Capítulo 5 Não toque mais nas minhas coisas

O cheiro natural e único que emanava do corpo de Elmer deixou Leone inebriada.

Ela não recobrou o juízo até que encontrou seus olhos provocantes.

Ela teve que usar praticamente toda a sua energia para conseguir se livrar do seu aperto e correr para o banheiro.

Assim que entrou e fechou a porta, Leona finalmente conseguiu conter sua excitação. Ela cobriu o rosto para reprimir o grito que estava prestes a liberar!

Leona olhou para frente e viu seu reflexo no espelho.

Seu cabelo estava todo desgrenhado, seus olhos estavam arregalados, suas bochechas claras estavam vermelhas, e seus lábios eram bastante sedutores.

Ela se parecia assim agora?

Constrangida e irritada, ela decidiu tomar um banho para relaxar um pouco.

Assim que terminou, ela finalmente conseguiu se acalmar. No entanto, ao sair do chuveiro, ela percebeu que não havia trazido o pijama para o banheiro.

A única coisa que ela poderia utilizar para cobrir o corpo seria a toalha de banho!

Como ela poderia aparecer na frente de Elmer apenas de toalha?

Leona engoliu em seco. Mas, ela não teve escolha a não ser abrir a porta com cuidado, certificando-se de que não faria nenhum barulho.

Ela espiou pela fresta da porta e viu Elmer entretido no seu iPad, os olhos imersos na tela. Pela sua expressão séria e concentrada, ele parecia estar resolvendo algo do trabalho.

Sua expressão era séria e seus olhos eram profundos. Havia algo encantador no seu atual comportamento.

Enquanto espiava, Leona mordeu o lábio inferior. Ela começou a se sentir um pouco constrangida. Em voz baixa, ela pediu: "Elmer, você poderia me trazer minhas roupas?"

Elmer já havia notado anteriormente que ela não levou nenhuma roupa consigo. Ele olhou para a porta e viu apenas metade do rosto dela espiando atrás da porta. Apesar disso, ele ainda conseguiu ver que seu rosto estava corado e seus olhos estavam se esforçando para desviar dos dele.

"Está bem."

Ele sorriu para ela e pegou aleatoriamente uma camisa no guarda-roupa.

Embora fizesse tempo que ele não voltava, ainda havia algumas roupas suas no guarda-roupa. Elas eram suficientes para que ele pudesse usá-las sempre que passava a noite na mansão.

Quando ela percebeu que Elmer se levantou e foi em direção ao guarda-roupa, ela estendeu o braço pela fresta da porta e prendeu a respiração.

Logo depois que pegou a camisa, ela fechou a porta.

Leona a vestiu imediatamente e só então percebeu que a camisa era um pouco curto para ela.

A camisa era do tamanho ideal para Elmer. A roupa era tão larga para ela que, ao vesti-la, sentia uma brisa entrar no seu corpo. Embora todos os botões já estivessem fechados, a camisa mal conseguia cobrir a parte superior das suas pernas.

Quando ela levantou os dois braços, a bainha da camisa subiu, revelando toda a parte de baixo do seu corpo.

Tudo o que ela podia fazer agora era abaixar a bainha da camisa e sair do banheiro de uma forma desajeitada.

Elmer conseguiu ouvir passos abafados saindo do banheiro. Quando ele olhou em direção à porta, seus olhos se iluminaram.

Leona tinha acabado de tomar banho. Sua pele parecia ainda um pouco úmida e delicada, e suas pernas esbeltas eram bastante agradáveis aos olhos.

Suas bochechas ainda estavam levemente avermelhadas por causa da água quente, e havia algo nos seus lábios que o fez querer agarrá-la e beijá-la.

Naquele instante, Elmer estava atraído por ela. Ele engoliu em seco e sentiu a garganta apertar.

Quando Leona viu o olhar malicioso nos seus olhos, seu coração começou a disparar.

O desejo nos olhos do homem era evidente. No entanto, eles ainda estavam na velha mansão da família Hayes, onde moravam seu avô e outras pessoas idosas. Não seria prudente se os outros ouvissem os barulhos que estariam fazendo.

Leona foi em direção à cama e entregou a Elmer suas roupas.

"Vá tomar um banho. O banheiro está pronto para você usar", disse ela.

Elmer ficou encarando-a por um tempo, então ele riu e foi para o banheiro.

Mesmo que Elmer não tivesse dito nem uma só palavra, a maneira como ele riu para ela a deixou envergonhada.

Assim que ele entrou no banheiro, Leona ficou sentada ao lado da cama, esperando ansiosamente que ele retornasse.

Embora eles já tivessem dormido juntos no passado, havia algo diferente e excitante no fato de que eles estariam fazendo isso dentro do quarto em que Elmer havia passado toda infância e juventude.

Depois de um tempo, o celular de Elmer sobre a mesa tocou de repente.

Por causa do barulho da água corrente no chuveiro, Elmer não ouviu.

Leona nunca teve o hábito de mexer no celular dele. O celular tocou algumas vezes e depois parou. Alguns segundos depois, o celular dele tocou novamente.

Este processo se repetiu por diversas vezes. Após um instante de hesitação, Leona decidiu ir até a mesa para pegar o celular dele. Ela estava preocupada com a possibilidade de ser alguém do trabalho que tivesse algo importante a discutir com Elmer.

Quando a tela do celular se iluminou novamente, um nome apareceu.

Era Aurora.

Assim que ela leu o nome da sua irmã, sua mão ficou paralisada.

Neste exato momento, a porta do banheiro se abriu.

Com o corpo ainda úmido envolto em um roupão de banho, Elmer franziu a testa e foi até a mesa.

Quando ele olhou para seu celular e leu claramente o nome na tela, seu rosto de repente ficou sombrio.

"Leona." Sua voz soava tão fria que causou um arrepio em todo o corpo dela. "A partir de agora, não toque mais nas minhas coisas."

Então, ele foi até a janela e atendeu o telefone, sem nem mesmo olhar para Leona.

"Não tenha medo, Aurora. Vou ligar para o médico imediatamente e pedir para ele ir ver como você está", ele disse.

Sua voz era incrivelmente gentil, completamente diferente da voz que ele acabou de usar para falar com Leona.

Na luz fraca que habitava o quarto, Leona se retirou silenciosamente para um canto, onde a escuridão escondia sua tristeza.

Pela forma como Elmer se comportava, parecia que, de fato, no coração dele, ela não era tão importante quanto Aurora.

Não importava o quão íntimos ela e Elmer pareciam estar, bastava Aurora ligar para ele, e ele parava tudo o que estava fazendo para atendê-la.