Capítulo 7 Conversa Séria

POV Simone

Em choque, observo meu chefe se despedir e praticamente sair correndo para longe, o que foi isso? Chacoalho a cabeça, e, devido ir até à cozinha em busca de um copo de leite. Chegando lá, encontro minha tia, e peço para ela o copo de leite, estranho que ela começa a me encarar fixamente, parecendo em busca de respostas, me sento no banquinho da bancada e espero ela trazer a bebida, com mais alguns biscoitos.

Começo a beber o leite morno e mordo um biscoito, incomodada ainda com seu olhar em mim, resolvo perguntar o que ela quer.

- Tia Roberta, o que houve? Tem alguma coisa de errado? - Aflita, pergunto para ela.

- Bem, minha filha, você sabe que em casa de rico as paredes têm olhos e ouvidos, não sabe? - Ela questiona me encarando com seriedade. - Fiquei sabendo que você jantou com o patrão e o menino Fábio, os empregados daqui já estão fofocando sobre isso.

- Sim, o patrão acabou me convidando e eu aceitei, mas não aconteceu nada de mais tia, apenas jantei e ajudei o Fábio a comer. - Tento explicar a situação.

- Sei... Olha Simone, toma cuidado tá? A vida do senhor Miguel é muito complicada, e eu não quero que isso te afete, não se envolva muito com ele, você vai acabar se machucando. - Ela coloca sua mão no meu ombro e me aconselha.

- Eu agradeço a sua preocupação tia, mas, não está acontecendo nada entre mim e o patrão, foi apenas um jantar e também o Fábio estava junto, as pessoas apenas fofocam demais, tá? - Falo, tentando convencer não apenas ela, mas a mim mesma.

Ela me analisa minuciosamente, por fim se dá por satisfeita e com um suspiro assente, sem tocar mais no assunto. Solto uma respiração de alívio, que não sabia estar prendendo.

Tento não pensar mais no que ela me falou, bebo um longo gole de meu leite e o termino, agradeço minha tia e me levanto saindo da cozinha.

Ando sem rumo e com a distraída por um tempo, até observar as horas e ver que já é tarde, dando a volta, entro novamente na cozinha, e com minha tia vamos para casa.

Pegamos uma carona com o senhor Antônio, como ele era o motorista dali, tinha permissão para se locomover com o carro por ali, conversamos um pouco com ele sobre o clima e amenidade e após uns 15 minutos paramos em frente a nossa casa, nos despedimos do senhor Antônio e o agradecemos, esperamos ele virar a esquina e logo entramos em casa.

Fecho a porta atrás de mim e me espreguiço, minhas articulações estralam com o movimento, o cansaço bate em mim e antes de eu desmaiar na cama, decido tomar um banho.

Dou boa noite para tia Roberta e vou até o banheiro, entre nele e fecho a porta, me observo no espelho, os acontecimentos da noite caem sobre mim e, instintivamente, fecho meus olhos, Miguel foi tão legal hoje, e sua aproximação me fez sentir coisas estranhas.

Tentando sair do estupor em que me mantive, dou algumas batidas com as palmas das mãos em minhas bochechas, minha face no espelho está mais corada e brilhante, respiro fundo e vou até o box, retiro minhas roupas e ligo o chuveiro, este que, está mais para lá do que para cá, caindo apenas um fio grosso de água e pelando de tão quente, logo teremos que trocá-lo. Deixo de pensar besteira e tomo meu banho rapidamente, saio e me enrolo em uma toalha, vou até meu guarda-roupa e pego um pijama soltinho de ursinhos, ando até minha cômoda e pego o secador, uso ele até que meus cabelos estejam totalmente secos, vasculho na minha bagunça procurando uma presilha, prendo meus cabelos em um rabo de cavalo e ando até minha cama, puxo o edredom e literalmente me jogo na cama, quando minha cabeça toca o travesseiro entro em um sono profundo.

Sou acordada com o barulho do despertador do celular, abro a gaveta do criado mudo e desligo o barulho irritante, me levanto e desço até a cozinha para o café da manhã, chegando na soleira da porta, já posso sentir o cheiro de café recém passado e torradas com manteiga, minha boca já começa a salivar de expectativa, tia Roberta é madrugadora, não entendo como ela consegue, mas, toda manhã ela está de pé e juveníssima.

- Bom dia, tia, como sempre o cheiro da sua comida está divino, e, aposto que o gosta vai estar melhor ainda. - Entro na cozinho e caminho até ela, dando um beijo na sua bochecha.

- Bom dia querida, dormiu bem? Já pode sentar que vou servir o café com leite para você, do jeitinho que gosta. - Ela sorri e me empurra até a mesa.

Puxo a cadeira e me sento, logo ela vem atrás e coloca o café, o leite e as torradas na mesa, espero ela se sentar e começo a me servir, encho minha xícara na metade com café e o restante de leite, pego uma colher de açúcar no açucareiro e mexo a mistura, dou um gole e sinto os sabores deliciosos do líquido, alcanço uma faca e começo a passar um pouco de manteiga na torrada, dou uma mordida e enquanto mastigo, pergunto colocando minha mão em frente a boca.

- A senhora também dormiu bem, tia? Hoje vamos ter que ir às compras, os mantimentos estão quase acabando. - Termino de mastigar e bebo outro gole da xícara.

- Dormi muito bem, apenas minhas costas, acho que dei mau jeito, mas vou tomar um relaxante muscular e ver se melhora, você sabe como detesto ir em médico. - Ela estremece com a última fala. - E, você tem razão, precisamos urgente ir ao mercado, enrolei e deixei para mais tarde por dias, mas agora não tem mais escapatória.

Concordo com ela acenando a cabeça.

- Vamos antes de eu buscar o Fábio na escola, no seu horário de almoço, pode ser? - Pergunto olhando para ela.

- Está ótimo, Simone, fazemos as compras rapidinho e já voltamos pro trabalho. - Come uma torrada enquanto diz.

Terminamos o café da manhã e cada uma vai para o seu quarto se arrumar para o dia, entro no banheiro e tomo um banho, depois escovo meus dentes e penteio meu cabelo, troco de roupa e coloco uma camiseta azul e uma calça, jeans preta, vou até minha sapateira e pego um tênis vermelho-escuro, volto até minha penteadeira e borrifo um pouco de perfume em mim, olho para os lados e confirmo que está tudo pronto, pego minha bolsa e já vou saindo, até que me lembro.

            
            

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