UM CEO PARA APRENDER A AMAR
img img UM CEO PARA APRENDER A AMAR img Capítulo 1 Uma Proposta Tendenciosa
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Capítulo 10 Difícil de esquecer, difícil de resistir img
Capítulo 11 Despertando a Fera img
Capítulo 12 Nossa Primeira Noite img
Capítulo 13 Uma Chance img
Capítulo 14 Em Seus Braços img
Capítulo 15 Fake News img
Capítulo 16 Traição img
Capítulo 17 Merece Perdão img
Capítulo 18 Acordo img
Capítulo 19 Namoro de Mentira img
Capítulo 20 Uma Noite Desagradável só Para Alguns img
Capítulo 21 Multas img
Capítulo 22 Não é o Que Pensas img
Capítulo 23 Desentendimentos img
Capítulo 24 Incêndio img
Capítulo 25 Problemas causado por um Homem Misterioso img
Capítulo 26 Seu amado Protetor img
Capítulo 27 Vi e Ouvi o que não Devia img
Capítulo 28 Queda de Cavalo img
Capítulo 29 Revelações img
Capítulo 30 Sem Forças nas Pernas img
Capítulo 31 Em Seus Braços img
Capítulo 32 Repentino img
Capítulo 33 Ela é Minha img
Capítulo 34 Ele Está De Volta img
Capítulo 35 Uma condição img
Capítulo 36 Discórdia img
Capítulo 37 Suspeitas img
Capítulo 38 Conversa Necessária img
Capítulo 39 Um dia Exaustivo img
Capítulo 40 Jantar de Despedida de Solteiros img
Capítulo 41 Segredos Obscuros img
Capítulo 42 Quem matou ele img
Capítulo 43 A vida é uma Caixa de Mistérios img
Capítulo 44 Ciúmes img
Capítulo 45 Convite para Festa de Casamento img
Capítulo 46 Bom Partido img
Capítulo 47 Conversa Séria img
Capítulo 48 Reencontro inesperado img
Capítulo 49 Fugir dele! img
Capítulo 50 Esquecer o Passado img
Capítulo 51 Dando-me uma Segunda Chance. img
Capítulo 52 Casamento Desfeito. img
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UM CEO PARA APRENDER A AMAR

Marilene Mateus
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Capítulo 1 Uma Proposta Tendenciosa

CAROLINA

Está escuro e fresco... Minha cabeça está doendo mais do que quando apanhei um resfriado. Meus olhos ardem por pernoitar chorando. Parecia que essa dor nunca acabaria...

Acordo abrindo lentamente os olhos e tento me acostumar com a clareza do sol. Estico minha mão, até alcançar a cômoda e tiro meu celular. Checo se tem alguma mensagem e zero. Depois de um longo suspiro, me levanto, sento na cama e sinto o chão gelar meus pés... rapidamente calço minhas pantufas. Caminho, quase cambaleando, até o banheiro do meu quarto pequeno, onde tudo é próximo. A cama fica próxima do closet, o closet fica próximo do espelho, a cabeceira é próxima à porta... Enfim, meu quarto é minúsculo.

Quando me mudei para Nova York, eu pensei alugar um apartamento conjunto com minha amiga Alice, mas ela casou e teve um filho, então tive que optar num espaço pequeno onde cabe no máximo uma pessoa e eu consiga pagar as despesas.

Despejo água que caia na torneira no rosto e vejo meu rosto úmido no espelho. Meus olhos estão inchados e com uma olheiras profundas e escuras. Os óculos me fazem ficar pálida e estranha. Faço duas tranças no meu cabelo cacheado que caia sobre os ombros.

Ultimamente não tenho tempo para cuidar de mim porque fico o tempo todo no orfanato cuidando da contabilidade, dando aulas, procurando pessoas solidárias, patrocinadores. Só tenho tempo a noite quando trabalho num bar noturno. Trabalho na área da contabilidade e o salário é ótimo!

Infelizmente mais uma vez não consegui dormir. Novamente tive sonhos que até hoje não consigo decifrar de certo o que aconteceu.

Abraço meu corpo ao sentir calafrios.

Eu sei que devia ir a um psicólogo porque são imagens que parecem reais, mas não consigo lembrar quando isso aconteceu.

Sem mais demora, tomo um duche com a touca no cabelo. Amarro a toalha em volta do meu corpo e saio do banheiro.

Reparo em minha cama pequena de solteiro, ligeiramente desarrumada e bufo. Pego um pente da penteadeira e escovo meus fios. Quando termino faço o de sempre-um coque.

Meu telefone vibra e atendo. É Molly!

- Como você está amiga?

- Bem... Estou vestindo. Você me pega aqui em casa?

- Claro! Espera por mim. Tenho uma grande novidade!

- Então diga... por favor.

- NÃO! ESPERA AÍ!! - Afasto meu celular da orelha, minha Amiga é muito amorosa, mas também perde rápido a paciência.

- Mais tarde digo. Beijos! - ela encerra a chamada e solto uma lufada.

Como quase sempre, visto uma saia que cai até os pés e uma blusa branca de mangas compridas. Adoro o branco porque realça muito o meu tom de pele e porque tem o significado de algo que há muito tempo procuro-Paz.

