A força do Destino
img img A força do Destino img Capítulo 3 Admiração
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Capítulo 6 Além da admiração img
Capítulo 7 Paixão não correspondida img
Capítulo 8 Boatos img
Capítulo 9 Descobertas img
Capítulo 10 Por que você fez isso img
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Capítulo 3 Admiração

Capítulo 3 - Admiração

- Ela não deve ter ido muito longe! Está sem carro e sem dinheiro. Deve estar perto. Vou caminhar um pouco pra ver se a encontro... - Anne explicou para o rapaz que acabará de conhecer.

- Certo! Então vou com você! Tá muito escuro para andar sozinha por aí!

- Obrigada - Anne sorriu, pegou o telefone novamente e tentou ligar. Deixou mais uma vez um recado na caixa postal da amiga.

- Droga ela não atende mesmo! Aquele idiota do Martin... - A garota estava com muita raiva e apertava fortemente os punhos.

- Desculpe perguntar, mas o que houve lá dentro? Quando cheguei percebi que haviam pessoas discutindo, mas não consegui ouvir nada – Allan perguntou tentando entender quem e porque estavam procurando.

- Minha amiga, se apaixonou por um imbecil, que não merece nenhum pouquinho. Ela é sonhadora e não enxerga maldade nas pessoas, cansei de alertá-la, mas em vão e hoje na festa sai por uns minutos do lado dela e tenho certeza que aquele imbecil a humilhou...

- Entendi... Também odeio aqueles playboys metidos e arrogantes.

Ela sorri meigamente - Mas nem todos são iguais, como em qualquer classe social sempre há pessoas boas e más.

- Pode ser, talvez tenha razão, mas a maioria é...

- Ei você também está ouvindo? - Anne perguntou mudando de assunto após ouvir algo como um choro baixinho e distante.

- Estou, parece alguém chorando - Allan atentou seus ouvidos, procurando encontrar a direção em que o som - Parece que está vindo daquela direção. Ele aponta os dedos, esticando seu braço para o lado esquerdo, onde há uma pequena praça, com alguns brinquedos infantis.

Anne corre na direção apontada sem ao menos pensar, o deixando sozinho.

" Caramba que garota impulsiva, nem me esperou" - Allan pensou e tratou de correr atrás dela.

Anne enxerga a silhueta de alguém agachado segurando as próprias pernas, próximo a um escorredor infantil, fixa seus olhos e consegue reconhecer os cabelos loiros de sua amiga, entao corre ao seu encontro e a abraça.

Allan está logo atrás dela, assiste a cena de longe, preferindo não atrapalhá-las, senta em um balanço um pouco distante e espera até que as duas conversem.

- O que aconteceu? Por que não atendeu minhas ligações? Eu estava preocupada! - a morena perguntou, enquanto ajeitava os cabelos da amiga atras da orelha, podendo assim ter uma visão melhor de seu rosto molhado pelas lágrimas.

- Desculpa Anne, não foi minha intenção te preocupar. - Nicole limpa as lágrimas que insistiam em descer por sua face com as mãos e tenta sorrir.

- O que aquele imbecil do Martin fez pra você? Por que não me procurou antes de sair assim?

- Nada, amiga, pode ficar sossegada. Eu apenas não queria atrapalhar sua festa, eu nem deveria ter ido, esse mundo nunca foi meu, nao sei porque insisto nisso - Responde triste.

- Nicole, não diga besteiras, jamais me atrapalharia! Eu só vim nessa festa por você! Por favor me fale a verdade, eu te conheço, sei que aconteceu algo mais lá dentro! Foi o imbecil do Martin, não foi?

A loira suspirou profundamente e então despeja toda a verdade para a amiga.

- Sim! Ele apenas me disse que não pertencemos ao mesmo mundo e que nunca namoraria uma garota ridícula como eu, jamais sairia com a filha da empregada, e completou dizendo que não adiantava eu me vestir com roupas de grifes que eu nunca seria do nível dele. - As palavras de Nicole saem com rancor em meio a lágrimas.

- Aquele maldito!! Eu vou acabar com a raça dele! Quem ele pensa que é pra falar assim com você, ele se acha superior porque o pai dele tem dinheiro, ele não passa de um egoísta, mimado...Nunca chegará aos seus pés Nicole, pode ter certeza que você é infinitamente superior a ele! – Anne estava com raiva, sentia novamente seu rosto queimar, falava rápido e ofegante.

Allan observa a cena em silêncio, as duas realmente pareciam ser bem unidas, talvez fossem amigas e não estavam acostumadas com aquele mundo, sorri ao ouvir as palavras ditas pela bela garota que ele estava acompanhando. Além de linda, educada, era gentil e amorosa, ela era diferente, parecia realmente se importar com os sentimentos da amiga e não gostava de ver ninguém a humilhando, nos dias atuais isso é realmente algo louvável, as pessoas se tornaram egoístas e mesquinhas, sempre querendo ser mais e se aparecer mais, mas Anne era diferente, ele percebeu isso, assim que seus olhos pousaram nela. Levantou-se e caminhou até elas.

