordendo o lábio.
- Pare de achar que eu te faço convites, é uma informação. Eu disse que você vai e é isso que você fará. - Ele diz como se fosse óbvio.
- Já disse que não é uma boa ideia Stefan, porque... Porque... - Penso numa desculpa. - Porque eu sou solteira e você sabe que controla uma máfia machista, se me virem sozinha com você podem começa a fala.
Ele me encara e posso notar um leve sorriso quase imperceptível de provocação.
- Ótimo! É bom que falem, assim todos vão saber que você é minha.
- O que disse? - Pergunto franzido o cenho.
- Que quero que todos saibam que você é minha. - Ele repete tranquilamente.
Minha boca seca imediatamente e eu passo as mãos no cabelo nervosa, eu sei que é tolice minha pois todos já me anunciavam isso mas ouvi-lo dizer faz uma batida do meu coração falha.
- Eu não sou sua Stefan, eu não sou de ninguém... - Deixo a frase morrer.
- Esta enganada, você é minha Katherine! E é bom isso começa a se espalha, assim eu terei que matar menos homens.
Quem ele pensa que é para ficar ameaçando as pessoas assim? Sendo que não temos nada.
- Eu. Não. Sou. Sua... - Digo pausadamente me levantando.
Imediatamente ele se levanta também vindo para cima de mim parando a mililitros do meu rosto, me sinto acuada e me afasto porém sinto a mesa atrás de mim me deixando encurralada.
Ele coloca as mãos na minha cintura e sem sobre aviso me coloca sentada em cima da mesa, ele avança mais um passo se encaixando no meio das minhas pernas. Apesar de esta com o coração saindo pela boca tento ao máximo sustenta meu olhar e não transparecer meu medo.
- Você. É. Minha. - Ele também diz pausadamente usando o mesmo tom que eu.
- Não sou não. - Digo olhando em seus olhos.
Eu devo está ficando maluca, nem eu sei o que estou fazendo mas algo dentro de mim sente satisfação em desafia-lo. Eu com certeza batina cabeça.
Ele segura minha nuca imobilizando minha cabeça se aproximando de forma que nossos lábios chegam a roçar um no outro.
- Entenda isso antes que eu te faça entender cedo demais.
- Me larga. - Digo séria.
- Nunca!
Olho em seus olhos vendo eles brilharem, porém não consigo identificar o misto de sentimentos que ele transborda atrás de suas ires verdes.
- Termine os balanços, nosso almoço é daqui a uma hora. - Ele se afasta voltando a se sentar calmamente.
Fecho meus olhos ainda em cima da mesa e respiro fundo descompensada com tudo que acabou de acontecer. Com muito custo me levanto e volto a me senta na cadeira.
Dessa vez abaixo minha cabeça e evito qualquer tipo de contado me afundando no números.
°•°•°•°•°•°•°•°•°•°
- Entre. - Stefan abre a porta do restaurante para mim e eu entro na frente.
O caminho até aqui fora no completo silêncio comigo evitando o contato visual. A recepcionista nos recebe e achar a reserva que ele fez nos encaminhando até a mesa.
Ele puxa a cadeira para que eu possa sentar e logo toma seu lugar na cadeira a minha frente.
- O que vai querer beber? - Pergunta olhando o cardápio.
Veneno!
- Água. - Respondo seria.
O garçom vem e ele faz o pedido da água, além de uma garrafa de vinho tinto e o prato do dia.
Bato as unhas na mesa impaciente querendo que esse almoço acabe logo e olho em volta observando as pessoas que estavam distraídas em suas próprias conversas. Porém no canto salão vejo uma mulher ruiva com roupas de estampa animal print bebendo champanhe.
Arregalo os olhos conhecendo bem a perua.
- Aquela ali não é a Jeiza esposa de um dos generais da Bravta? O que ela faz aqui? - Pergunto exasperada.
Bruno já me falou dela e de como é fofoqueira, se ela me ver aqui com Stefan vai espalhar para todo mundo e não posso deixar isso chegar nos ouvidos de Bruno.
Stefan olha para trás e sua feição se torna dura.
- Não sei mas vou descobrir. - Me responde.
- Ela não pode nos ver aqui Stefan. - Digo apavorada me abaixando na cadeira.
- Esta com medo? - Stefan quase rir. - Ela não fará nada, aliás ela nem pode esta em nosso território mas vai ser tirada em breve.
- É... É que eu não gosto dela. - Digo abaixando a cabeça.
Stefan chama um dos seguranças que estavam fazendo nossa escolta e o manda buscar a mulher que vem tranquilamente.
- Olá Stefan, não precisava mandar me chamar eu iria vir cumprimentá-lo. - Ela diz parando na nossa frente.
- Poupe as cerimônias, o que esta fazendo no meu território? - Ele é direto.
- Como assim? - Ela o olha confusa. - Eu vim fazer compras, tem coisas que só achamos em Moscou.
- Fique sem essas coisas ou sem sua cabeça. - Stefan devolve sem paciência.
