-sei que a minha pergunta pode ser estranha, mas não está escondendo nada anormal sobre essa cidade não é?- Pergunto de uma forma séria, pois desde que cheguei aqui senti que esse lugar tem algo de errado, muito errado. Vejo que ele fica em silêncio por um tempo, está apenas prestando atenção na pista.
-qualquer cidade pode ser anormal se achar motivos para isso, Lotte- pode ser verdade ou está apenas deviando do assunto.
(...)
Quando chegamos na minha casa subo as escadas para pegar uma das minhas malas que ainda não desfiz, minha escova e pasta de dente, entre outras coisas importantes.
Volto rapidamente para onde Dylan está, pois não quero o fazer esperar, deve ter coisas importantes para fazer.
-já voltou? Não precisa pegar suas coisa na pressa, hoje é domingo, não tenho nada para fazer, mas caso queira sair comigo para jantar em uma pousada aqui perto seria ótimo- ele está mesmo me chamando para sair? Foi repentino, mas eu gostaria para dizer a verdade.
-claro, mas eu pago minha parte, certo?- vejo que ele fica pensativo sobre isso, mas apenas concorda.
(...)
Já arrumei minhas coisas no quarto de hóspedes, tomo um banho longo, pois sinto que não faço isso a dias. Esfrego meu corpo com um sabonete esfoliante enquanto estou na banheira a pensar no jantar, seria estranho querer beija-lo logo de início, sei que é cedo para o primeiro encontro, mas tenho tanta vontade.
Só balanço minha cabeça tentando tirar esses pensamentos, pois tenho que pensar em coisas importantes, pois não vou ter economias para ficar aqui para sempre, preciso arrumar um trabalho, na vila talvez, pois é perto da minha casa, como não tenho nada que me locomover, será melhor ser aqui mesmo.
Quando termino de me lavar saio da banheira, espero a água escorrer do meu corpo antes de pegar a toalha para me cobrir, com ela enrolada em meu corpo vou até o espelho, pego um pouco de condicionador e passo para desembaraçar o cabelo, escovo muito bem os dentes, pois não sei o que esperar essa noite.
Tenho que admitir que para essa noite quero pelo menos um beijo do Dylan.
(...)
Me arrumei com uma blusa azul escura e uma calça jeans, pois ele falou que não é um lugar chique, tem poucos lugares aqui assim, além disso, falou que é muito difícil conseguir uma vaga, mão entendi o porquê, pois não acho que aqui tenha muitas pessoas.
Na verdade acho melhor ir em uma pousada mesmo, pois odeio comida de rico, é sem sal e vem em pouca quantidade.
Pego minha bolsa, saio do quarto e apenas desço a escadaria para sala onde encontro Dylan, ele está com o cabelo arrumado e com uma blusa preta social.
-está linda, Lotte, como sempre- diz com um tom calmo o que me faz parar e sorrir para ele- se já tiver pronta podemos ir?
-claro, podemos sim- digo e o sigo para fora da casa.
(...)
Vejo quando ele para em frente a um chalé enorme e iluminado, tem várias mesas e pessoas se divertindo e conversando enquanto comem.
(...)
Comemos e conversamos um pouco sobre o que fizemos na adolescência, sobre nossos ex namorados, burradas que fizemos, entre outras coisas.
Dividimos a conta por minha insistência, pois queria pagar, saímos do restaurante e fomos para o carro ir embora.
-espero que tenha gostado de sair comigo, pois gostei muito de ter sua companhia- gosto da forma gentil no qual fala, apenas toco em sua mão um pouco tímida com minha própria iniciativa, quando ele olha para mim fico vermelha.
Apenas nos aproximamos mais dentro do carro e nos beijamos, quando sinto seus lábios nos meus uma eletricidade passa por todo meu corpo e logo depois vem a quentura que me deixa com mais vontade de não me afastar, nos separamos para respirar um pouco.
Vejo que ele fica meio inseguro, acho que quer colocar a mão em cima da minha coxa, mas não sabe se eu quero, quando voltamos a nos beijar a coloco em cima da minha perna, pois não acho ruim sentir seu toque, quando paramos de nos beijar desce seus labios para meu pescoço onde sinto seus lábios em minha pele dando chupões de leve.
Paramos ao escutar um som de algo arranhando o carro, Dylan se afastou de mim e saiu para olhar, também saio e vou para onde está, noto um grande arranhão na parte de trás do carro, mas o que mais me deixa intrigada é o fato de não ser um arranhão e sim cinco. Como diabos não vimos quem fez isso? Pois é impossível não termos visto nem um vulto.
-como isso é possível?- pergunto de forma séria, pois não é possível uma pessoa arranhar cinco vezes o carro sem que a gente olhasse, é como se tivesse feito ao mesmo tempo.
Dylan está com um olhar sério ao observar os arranhões, mas apenas olhou para mim de forma calma.
-acho melhor voltarmos- acho que deve ser mais seguro realmente.
Apenas entramos no carro, logo ele liga e saímos daquele lugar.
-qual possibilidade de ter sido um animal?- acho que seria impossível uma pessoa arranhar o carro cinco vezes de uma só vez sem estar segurando algo.
-pode ter sido- diz com um tom sério enquanto dirigi, será que está bravo por seu carro ter sido arranhado? Ou tem algum outro motivo por trás?
Apenas ficamos em silêncio pelo resto do caminho até chegarmos em sua casa.
(...)
Logo que chegamos fomos para sala de estar, sentamos no sofá e ficamos pensativos por um tempo, sem sequer conversar um com o outro.
Vejo Acrisia entrar na sala com algumas almofadas decorativas, ela olha para nos dois por um tempo.
-aconteceu algo de errado no encontro de vocês?- pergunta enquanto arruma as almofadas em cima do sofá.
-alguém arranhou o carro, mas tirando isso foi um bom encontro- Dylan diz abrindo um sorriso enquanto olha para mim.
-entendi, já está ficando tarde, melhor irem dormir, você tem que trabalhar amanhã, Dylan- a mãe dele fala, o vejo que ele se levantar.
-é verdade, tinha esquecido completamente disso, espero que tenha uma boa noite de sono, Lotte- diz antes de se retirar e subir as escadas.
Acho que irei fazer o mesmo, pois não quero ficar acordada perambulando pela casa que nem é minha, sou apenas uma visita e não quero ser indesejada.