- Oi, desculpa atrapalhar as duas, mas aqui está um pouco escuro e pode ser perigoso, o que acham de sairmos daqui e dar uma volta... Me lembro de ter visto um bar bem legal, enquanto ia para a festa com meu amigo, fica a duas quadras daqui, notei quando estava indo pra festa. Lá a gente pode conversar um pouco.

Anne sorri e se levanta.

- Ele tem razão! Não temos porque ficarmos aqui lamentando, temos que aproveitar um pouco a noite, não acha? Vamos Nicole, vamos nos divertir. - estende as mãos para a amiga que segura e levanta.

- Quem é ele Anne, cadê o Bernard? - Sua amiga pergunta confusa, pois Anne não era uma pessoa que fazia amizade assim tão fácil.

- Esse é Allan, e essa é Nicole! – Anne os apresenta com um sorriso lindo no rosto. - O Bernard é tão babaca quanto o Martin. Vamos esquecer eles.

Nicole sorri e concorda com a cabeça, admirava demais a amiga sem dúvidas ela era a melhor pessoa que conhecia. Tão forte, parece que nada a abalava, humilde jamais menosprezava as pessoas.

Obrigada! Eu tinha certeza que você iria me encontrar!

- Claro, eu jamais desistiria, mas por favor não faça mais isso, é perigoso e eu fiquei preocupada!

Nicole assenti e sorri fraco para a amiga.

Caminharam algumas quadras e finalmente chegaram no bar que Allan havia mencionado, entraram, escolheram uma mesa mais afastada e pediram algo para beber.

- E então Allan, conte mais sobre você! - Anne perguntou animada, enquanto bebia um pouco de sua cerveja.

-Ah, não tenho muito pra contar. Sou um cara normal, levo uma vida normal - ri - estou no último ano da faculdade de Direito, estudo na Universidade de Tours, tenho 23 anos e acho que é só...

- Hum, a Tours, ótima faculdade, principalmente pra quem quer se formar nessa área que está estudando. Mas e aí, porque foi parar numa festa dos estudantes da Lenôtre?

- Eu tenho um amigo que estuda lá. Estuda biologia marinha. Eu não sou muito de festas, mas resolvi aceitar o convite dele dessa vez!

- Que bom que aceitou! Assim nos conhecemos! - Anne falou de forma descontraída para o rapaz que corou levemente com as palavras dela.

Allan era um jovem lindo e educado, olhos e cabelos negros, várias garotas davam em cima dele, mas ele era sério, teve alguns namoricos, mas nunca tinha gostado de ninguém.

Ele sorri timidamente o que o deixa ainda mais atraente.

- E vocês?

- Nós? Somos amigas desde a infância! Eu estudo administração e ela enfermagem. Acho que somos normais também! - Anne e Nicole riem, fazendo Allan rir junto

conversaram por um bom tempo, Anne percebe que Nicole já está bem e decide ir embora.

- O papo está maravilhoso, mas já está na hora de irmos. Vou ligar para o seu pai vir nos buscar.

Nicole assentiu concordando com a decisão da amiga.

- Aceita uma carona, Allan? - Anne pergunta.

- Não precisa, não quero incomodar! Moro bem longe daqui!

- Não é incômodo! Por favor, deixa eu te levar pra agradecer por sua ajuda!

Ele sorri - Está bem!

Anne liga para o Sr. Piquet e passa o endereço, esperam cerca de dez minutos até o homem chegar.

- Por que saíram da festa?

- Eu não estava me sentindo muito bem, então pedi pra Nicole e o Allan me acompanharem até fora da festa, ficamos caminhando e chegamos aqui.

Allan sorriu ao ver a jovem ajudando a amiga que já estava bem nervosa.

Nicole sentou na frente, ao lado de seu pai e Allan foi atrás com Anne.

- Que bom que agora está bem!! Vamos deixar ele primeiro, certo? - o Sr. Piquet perguntou animado.

- Sim! - Allan passou o endereço.

Realmente a casa do rapaz era longe, mas Anne não se importou, poderia conversar um pouco mais com ele, tinha gostado bastante da companhia do moreno, ele era educado e atencioso, diferente dos garotos que ela conhecia.

Anne estava também gostando da companhia dela, era divertida, além de ser linda, tinha o sorriso mais incrível que ele tinha visto.

O carro estaciona em frente a um condomínio, era um lugar simples e afastado, Anne nunca tinha ido até aquele lado da cidade. Ela olhava o rapaz com um sorriso fascinante nos lábios.

