Capítulo 3 Serzinho misterioso

YAKE

Não consigo saber ao certo o que é... O que é a coisa pendurada na minha armadilha.

Ela para de se mover assim que saio de dentro dos arbustos. A faca cai no chão e o pano estranho que estava enrolado no seu corpo também despenca, deixando a mostra todo seu dorso. O cabelo dele é preto como o meu... Mas as semelhanças acabam aí.

A sua pele é de uma cor estranha, quase branca como a neve. Ele também não tem nenhuma cauda ou saliências na pele, além de ser minúsculo.

Há um sangue estranhamente vermelho escorrendo da lateral da sua cabeça e pingando no chão.

Será que morreu??

Vou até lá rapidamente e me abaixo ao seu lado, colocando a orelha perto do seu rosto pálido, Percebendo também que não há chifres entre os seus cabelos emaranhados. Ouço a sua fraca respiração, o que indica que ele continua vivo, mas não por muito tempo se não levá-lo para algum lugar seguro.

Pego a sua faca do chão e corto a corda, tomando cuidado para que esse... O que quer que seja não despenque de cara no chão. Retiro o laço do seu tornozelo super fino e frágil, antes de pegá-lo no colo e começar a caminhar em direção às cavernas escondidas na neve que meu povo usa durante as caçadas. Lá é mais quente e ele poderá descansar um pouco.

🪐🪐🪐

Quando finalmente chego na caverna, o ser em meus braços está tremendo tanto que preciso segura-lo com mais força para que ele não se machuque. Como algo como ele sobreviveu tanto tempo aqui sendo que não consegue aguentar caminhar na neve por pelo menos duas horas? (O tempo que levei para encontrar uma caverna).

O interior escavado na rocha está escuro, mas é quente o bastante para que ele pare de tremer quase que instantaneamente. Coloco-o deitado na cama coberta por peles. Ela acomoda de forma apertada um adulto do meu povo, mas caberia facilmente uns três desse... Desse ser aqui.

Com cuidado para não bater a cabeça no teto da caverna, caminho até o outro lado, onde há uma pilha de gravetos e suprimentos. Pego os galhos secos e acendo uma fogueira perto da cama para mante-lo aquecido.

Quando o fogo finalmente começa a se espalhar pelos galhos por conta própria, sem que eu tenha que ficar assoprando, volto-me para a coisa deitada na cama. Com curiosidade, caminho até lá e observo-o atentamente.

Ele não se parece com nada com qualquer outra coisa que já tenha visto na minha vida. Sua cor, a pele lisa, ausência de cauda e chifres... Isso é tão estranho e lindo ao mesmo tempo.

Levo os dedos até o seu peito, tocando de leve a pele. Nunca senti absolutamente nada tão macio quanto isso. Nada. As feições do seu rosto são delicadas, o cabelo curto e preto está caindo sobre a sua testa, que também é completamente lisa...

É adorável. Muito adorável e surpreendentemente sem sentido algum.

Um corte profundo na lateral da sua cabeça chama minha atenção. Ele está quase escondido no cabelo preto, mas está aberto o suficiente para que sangue vermelho escorra pela sua têmpora (sangue vermelho, onde já se viu isso?).

A curandeira da minha tribo daria um jeito nisso fácil fácil, mas eu não sei nada sobre como fazer para diminuir o sangramento, então simplesmente saio da caverna em passos rápidos e pego uma pequena pedra compacta de neve. Enrolo-a em um retalho do tecido estranho em que ele estava coberto quando caiu na minha armadilha, então aperto contra o ferimento, torcendo para que isso alivie um pouco sua dor e sirva para alguma coisa.

Felizmente. O sangue estanca pouco tempo depois.

Os minutos vão se passando e minha curiosidade vai aumentando cada vez mais. Fico de joelhos ao lado da cama e farejo o seu cheiro. Ele tem um cheiro ótimo.

Sinto meu coração bater mais rápido quando meu olhar recai sobre o pequeno e estranho pedaço de roupa que ele veste na parte de baixo do corpo. E se... ? Vou até lá e abaixo um pouco da sua roupa, dando de cara com...

Se as feições delicadas e o tamanho me fizeram questionar. Isso com certeza prova que ele é um macho. Mesmo que ele também seja bem diferente de mim lá embaixo também.

Retiro o tecido sujo dele e o descarto ao lado da cama, voltando meu olhar para ele, agora completamente nu a centímetros de mim. Toco as suas pernas pálidas e atléticas. Como pode algo ser tão macio assim??

Eu o encontrei. Então ele é meu, certo?

Ele rola para o lado e fica de costas para mim, me dando total visão de sua bunda lisinha e redonda. O meu pau levanta tão rápido e fica pressionando conta minha tanga que sinto um pouco de dor. Uma vontade de acasalar com ele toma conta de mim, principalmente quando ele abre levemente as pernas e deixa a mostra um minúsculo e rosado anelzinho exposto para mim.

Fico de joelhos na cama e toco de leve sua bunda branquinha. Ele é tão pequeno que as nádegas encaixam perfeitamente nas minhas mãos sem problema algo. Tão macio...

A anelzinho minúsculo está praticamente implorando por mim, então enterro meu rosto ali para que possa saborea-lo, soltando um grunhido de prazer quando minha língua toca o buraquinho gostoso.

🪐🪐🪐

WILL

Acho que estou estava tendo pesadelos terrivelmente realistas sobre ser arramado num espeto e ser comido por monstros ainda vivo, mas então ele muda de forma repentina e agora estou em um sonho bom.

Apesar de não ver absolutamente nada, as sensações fazem absolutamente tudo. No meu sonho, sinto duas mãos enormes tocarem minha bunda de forma curiosa, abrindo minhas nádegas e me expondo totalmente. Solto um grunhido de vergonha e escondo o rosto no lençol estranho em que estou enrolado.