- Qual o problema Stefan? Pensei que isso de território não estava tão forte, afinal o filho mais novo do nosso capo vem muitas vezes para cá.
Arregalo os olhos sentindo meu coração disparar. Stefan me olha mas se volta para Jeiza.
- Pensou errado... Agora suma da minha frente e do meu território. - Stefan a expulsa.
- Ele vem para cá ver a namorada... - Ela completa porém a interrompo antes que ela fala mais alguma coisa.
- Você ouviu o capo, leve ela. - Dou a ordem para o segurança.
- Sim senhorita. - O homem assente levando Jeiza pelo braço.
Solto o ar e só então percebo que estava prendendo a respiração, pego o copo com água que o garçom acaba de trazer e bebo tudo em um gole só.
- Preciso de algo mais forte. - Digo deixando o copo vazio sobre a mesa.
Stefan vira a garrafa de vinho na minha taça e me entrega.
- Algum problema? - Ele pergunta arqueando a sombrancelha me analisando.
Ah droga... Pensa rápido Kate...
- Não, só estou pensando no que me disse mais cedo. - As palavras saem da minha boca antes que eu pudesse pensar sobre elas.
- Sobre o que?
- Sobre... Sobre eu ser sua... - Digo num tom mais baixo me arrependendo imediatamente de tocar no assunto.
- E o que concluiu pensando nisso?
- Que talvez você só esteja pensando na máfia, procurando uma primeira dama... Mais não faça isso, não sacrifique sua felicidade pelo trabalho.
- Sei bem onde esta a minha felicidade, por isso escolhi você.
Por um momento me sinto culpada por não poder dizer a verdade para ele mas eu preciso proteger Bruno e ele deles mesmos.
- Stefan... Eu não te amo...
- Eu não me importo, quero que seja minha o seu amor posso ter depois.
Balanço a cabeça negativamente porém somos interrompidos com a comida que chegou.
O resto do dia se passou tranquilamente sem mais grandes emoções para meu bem estar, por incrível que pareça o clima não ficou pesado depois que voltamos do restaurante, quer dizer Stefan não deixou que o clima pensasse.
Quando o expediente se encerrou, me despedi dele sabendo que tanto ele quanto meu irmão ficavam até tarde no escritório. Porém ele surpreendeu dizendo que iria embora comigo.
Já dentro no carro eu deixava meus pensamentos divagarem pelo dia de hoje e por tudo que aconteceu nessa última semana, até que a ligação de Bruno tomou conta da minha cabeça.
Será que ele tinha razão? E eu não sou capaz de trabalhar num cargo da máfia? Será que a única coisa que importa é meu rostinho bonito?
- Esta inquieta. - Constato.
Olho para ele e decido fala.
- Stefan, eu preciso perguntar e quero que seja sincero comigo. - Digo séria.
Ele assente.
- Você me chamou para trabalhar na cede com você porque me acha competente ou só porque esta interessado em mim? Quero que me diga a verdade.
- Eu quero você perto de mim o tempo todo sobre a minha vigilância e esse foi o meio que encontrei. É um privilégio para você poder trabalhar, sabe que os únicos cargos que deixamos que mulheres ocupem são de secretárias e ainda sim são poucas. Mesmo que você fosse completamente inapta ainda estaria neste cargo porque é conveniente a mim e para resolver o problema da sua incompetência eu faria com que alguém revisasse todo o trabalho que você fizesse para que eu não pudesse vir a ter problemas, felizmente não é assim. Você se mostra muito eficiente, como eu imaginei que seria então sua resposta é, que a minha intenção era ter apenas você perto de mim mas ser boa no que está fazendo me veio como um bônus.
Assinto e acabo sorrindo sem querer.
- Obrigado... Pelo menos você não tenta me agradar o tempo todo... Você é o que que? - Sem querer o comparo com Bruno.
Stefan é machista, prepotente e intransigente mas não é mentiroso e nunca quis me esconder nada, nunca fez nada para me manter numa bolha cor de rosa, ao contrário de Bruno.
- Eu sinto prazer em agradar você e sentirei pelo resto da vida mas não vou sacrificar a minha sinceridade em nome disso. Você tem que saber aguentar a verdade. - Ele diz me olhando. - E quero ao meu lado uma mulher que seja completamente capaz de aguenta-la, como você é a única que escolhi para ser minha tem que ser assim.
Fecho os olhos e riu sem querer.
- Me desculpe... É que você fala com uma certeza que chega ser engraçado. - Riu. - Você é realmente único Stefan.
- Inteligente demais para comentários óbvios. - Ele diz tocando meu queixo.
O motorista olha para o retrovisor a aproximação e com apenas um olhar de Stefan refletido cortante e mortal pelo mesmo, ele volta os olhos a estrada.
Por um momento fico confortável com sua aproximação mas lembro de Bruno e me afasto ficando seria.
- Obrigado. - Digo e me viro para a paisagem novamente.