- Anota meu telefone! A gente pode marcar algo qualquer dia desses. - Falou descontraída.

Allan sorriu e anotou o número dela e passou o dele também. Se despediram.

Allan entrou pela portaria e caminhou até a sua casa, ao abrir a porta viu seu irmão mais novo deitado no sofá.

- E aí... Onde você foi?

- Irmãozinho, nem te conto. Fui em uma festa da Lenôtre e conheci uma garota maravilhosa.

- Pera aí, festa da Lenôtre??Cara lá só tem filho da Elite de Paris. O que você foi fazer numa festa dessa, você não curte playboy!

- Não mesmo - respondeu encolhendo os ombros - eles são uns saco, mas deixa eu contar, Richard, assim que eu cheguei tava rolando uma discussão, eu não entendi direito, mas depois eu descobri que um playba humilhou uma garota... Então eu saí da festa para tomar um ar e conheci a Anne, que era amiga da garota que foi humilhada.

Richard olha para o irmão sem entender nada do que ele estava falando.

- Quem é essa Anne? Você ficou com ela?

Não, Richard. Eu a ajudei, foi só isso!

- Aff, você é bem lerdo mesmo. Ela é bonita pelo menos?

- Bonita é apelido, ela é maravilhosa! - Allan diz sorrindo.

- Espera, como é o nome dela mesmo?? – Richard perguntou, mexendo em seu celular.

- Anne.

- Anne Remy?

- Sim, acho que sim, por quê?

- É essa?? - o mais novo mostra no celular uma foto dela.

- É... Você a conhece? - Allan pergunta surpreso.

- Irmão do céu!! A família dessa mina tem muita grana, ela é herdeira da rede hoteleira Remy. Olha aí as fotos dela na rede social, em vários países.

Allan pega o celular do irmão e começa a olhar, a garota parece modelo, tem fotos em vários lugares sofisticados e em diferentes países.

- Tem certeza que você a conheceu? - Richard pergunta ainda não acreditando.

- Claro que tenho, porque eu mentiria? - Allan sente seu celular vibrar, pega e visualiza uma mensagem de Anne.

- Olha aqui, ela me mandou mensagem! - mostra o celular para o irmão que olha sem acreditar.

Anne

"Obrigada por me ajudar! Bom descanso!"

- Cara você zerou a vida!! – Richard diz rindo.

Allan fica sem graça, não fazia ideia de quem era, pegou seu celular e foi para o quarto.

Tomou um banho e deitou na cama, olhou a mensagem novamente e respondeu.

"Não fiz nada demais, obrigada pela noite. Foi bem legal!"

Fechou os olhos e tentou dormir, sentiu seu celular vibrar e curioso olhou a nova mensagem que subia.

Não pode deixar de sentir uma frustração ao constatar que a mensagem não era dela e sim de Antony.

Antony

"Cara o que aconteceu com você?"

Deixou o celular de lado, não respondeu, amanhã conversaria com o amigo... Fechou os olhos e dormiu.

**********

Anne chegou em casa e subiu para o quarto, tomou um banho e se jogou na cama, leu a mensagem que o rapaz mandou e sorriu.

"Sabe o que eu mais gostei nele? Parece que ele não sabe quem eu sou, me tratou bem, mas não ficou forçando a barra."

No dia seguinte acordou com uma gritaria que se ouvia do seu quarto. Reconheceu a voz de Bernard e da Sra. Piquet, desceu com pressa até eles.

- O que tá acontecendo aqui? - Anne perguntou brava.

- Ela não quer deixar eu falar com você! - Bernard falou sem paciência.

- Vai embora Bernard, não tô afim de conversar! - Apontava a porta da casa.

- Anne, a gente precisa conversar!

- Não agora! Pode embora! - Diz séria.

Bernard sai da casa batendo os pés bravos e Anne sobe novamente.

O domingo depois desse episódio passou tranquilo, ficou na piscina com Nicole e a noite foi jantar com Dominique e Amelie.

Na segunda não se falava em outra coisa na faculdade a não ser sobre a discussão dela e de Bernard. Ela realmente estava de saco cheio daquilo, então decidiu sair mais cedo da faculdade, entrou no carro e mandou uma mensagem para o rapaz que tinha conhecido na festa. Passaram o final de semana conversando e se conhecendo, estava sendo legal, aquele primeiro momento.

Anne Oi, tudo bem? O que está fazendo?

Allan ao ver a mensagem da garota sente seu coração pular mais rápido e responde.

Allan

Tô na aula, mais tarde tenho uma entrevista de estágio e você?

Um sorriso bobo surgiu em seus lábios.

Anne

Acabei de sair da aula, estava sem paciência, então sai mais cedo! Boa sorte na sua entrevista, para qual empresa é o estágio?

Allan Na Aburame associados.

Anne Estou torcendo por você.