Alguma coisa meio áspera, molhada e quentinha começa a ser esfregada naquele ponto da minha bunda para cima e para baixo como se não ouvesse amanhã, me fazendo soltar um gritinho de espanto e saborear a sensação logo em seguida.

O meu homem imaginário me toca por alguns instantes, mas faz menção de se afastar logo em seguida, Tirando sua língua de mim. Solto um gemido de desgosto e levo uma das mãos até o seu rosto para tentar mantê-lo lá. Seguro-o pelos seus chifres e...

Espera. CHIFRES?! que porra de sonho é esse??

Abro meus meus olhos e lembro instantaneamente de tudo que aconteceu nos últimos dias. Ainda sentindo as mãos grandes nas minhas pernas, olho por cima dos ombros rapidamente.

Eu estou completamente nu, e tem um cara com chifres enormes entre minhas pernas, com o rosto a centímetros da minha bunda. Ele solta um rosnado baixinho, antes de simplesmente abrir minhas nádegas e dá outra lambida no meu cu.

- O-oh meu Deus. - murmuro para o nada, completamente aterrorizado, e sem pensar duas vezes dou um belo chute bem no meio da sua cara, fazendo-o dá um passo para trás.

Ainda sentindo a saliva quentinha deslizar na minha bunda, engatinho para a frente rapidamente e me espremo no canto dessa estranha cama, contra a parede. Olho ao redor tentando descobrir onde eu estou, parece que estamos em algum tipo de caverna, com uma fogueira ao lado da minha cama. O cara enorme continua no mesmo lugar, no extremo oposto da cama, esfregando levemente a bochecha onde eu dei o chute e me olhando com curiosidade.

- I-isso é estupro, Sabia?! - informo para ele, tentando puxar o estranho lençol peludo para cobrir o meu corpo nu. Merda, isso não é normal.

O cara não é humano. ELE TEM CHIFRES ENORMES E COM CERTEZA NÃO É HUMANO!! olho atentamente para ele, que continua parado lá, apenas me observando.

Os chifres começam bem na linha dos cabelos e espiralam para cima enquanto vão afinando gradativamente até terminarem em duas pontas super finas e letais. Eu já falei que ele é completamente azul?!

O alienígena é totalmente azul, como uma versão mais musculosa e maior do maldito avatar. Exceto o cabelo preto, longo e volumoso que lembra uma juba, todo o resto dele é completa e fodidamente azul (um cinza azulado, para ser mais exato). Os olhos tem o tom mais luminoso dessa cor que eu já vi, mais claro e mais intenso do que as águas mais límpidas do meu mundo.

As sobrancelhas escuras são mais grossas do que as de qualquer humano. O nariz é empinado e tem pequenas depressões, como se pequenas escamas azuis tivessem sido sobrepostas na ponte e vão até o começo da sua testa.

- O-o que você quer de mim? - Solto um gemido baixinho quando ele faz menção de se aproximar de mim. Ele com certeza tem mais do que dois metros e tem tantos músculos que me esmagaria em um piscar de olhos.

Minha barriga escolhe o pior momento do mundo para começar a roncar sem parar. Isso me faz lembrar que estou morrendo de fome, e lembrar sobre a fome também me faz lembrar que estou com tanta sede que quase vou a loucura.

O alienígena estala a língua e levanta as mãos enormes, como se quisesse dizer que não irá me machucar. Observo seu rosto a procura de algum sinal de malícia ou segundas intenções, mas seu semblante é de preocupação e, ainda, um pouco de curiosidade. Ele dá meia volta e vai até uma pilha de coisas que há do outro lado da caverna.

Meu olhar recai sobre suas costas largas. Um retalho da pele de algum animal peludo foi cortado na diagonal e agora está amarrado na sua cintura, como uma espécie de vestimenta, dela sai um enorme rabo...

AI. MEU. DEUS. como se os chifres não bastassem, uma cauda azul com um tufo de pêlos pretos na ponta balança para os lados tranquilamente. Ele se abaixa e pega uma espécie de cantil e um embrulho com alguma coisa, antes de voltar para onde eu estou e estender para mim.

Pego o cantil e tomo um gole d'água, quase soltando um gemido de alívio quando a água desce pela minha garganta. Ele senta ao meu lado e observa atentamente cada movimento meu.

Abro o pequeno embrulho no meu colo e dou de cara com uma porção gigante de... Algum tipo de carne seca. Pego um pequeno pedaço e dou uma mordida, mas o gosto não é do melhores e nem parece que está assada. Tentando engolir o pedaço que estou mastigando e não fazer nenhuma careta, devolvo para ele o embrulho.

- N-não, obrigado. - digo quando ele pega o embrulho, retira um pedaço da carne e dá uma mordida. Seus dentes são super brancos e as presas são mais longas que os demais.

Uma grande mão azul pousa na minha coxa quando ele deita para trás e continua me encarando com se eu fosse a coisa mais linda que ele já viu. Não faço nenhum movimento pare tirar sua mão da minha perna, e se ele ficar bravo e me espetar com os seus chifres??

- Qual é seu nome? - pergunto, mesmo sabendo que ele não entende minha língua. O cara azul apenas franze as sobrancelhas grossas e puxa o cobertor de peles para cobrir o seu dorso, mesmo que o tamanho do lençol não condiza com o seu próprio.

- eu... - aponto para mim mesmo - sou o Will.

- Will? - uma voz grave e levemente rouca ecoa pela caverna, fazendo os pêlos da minha nuca se eriçarem. É como se ele Saboreasse cada Letra.

- SIM! meu nome é Will! - murmuro, então ele solta uma risada rouca e baixinha, como se meu nome fosse o mais estranho do mundo.

            
            

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