Como uma maçã antes de sair de casa e saio para esperar Alice na escada. Vejo várias pessoas passando pelas ruas apressados. Cada um tem uma história para contar. Uma mais triste, mais cortante e aterrorizante que a outra. Todos temos segredos mais profundos e obscuros... Não há ninguém que viva nesse mundo, e nunca tenha sofrido...

- Ei sua louca! Tá pensando o quê?! - Alice pergunta enquanto aperta na buzina do carro, provocando maus olhares devido ao barulho irritante.

Sorrio e abro a porta de passageiro. Sento e coloco o sinto - eu me perguntei por que alguém em Nova York compraria um carro. - falo virando o rosto para fitá-la - A resposta é que não existe resposta, mas agradeço porque você é um anjo!

Ela ri - Você é muito engraçada minha amiga.

Dá arranque no carro e volte meia já estamos na estrada - o que queria me contar? - pergunto curiosa.

- Eu consegui uma empresa que fabrica peças de carros,vende joias, ou seja, o dono trabalha em vários ramos do mercado e está disponível a fazer uma doação em massa para o orfanato! - fala alegre batendo no volante. - não é bom?!

Sorrio largo - ótimo!

- Mas... - sempre tem um mas! - eu não sei o porquê, mas o dono e CEO da empresa tem uma condição...

- O quê?! - me endireito no banco para olhar com mais atenção nela. Eu aceito tudo! Nem que for para vender minha alma! Aquelas crianças não têm ninguém e tudo que quero é lutar para terem um futuro grandioso

Molly é minha grande amiga e não há ninguém que confio mais nesse mundo. Nós nos conhecemos na Universidade e desde lá continuamos amigas até hoje. Ela estudou artes e eu contabilidade. A diferença entre nós é que ela é mais extrovertida e casual. Já eu sou mais fechada e solitária.

Ela abaixa um pouco a janela do seu carro fazendo um vento refrescante bagunça seus fios loiros e claros. Me fita por uns segundos com seus olhos peculiares de cor verde - Ele quer que você trabalhe com ele... Que você seja a assistente dele!

- Como assim?! - pergunto confusa.

- Isso que você ouviu! - fico em silêncio sem entender por que esse homem colocou uma condição dessas...

- Amiga, eu até fiquei com medo... Mas se você não quiser eu digo para ele.

- Imagina, eu faria tudo para o orfanato... nem que for vender minha vida de merda!

- Não diga isso! - ela toca minha mão fixando sua visão na estrada - você sabe que amo muito você! E essa sua vida de merda me importa! Também me pertence!

Molly sempre me encoraja e tenta me colocar por cima. Mas a verdade é que eu jamais vou ser feliz e por isso vivo pelo orfanato. Eu não entendo por quê, mas sinto-me muito só, e existe um vácuo dentro de mim que eu não entendo o motivo. Por vezes sinto vergonha do meu corpo-que para os olhos de muitos é esbelto. Sou magrela e pareço ser linda, mas mesmo assim eu me sinto um nojo. Eu sinto medo dos olhares dos homens...

Não é depressão, eu sei que não é. Mas existe uma energia negativa dentro de mim, uma sensação ruim de que me roubaram minha inocência enquanto eu dormia... Enquanto eu não sabia nem o que significa amor. Mas não lembro de nada... Só penso!

Tenho 24 anos e não consigo ver meu mundo sem o orfanato. Eu nunca tive um namorado. Primeiro porque sempre senti medo de me relacionar com um homem e sempre os afastava de mim porque sentia dor ao ser tocada pelo sexo oposto. Até cheguei a pensar que sou lésbica, mas a verdade é que não sou! Tentei beijar uma mulher, mas me enjoou. Segundo, porque minha mãe sempre foi muito controladora e não me deixava namorar. E terceiro, devido aos sonhos, sempre que fechava os olhos enquanto beijava um garoto, eu sentia mãos fortes no meu pescoço me sufocando enquanto tirava de mim minha inocência... Eu nunca vi o rosto desse homem... Talvez seja só uma paranoia minha ou o trauma de um filme quando vi enquanto criança.

- Estás entregue! - minha amiga fala sorridente. Meu Deus! Me perdi nos pensamentos e nem reparei a trajetória.

Enquanto tiro o cinto, vejo que minhas mãos estão trêmulas e minha respiração mais ofegante. Fecho os olhos por alguns segundos e conto até 10 em contagem regressiva. 9... 8,7,6,5,4,3,2... 1.

- Nos vemos! - falo sorrindo para minha amiga e abraço forte seu corpo.

- Mais tarde tem jantar lá em casa com a família chata do meu anaconda. Você vem?

Rio por ela usar esse nome "Anaconda" para falar do seu marido

- Se eu terminar o turno no bar mais cedo, então eu vou. - beijo sua bochecha e saio do carro.

Quando coloco os pés no chão, sinto que estou a ser observada por alguém... Olho para os dois lados como uma louca e entro no orfanato em passos largos como se estivesse fugindo de algo ou alguém.

- Tia Carol!!! - olho para Bel que vinha correndo de braços abertos e me agacho para receber seu abraço - eu senti saudades. - me abraça forte e beijo seu cabelo liso e preto como a noite.

- Eu senti saudades desse abraço que me cura de muita angústia. - Digo apertando mais forte seu corpinho pequeno.

            
            

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