Ele sorri ao ler a mensagem dela. Ela era fofa mesmo...

- Mas que droga Allan, pode parar de graça, nem se iluda com ela... Apesar de ser legal e educada, ela não tem nada a ver com você - Falou pra si mesmo, tentando tirar os pensamentos de um relacionamento com ela na cabeça.

**********

A entrevista de estágio foi um sucesso e ele conseguiu a vaga, voltou pra casa feliz e contou animado a notícia para seus pais e irmãos, que vibraram junto com ele.

A família de Allan era simples, não eram os mais ricos e nem os mais pobres, seu pai era policial e sua mãe tinha um pequeno negócio de marmitas, Richard seu irmão, estudava para seguir os passos do pai, queria ser policial.

Sentiu vontade de contar pra Anne, mas se achou um tolo por pensar nisso, por que ela ficaria feliz em saber? com certeza ela só tinha sido educada com ele.

Anne olhava seu celular de forma entediada, já tinha terminado o projeto que entregaria amanhã, não tinha nada pra fazer, pensou em Allan e sorriu.

"Como será que foi a entrevista dele?" - pegou o celular e mandou mensagem perguntando.

Anne

Oi! E aí, tudo bem?

O rapaz sorri animado com a mensagem, por mais que sua mente quisesse não dar tanta atenção para a garota, seu coração e emoção agiam completamente diferente quando ela mandava mensagem.

Allan

Passei na entrevista, vou estagiar na Aburame!

Anne

Meus parabéns! Temos que comemorar!

Ela enviou a mensagem, sem ao menos se dar conta do que tinha escrito - Temos que comemorar - mas que merda, ela não poderia ter sido mais oferecida que isso - praguejou em sua mente, sentindo vergonha do que tinha feito.

Ele ao ler a mensagem arregalou os olhos o que ela queria dizer com esse "Temos que comemorar?" Será que ela queria algo mais com ele, ou eram apenas como amigos? Inevitavelmente ele criou a própria Fanfic em sua cabeça, mas tratou de espantar os pensamentos.

"Até parece que uma garota como ela, se interesse por alguém como eu!"

Anne

Posso passar te dar os parabéns pessoalmente?

Ela tentou consertar o que tinha escrito, mas a verdade é que realmente ela queria comemorar com ele, mas será que tinham intimidade o suficiente para isso?

O coração do rapaz acelera e ele fica sem reação por instantes.

Allan Claro!

Anne sorri e corre para pegar a chave do carro. Dirigiu por meia hora até parar em frente ao condomínio!

Não entendia também porque estava fazendo aquilo, ela mal conhecia aquele cara, mas tinha ficado feliz por ele e queria comemorar e dar os parabéns pessoalmente.

Anne estava ansiosa, nunca uma garota tinha deixado ele tão nervoso quanto agora.

Assim que Anne estaciona, fica parada pensando.

"Que droga, o que eu vim fazer aqui, eu nem conheço esse cara direito! Anne Remy, você precisa parar de ser tão impulsiva"

Mesmo hesitante pega o celular e envia uma mensagem.

Anne Estou aqui na frente!

Allan recebe a mensagem e vai ao seu encontro, ela está dentro do carro, bate no vidro chamando sua atenção. Anne abre a porta e desce do carro para cumprimentar ele.

- Oi! Desculpa! Fui impulsiva vindo até aqui!

-Não precisa se desculpar, eu gostei, obrigada por vir.

Anne sorri sem graça. "Obrigada por vir" - ele só está sendo educado.

- Parabéns! Você vai longe, eu pesquisei sobre o Aburame é uma empresa bem grande de advocacia, vai ser ótimo para seu aprendizado.

- Sim - ele sorri.

Os dois passam alguns minutos conversando enquanto caminham pelas ruas do bairro. A conversa entre eles fluía de maneira natural e divertida.

- O papo está ótimo, mas acho que já está tarde. Desculpa, preciso ir...

- Tudo bem, podemos nos ver outro dia, certo?

- Claro! Eu iria adorar.

Ela entra no carro e acena para ele.

Estava se sentindo estranha e como uma adolescente, não sabia ao certo o que estava sentindo com relação à Anne, mas era algo bom.

Allan também se sentia estranho e apesar de gostar da companhia da garota, decidiu não criar expectativas... o mundo que cada um vivia era absurdamente diferente.

"Vou tirar ela da cabeça, não dá pra se iludir com uma garota como ela, o que eu posso oferecer pra ela? Somos de mundos completamente diferentes, não tem a menor chance de isso dar certo!"

Mesmo Anne não aparentando ser uma pessoa que se importe com dinheiro, Allan sabia que ela tinha uma posição social completamente diferente, estava acostumada com um estilo de vida diferente e então resolveu se afastar, antes de se apegar e sofrer.

            
            

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